Contratempo de Peruca Branca
-Ora, quem está aqui conosco...
Doom torneou seus contrabandistas, realmente satisfeito.Hermione tremia da cabeça aos pés, e não ousava tirar os olhos do capitão que se aproximava cada vez mais de si.
-Então diga, minha cara Violet...-Começou Doom, parando do lado da jovem e falando bem perto de seu ouvido.-Onde se encontra o Capitão Jack Sparrow?
Hermione não respondeu.Estava suando frio, e a cada respiração arfante do homem ao seu lado, soprava-lhe como um desejo obscuro e insaciável de cometer algum delito.O capitão deu um sorrisinho pretensioso, e agiu logo após, de tal forma, que até os seus contrabandistas o olharam, maravilhados.
-RESPONDE, SUA ORDINÁRIA!-Bradou, apertando as burlas de Hermione com força com uma de suas mãos, fazendo-a formular um beicinho involuntariamente, enquanto a sua outra mão prendia os pulsos da jovem sobre a mesa.-ONDE ESTÁ JACK SPARROW?FALE!
Talvez porque o aperto em suas bochechas fosse mais firme do que Doom pretendera, talvez fosse pelo medo crescente em seu peito, Hermione não pronunciara uma só palavra.E isso não foi, definitivamente, uma boa escolha, pois o cansado e furioso Doom, a largou em cima da escrivaninha e lhe deu um tapa no rosto, com as costas de suas mãos pesadas.
Hermione tombou na escrivaninha, e derrubou os pertences de Jack, e ainda, alguns livros de conta.Indo parar do outro lado, correu em direção a saída, mas o que encontrou, foram os contrabandistas que a seguraram por todos os lados.
-Me solta!ME SOLTA!ME LARGA!-Gritou ela, se esquivando inutilmente, dos apertos dos homens atrás.
-Muito bem, meus caros!-Interpôs Doom, sobrepondo sua alta voz, dos gritos horrorizados de Hermione.-Há tempos que eu prometo a vocês, melhores benefícios de seu fiel trabalho... e cumprirei com essa promessa, hoje.-E aí, ele olhou para a jovem, os olhos mais uma vez, vermelhos.
-Levem-na para o convés, e desfrutem-na ao máximo.Mesmo sendo um bando de incompetentes, considerem como um bônus salarial.
Os contrabandistas trocaram olhares de malícia.Gaspar e o desdentado ergueram-na, tirando os seus pés do chão, e a levaram para o convés, em meios aos seus gritos roucos, risos maldosos e roncos dos trovões.
Um relâmpago cortou o céu lá fora e iluminou a cabine.O rosto do Capitão Silver Doom, expressava ódio e um certo receio.Os cabelos suados, grudados na sua testa, davam-lhe a aparência de ter corrido uma longa distância.Logo caminhou para um dos armários pregados junto às paredes, tirou uma garrafa de cristal, contendo um líquido escarlate, e se serviu de uma taça, sentando em sua cadeira.
-Manda ela!Vem cá, doçura!Vem com o Gaspar!
No convés, em baixo da chuva que finalmente pesara mais do que as nuvens negras onde estavam armazenadas, os homens de Doom não perderam tempo com seu generoso presente beneficente.
Hermione, machucada e indefesa, era literalmente jogada de lá para cá, pelos pares de mãos fortes dos contrabandistas.Chorando e gritando desesperadamente, as lágrimas, tão pesadas e cristalinas quanto as gotas de chuva que lhe caiam no corpo, desabando dos seus olhos em prantos e lamentos ensurdecedores.
Gaspar agarrava sua cintura acentuada, e pelas costas, passava suas mãos nos lugares mais pessoais de Hermione, sem o menor constrangimento.O longo e sujo vestido branco, estava a beira de romper-se.
Por mais cruéis e sórdidos que fossem seus agressores, nem um tinha tanto sangue frio quanto Krake; o qual, sentado no meio da rodinha, recebia nas mãos de seus colegas, Hermione, como se temesse que aquele momento terminasse sem cumprir o seu feito.O homem cujo pé fora dilacerado por um caco de vidro, além de passar as suas mãos no belo corpo da jovem, usava seu paladar como um pincel descontrolado, passando pela nuca e costas da jovem.E como se nada estivesse enterrado em seus pés descalços, sua agressividade era além de qualquer coisa e qualquer um.
-Vou fazer você sentir tanta dor... – Sussurrou Krake depois de uma lambida indecente na orelha direita de Hermione.-Que vai desejar nunca ter nascido.
