Capítulo 24



A Fortaleza Interior
By Idamae


Negócio de leis: As personagens pertencem a J.K.Rowling. Estou apenas emprestando-as, por razões não-monetárias.

Esta história contém imagens que podem ser perturbadoras para alguns leitores, incluindo estupro, violência, assassinato, sexo, tortura e um grande número de outras coisas mórbidas. Se você não quer ler sobre tais coisas, aperte o botão Voltar, AGORA!!!

Capítulo 24

Severo pôde ouvir suas risadas no caminho até a sala de estar. Hermione e Gina estavam, mais uma vez, lá fora sob a luz do sol, com água até o pescoço. Sua pequena surpresa para ela, combinada com a visita da amiga, foi à distração que ele há tanto desejava. Hermione estava mais feliz do que ele já vira nesses tempos.

Ela passava muitas horas do lado de fora, agora, mesmo com o clima opressivo de Julho. A água servia para relaxar a tensão que o bebê causava no corpo dela. Seus pés ainda estavam inchados e a dilatação do seu cérvix progredia vagarosamente; mas agora eles já haviam passado do ponto onde um parto prematuro não seria mais perigoso para o bebê.

Severo estava agradecido a Srta. Weasley. Ela havia lhe dado algum tempo para preparar seus novos aposentos e comprar tudo que o bebê precisasse. Hermione não sabia, ainda, que ele planejava ficar com o bebê. Qualquer pergunta que ela fizesse a Alvo seria pontuado com informações simples. Uma família amável concordara em ficar com a criança, já que não tinha nenhuma esperança de terem seu próprio filho.

Gina Weasley veio correndo pela sala de estar, quase caindo sobre Severo quando parou. Ela estava vestida com um macacão marrom e seu cabelo estava preso.

- Professor, minhas desculpas. Eu não havia lhe visto. Não quero ser rude, mas eu deveria encontrar o Harry para almoçar em uma hora.

Antes que Severo pudesse piscar duas vezes ela saiu porta afora. Ele encontrou Hermione sentada numa cadeira do lado de fora. Ela estava vestida somente com uma camiseta enorme que batia nos joelhos, tendo insistido que ela pareceria ridícula em qualquer tipo de roupa de banho naquele estágio da gravidez. Ela sorriu para ele, o sol refletindo as gotas d’água em seu cabelo.
- Oi.

- Oi.

Hermione parecia embaraçada e Severo pegou a toalha de suas mãos, moveu-se para trás dela e começou a secar seus cabelos gentilmente, desembaraçando-os com os dedos enquanto passava por eles.

- Algum problema? – ele perguntou em voz baixa.


- Nada, realmente. Só não estou me sentindo muito bem hoje. Eu não quis preocupar a Gina, ela estava se preparando para encontrar o Harry. Acho que quero entrar e deitar um pouco. Só não sei como faço para me levantar.

Por trás, Severo a enlaçou com braços fortes e rapidamente ela estava de pé. Hermione encostou-se nele, o corpo dela enroscando no dele. Com sua ajuda, rapidamente ela estava sentada na beirada da cama.

- Vou chamar a Papoula. – Severo lhe disse firmemente, realmente preocupado dessa vez.

- Não, Severo não a incomode agora. Eu só estou muito cansada, não consegui achar uma posição confortável essa noite e realmente eu preciso dormir.

Severo estava ciente das dificuldades dela durante a noite. A agitação e as cinco viagens ao banheiro lhe deram muito pouco tempo para descansar também.

- Está bem, vamos trocá-la e então você poderá tirar um ótimo cochilo.

Ele retirou uma enorme camisola do armário e a ajudou a tirar a camiseta molhada. Ele teve o cuidado de manter os olhos no cabelo dela, não ousando olhar mais nada. Ele viu de relance os seus seios, que estavam magníficos naquele estágio da gravidez. Severo se recusou a sequer permitir pensar estar com ela daquela maneira. Seu coração não suportaria aquilo.

Assim que ela estava coberta novamente, ele a ajudou a deitar-se no colchão.

- Severo você ficaria comigo? Ela perguntou com um tom surpreendentemente aterrorizado na voz.

