Confusões à bordo
De uma coisa Hermione tinha absoluta certeza : metade de sua confiança voltara atrás com Jack Sparrow.Tinha que admitir; na exata hora em que saltou abertamente do navio, pela janela de ladrilhos da cabine, não ocorrera mais nenhuma idéia miraculosa de seu próprio salvamento.Sabia que não poderia se esconder por toda a eternidade em uma ilha deserta, com um monte de homens brutais e primitivos, procurando-a incansavelmente, perante o chicote ardente de seu mestre sádico.
Por entre esses penosos minutos de agonia, a surpreendente aparição do pirata cuja personalidade física e psicológica, Hermione desprezara febrilmente; causara um impacto semelhante ao se jogar de um precipício, e no fim, cair em uma massa acolchoada completamente confortável.O bucaneiro esfarrapado e abusado, restaurara a confiança da jovem, ou pelo menos, metade dela.E, embora no fundo de seu peito, alguma coisa a informava que ele nunca mentira nem fora um mal-caráter, uma outra parte de seu eu; o eu que era movido apenas pelo raciocínio lógico, ignorando qualquer mensagem do coração, lutava incansavelmente para reunir pistas sombrias e incompletas, motivos para não confiar em Jack Sparrow.Uma delas era o fato de que o pirata não aceitaria nem por decreto (se isso fosse realmente respeitado por alguém de sua laia), abandonar aquele ninho de serpentes, sem antes recuperar os utensílios mais fajutos, que poderiam ser trocados por um análogo, mil vezes melhor.Os outros motivos, menos plausíveis do que o primeiro, eram apenas suposições que sua mente inventara, a fim de endurecer mais o contato entre a moça, e o suposto bandido.
O que era uma perda de tempo, pelo menos para Jack e seu modo de interpretar as circunstâncias, mesmo que sejam mortíferas.Talvez o pirata estivesse achando uma certa graça ao estudar o rosto apreensivo, o corpo bem encolhido e o olhar frio de Hermione a poucas polegadas de seu próprio corpo; já que o pequeno bote que remava, não era lá muito grande para caber os dois folgadamente.
Já estavam na meada do caminho para o navio, e não havia sinal de ninguém precatando o convés.Uma prerrogativa para os exilados.
-Não precisa agradecer, amor.-Falou Jack, tão de repente, que Hermione se esquivou e quase caiu dentro da água fria e imóvel.-Sabe; eu realmente gostaria de saber mais sobre sua adorável aparição naquela ilha... e se não fosse pelo fato de que estamos correndo um sério risco de sermos mortos por reles contrabandistas e as condições da minha visita ao paraíso tropical, eu agradeceria aos céus por terem escolhido tão bem, o meu amado...
-Obrigada.-Disse Hermione, um pouco mais brutalmente do que pretendia, mas querendo muito, fazê-lo parar de falar aquelas coisas em uma hora tão crítica, como aquela.-Por me salvar... - Completou, ao ver a sobrancelha erguida e o ar de riso do pirata.
-Eu já disse.Não precisa agradecer.
-Por que realmente voltou?-As palavras que Hermione tentava reprimir, saíram num impulso violento.Estimuladas, é claro, pela incontrolável altivez espontânea de Jack.
O pirata baixou os olhos para o piso de madeira, onde suas botinas e os pés sujos e descalços de Hermione, repousavam, quase colados uns nos outros.Ainda assumindo um ar bem-disposto, falou alta e claramente:
-Vim aqui para pegar os meus pertences e dar um belo soco na cara do capitão.
-Então, eu estava certa.-Criticou Hermione, tentando duramente, manter o clima descontraído; como fazia o cafajeste a sua frente.-É essa a verdadeira...
-Você, cara Hermione, tem um sério problema : desconfia demais.A senhorita só aceita a verdade que você mesma acredita, não se importando se ela pode ser equivocada.Claro, eu não sou desprezível a ponto de dizer que sou digno de confiança, mas acho que o que eu fiz você deve levar em conta, não?
-Mas...você mesmo disse...
-...a verdade que você está acima de tudo, querendo ouvir.Esse ódio que você tem de mim, está tentando esconder algum outro sentimento que pode estar aflorando em seu corpo, nesse exato momento, enquanto nossos pés se tocam, constrangidos.
-Ora, mais é um abusado!Um convencido!Como se atreve...!