E na mesma hora, rasgou com um único puxão, o vestido nas costas de Hermione.
O terror pareceu crescer ainda mais na garota, (se fosse possível).Os gritos abafados pelos trovões cada vez mais altos e os risos dos contrabandistas, não produziram nenhum efeito.A não ser o de divertir mais ainda, os presentes no convés.
-ME LARGA!PARE!SOCORRO!-Escandalizava, puxando desesperadamente, o vestido para junto do corpo.
De repente, um tiro atravessou a noite e tudo pareceu silenciar.Hermione viu, contornando a praia escura, atravessando sem dó o mar agitado, um enorme navio se aproximando do Pau-Brasil.
Antes que pudesse pensar em agir, ouviu os homens ao seu lado correrem para todos os lados, gritando para seus companheiros, o que ela não podia ouvir.Sentiu-se livre das mãos que massageavam suas costas, agora nuas.Krake havia mancado até a proa do navio com os outros.
-É UM NAVIO DA GUARDA MARINHA!-Hermione ouviu Gaspar gritar.-POWL!AVISE AO CAPITÃO!OS OUTROS, ESCONDAM O RUM!DEPRESSA!
-E A MULHER, GASPAR?!-Bradou Krake, do mastro mais próximo.
-AMARRE-A E ESCONDEM-A!-Berrou o outro em resposta.
Na mesma hora, Hermione foi erguida do chão áspero por vários pares de mãos e sentiu-se guiada pelo convés, até uma escotilha próxima do timão.O homem desdentado pegou um molho de chaves e abriu as pesadas grades de ferro da escotilha, onde sem o menor cuidado, atiraram-na e desceram logo em seguida.
Sabia o que ia acontecer em seguida, por isso, respirou fundo, reuniu todas as forças que ainda lhe restara ao sentir as pesadas correntes sendo entrelaçadas em todo o seu corpo, como um abraço forte, mas sem amor.As vozes desesperadas viraram sons abafados pelos trovões e mais um tiro de arma de fogo, vindo de algum lugar.Uma flanela fora usada como mordaça, impedindo qualquer barulho vocal de Hermione.As imagens viravam sombras escuras, suas pálpebras se fechavam diante dos seu olhos...
Hermione só recobrou os sentidos, pelo que lhe pareceram, pouco tempo depois.E logo notou a falta dos salpicos de água no seu rosto e o som retumbante da chuva quebrando a noite mais horripilante de sua vida.Ainda estava amarrada, mas parecia de pé.Olhou para os lados e percebeu algo diferente.Havia pessoas ao seu redor.Quando olhou diretamente para frente, o seu grito foi abafado por inúmeras esferas maleáveis e semitransparentes...
Hermione abriu os olhos e seu rosto foi atingido por uma claridade rarefeita.O seu grito foi sufocado sim, mas por uma flanela preta e encardida.
-Hummmhummm!-O som, nem de longe mostrava o enorme contentamento e alívio, ao ver quem estava diante de si, ou melhor, atrás.
-Agradecimentos depois minha cara, assim que sairmos desse navio, sim?-Interpretou Jack Sparrow, os bufos eufóricos de Hermione.
Ela esperou Sparrow tirar a mordaça e desabou a falar.
-Jack!Meu Deus,pensei que tivesse me esquecido!Pensei que ia me deixar aqui!Por onde andou seu pirata maldito!Será que você não tem um pingo de consideração?Eu quase fui violentada por esses ratos de esg...humhumHUM!
-Eu sinto muito, Hermione.-Desculpou-se Jack, assim que recolocou a mordaça mais uma vez, na boca da jovem.-Mas se a senhorita continuar falando alto desse jeito, nós dois seremos recebidos pela guarda real que está lá fora, e já tenho problemas o suficiente.
-Humhum?
-Sim, um navio da marinha de alguma cidade está ancorado aqui do lado, e a tripulação resolveu fazer uma parada por aqui.-Respondeu Jack, ás pressas.-Certamente não queremos encontrá-los, não é mesmo... maldição...de prenderam com força não?Consegue se levantar?
Hermione lançou a Jack um olhar fulminante.Este, o interpretou corretamente.
-Ah...muito bem.-Lamentou-se, erguendo-se do chão, conseguiu levantar Hermione e sem cerimônia, colocá-la atravessando seu ombro.
-Humm...!
-Psiu!Quieta, já é difícil andar!
