Capítulo 25
A Fortaleza Interior
By Idamae
Negócio de leis: As personagens pertencem a J.K.Rowling. Estou apenas emprestando-as, por razões não-monetárias.
Esta história contém imagens que podem ser perturbadoras para alguns leitores, incluindo estupro, violência, assassinato, sexo, tortura e um grande número de outras coisas mórbidas. Se você não quer ler sobre tais coisas, aperte o botão Voltar, AGORA!!!
Capítulo 25
- Fora Severo, agora! – Papoula mandou e ele se viu entorpecido pelo quarto e empurrado porta afora. Atrás dele, Hermione gritava de dor. Harry permaneceu perto da lareira, o medo escrito em seu rosto. Até mesmo Alvo, sempre otimista, parecia estar com uma cor pálida no rosto.
Severo sentiu um toque gentil em seu braço e virou-se com um olhar confuso para ver Minerva conduzindo-o em direção a uma cadeira. Ninguém falava. O que eles poderiam dizer? Os gritos de Hermione ecoavam pela masmorra. Gradualmente, eles se acalmaram um pouco, ficando menos desesperados. Finalmente, depois do que pareceu uma eternidade, Gina abriu a porta e passou. Ela se ajoelhou em frente ao Mestre de Poções, suas pequenas mãos encontrando as dele. Quando ela falou, foi com uma voz confiante e suave.
- O bebê está virado do lado errado, Professor. O rostinho dele está virado para frente, ao invés de estar de costas para ela. A parte de trás da cabeça dele está pressionando demais a espinha dela. Nós conseguimos colocá-la em uma posição que parece estar ajudando.
Severo estava procurando nos cantos de sua mente, tentando encontrar alguma coisa que pudesse ajudar.
- Você não pode lhe dar alguma coisa, fazer alguma coisa?
- Não, Professor. Se ela estivesse no St. Mungos os médicos de lá poderiam ajudar. Nós não podemos movê-la agora. Qualquer feitiço pode ser muito perigoso para o bebê, e você sabe que não existem poções para isso.
Severo parecia vencido quando concordou com a cabeça.
- Você pode entrar agora. Apenas continue o que estava fazendo. Estava ótimo. Mantenha-a focada. Ela só precisa de mais alguns centímetros para dilatar totalmente. Não vai demorar.
Severo levantou-se com as pernas bambas. No quarto, Hermione estava de joelhos próxima a cama. Ela estava com sua cabeça e braços nos lençóis e Papoula ajoelhou-se ao lado dela, tentando ajudá-la. Severo tomou lugar do outro lado dela e acenou para Papoula deixá-la. Hermione sentiu seu braço forte enlaçá-la e com um gemido encostou-se nele, permitindo que ele a ajudasse.
- Eu não posso mais fazer isso, Severo. Estou muito cansada. Eu quero desistir agora.
Severo sorriu entre os cachos dela.
- Você não pode desistir. Não vai demorar, apenas agarre aqui...
A voz dele foi cortada por um gemido baixo e gutural. Assim que ela passou pela contração, respirando em compasso com Severo, suas mãos encontraram o caminho até os ombros dele. Logo, Severo a suportava completamente. Exausta, ela deitou sobre ele, sua respiração pesada e quente no pescoço dele. Mais uma vez, as mãos dele trabalharam toda a extensão das costas dela, tentando relaxá-la e acalmar um pouco sua dor. De tempos em tempos ela foi passando novamente pelas dores, dificilmente tendo algum intervalo entre elas.
O ar quente em seu pescoço mudou, repentinamente. A pulsação estava rápida e furiosa. Inspiraexpirainspiraexpirainspiraexpirainspiraexpira.
- Papoula. – ambos chamaram juntos.
Inspiraexpirainspiraexpirainspiraexpira. A bruxa estava de joelhos novamente.
- Como se sente, Hermione?
Inspiraexpirainspiraexpirainspiraexpirainspira... expira... inspira... expira.
- Está vindo, ahhhh... eu preciso empurrar. Eu tenho que empurrar, agora. Ahhhh...