Hermione soltou um gritinho agudo quando Jack largara os remos e a puxara pela cintura, para dentro d’água salgada e escura.O seu corpo foi invadido por um frio cortante de doer até os ossos.Ela estava sendo levada para o fundo, mãos horripilantes a segurava em sua cintura, e uma estranha voz, uma voz doce e bela, soava em seus ouvidos como um canto maternal.Mas algo estava errado...Hermione estava triste e preocupada.Parecia tensa, alguma coisa a imobilizara contra uma matéria sólida atrás de si.Vozes excitadas discutiam algo...Pensou que ia morrer afogada, mas logo se sentiu sendo puxada para cima, pelas axilas.
-Você está bem?
Hermione inspirou o ar fresco e sentiu um calafrio, tendo a impressão de que não era conseqüência da água estar tão gelada.O que acabara de ver e sentir, não acontecera realmente...tivera outra visão.
Jack Sparrow ainda a olhava, meio apreensivo, como se ela fosse desmaiar.Seus cabelos longos e cheios de tranças, estavam completamente encharcados; mas mesmo assim, não lhe tampava os olhos; ao contrário dos de Hermione.
-Por que você fez aquilo, seu desvairado!-Xingou a jovem, se esquivando das mãos de Jack em sua cintura, e oscilando por um momento, antes de começar a mover de leve, os pés dentro da água para que não afundasse.
-Foi justamente por essa atitude inteligente a sua, de começar a gritar aos quatro ventos que eu sou um abusado e inconveniente.Agora, se você parar de gritar, verá que estamos bem perto do inimigo, e que, com certeza, já notou um bote flutuando longe do litoral.
-Você não para de falar um minuto!Fica calado um pouco e pare de se mostrar.Pelo menos para mim!-Retrucou Hermione, agora aos sussurros como o pirata estava fazendo desde que pisaram fora da areia da praia.Ele passou a língua no queixo peludo, rapidamente, como se quisesse provar a água salgada.Seu queixo tremia.
-Muito bem, senhorita.Será que preciso ajudá-la a chegar no navio?Não estou reclamando, eu faria com prazer, mas isso depende e... e... um momento!Espere!Volte aqui sua...arg!Por que eu só consigo as difíceis?
Mas Hermione não ouvia mais nenhuma palavra do que Jack Sparrow dizia.Tomara uma dianteira do pirata, e agora nadava rapidamente, até a popa do navio.
Quando chegou ali, começou a se mover rodeando a embarcação; e apoiando em sua casca.Não ia ficar no meio do mar, ouvindo um pirata que por mais lhe devesse a vida, não passava de um metido conquistador.Infelizmente, este mesmo pirata, a alcançou na corrente grossa e lustrada da âncora do navio ancorado.Antes de ele começar a dizer alguma coisa, a jovem foi logo cortando:
-Olha, não me interessa o que você pensa, ou deixa de pensar.Só quero que, pelo amor de Deus, pare de aparecer.Vamos pegar essas suas malditas coisas e irmos embora daqui.
-Relaxa, amor.Se você teme que eu a deixe sozinha, assim que eu me apossar dos meus pertences, fica tranqüila, porque eles não pesam tanto assim, para afundar o bote que vamos fugir.
-Não, eu, não é isso que eu quis dizer...-Começou, embaraçada.
-Olha, vamos fazer o seguinte...-Interrompeu-a
Hermione se calara.Passara a ouvir cada palavra em que Jack dizia.Por momentâneos momentos, ela deslumbrava mais uma vez, visões do tipo, mãos fortes e penhascos submersos.Mas elas desapareciam cada vez mais rapidamente, e a única coisa que a jovem via, era um Jack Sparrow atento, explicando o que ela deverá fazer assim que pisarem no Pau-Brasil.No fundo, se sentia meio envergonhada.
-Entendeu?-Perguntou Jack.Hermione balançou a cabeça afirmativamente.
-Muito bem.Ah!-Lembrou Jack, e com seu indicador, chegou-o até os lábios de Hermione, que não reagiu.-Absoluto silêncio, até eu dar o sinal.É de máxima importância que você obedeça a cada palavra que eu dizer...
Hermione o fez parar de falar, tirando o palmo dele de seu rosto.Já começara a acariciá-lo despercebidamente.Um sorriso cínico percorreu por aquele rosto barbado, exibindo reluzentes dentes de ouro, antes de morder os lábios inferiores.
Jack começou a subir pela corrente da âncora com esforço; mas não tanto quanto a jovem que subia atrás dele.O pirata, calçado de botinas de couro, tinha essa vantagem, e por ser mais experiente, conseguiu apoiar as mãos na beirada da amurada do convés, enquanto Hermione estava na metade da subida, as mãos ardendo e os pés se cortando no metal.