Jack abriu a escotilha com um molho de chaves que tirou do bolso, e subiu para o convés deserto, ainda molhado pela chuva.Então, foi caminhando quase silenciosamente, exceto pelo barulho estridente das correntes envoltas no corpo de Hermione.
Assim que deram a volta do tombadilho, o pirada a depositou junto a amurada da proa, próxima do timão, e estalou as costas, com um imenso ar de alívio.
-Certo, eu vou pegar umas coisas indispensáveis para a nossa viajem.Não se mova e...bom, eu não demoro.
Hermione concordou com a cabeça e fez um sinal significativo, indicando a flanela, mas Jack já se desembestava rumo a cabine de Doom, na qual, naquele momento, ouvia-se vozes passivas.
-O senhor, por acaso está duvidando da minha palavra, Capitão Norrington?-Disse Doom, em um tom um tanto ofendido.
-Saiba escolher melhores as suas palavras, Capitão Doom, e esteja certo disso, não duvidarei mais de um homem fino como o senhor.-Disse outro homem.
Jack agachou e esticou o pescoço, para poder ver por uma vidraça, o que acontecia dentro da cabine.Doom se encontrava sentado em frente a sua escrivaninha, os livros de conta não estavam mais ali.Perto de uma porta lateral oposta a que levava para os aposentos do capitão, os contrabandistas fitavam com apreensão, um homem de costas para Jack.Era visível uma elegante peruca branca, simbolizando o respeito e seu alto cargo na sociedade.O homem estava acompanhado de mais oito companheiros de mesma aparência, trajando vestes longas azuis de marinheiro impecáveis.Todos miravam a sala, a procura de alguma coisa, exceto o homem com peruca branca, que continuava a observar Doom, atentamente.
O suor ainda brilhando em seu rosto, sua exuberante franja azulada, transformada em correntes contínuas de pequenas gotículas sudoríparas, davam a Doom, uma aparência de intensa exaustão e ansiedade, embora não demonstrasse isso na sua postura e na frieza de seus olhos.
-O que o senhor está querendo dizer, Capitão Norrington?-Perguntou Doom, calmamente.
-Estou querendo dizer, meu caro Capitão Doom, que alguns dias atrás, recebemos uma denuncia da Inglaterra, de que foram roubados galões de rum, da oficina de produção oficial deles.-Explicou Norrington, o homem da peruca.
-E o que eu tenho a ver com isso, capitão?-Tornou a perguntar Doom, tentando manter o controle de suas mãos, nos punhos fechados em cima da mesa.
-Continuando... mais tarde, ficamos sabendo por meio de informações confidenciais, que os galões haviam sido levados para Tortuga.Verificamos em todos os lugares, e nos informaram as últimas viagens dos navios que por acaso, desancoraram nesse rápido período de tempo.
-Bom, aí está.-Interrompeu Doom, uma gota de suor indo parar entre seus lábios.-Não foi só o meu navio que saiu do porto de Tortuga, naquela hora.Presumo que sejam mais de cinco embarcações dessa escala que...
-Acontece, capitão Doom, que encontramos todos os Navios que partiram algumas horas atrás, e nenhum deles, havia sequer o aroma de rum.Calculando o perímetro da área em que o seu navio se encontra, nos leva a confirmar que esse Navio é o transportador do rum contrabandeado.
-Vocês... não podem me acusar de desfalque, pois eu não levantei âncora faz mais de cinco auroras!-Exclamou Doom, mas desta vez, sua voz saiu tremida.Os contrabandistas se entreolharam, buscando inutilmente, uma comunicação para descobrirem o que devia ser feito agora.
-Meu caro Capitão, não é fácil esquecer a tonalidade marrom-avermelhada extremamente rara de seu navio, nessas regiões temperadas.-Informou Norrington, com um leve tom de deboche.-O seu navio foi visto saindo do porto de Tortuga, e devo admitir, se não fosse a sua atração por produtos tropicais, seria difícil reconhecê-los á distância em um temporal desses.
Norrington fez uma ronda com os olhos, pela cabine luxuosa de Doom, e voltou-se para seus companheiros de farda.
-Vasculhem o navio de cima a baixo.E não demore, tenho que chegar cedo para a cerimônia de promoção.
E como se Norrington estivesse estalado um chicote em suas costelas, os marinheiros rapidamente se dispersaram; uns entraram pelas portas laterais, e outros, saíram da cabine, fechando a porta ao passar.Os contrabandistas fizeram uma breve reverência para os capitães, e acompanharam os outros homens que haviam saído pela porta central.