Ele tirou os sapatos e deslizou na cama atrás dela, um braço envolvendo sua barriga. Ele sentiu uma óbvia contração nos músculos do abdome dela, e sentiu sua tensão. Severo não disse nada, mas marcou mentalmente o tempo. Quase um minuto depois, ele sentiu o corpo dela relaxar. Severo esperou tenso e estava quase decidindo que era o corpo dela se movendo naturalmente quando de novo, os músculos se contraíram.
Quinze minutos.

Depois de mais quinze minutos passados e mais uma contração vir e sumir, ele perguntou docemente.

- Quanto tempo?

- Começaram essa manhã.

- Porque você não disse nada?

- Não existe razão para colocar todo mundo em alerta. Ainda pode demorar dias. E não estão muito fortes. Ainda é cedo.

- Ok. – Severo sabia com sua mente clínica que ela estava certa. Ainda assim, seu coração batia tão forte dentro do peito que ele achava que teria um ataque. Ele se forçou a relaxar e moveu sua mão para a cintura dela, tentando evitar sentir as contrações que poderiam apenas deixá-lo ainda mais nervoso.

Mesmo com o trabalho que seu corpo fazia, Hermione adormeceu. Severo de qualquer forma, sentia-se totalmente cansado, mesmo com toda a insônia que estava tendo. Visões cheias de pesadelos das horas que viriam enchiam sua mente. Em todos aqueles anos como Comensal da Morte, ele jamais sentira tanto pânico como agora. E se alguma coisa acontecesse com ela? Certamente, ele estava sendo tolo, mas ela estava preste a trazer ao mundo um ser humano.

Depois de longas horas, Hermione se mexeu nos braços dele. Sua mão deslizou por seu abdome.

- Estão ficando mais fortes agora. – ela disse baixinho, infiltrando-se no sonho acordado dos primeiros passos do seu filho.

Severo se desvencilhou dela e sentou, Hermione rolou de costas e olhou para ele, mordendo o lábio inferior.

- Você quer que eu chame a Papoula?

Ela balançou a cabeça veementemente.

- Não, ainda não. Por favor, Severo, eu quero manter isso somente entre nós dois o máximo que eu puder.

Severo quis discutir com ela, ele não queria estar sozinho, ali, com ela. Ele queria Papoula e Gina, elas saberiam o que fazer. Ele seria inútil. Ele estava assustado.

O terror deve ter ficado aparente em seu rosto. Hermione levou a mão gentilmente à bochecha dele.

- Vai ficar tudo bem, Severo se você não pode fazer isso, eu entendo. Chame a Papoula e vá ver Alvo.

- De maneira nenhuma eu vou ver o Alvo enquanto você estiver trazendo esse garoto ao mundo. Eu posso fazer isso. Diga-me o que fazer, Hermione, diga-me.

- Apenas fique aqui. Converse comigo. Espera um pouco, você disse esse garoto. Ah Deus, Severo. Eu só o chamei de isso. Soa tão duro chamar de “isso” o tempo todo. – Hermione estava sorrindo agora. – eu não queria que você pensasse que é um menino, na verdade eu nem pensei sobre isso. Eu não sei se esse bebê é um menino, nem quem é... – sua voz falhou. – Ai caralho! Isso dói! Aonde você pensa que vai Snape? – Severo havia se movido em direção à lareira, preparado para chamar Papoula. Com um longo olhar para o pó de flu, ele voltou para o lado dela.

As unhas da Comensal se enterraram nas costas da mão dele.
- Merda, eu não vou fazer isso de jeito nenhum. Eu não posso fazer isso. Filho da puta. – Sua cabeça se movimentava precariamente quando sua mão livre agarrou freneticamente o cobertor embaixo dela. Seus movimentos continuaram, e os olhos que estavam apertados pela dor, abriram-se vagarosamente.

- Ah meu Deus, Severo. Desculpe.

Ele deu uma risada curta e retirou uma mecha de cabelos da testa dela.
-Não se preocupe, querida. É apenas a minha pele.
Os olhos dela estavam confusos até ele mostrar as meias-luas ensangüentadas nas costas da mão.

-Ah, não, eu não me sinto culpada por isso. Bom, eu me sinto. Mas, que droga, Severo. Minha bolsa estourou.

