O Centauro e o Duelo



— T-T-Tom Riddle? — Régulo se surpreendeu. Esse era o nome do pai de Voldemort! Mas as datas não batiam. Não havia como o pai de Voldemort ter estudado há 36 anos. Voldemort não era tão novo assim. Parou e ia começar a pensar quando a aranha gigantesca, cega e idosa que parecia se chamar Aragogue respondeu:

— Sim... mas isso não é da sua conta... vai servir de jantar para minha ninhada... Adeus...

— O quê? — disse Régulo, enquanto centenas de aranhas pulavam em sua cara. Ele gritava "Estupefaça!” para todo lado, mas pouco adiantava... ele sabia que existia algum feitiço específico para aranhas, lera em algum livro... “Impedimenta!” gritou, mas continuava sem funcionar. Qual era o feitiço? Ele corria para todos os lados, e tomou uma lufada de uma aranha e foi lançado para o alto...

De repente... "Aracna lancio"!. Lembrou do feitiço na última hora. Foi quase um dominó. Aranhas voavam para todo o lado, mas nunca terminavam... então ele tropeçou e caiu.

Quando foi olhar, as aranhas haviam formado um círculo, não havia mais escapatória. O círculo foi se fechando, e Régulo, caído, não conseguindo mover um músculo... fechou os olhos, esperando o pior...

Até que “RI-I-I-I-INCH!!!”. Sentiu-se ser pego pela segunda vez em uma hora e quando abriu os olhos, viu que estava sentado numa clareira, e a seu lado havia uma forma que ele não sabia ser humana ou de um cavalo.

Percebeu , então, que estava ao lado de um centauro, que acendia uma fogueira.

— Está bem? — perguntou o centauro.

— Melhor, certamente... mas estaria infinitamente melhor se não tivesse sido atacado por uma horda de aranhas psicopatas...

— Não duvido. — respondeu o centauro, sério.

Régulo se sentou perto da lareira. O centauro se aproximou, também. Na luz, viu que tinha um corpo baio, com cabelos louro-prateados, e olhos de um profundo azul claro, como safiras claras.

— Perdoe minha ignorância... qual é o seu nome?

— Firenze.

— Ah... meu nome é Régulo, Régulo Black.

— Não está a procura de algo, está?

— Como poderia saber?

— As estrelas sabem de muitas coisas. Eu sabia que hoje encontraria um homem que mudaria minha vida pacata. Vênus me disse.

— Sei...

— Vejo que não acredita nas artes da adivinhação, não é?

— Digamos que não acredito muito.

— Passará a acreditar.

— Talvez...

— Então, Régulo Black, o que tanto procura?

— Não posso falar.

— Faço questão de te ajudar. O conhecimento dos centauros não deve ser subestimado. Têm a ver com aquele que os humanos tanto temem, e não pronunciam seu nome?

— Você sabe tudo de antemão! Para que vou te dizer algo, você já sabe tudo!

— Disse que não era para subestimar nossa inteligência. Mas não foi nada de mais. Nessas épocas, tudo de importante é relacionado a esse tal de Voldemort.

— Por que você iria querer me ajudar? O que você tem a ver com isso?

— Conheço Dumbledore. Ele me contou sobre Voldemort e pediu a ajuda dos centauros. Meu rebanho me disse que não aceitava trabalhar com humanos, mas não sou tão orgulhoso como eles. Prometi a Dumbledore que o ajudaria, uma vez que Voldemort estaria disposto a destruir todas as raças que não se aliassem a ele. Se os centauros ou se aliariam a ele ou seriam destruídos, penso que é melhor lutar contra Voldemort, e se os humanos também são contra ele, estamos do mesmo lado. — falou Firenze, cheio de emoção e solenidade.

Régulo então percebeu que não temia mais ouvir o nome de Voldemort e ficou orgulhoso disso. Viu então que tinha um bom amigo e aliado à sua frente. Lembrando-se de suas aulas de Trato das Criaturas Mágicas, anos atrás, recordou que os centauros eram realmente criaturas inteligentíssimas, mas orgulhosas. Disse então:

— Se está comigo, estou com você. Vou contar a você o que sei e o que estou fazendo.

Então contou tudo para Firenze. Desde que se alistara aos Comensais, anos atrás, até a conversa com Aragogue, minutos antes. Firenze ouvia tudo com atenção, e compreendeu tudo o que Régulo disse. Então, o centauro contou o que já havia conversado com Dumbledore, e mais tarde ainda tentaram descobrir mais coisas sobre Voldemort, juntos. Chegaram à conclusão de que Voldemort também deveria chamar-se Tom Riddle, já que seu pai se chamava assim, mas aparentemente não fora ele que abrira a Câmara Secreta, logo os dois deveriam ter o mesmo nome.

