Fuga e Aranhas
Passaram muitos dias desde que Régulo chegara ao Caldeirão Furado. Todos os dias, Régulo não desgrudava os olhos de Agatha Forgetful. Mas ao mesmo tempo que Voldemort o encontrasse, não por medo dele, mas por não impedi-lo de se tornar imortal se isso acontecesse.
Já começara suas pesquisas. Chegara à conclusão que, como Voldemort era muito misterioso, para saber mais sobre ele agora teria que pesquisar sobre seu passado. O que sabia até agora era que o nome do pai de Voldemort era Tom Riddle, e as reuniões secretas eram em frente ao túmulo dele. Era pouco. Ttinha incerteza se tudo que havia planejado daria certo.
Desceu do seu quarto alugado e foi para a área movimentada do Caldeirão Furado, onde Agatha limpava algumas mesas recém-usadas.
– Oi, Agatha. Muito trabalho?
– Com certeza, Régulo!
Eles agora se chamavam pelo primeiro nome.
– Bem, eu vou até o meu quarto, sabe. Para dar uma arrumadinha, está uma bagunça!
– Hum – disse Agatha – então mais tarde eu vou lá dar uma limpada.
Régulo sorriu e foi para o seu quarto.
Antes mesmo de entrar, ouviu um alvoroço no andar de baixo. E de repente, uma figura encapuzada apareceu, segurou o seu braço e disse baixinho:
– Régulo sou eu, Severo Snape. Os Comensais notaram sua ausência nas horas de agir e descobriram que você está aqui. Eu não pude fazer nada...
– Quê? Eles vêm me pegar?
Mas Snape não precisou responder.
– Achei Régulo! – disse um Comensal que apareceu de repente – Snape! Você o achou primeiro?!
O Comensal apontou a varinha para Régulo e disse: “Expelliarmus!” Mas o feitiço atingiu Snape, que teve a varinha atirada para longe.
– Seu inútil! – gritou para o Comensal.
– Desculpe, eu queria atingir...
– Estupore! – gritou Régulo atingindo o Comensal
Snape se virou depressa para Régulo.
– Viu? Você sumiu então eles acharam que você estava fugindo. O que não é mentira... mas resolveram te procurar e eu não pude impedir.
– Mas o que eu faço agora? – perguntou Régulo desesperado.
– Você foge. – disse Snape apanhando a varinha perdida.
– Eu já estou fazendo isso!
– Mas você não pode continuar aqui. Vá para Hogwarts.
– Para Hogwarts?– perguntou Black incrédulo – Uma escola?
– Isso. – continuou Snape – você pode ficar na floresta e ninguém vai perceber.
Régulo passou a mão pela testa.
– Talvez seja melhor mesmo. Lá poderei pesquisar mais sobre o Lord das Trevas...
– É melhor aparatar aqui mesmo; creio que mais alguns Comensais devem estar a caminho daqui.
– OK – disse Régulo quase sem voz.
– Bem, agora me estupore.
– O quê?
– Você me ouviu! Eu tenho que parecer desmaiado, ou os Comensais vão desconfiar.
Régulo estava pedido em sua cabeça. Teria que se esconder na escola que ele mesmo estudara por que os Comensais estava caçando ele por toda parte. Tinha que encontrar uma forma de impedir que Voldemort alcançasse a imortalidade e a sua família não o aceitaria de volta. Mesmo com a cabeça cheia, apontou a varinha para Snape, deixando-o inconsciente.
Voltou para o seu quarto, onde apanhou o pouco dinheiro que ainda havia sobrado e sua capa de viagem.
Aparatou em frente de um dos muitos portões de Hogwarts. Quando os porcos alados que guardavam as entradas lhe perguntaram quem era, ele simplesmente respondeu que estava ali à trabalho e assim pôde entrar tranqüilamente.
Rumou até a floresta. Cansado. Sua cabeça estava a mil. Queria alguém para discutir suas angústias. Aos poucos a floresta foi ficando escura, e ele murmurou “Lumus!”. Uma luz surgiu na ponta de sua varinha, e andou mais um pouco até achar um monte de folhas caídas, onde se sentou.