- Ofegue, da mesma maneira que você estava fazendo. Severo, assim que esta passar, nós temos que colocá-la de volta na cama.
Severo concordou, prestando atenção na respiração dela, para se preparar para o momento certo. Inspiraexpirainspiraexpirainspiraexpirainspira...expira...inspira...
expira.
- Certo, vamos levantar. – ele levantou todo o peso dela, suas pernas quase sem poder suportar a si mesma. Ele podia sentir o tremor nelas quando a virou e a colocou sentada na cama. Gina estava lá agora.
- Me ouça, Hermione. Uma mão suave virou a cabeça de Hermione, forçando-a a olhar para Gina. Ele viu sua dor recomeçar. – escute, assim. Heeheeheeheeheeheeheeheeheehee.
Hermione a seguiu devagar, assim como Severo.
- Heeheeheeheeheeheeheeheeheehee.
Seus olhos castanhos estavam presos aos dele. Juntos, eles passaram por mais aquela contração. Tão logo ela passou, mais uma vez, Hermione se moveu para deitar de costas na cama. Assim que ela estava reclinada, ele sentiu Papoula o empurrar. Um último olhar viu Gina se agachar entre as pernas dela.
- Heeheeheeheeheeheeheeheeheehee.
Papoula falou baixinho - Assim que esta passar, Gina vai examiná-la. – a medibruxa estava olhando para um pequeno monitor montado sobre o armário. Curioso, Severo caminhou até o local e apontou silenciosamente para o objeto. Obviamente, a mágica natural, linhas vermelhas surgiam no quadro como desenhos de montanhas.
- Isto são as batidas do coração do bebê. – Papoula explicou. – olhe aqui, está mais baixo agora. Olha o que acontece quando a contração termina. - heeheeheeheeheeheeheeheehee...hee...hee. A linha pulou novamente e ficou constante. Papoula sorriu com a cara de impressionada de Severo. – É completamente normal. – ela explicou.
Concordando outra vez, ele retornou sua atenção à cama. – Ela está pronta para empurrar – Gina anunciou. Severo voltou rapidamente, mas descobriu que não tinha absolutamente nenhuma idéia do que fazer. Gina Weasley estava no controle do parto, agora. – Professor, fique atrás dela, ajude a levantá-la um pouco. – Severo obedeceu, escorregando para sentar atrás de Hermione, o corpo cansado dela apoiado entre as pernas dele.
- Hermione, na próxima contração, faça força e agarre suas pernas. Professor, a ajude com isso. Respire fundo, segure, se incline e empurre enquanto eu conto até dez. quando chegarmos ao dez, relaxe e respire fundo novamente e faça força para mais dez.
Ele sentiu seu assentimento e tomou a liberdade de dar um pequeno beijo na cabeça dela. – É agora, amor. Você pode fazer isso. Nós estamos quase lá.
- Lá vai... oh céus.
Severo a segurou e colocou suas mãos sobre as dela nos joelhos. Com uma respiração profunda, ela empurrou. – Conte para ela, Professor. Um...dois...três...
A voz baixa dele se juntou à de Gina – Quatro... cinco...seis...sete...oito...nove...dez! – Hermione expirou e inspirou mais ar. Novamente contando.
Gina estava sorrindo quando a contagem acabou. – Descanse agora. Foi ótimo. O bebê ainda está muito alto, apesar disso. Em cada contração, empurre. Não perca nenhuma.
Hermione estava esparramada contra ele e logo eles estavam cobertos do suor dela. Severo alcançou com o braço a pia e com um pano úmido refrescou seu rosto. Severo sentiu seu esforço em sentar e eles começaram a contar novamente. Ele pode sentir o corpo dela enrijecer, tremendo com o esforço de chegar até o dez. – Dobre seu corpo sobre o bebê, Hermione. – Severo levantou-a um pouco mais. – Eu estou vendo cabelo, agora, bastante cabelo.
