O Fim da Esperança



Capitulo Um- O Fim da Esperança

Hermione ainda lembrava como se fosse na noite anterior, ela entrara no quarto de Harry na antiga casa de Sirius e o encontrara ainda vestido, a varinha em mãos, sua vassoura FireBolt e sua Capa de Invisibilidade.
–Harry... –chamou a garota, tomando cuidado para não deixar sua voz soar muito alto.
–Oi Mione... pode entrar... –disse Harry, secando seus olhos por debaixo dos óculos.
A garota entrou vagarosamente, seu hobbie e seus cabelos lanzudos esvoaçantes ao sabor do vento que entrara pela janela aberta. Hermione não conseguiu refrear o pensamento de que a janela era grande o suficiente para que alguém saísse por ali com uma vassoura.
–Você está bem, Harry? –perguntou ela, pondo a mão no ombro dele.
–Não... –respondeu Harry, sua voz seca, fria.
–Harry você não vai..? –começou ela.
–Atrás de Voldemort? Não, ainda não. Também não vou atrás de Snape, antes que você me pergunte.
–O que você vai fazer? Não vai fazer nenhuma besteira, não é Harry?
–Não sei Mione... eu sinceramente não sei.
O garoto se ergueu de repente, passou a mão pelo rosto da garota, com um sorriso, como se quisesse guardar aquele momento para sempre.
–Você já falou com o Ronald? –perguntou ela.
–Não, ele provavelmente me surraria. –respondeu o garoto, tentando sem sucesso ser engraçado.
–E quanto a Gina?
Ele não respondeu, sentiu seus olhos se encherem de água, pela primeira vez na vida sentira que poderia ser feliz para sempre, pena que não durou muito mais que algumas semanas. Gina jamais o perdoaria pelo que faria agora.
–Eu não conseguiria ir se falasse com ela...
Hermione se levantou e abraçou Harry por longos instantes.
–Harry eu não concordo com isso, nunca concordei e nunca concordarei, mas você costuma mostrar que eu devia confiar mais em você...
–Desculpa, Mione... eu não queria que vocês se envolvessem com isso... –desabou Harry, as lagrimas molhando o ombro da garota.
Hermione se viu extremamente surpresa, nunca, em seis anos de convivência, vira Harry chorar. A dor ensinara Harry a esconder seus sentimentos e aflições.
Bruscamente a garota sentiu Harry se soltar de seu abraço. O garoto enfiou a mão no bolso da calça jeans, procurava alguma coisa. Hermione sentia muita pena de Harry, era possível ver a dor em sua face e sentir a tristeza em sua lagrimas. Ele tirou a mão do bolso e nela havia um colar, por um instante Hermione não reparou no colar, ate que Harry se aproximou.
–Harry isso é..? –começou ela.
–Não conte a ela, Mione, ela não aceitaria, só diga que eu pedi para que entregasse. –disse ele, pondo o colar na mão da garota.
–Ate mais Harry.
–Suponho que adeus, Mione.
Harry se afastou dela, pegou sua vassoura e a pôs debaixo do braço, se cobriu com a capa de invisibilidade e soprou um ultimo adeus a hermione, disparando como uma bala em direção ao céu noturno, Hermione sentiu o ar do cômodo desaparecer atrás de Harry.
–Adeus, Harry Potter.

Hermione observava sem muita atenção o céu noturno daquela noite de trinta e um de Julho, “hoje o Harry completa dezessete...”, pensou ela.
–Hoje é o aniversario dele, não é? –perguntou algum as suas costas.
–Oi, Gina. –disse Hermione, sem se virar.
–Mione...
–Eu não sei Gina, prefiro acreditar que nunca...
–Você perdeu já as esperanças?
–Não sei, Gina, já faz dois meses que não temos noticias dele.
–Nem de Você-Sabe-Quem.
–Desde a morte de Dumbledore o Ministério tem caçado os comensais com mil vezes mais vontade.
–Deveriam ter feito isso há tempos.
–É preciso se perder algo valioso antes de perceber o quão valioso é o resto do que temos.
–Mione... Você parece uma maquina.
–Fria, cirúrgica... desde que ele se foi...
–Mas e o resto, e o Rony?
–Pergunte a ele... ah meu Deus!!!
–Que foi?!?
Hermione não respondeu, apenas apontou para o horizonte. Um ponto branco surgiu ao longe, parecia uma ave e estava vindo em sua direção. Ambas prenderam a respiração.
Vários estalos anunciaram a chegada da família Weasley, provavelmente eles escutaram e acharam que seria um ataque de comensais da morte. Rony estava à frente, os olhos vermelhos a varinha apertada na mão, seguido de perto por Gui e Carlinhos. O Sr. Wealsey e Remo Lupin também estavam presentes.
–Hermione, Gina, vocês estão bem? –perguntou Rony, sobressaltado.
Não foi preciso responder, a ave branca que se aproximava estava próxima o bastante para ser reconhecida: Edwiges. A ave pousou no ombro de Hermione, apertando com uma força exagerada.
–Ai! Edwiges! –exclamou a garota, mas parecendo ignorar completamente a dor, pois logo em seguida pegou o pacote disforme que a coruja carregava.
Mal Hermione desenrolara o envelope, Edwiges bateu asas, como se quisesse fugir do que quer que fosse encontrar ali. Ninguém ligou, a expectativa de uma noticia de Harry estava matando a todos.
–Abre Mione! –pediu Rony, respirando no pescoço da garota.
–Calma, Ronald! –exclamou ela, sacando a varinha e sacudindo na direção do pacote.
Quando o pacote se abriu todos sentiram seus estômagos afundarem. Tudo que havia ali dentro era um óculos de armação redonda e lentes quebradas e um bilhete.
Todos leram a inscrição em silencio.

Presente do Príncipe Mestiço

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