-Muito bem.-Sussurrou Jack, olhando para baixo.-Cuidado e observe se não têm ninguém na cabine antes de entrar.Boa sorte... vamos precisar.-Completou baixinho, para si mesmo.
E logo Jack tomou o rumo para a proa do navio, andando dependurado, apoiando as mãos na amurada e os pés, tentando achar apoio na casca lisa do Pau-Brasil.Hermione ficou admirada e receou a possibilidade de não conseguir imitá-lo.Para o seu alívio, viu um bote bem próximo da corrente, e um monte de cordas rodeando a popa, presas na altura de pequenas escotilhas.Só o que teria de fazer, era subir em cima do bote, e muito devagar, pular para o outro lado, segurar nas cordas e ir pendurada até a janela estilhaçada logo atrás.
Jack finalmente conseguira chegar até a proa, pular dentro do convés e se esconder em um grosso mastro com cordames ao redor que terminavam em um único ponto : o cesto de gávea.Era lá que ia começar o estardalhaço.As luzes eram poucas.Só havia três lampiões: dois postados, um de cada lado da porta do tombadilho, e outro, em uma mesinha a qual o velho e o homem careca desdentado, jogavam um baralho antigo; sentados em barris de rum; as armas descansadas ao lado dos seus donos.
Ao começar a subir em um dos cordames, fazendo o mínimo de barulho possível, ele pôde escutar as vozes do velho, resmungando:
-É ridículo!Para que vamos nos preocupar com uma mulher como aquela?Podíamos simplesmente largá-la lá e deixá-la morrer do jeito que quisesse...isso se ela já não morreu.
O homem desdentado riu, mas depois assumiu um ar mais sério, enquanto retirava sem chamar atenção, um ás de espadas do bolso das calças.
-Pois é, Zinco...acontece, e se ela descobrir o nosso alçapão?
-É... tem isso... mas sabe, se alguém ligasse para o que eu digo, eu diria que o capitão está errado em trazê-la para cá.Principalmente, se ele fosse mais bonzinho e emprestasse ela para agente.
Os dois riram gostosamente, e continuaram a por cartas na mesa improvisada.
Não muito longe dali, Hermione tentava se manter na corda grossa, embora seu corpo doesse.Enfim, conseguiu distinguir uma luz dourada vinda da janela estilhaçada.Uma emissão de voz podia ser ouvida.
-...não senhor, eles ainda não voltaram.-Dizia um dos assistentes de Doom, e que, ao chegar perto da janela, a jovem pôde ver o homem com a cicatriz na testa.De costas para Hermione, Doom trajando um elegante terno azul-marinho, com um chapéu emplumado da mesma cor, encaixava balas de prata em sua pistola também prateada.
-Que inferno.Já era para eles terem dado algum sinal dela.Não é possível que esses idiotas não conseguem achar uma garotinha no meio daquele cubículo.
-Senhor, se me permite...ela pode muito bem ter morrido.Sabe, pular daquela altura... e ainda nadar até a praia...é muito difícil...
-Pra quem tem medo de água, igual a você, seu chiqueiro inútil.-Cortou Doom, e o queixo do homem tremeu.-Agora, arrume essa bagunça, e improvise uma janela.Não vou dormir no porão.Anda!
Doom saiu da cabine, deixando o arrogante homem, olhando feio para a porta e resmungando baixinho.Ele olhou para a confortável cama com os lençóis, e deu mais uma olhadinha de esguelha para a porta.
Sorrindo maliciosamente, correu para o móvel, e se jogou no colchão de penas.Lá, esticou os pés, tirando as botas de couro preto.As mãos atrás da cabeça, admirando a visão pouco bonita do céu lá fora...
-Você!
Hermione, que se pendurara em cima da grande janela sem vidro, foi vista ao descobrir a falta de diálogo lá dentro.Sem ter como escapar, soltou os pés e depois as mãos, ao estar ciente de que seus cálculos iam levá-la até o chão de madeira, sem pisar nos cacos de vidro.O homem, na pressa, avançou velozmente para a jovem, mas ao ficar bem perto dela, soltou um grito rouco, e passou a pular de um pé só.Com mãos segurando a sola do pé sangrento, avançou lívido de fúria, para Hermione.Essa, apanhou uma de suas botas no chão, e atirou, acertando em cheio, na testa do homem, que caiu desembalado.
Do convés, os presentes viraram atentos.Um raio cortou o céu de longe, iluminando por segundos, a porta do tombadilho e os rostos maldosos de Doom e seus capangas.
-Vocês ouviram um grito?-Perguntou o desdentado, a pistola frouxa na mão.
-Sim.Parece que a nossa querida jovem está dobrando a grossura do Krake.-Riu Doom.-Vamos lá dar uma força.