Hermione concordou enquanto continuava a empurrar. Depois da segunda rodada até o dez, - agora relaxe – Gina ordenou. – é como dar dois passos para frente e um para trás. O bebê desce e quando você relaxa, ele sobe. Você deve tentar empurrar o mais forte que conseguir para quando o bebê voltar, esteja muito mais baixo do que quando você começou.
Mais três contrações vieram e foram, Hermione ainda tremia em silêncio. Gina estava observando de perto o que acontecia lá embaixo e parecia preocupada com alguma coisa. Quando Hermione se encostou nele, esquecida de qualquer outra coisa além de seu corpo, Severo viu as duas medibruxas conversando perto do monitor. As duas voltaram para a cama. – Hermione – Papoula pegou o pano e segurou perto do rosto de Hermione. – o bebê ainda está do lado errado e estamos tendo problemas para fazê-lo entrar na posição correta. Assim que você tiver a próxima contração, Gina vai tentar virar o bebê. Vai doer, mas é necessário.
Antes que Hermione pudesse responder, ela estava se forçando novamente. – Um... dois... – o grito de Hermione ecoou. Papoula a ordenou – Hermione. Pare de gritar e empurre garota. Não gaste energia, não perca a contração.
- Três...quatro... – Severo pode ver Gina, com uma mão exatamente entre as pernas de Hermione. Seus olhos estavam fechados em concentração enquanto ela tentava ajeitar o bebê. A contração passou e Gina removeu a mão. – Bom trabalho, Hermione. Eu consegui virá-lo um pouco. Tentaremos novamente na próxima. Eu sei que dói. Desculpe-me. E, por favor, não grite, apenas empurre. Foque em empurrar.
Mais duas contrações vieram e foram antes que Gina anunciasse que o bebê estava na posição correta. Hermione estava fazendo força por uma hora e meia agora. Severo estava cansado só com o esforço em mantê-la apoiada e vê-la tremer. Ele não conseguia imaginar de onde ela tirava forças para continuar. Ela conseguia, entretanto, a cada nova contração. Ela empurrava, sem expressar uma única queixa.
Papoula estava trazendo um estojo de tecido cheio de instrumentos. Cobertores macios descansavam perto do pé da cama, assim como sobre a barriga de Hermione. – É agora, Hermione. Estamos quase lá. Certo, vamos lá então, EMPURRE.
- Um...dois...três...quatro... – Severo ouviu um suspiro escapar involuntariamente dela, apenas para ser cortado quando ela redobrou seus esforços.
- A cabeça está quase saindo. Boa menina. Muito bem, na próxima contração, empurre mais um pouco. Sem força. Eu quero tentar tirar a cabeça sem machucar você. – Papoula alcançou a Gina um frasco. – Isto é um óleo especial, vai ajudar a escorregar melhor. Você vai sentir meus dedos enquanto eu esfrego isso. Agora relaxe. - Severo pode ver o movimento da mão de Gina enquanto ela trabalhou em Hermione, fazendo com que a pele dela ficasse mais elástica.
Ele sentiu sua tensão aumentar e a levantou novamente. – um.. dois..três...
Muito bom, Hermione. A cabeça está para fora. Mais um bom empurrão.
Um grito feroz soou de Hermione quando ela colocou tudo que tinha neste último empurrão. Severo observou por sobre seu ombro, qualquer pensamento em continuar partiu, quando ele viu primeiro uma cabeça coberta de cabelos negros, então um corpo molhado e escorregadio emergir. – É uma menina. – Tão logo a criança veio descansar no estômago da mãe. Papoula rapidamente a cobriu com uma toalha e começou a esfregar a menininha viciosamente.
Severo segurou a respiração, esperando. O que começou com um pequeno murmúrio rapidamente se transformou num saudável choro de uma nova vida. Com um suspiro feliz, Severo se viu livre para respirar novamente. Papoula olhou para Hermione. – Você pode tocá-la, querida. Esfregue-a, assim. – Não houve resposta.