Ele olhou para a poça marcando sua cama. Tudo bem, ele podia agüentar junto com ela as contrações, mas isso...

- Ah, meu Deus, Hermione. Está vindo. Vou chamar a Papoula.
Ele cruzou o quarto até a lareira e depois de jogar o pó de flu violentamente gritou:

- Papoula Pomfrey. Desça aqui AGORA!!

Ele voltou para a cama e com um sussurro a cabeceira da cama se levantou, inclinando a bruxa que choramingava.

- Hermione, amor, acalme-se. - Severo estava ao lado dela. - Bruxas têm bebês todos os dias. Tudo vai ficar bem. Papoula estará logo aqui, e depois Gina, e elas vão cuidar de você. – as lágrimas dela pareciam uma cachoeira agora, e seu queixo tremia. – Querida não tenha medo. Isso acabará logo, tem que acabar. Eu não sei...

- Severo, cala a boca. Eu não estava assustada com esse parto, mas agora você está me deixando nervosa. Controle-se, por favor.

- Severo, talvez você fique melhor esperando lá fora enquanto eu a troco e arrumo essa bagunça. - a voz de Papoula veio da porta e soou estranhamente como a de um anjo. – Há uma caixa de suprimentos com o nome dela em meu escritório. Você poderia pegar pra mim, por favor?

Papoula pos as mãos gentilmente em seus ombros e conduziu o aterrorizado bruxo, colocando-o para fora do quarto. – E tente encontrar a Gina para mim, se puder me fazer o favor.

Quando a porta fechou atrás dele, ele pôde ouvir a voz de Hermione.

- Meu Deus lá vem outra novamente.

Ele virou-se e saiu correndo porta afora, carregado de forte adrenalina. Assim que virou a esquina no corredor, ele foi de encontro à Harry Potter, trombando com ele e o jogando ao chão. Atrás dele, Gina empalideceu.

- Gina, desça lá agora. O bebê... Hermione... ah, merda! Apenas desça lá!

Com um salto, ele passou pelo garoto no chão e subiu os degraus de dois em dois. Depois que encontrou os suprimentos pedidos, ele voltou às masmorras em meros minutos. Quando ele abriu a porta dos aposentos, Alvo e Harry já estavam lá. Harry andava de um lado para o outro preocupado e o Diretor estava sentado no sofá, um esboço de sorriso brincando nas laterais de sua boca. Severo correu para a porta do quarto, pulando uma cadeira no caminho. Com um tropeço, ele caiu sobre a mesa próxima, jogando os objetos dentro da lareira. A porta do quarto abriu e Papoula saiu, com um olhar fuzilante.

- SEVERO SNAPE. ACALME-SE! – ela foi até o bar e lhe trouxe uma garrafa de Bourbon e um copo.

Severo a olhou do chão quando ela encheu o copo até transbordar.

- Papoula, certamente este não é um bom momento para você...

- CALA A BOCA E BEBA ISTO! - ele viu o copo parado embaixo do seu nariz. Com a mão trêmula, ele pegou o copo e o esvaziou em dois goles. Papoula tirou o copo da mão dele e o encheu até a metade dessa vez. Obedientemente, Severo tomou o líquido mais uma vez.

Com um movimento irritado, Papoula pegou a caixa com os suprimentos caída no piso de carpete no chão.

- Agora, quando você puder se comportar e parar de agir feito uma criança, você poderá entrar.

Com uma batida na porta do quarto, ela sumiu.

Alvo não pode se controlar mais. O bruxo estava se contorcendo de rir. Rapidamente Harry se juntou a ele.

-Severo, se você pudesse ver a sua cara... – Harry tirou os óculos para secar as lágrimas dos olhos.

Severo se encostou à parede, sentado no chão e olhou para o teto.

-Deus, o que eu vou fazer? E se alguma coisa der errado? E se houver alguma coisa errada com o bebê, se alguma coisa acontecer com ela, se... – antes que ele pudesse terminar, alguma coisa forte o acertou no estômago.

- É melhor beber alguma coisa Severo. – a voz de Harry lhe disse. – Desse jeito você nunca vai entrar naquele quarto.

- Eu não posso entrar. Quer dizer, vai ter muito sangue, o sangue dela. E aquela bolsa, aquilo é demais. Ela está se contorcendo e gemendo e...