Ouviu-se um segundo grito e um barulho de impacto liquefeito.Mas ele não veio de dentro, e sim das alturas.Automaticamente, todas as cabeças viraram para cima.Lá estava ele.
-Jack Sparrow!Seu maldito!Seu...-Mas Doom parou de falar, e atravessou os barris de rum, até chegar a amurada, onde pode ver dentro da água escura, a cabeça ruiva de Guyosepe, emergindo.
-Senhôre!Ele me pegastes de surpresa!Me perdone capitan!
-Olá aí em baixo!-Gritou Jack.E mesmo de longe, podia-se ver um largo sorriso em sua boca.-Como vão ultimamente?Não gastaram todo o rum, gastaram?
Doom semi-serrou os olhos e mais uma vez, se dirigiu para o homenzinho na água.
-Procure algum bote em volta do navio e vá para a ilha, resgatar os excrementos do Gaspar e do Powl!Se é que eles ainda estão vivos!-Gritou a última frase.
-Ah, estão curtindo a ilha capitão.-Revidou Jack, em cima do cordame mais alto, entre as velas recolhidas.Estava totalmente descontraído.Balançava o pé e a mão direita, como se ameaçasse cair.
-Vai logo, imbecil!-Rugiu Doom, e Guyosepe começou a nadar para a parte de trás do navio.
-Senhor, o que fazemos com Sparrow?Atiramos?-Indagou o velho, apontando a pistola para o alto.
-Não.Poupe munição.Além do mais, a mira está longe demais.Faça o seguinte, de a volta despercebidamente e o ataque por trás.-Explicou Doom, sem tirar os olhos do pirata sorridente.
-Mas senhor... ele está observando nós três!Como é que...
O som da bala de Doom, fundiu com o som de um trovão retumbante, provocando assim, distração o suficiente para o velho correr para frente do navio, enquanto Jack ajeitava o chapéu que quase derrubara, no intuito de fazer mais uma acrobacia nas cordas.
Hermione procurava, desesperadamente, pelos pertences de Jack, revirando o armário espaçoso recostado na parede.Jogava as finas roupas no chão mas nem sinal.Calçava as botas negras do homem que se encontrava caído no chão.Com o desespero crescente, nem se dera o trabalho de amarrá-lo, ou prendê-lo; e logo vai notar o mal de não ter feito isso, pois o mesmo começara a despertar.
De costas, Hermione não percebera que o homem se erguia com dificuldade, o pé ainda sangrando, avançava para ela, com uma faca tirada de seu bolso, andando torto.
-Cadê, meu Deus?Onde está!?Será que...MMM!
O homem tapara a boca dela com a mão livre, e a outra, se fechou no seu pescoço.Lâmina e carne, muito próximos.
-Te peguei, gracinha.Está na hora de sossegar o seu facho...AAAHHH!
Um segundo trovão, ainda mais forte do que o primeiro, soou ali dentro, repelindo o grito do contrabandista ao sentir o caco de vidro penetrar e dilacerar em sua carne, devido ao forte pisão de Hermione.Ele soltou a faca na hora.Tombando no chão, o pé sangrando mais do que nunca; gemia abertamente.
-AJUDA!CAPITÃO!EU PRE...MMM!
A jovem enfiara uma roupa de baixo sacada no chão, na boca de Krake.
-Agora é você quem vai rolar.-Murmurrou Hermione, chutando e empurrando Krake, até a janela.
E com um toquezinho, o fez despencar lá de cima.Então, voltou à procura das coisas de Jack..Mal notou um estranho baque estrondoso vindo da janela.
-Então...o fato se resume ao seguinte : você voltou para resgatá-la?-Tornou a questionar Doom, sentado em um dos barris e olhando para as alturas de Jack.
-Meu caro Doom.Que outro motivo eu teria?-Respondeu Jack, agarrando firmemente o cordame, desde o segundo trovão.
-Bom...isso eu já não sei...mas sei perfeitamente como essa traição vai acabar.
E no instante seguinte, Jack travava uma luta de espadas, com o velho, entre os cordames e mastros.
-Mantenha-o aí, Zinco!Estamos subindo!-Berrou Doom, triunfante; e com toda a sua determinação, começou a subir em um cordame próximo, seguido de perto, pelo homem desdentado.
Esquerda, direita, cima, baixo, bloqueio, ataque... as lâminas afiadas se chocavam ruidosamente, acompanhadas pelos trovões e raios cada vez mais constantes, embora nenhum pingo de chuva caísse do céu anuviado.