-O senhor não pode fazer isso!Esse navio é meu, tenho total controle sobre ele...!-Começou Doom, levantando-se rapidamente da mesa, para acompanhar Norrington que já entrava por uma porta lateral.
Era agora ou nunca.Jack infiltrou no território inimigo, tomando cuidado para não fazer o mínimo de barulho, e rezando de pés juntos, para que Hermione evaporasse do tombadilho, antes de ser vista.Se bem que ele não via como, pois a jovem estava acorrentada até os dentes.Mas agora havia uma coisa mais importante para se pensar...como encontrar os seus pertences antes de descobrirem sua presença indesejável.
Enquanto isso, Hermione, com um esforço descomunal,conseguiu se esconder em um alçapão tão altamente camuflado, que se não fosse o fato da pequena argola que o abria, ter alfinetado suas costas, ela jamais descobriria que ele estava ali.
Agora, decentemente sentada, o alçapão fechado acima de sua cabeça, sentiu um ligeiro aroma amargo no ar abafado.Hermione olhou para os lados, e com muita dificuldade, devido à escuridão, enxergou montanhas de galões de rum, abarrotando aquela área pequena.Sem dúvida, Doom levava sua profissão muito á sério...
Jack já começava a sentir-se ligeiramente nervoso.Sem arma, parecia um reles mendigo inofensivo, á procura de comida...e finalmente encontrou um maravilhoso banquete dentro da gaveta de baixo da escrivaninha de mogno.O pirata pegou suas armas e sua bússola com cuidado, e no mesmo instante, ouviu barulhos de escadas sendo subidas.A porta estava longe...
Hermione já se sentia nauseada naquele lugar.Uma camada de poeira deslizava pelo vento parado do alçapão, instigando para ela soltar um espirro e ser descoberta.E como as suas mãos estavam muito bem presas, atrás de seu corpo, a única maneira era sacudir o nariz de uma maneira que ela sabia que jamais conseguiria sacudir, em condições normais.
As vozes atravessavam as frestas do seu limitado esconderijo, podendo ouvir quase claramente, o que acontecia do lado de fora do Pau-Brasil.
-Vou pedir pela última vez.Dê-me a chave que abre essa escotilha.-Dizia a voz de um homem ‘‘atípico’’ do navio.
-Estou dizendo, ãhn...capitão.Ela estava na tranca!Alguém deve tê-la pegado.-Disse outra voz, e Hermione reconheceu como sendo a voz de Gaspar.
-Pelo que me parece, apenas vocês e seu capitão, estão presentes nesse navio.Então, a sua resposta se torna incoerente, não acha?-Repetiu o outro homem, claramente nervoso.
-Estamos falando a verdade!A chave estava na tran...
POW!
O tiro de uma pistola fez com que todos se silenciassem.Um barulho de ferro sendo impelido e baques surdos no chão, deu a entender que eles se encontravam onde Hermione tivera pouco tempo atrás.
-Bom...Louis avise ao Capitão Norrington que não tem nada aqui embaixo.
-Não tem nada?!-Exclamaram as vozes dos contrabandistas, em uníssono.
-Não.Por que?Alguma coisa deveria estar aqui?-Perguntou o homem, atento.
-Bom, não.-Apressou-se a dizer Gaspar, mas Hermione tinha certeza que desta vez, ou saísse do navio agora, ou estaria em um apuro muito grande...
-Eu avisei ao senhor, Capitão Norrington.-Disse Doom, extremamente aliviado, ao ouvir a notícia de que do lado de fora do convés, não havia absolutamente nada.
Norrington permanecia inexpressivo.Observava atentamente a cabine, como se esperasse que galões de rum aparecessem do nada, na sua frente.Doom acomodou-se em sua confortável cadeira, mas mal notou um molho de longas e grossas tranças, desviarem das suas elegantes botas de fivela.
-Acho que já me ofendeu demais, esta noite.Por favor, queira retirar-se do meu navio, Capitão Norrington.
Os dois se entreolharam mais uma vez.Ambos sem ter mais o que dizer.
-Muito bem.-Começou Norrington, rumando para a porta central.-Eu aguardo o senhor e o seu navio, em Port Royal, amanhã á tarde.
-E por que?Já não viu o suficiente?-Ironizou Doom, levantando-se e contornando a escrivaninha, de braços abertos para um abraço.