O sorriso do diretor estava pequeno agora. – Severo. - ele comandou. – Acalme-se e entre lá. Você foi um Comensal da Morte e um espião e foi você quem mais nos ajudou a acabar com Voldemort. Eu acredito que você é capaz de sentar lá e segurar a mão da Srta. Granger enquanto ela trás uma criança ao mundo. Levante seu traseiro do chão e entre lá AGORA! Ela precisa de você, homem!

Se havia alguma coisa mais aterrorizante para Severo que encarar Hermione e suas dores de parto era Alvo Dumbledore nervoso. Como uma criança obediente, Severo se levantou e entrou no quarto.

Hermione estava no meio de uma contração, agarrando o braço de Gina firmemente enquanto forçava a barriga, sem saber da presença dele. Papoula veio até ele e lhe falou num sussurro.

-Ela está com aproximadamente seis centímetros agora, e metade do trabalho está feito. Eu acredito que ainda vá demorar mais algumas horas. Suas duas personalidades estão trocando de lugar muito rapidamente, eu não consigo saber quem é quem. Veja se consegue manter uma delas focada.

- Tire suas mão de mim sua cadela. – Hermione esperneou na cama, empurrando Gina para longe. Os olhos de canela dela o encararam nervosamente. – Snape, finalmente controlou seu estômago o suficiente para voltar?

Snape cruzou o quarto e sentou na beirada da cama procurando pelas mãos dela.

- Não me toque. Eu juro que se o fizer, eu te castro sozinha.

- Eu queria ver você tentar, Granger. – Mesmo protestando, ela permitiu que ele segurasse suas mãos. Ele olhou nos olhos dela e disse numa voz aveludada à que ela respondeu.

- Hermione. Hermione. Vamos meu amor. Não se esconda de mim. Vamos agora. Nós vamos fazer isso juntos. Só você e eu.

Os olhos dela se fecharam quando outra contração percorreu o corpo cansado.

- Me escute agora, respire. Inspira... e expira.... Inspira... e... expira. Essa é a minha garota, de novo. Inspira.... e... expira. - ela obedeceu a seus comandos até o último traço de dor sumir.

Hermione abriu os olhos e sorriu para ele.

- Fazer isso juntos, é? O que você acha de deitar aqui Severo, só um pouquinho?

Ele foi até o meio da cama e tirou a roupa que estava ali. Gentilmente, ele secou o rosto suado dela enquanto falava.

- Eu faria se pudesse querida. Eu faria se pudesse.

Ela gemeu e tentou rolar para o lado.

- Minhas costas estão me matando. Eu tenho que acabar com isso.

Com a ajuda dele, Hermione virou-se trazendo consigo outra onda de dor. Juntos, eles passaram por ela, a voz doce dele lhe confortando perto do ouvido dela. Hermione se agarrou na parte da frente da camisa dele e faz o melhor que pode para seguir o que ele dizia.
- Inspira... e... expira. Inspira... e... expira.

Ela permaneceu daquela forma por um longo tempo, as mãos fortes dele massageando suas costas, seus quadris e os músculos cansados do estômago entre cada contração. Suas mãos gentis lhe banhavam com água fresca. Longos e delicados dedos colocavam pequenos cubos de gelo na sua boca quando eram pedidos. Severo não podia responder quem estava no quarto com eles, se havia alguém. Ele focou toda sua energia na mulher que amava enquanto ela se esforçava com sua natureza colérica.

O dia se tornou noite. Hermione começou a se mexer cansada, para um lado, de costas e para o outro lado. Nenhuma posição mais era confortável. O toque das mãos de Severo começou rapidamente a ficar irritante. Repentinamente, o grito dela ecoou pela noite.

- Deus, Deus, Severo, está doendo demais.




N/B Bom acho que todos já sabem que a fic mudou de tradutora. Não podemos deixar de agradecer a Noctivague e a Su_Snape pelo excelente trabalho, e também a Regine Manzato por aceitar terminar essa fic que tantos gostam. Vamos postar no SnapeMione e na Floreios na conta da Su_Snape. Só não será possível postar no ffnet, porque lá era a própria Idamae quem postava. Espero que vocês continuem acompanhando. Beijos Clau.

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