Resolveu que iria analisar tudo o que sabia de Voldemort. Não era muito. Lembrou que certa vez Voldemort falara que matara seu pai. E o que fizera a mãe dele quando ele matou seu pai? Ou sua mãe já havia morrido? Tudo era um mistério tão grande... Saber o nome de Voldemort era mais que importante, pois como descobriria de seu passado sem ter um nome para procurar?...
Ouviu um farfalhar. Iluminou aquele ponto. Não havia nada ali. Ficou assustado, mas ficou parado. Naquele escuro nenhum animal o veria se não se mexesse. Murmurou “Nox!” e a luz se apagou. De repente ouviu um “Clac, Clac” como um bater de palmas e logo depois estava suspenso no ar; começou a gritar, atirava todo tipo de feitiços para todos os lados...
Começaram a desce, ele não sabia para onde... até que sentiu que estava no chão de novo. Agora que o bicho o encontrara, não importava mais se ele visse a luz, e falou “Lumus!” de novo. A visão não foi muito boa: Dezenas, dezenas não, centenas de aranhas enormes e cheias de olhos estavam o encarando com um olhar nada amigável. Uma aranha, então, falou:
– Visitas, Aragogue!
Uma aranha ainda maior que as outras saiu de um casulo. Devia ser cega.
– Quem é? É Hagrid?
Régulo estava sem fala. Hagrid... esse nome lhe lembrava algo... de repente se lembrou: Hagrid era o Guardião das Chaves de Hogwarts!
– Você o conhece? – falou Régulo, recuperando a fala.
– Conheço, mas isso não te interessa!
– Você não é perigoso, é? – sabia que aquilo soava estranhíssimo, mas tinha que enrolar para pensar em uma maneira de escapar... depois teria uma conversinha com Hagrid. Que história era essa de animais grotescos que o conheciam?
– Muitos já pensaram isso, há 36 anos atrás... fui confundido com um outro animal, que atacava alunos...
– E quem era esse animal? – continuou enrolando, meio sem prestar atenção.
– Não falamos seu nome! Mas ele vive na Câmara Secreta de Hogwarts...
Régulo se alarmou. Em seu primeiro ano em Hogwarts ouvira a história da Câmara Secreta e que ela havia sido aberta 15 anos antes dele começar a estudar...
– Mas porque acharam que era você?
– Ah, um garoto disse que era Hagrid que fazia isso...
– Mas, você sabe o nome desse garoto?
– Não tenho certeza. Hagrid disse, mas não lembro bem... Se não me engano, era Tom Riddle.
Snape acordou. Estava o maior alvoroço por perto, no bar. De repente uma voz feminina disse:
– O senhor está bem? Perdoe-me, mas ouvi a sua conversa. Vi que conhece o Régulo...
– Você também o conhece? – disse levantando-se.
– Nos conhecemos aqui. Ouvi o senhor falando para ele fugir... o que está acontecendo?
– Bem, é uma longa história. Basta que saiba que Régulo está sendo procurado.
– Por quem? O que ele fez?
– Por Voldemort. Não posso contar o que ele fez.
– Senhor, quero ajudar Régulo também. Posso os acompanhar?
– Eh... mas... é perigoso...
– Não importa!
– Não devia ter te contado nada!
– Não diga isso, só quero ajudar!
– Saiba que será muito perigoso.
– Não há problema.
Snape ficou calado. Nem sabia o nome daquela moça! Talvez ela até estivesse do lado de Voldemort e fosse uma espiã! Mas algo em seu olhar dizia a ele que deveria confiar nela.
– Qual é seu nome? – perguntou, enfim.
– Agatha Forgetful.
– O meu é Severo Snape. Vou pô-la a par de tudo.
Snape se lembrou de algo que o fez acreditar em Agatha. Ele entreouvira a conversa entre Agatha e Régulo antes de avisá-lo que os Comensais estavam vindo, então Régulo realmente conhecia Agatha. Em seguida contou tudo o que ele e Régulo planejaram: enquanto Snape frustrava o plano de Voldemort, Régulo impedia a imortalidade do mesmo.
– Meu plano então é avisar Tiago do plano.
– Vou com você.
– Certo. – disse Snape, pensando, “por que tudo tem que se complicar sempre?”.
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