-Precisando praticar, vovô.-Comentou Jack, calmamente, enquanto buscava mais apoio.
-Você vai morrer, pirata maldito.E eu vou ter a honra de fazer isso, antes que alguém faça...
-Se você tem tanta habilidade com essa espada, quanto tem atração por alguma mulher, então precisa se matar e nascer de novo, para realizar tal feito de matar o Capitão Jack Sparrow...
-Hora, seu insolente!MALDITO!-Gritou o velho, e uma súbita agilidade se apossou de sua mão e de sua espada.
Ele a brandiu tão rapidamente, que Jack teve que se esquivar.A lâmina cortou o cordame.O velho, que estava mais perto do cesto, se apoiou eu sua borda, mas deixou a pistola cair.Jack, que não estava tão perto, despencou pelas cordas indistintas e caiu em ‘‘cheio’’, no mastro posicionado horizontalmente, formando uma cruz com o mastro principal, na vertical, cujas velas recolhidas tentavam se soltar.
-Ai...meu... Deus...-Gemeu o pirata, e por pouco, não deixou a espada cair.
Doom chegara até o cesto por um outro cordame; e de lá, saltara para o mastro do qual Jack se encontrava, ainda na posição de impacto dolorido.
-O que foi, Sparrow?Está descançando?Ótimo, assim eu não faço muito esforço.
O capitão brandiu a espada e somente não acertou Jack, porque este, se engatinhara para a ponta do mastro.Doom andou em cima do pedaço cilíndrico de madeira, como um equilibrista em uma corda sem perder a pose.
-Então, parece que você chegou ao fim da ladeira...-Brincou Doom, apontando sua espada para as costas deitadas de Jack.-É o seu fim, Sparrow...e não se preocupe, vamos cuidar bem de sua querida Katy.
-Não é o fim, meu caro Doom.-Gemeu Jack, tentando se por de pé, embora as pernas não ajudassem.-Sabe; eu sempre me entrego á um pouco do meu precioso tempo, para refletir sobre o fim da ladeira... e cheguei à conclusão de que...há sempre uma outra opção para escolher...-E se levantou completamente, virando-se para Doom, atento a cada passo do pirata.
-Eu posso me render, e deixar que me mate...ou...posso...-Jack deu uma espiadinha pelo canto do olho, para a imensidão líquida logo abaixo dele e de Doom.Esticou uma perna e se atirou.Doom sacou a pistola rapidamente e atirou, mas errou por um triz, errando do lado direito de seu ombro antes de desaparecer na massa negra.
-Maldito!Eu devia ter imaginado!Sparrow desgraçado!-Gritou o capitão, observando as ondas de impacto se dissiparem.
-Capitão!Ele se jogou!-Disse o homem desdentado, pendurado em um cordame.
-Eu vi seu idiota.Vamos!Desça, pegue um bote e procure Sparrow até acharem!Mate-o se for preciso!
Hermione virara a cabine de cabeça para baixo.As vozes que ela ouvia, vindas do convés, haviam cessado, e isso a preocupou bastante.
Por fim, saiu dos aposentos de Doom, e entrou em seu escritório cheio de quadros, estantes e uma escrivaninha elegante.E ali estavam.Uma caixinha de madeira muito velha, uma pistola preta com detalhes prateados e a espada dentro de seu suporte.A jovem sorriu suavizada e andou até a escrivaninha, onde apanhou os objetos e meio que sem saber por que fizera isso, abriu a caixinha de madeira.
Imediatamente, a seta da pequena bússola que até então, parecia quebrada, começou á girar velozmente.Visivelmente confusa, Hermione se vira em uma sala.Mas não o escritório do Pau-Brasil; mas sim, em uma sala com carteiras enfileiradas, e um grande quadro negro na parede em frente para elas.As paredes eram de pedra.Havia objetos estranhos á toda sua volta...
De repente, tudo voltou ao normal, e Hermione piscou os olhos para o escritório.O Capitão Silver Doom, e os seus contrabandistas, inclusive Gaspar, Powl e um Krake lívido, apoiado em seus colegas, parecendo sentir mais dor, cada vez que a olhava com os olhos mais semi-cerrados...
-Ai...-Lamentou-se Hermione, largando a bússola excêntrica, em cima da escrivaninha.-Socorro...
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Desculpem a demora, mas realmente, para fazer uma boa fan fic, leva tempo, é é muita idéia que passa pela minha cabeça...kkk
Bom aí está o antepenúltimo capítulo da fic.Espero que gostem.
Ah, sobre os outros personagens, realmente aparecerá um importante no próx cap ^^, mas vai ter q esperar até la...
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