Cartas de Hogwarts
Capitulo 2 – Cartas de Hogwarts
Gina se levantou naquela manha sentindo um imenso pesar, não conseguira dormir na noite anterior, o desespero tomara conta de sua mente, não conseguia tirar da sua mente aquela imagem, os óculos de Harry destruídos e a mensagem na caligrafia de Snape... “Aquele Seboso!”, pensou ela num espasmo de fúria.
Era fácil de se perceber que ninguém na casa dos Weasley estava de pe ainda e parecia não querer levantar. Hermione deixara a casa na noite anterior, sob o pretexto de que não estava muito bem. Realmente, ninguém estava bem, e ninguém estava pior do que Gina. A garota pegou o colar que Harry mandara Hermione lhe entregar na noite em que fora embora, uma perfeita esfera vermelha, Hermione achava que ela não sabia o que era, mas ela conhecia aquilo: era uma chama eterna. Algo que só uma pessoa verdadeiramente apaixonada era capaz de produzir. Prometera que jamais choraria por ele novamente, mas não pôde conter uma lagrima.
Gina desceu até a sala, ainda usando seu pijama, queria voltar, deitar na cama e chorar o dia todo, enquanto se entupia de sapos de chocolate, mas não podia, tinha que ser forte, se ele pode agüentar deixa-la, ela teria que agüentar ser deixada.
Na sala Gina encontrou Rony deitado no sofá, com a varinha frouxa na mão, explodindo a poeira do ar. Ela se aproximou e afastou as pernas deles para se sentar.
–Você ta legal? –perguntou Rony, quase pedindo para que ela perguntasse o mesmo para ele.
–Ninguém está, Ronald. –respondeu ela, cortando a conversa logo em seu inicio.
Houve um longo silencio, em que Rony destruiu propositalmente um quadro onde estavam ele, Hermione e Harry.
–Aquele idiota! –exclamou Rony, girando habilmente a varinha entre os dedos. –O que diabos ele estava pensando?!
–Você vem, perguntar isso pra mim? –perguntou Gina, desmotivada, começando a chorar.
Rony sentou-se e abraçou a irmã, não era um exemplo de irmão mais velho, para ser mais exato não era sequer um razoável irmão, mas sabia quando sua irmã caçula precisava de um abraço. Afagou os cabelos cor de fogo da garota.
–Não se preocupe, Gina, vai ficar tudo bem... tudo vai acabar bem... –dizia ele, sem conseguir convencer nem a si mesmo. –Só precisamos ter calma...
–Rony... –murmurou ela.
–Hãn..?
–Eu tô com saudades deles... eu... eu nunca fiquei tanto tempo sem vê-lo...
–Eu também sinto falta dele, Gina, mas... nós não...
–Não podemos fazer nada...
–Só esperar que ele esteja vivo...
–Mas ele não está, Rony, o seboso do Snape o matou...
–Não perca as esperanças Gina, de todo mundo você é...
–Rony... eu não agüento mais... não posso mais...
–Gina...
–CARTAS DE HOGWARTS!!! –ouviu-se uma voz ecoar pelo quintal de trás.
–Hãn? –exclamaram Rony e Gina, em uníssono.
Talvez fosse o choque, ou à vontade de ouvir uma boa noticia, mas por alguns segundos todos na casa haviam esquecido de Harry. O Sr. E a Sra. Weasley desceram correndo, assim como Gui e Carlinhos para verificar se não havia engano. Fred e Jorge estavam na cozinha, com quatro grossos envelopes.
Desde que Gui e Carlinhos vieram morar com os pais novamente, Fred e Jorge passaram a viver num “puxado” que eles improvisaram do lado de fora da casa. Os dois tinham nos rostos sardentos um enorme sorriso.
–O que foi que vocês disseram? –perguntou Rony assombrado, puxando o envelope com seu nome das mãos de Fred.
O garoto examinou minuciosamente o envelope, para se certificar de que não era uma das tiradas inoportunas dos irmãos. O papel era o mesmo dos últimos seis anos, o selo em cera também, a única diferença era o volume e o peso.
–Parece de verdade... –disse ele, abrindo o envelope.
–Rony e se for... –começou Gina, o que fez Rony parar no mesmo instante.
–Comensais? –perguntou ele.
–Ou talvez o próprio... –continuou Fred.
–Ele não faria isso... –argumentou Jorge.
–É a caligrafia da Minerva. –falou a Sra. Weasley pela primeira vez desde que entrara na cozinha.
–Dane-se! –exclamou Rony, abrindo o envelope.
A tensão na cozinha era tanta que era possível corta-la com uma faca. Rony fechou os olhos quando escutou o fraco estalo da cera sendo rompida e apertou-os quando puxou a grossa folha de pergaminho de dentro do envelope.
–Todos vivos? –perguntou o garoto, sem coragem para abrir os olhos.
–Acho que sim... –murmurou Gina.
Rony abriu os olhos e olhos em todas as direções, procurando algum sinal de estrago, olhou dentro do envelope, procurando por algo como um caranguejo de fogo.
–Lê logo Rony! –exclamou Gina, apertando seu envelope na mão.
–Ta... –disse o garoto, desdobrando o pergaminho.
Sr. Ronald Weasley
Temos o prazer de informar que, de acordo com tratado entre o Ministério e a escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts , a escola permanecerá aberta por mais um ano letivo e, gostaríamos de convida-lo a terminar seus estudos.
Aguardamos sua coruja ate dez de dezembro, no mais tardar.
Lista de materiais e autorização em anexo.
Atenciosamente,
Minerva McGonagall
Diretora.
–Me diz que eu não estou sonhando... –pediu Rony.
–Hogwarts está aberta. –disseram Fred em Jorge em uníssono. –E nós fomos convidados a retornar para terminar os estudos.
–Nós vamos voltar.
Houve um longo silencio, em que todos pareciam avaliar a situação, o Sra. e a Sra. Weasley liam a carta de Gina abismados.
–Isso é um absurdo! –exclamou a Sra. Weasley com sua voz aguda. –Todo esse perigo e eles querem reabrir a escola?!
–Talvez seja uma boa idéia, Molly. –argumentou o Sr. Weasley.
–Boa idéia, Arthur? Você ficou louco?
–Com toda essa violência, os garotos precisam de um porto seguro.
–Mas Hogwarts não é mais segura!
–É mais do que a nossa casa e, alem disso, Snape não está mais lá dentro.
–Mas pode voltar.
–Ele não seria tão estúpido.
A Sra. Weasley respirou fundo.
–É o que vocês querem, queridos? –perguntou ela, ligeiramente contrariada.
Não foi preciso responder, depois de quase dois meses de choro e cara de enterro a Sra. Weasley viu sua filha sorrir. Era tudo o que ela precisava.
–Hei!!! Olha só isso! –Rony tirou de dentro de seu envelope um pequeno pacote com uma outra carta em anexo.
–Abre, Ronyquinho!!! –pediram os gêmeos.
–Calem a boca! –exclamou ele.
Abrindo o pacote Rony viu seu queixo cair, as duas ultimas coisas que ele esperava ver estavam a sua frente, dois distintivos dourados: um de Monitor-Chefe e outro de Capital da equipe de quadribol da Grifinória.
–Eu não acredito! –exclamaram todos na casa em uníssono.
–Meu filho!!! –a Sra. Weasley quase esmagou Rony.
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