-Não.E também não estou satisfeito.O senhor vai em Port Royal, para verificar o registro do seu navio, na Companhia das Índias Ocientais, e para eu ver se o senhor tem permissão de navegar.
Norrington estudou a expressão de Doom, a procura de sinais que denunciassem o seu desapontamento e medo, ao ouvir a ordem; mas o dono do Pau-Brasil meramente respondeu:
-Com toda certeza, estarei lá amanhã.Agora se quiser fazer a imensa bondade de se retirar do meu...
POW!
Empunhando a espingarda, Norrington avançou junto com seus companheiros, apressado para o convés, visivelmente preocupado com um segundo tiro disparado.Doom já ia sair no seu encalço, quando uma batida seca o fez olhar para trás.
Um par de mãos surgira em cima da escrivaninha.Depois veio o cocuruto coberto de um pano vermelho e imundo, enfeitado com moedas de ouro, depois o rosto... Jack apoiou-se na beirada da cadeira, e procurou se manter de pé.Massageando o topo da cabeça, mostrou um sorriso dourado e meio tordo de dor, para Doom.
-Eu sabia que foi você quem libertou Catarina...só não sabia da sua imensa falta de cérebro, ao continuar aqui, esperando para ser morto, por causa dessas porcarias que você chama de arma.
-É muito bom vê-lo também, Capitão Doom.-Disse Jack, e no final de sua fala, mais tiros e gritos.
O pirata aproveitou a distração, para fugir desembestado, porem uma espada lustrada cortou o ar, e por pouco não cortou também, o pescoço de Jack, que freou no exato momento que Doom o fez.
-Como eu desejei ser eu quem irá matá-lo.Parece-me que pelo menos isso, vou ter o gostinho de fazer, antes de abandonar meu navio.
E com um gesto letal, Doom, forçou a espada contra o peito de Jack, mas este se ajaezou e no chão, brandiu sua espada, para o encontro com sua rival afiada.
-Você me arruinou, Jack Sparrow!-Grunhiu Doom, extremamente descontrolado.-Por sua culpa e daquela desgraçada, isso tudo está acontecendo!
Passo para trás, dois para frente, abaixa, desvia, pula...os desvios sincronizados de Jack soavam como uma dança de salão.
-Primeiro, eu não vim para o seu navio, Capitão...opa!Eu não vim ...pra cá... por livre e espontânea vontade...
A espada de Doom atingiu um dos belos quadros da parede, e partiu-o ao meio.O choque das espadas eram enregelantes, e os gritos e tiros lá fora, ajudavam aquele momento, a ser desconfortável, mas não insuperável pelo pirata...afinal, ele ainda tinha um acerto de contas, pendente, com Barbossa e seus ratos de navio.
-Segundo...-Implementou Jack, lançando com todas as suas forças, a ponta de sua espada, em direção ao abdômen de Doom, que a desviou com um malabarismo fantástico de suas mãos, fazendo a espada de Jack, ir parar no outro lado da cabine.
-...eu vou te esquartejar, e depois me divertir muito com sua querida Katarina.-Completou Doom, avançando para Jack, desarmado.
Crás!
-Terceiro, é Hermione Jane Granger.Detesto gente desmemoriada.
Doom se estatelou no chão, o líquido caramelo, misturado com sangue em seu rosto, e cacos de vidro, esparramaram pelo chão, e Hermione atirou longe o que sobrou da garrafa de rum a qual aplicara o seu golpe.
-Tem certeza que a senhorita não tem familiares piratas?-Perguntou Jack, com a testa franzida para ver o estrago que a jovem causara.
-Não.-Respondeu Hermione, contornado o corpo desacordado.
-É...talvez não seja mesmo... o rum não é usado para esse propósito entre nós, entende?
A jovem sorriu, abertamente.Jack agachou-se, e tirou das mãos de Doom, anéis de safira, de aparência cara, e pôs em seus próprios dedos.
-Como você conseguiu...?
-Agora não, Jack, eu explico depois.Temos que sair daqui!Agora.
Jack confirmou com a cabeça, sem tirar os olhos das enormes pedras dos anéis.Não saiu sequer do lugar, limpando-os com seu hálito.
-Anda logo Jack!
-Ah, sim, claro.
Os dois passaram pelo porta que levavam para o aposento de Doom, que começou a despertar, antes de ouvir o impacto de duas massas pesadas, caindo em água.
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Bom, demorou mais aí está o penúltimo capítulo da fic.Espero que gostem, e desculpem a demora, mas eu não esqueci dela não viu.=)
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