— É um bom avanço, Firenze, agora podemos ir a Hogwarts ver se achamos alguma ficha ou menção ao nome dele lá! — falou Régulo, quando chegaram a essa conclusão.

— Certamente é um avanço. — respondeu Firenze.

Depois, quando foram dormir, Régulo pensou: “Até que essa tentativa de destruir Voldemort está me servindo: pela primeira vez tenho amigos...”.



Snape e Agatha saíram encapuzados do Caldeirão Furado. Assim que saíram, entraram num pequeno beco, onde aparataram em Godric’s Hollow, próximo à casa dos Potter. Andaram um pouco mais até chegarem na casa de Tiago e Lílian Potter.

Bateram na porta. Tiago abiu a porta. Estava com um roupão púrpura.

— Quem incomoda?

— Severo Snape — respondeu, olhando para o alto — Estou começando a duvidar de sua masculinidade, Potter — disse, olhando para o roupão.

— O que um seboso veio fazer em minha casa? Tomar chá? — rebateu Tiago.

— Não receberia visitas assim, Potter. Vim em paz. — Snape ergueu sua mão direita em sinal de paz, sarcasticamente.

— Por que está aqui, então?

— Precisamos conversar.

— Precisamos?

— Precisamos, Tiago, por favor.

Tiago teve um sobressalto. A coisa era séria. O seboso falara em tom de quase súplica, e nunca o chamara pelo primeiro nome. Tiago falou:

— Entre, então, Ranhoso...

Eles entraram e se sentaram num sofá perto da lareira. Percebeu então que havia uma moça atrás de Snape.

— Não sabia que tinha se casado, Snape! Nunca imaginei que alguém iria o querer! — brincou.

— Estou falando sério, Potter! É sobre o Lord das Trevas! Lúcio Malfoy deve estar vindo te pegar agora mesmo!

— O quê? — Tiago estava achando aquilo bem estranho... Snape sempre o odiara, e agora vinha com essa de querer salvá-lo? Que coisa sem sentido! Começou a desconfiar que era um plano de Voldemort. — Não me venha com idiotices, Ranhoso. Deve estar a trabalho para seu querido Voldemort, não é isso?

Snape se contorceu ao ouvir aquele nome.

— Tiago, sou contra o Lord das Trevas!

— Rá! Só me faltava essa...

— É verdade! O Lord quer tomar o ministério usando o Imperius nos aurores e te usando como refém!

— Por que eu acreditaria em você, Snape?

— Talvez, pelo simples fato de que eu já o teria matado se fosse do lado de Voldemort!

— Ou o plano não era esse...

— Tiago, acredite em mim!

Tiago já não sabia o que fazer. Achava que Snape não estava mentindo, pois reconhecia quando as pessoas mentiam, afinal era Chefe dos Aurores. Mas ainda assim estava preocupado: e se Snape estivesse encenando tão bem que Tiago não percebera?

— Vou ouvir o que tem a dizer, Snape, mas não ache que estou acreditando em você por isso.

— Não tem problema. O importante é que você saiba.

Snape contou do plano de Voldemort e da conversa que tivera com Régulo.

Tiago, então, falou:

— Você está tentando que eu acredite que o irmão de Sirius, de quem ele falava tão mal, e você, resolveram do nada que são contra Voldemort e vão impedir sua imortalidade e frustrar seu plano?

— Eu e Régulo percebemos que estávamos do lado errado! Por que você não quer acreditar? Não é você que sempre vê o lado bom das pessoas?

— Quero provas, Snape.

— Ajudei a salvar Régulo Black de um ataque de Comensais. Aliás, a maior prova é que os Comensais estão atrás dele.

— E quem pode provar isso? — perguntou Tiago.

Agatha, que estava calada até então, falou:

— Eu!

Tiago percebeu a verdade quando Agatha falou. Mas, ainda assim...

— Com todo respeito, querida senhora mulher de Ranhoso, você poderia estar enfeitiçada. Aliás, é o mais provável, quem se casaria com uma joça dessas?

— Não sou mulher dele!!!

— Aceitaria fazer o Voto Perpétuo, Potter. — falou Snape, cansado.

— Não faria isso, Snape, mas vou acreditar em você e sua filha.
— Não é minha filha! Eu a conheci no Caldeirão Furado! — falou Snape.
— Ahá! Sabia que estava rolando um clima! — falou Tiago, apontando para Snape.
— Você nunca vai parar de encher meu saco, não é, Potter?
— Acho que não.