Severo saiu de trás dela. Gina lhe alcançou a tesoura, e com um movimento, Severo cortou a última conexão física entre mãe e filha. Hermione apenas olhou para o bebê com uma expressão vazia no rosto. – Hermione, ela está bem. – Severo disse docemente. – Você pode me ouvir? – ela olhou para ele e de volta para o pequeno e murmurante bebê; mas não fez nenhum movimento em pegar a filha nos braços. Severo pegou cuidadosamente a menininha e a aninhou em seu peito.
Gina ainda concentrava suas atenções abaixo e rapidamente a placenta saiu – Nem uma única lesão. – ela anunciou triunfante. Ela olhou para Hermione, cujos olhos seguiram Severo enquanto ele sentou na beira da cama e dizia palavras doces à recém-nascida.
-Hermione?- Quieta, Hermione não deu indicação que tivesse ouvido alguma coisa.
Severo estava encantado com a pequena menina aninhada em seus braços. Uma mãozinha pegara seu dedo e o movia de um lado para o outro, com movimentos desordenados. Ele contou, em voz alta, dez dedos. Então abriu o cobertor um pouco para contar dez dedos do pé. Quando a criança estava outra vez embrulhada no cobertor, ele ouviu uma vozinha – O Feitiço, Severo. – Hermione estava olhando para ele desesperada.
Não foi necessário maiores explicações. Papoula moveu-se até Severo e puxou sua varinha. Com um leve toque na cabeça do bebê, ela disse o feitiço Genetoris. Da ponta de sua varinha uma luz contínua cresceu. Ela começou e moveu-se devagar pelas cores do feitiço. No fim, ela se tornou um verde clarinho e se moveu diretamente para o coração de Severo.
Um sorriso iluminou o rosto de Hermione. Brevemente, apenas, mas era alguma coisa. Cuidadosamente, ela estendeu a mão e acariciou a bochecha de sua filha com um dedo.
- Severo, não importa o que vai acontecer agora, apenas lembre-se de dizer a ela que eu amei vocês dois.
- Você não tem que nos deixar Hermione. Você pode ficar. Para o inferno com ela; fique conosco.
- Para o inferno, é tudo o que eu estou esperando.
Os olhos de hermione se fecharam vagarosamente e então se abriram num segundo. Olhos furiosos voaram até a criança. Um longo, agonizante momento depois eles se fixaram em Severo. – Bastardo. - E então, ela se foi. Hermione caiu solta na cama, sem se mover, olhos fechados. Papoula correu para o lado dela e abriu uma pálpebra. – Severo leve o bebê daqui, agora.
- Papoula, o que está havendo?
- Apenas saia. Faça com que Minerva dê banho na criança e a vista apropriadamente. Deixe o quarto para nós trabalharmos.
Gina e Papoula estavam agora conversando entre si; mas Severo não as ouvia, não registrava suas palavras. Confuso e sozinho, apesar de seu bebê, ele saiu do quarto. Seguindo atrás dele, Gina empurrou um monte de cobertores, fraldas e similares para Harry. Com uma conversa sussurrada com Minerva, ambas entraram no quarto. Minerva voltou alguns minutos depois, carregando uma bacia. Severo sentou no sofá, encarando sua filha que dormia, com uma estranha mistura de amor e desolação.
Minerva veio sentando-se perto dele e sorriu para o bebê. – Ela tem um nome?
Severo engoliu com dificuldade e balançou a cabeça, uma lágrima caindo sobre sua filha. Muitas outras se seguiram e antes que ele pudesse ensopá-la, Minerva tomou gentilmente o bebê de seus braços. Como ele deveria reagir quando não tinha a menor idéia do que estava acontecendo? Este bebê agora era sua vida, sim. Mas sua alma estava deitada em sua cama, lutando contra Deus sabia lá o quê. Sua alma. “Mesmo se apenas o conhecimento que em algum lugar há alguém a quem você pertença completamente, mente, corpo, alma. Este é o maior presente que alguém pode receber. Uma riqueza.
- Riqueza. – Todos os olhos na sala se voltaram para ele. – O nome dela é Riqueza.
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