— Por favor, não fale nada para Sirius Black — falou Snape, mudando de assunto — Não seria bom se muitos soubessem que estamos impedindo esse plano, ou chegará aos ouvidos do Lord das Trevas.

— Nem teria como. Sirius viajou e disse que não pretende voltar cedo. Ele está fugindo dos Comensais.

— Sério? Não fiquei sabendo que os Comensais estavam atrás dele. Parece que o Lord não confia tanto em mim quanto achei que confiasse.

— De fato. Por que não fala o nome de Voldemort?

— Só você fala o nome dele no mundo inteiro.

— Dumbledore e Sirius também. E se eu tiver um filho farei com que ele chame Voldemort pelo nome.

— Espero que não exista mais o Lord das Trevas quando você tiver um filho. Ou filha.

— Ou filha. — Concordou Tiago.

Houve um momento de silêncio, que foi interrompido por vozes sussurrando do lado de fora da casa.

— Deve ser Lílian. Ela disse que foi no St. Mungus ver uma amiga que estava machucada.

As vozes estavam mais próximas agora.

— Ouço uma voz masculina. — disse Snape.

— Lílian e outro cara? Me dê licença, Snape!

— Não ouço Lílian. — falou Snape.

Agora as vozes estavam bem perto.

— Comensais — falou Snape — Tenho que ir.

— Pela porta dos fundos! Rápido, Snape! Vá com sua noiva para um jardim aqui perto!

Snape saiu em disparada com Agatha logo atrás.

Tiago pegou sua varinha e apontou para a porta, que voou pelos ares sob o feitiço de dois Comensais.

— Lúcio... e Rosier! Quanta honra! Aceitam um chá? — falou Tiago sarcasticamente.

— Com açúcar — caçoou Lúcio.

— A que devo a honra? Aceitam algemas, também? — falou Tiago, apontando a varinha para Lúcio.

Expelliarmus! — gritaram ao mesmo tempo. Os feitiços se encontraram, mudando de direção, atingindo o sofá.

Incarcerous! — gritou Rosier.

Fiat Escudo! — um escudo de bronze apareceu, rebatendo o feitiço.

— Um contra dois é covardia! — Brincou Potter — Mas vocês são tão ruins que nem faz diferença um ou dois.

E apontou sua varinha para Rosier, que levantou a dele para se proteger. No último instante Tiago mirou Lúcio, que estava despreparado, e gritou:

Disparate!

Um jato de luz laranja saiu da varinha de Tiago e atingiu Lúcio em cheio, que foi arremessado para trás, inconsciente, com uma marca como se tivesse levado um tiro de bala de borracha.

Rosier, então, e varinha pronta, falou:

Imobilus!

O feitiço atingiu Tiago, no momento que a porta dos fundos se abriu e, sem Rosier ver, Severo Snape falou “Sectumsempra!”.

Rosier começou a sangrar muito, mas Snape estancou o sangue, estuporando Rosier. Fez isso com tanta agilidade que Rosier nem viu quem era. Snape, então, aproximou-se de Tiago e murmurou:

Finite Incantatem!

Tiago recuperou os movimentos, e Agatha entrou, também.

Snape falou, com um sorriso:

— Agatha não é minha noiva.

— Ahn? Ah, sim... Agatha?

— Sim. Meu nome é Agatha Forgetful. — disse Agatha.

— Ah, sim, você quase não fala — comentou Tiago, arrumando o roupão.

— Sou meio tímida...

— Agora tenho certeza que você não está mentindo — falou Tiago — depois do que aconteceu...

— Até que enfim.

— O que vamos fazer com Malfoy e Rosier? — perguntou Snape.

— Sou um auror, posso prendê-los. — falou Tiago pensativo.

— Ótimo. Acho que devemos ir para Azkaban logo. Ou os outros Comensais estarão lá antes de nós.

— Certo. E é impossível aparatar lá, então temos um longo caminho pela frente — falou Tiago.

— Verdade.

Houve outro momento de silêncio Tiago, então, olhou para o sofá destruído, o chão ensangüentado, a bagunça...

— Lílian vai me matar. — concluiu.

— Vai mesmo. — comentou Snape.

— Minha auto-estima agradece, sabe?

Ouviram outras vozes por perto. Dessa vez uma masculina e outra feminina. Tiago saiu correndo para a porta e gritou achando que sua mulher estava com outro.

— LÍLIAN!

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