Eu, Sozinho



N.A.: Desculpe a demora, de novo!!!



Quanto mais alto você voa, maior é a queda.


Eu deveria ter imaginado que aquilo era bom demais para ser verdade. Que logo a realidade trataria de me arrancar daquele mundo de ilusões, me dar uma rasteira. E nunca receei tanto levantar como quando vi Sirius Black atravessar o véu.
Ouvi o grito de vitória de Belatriz, que ecoou nos cantos mais profundos de meu coração. Eu não podia erguer os olhos para aquele véu, e para tudo o que ele representava. Era a morte. E Sirius havia morrido. Sirius, sempre o mais vivo de todos nós, o mais alegre, o mais impulsivo, tinha morrido. Seria impossível de acreditar se eu não tivesse visto com meus próprios olhos ele partir.

Eu ainda estava atordoado, como se uma grande pedra tivesse atingido minha cabeça. Me virei para olhar para os lados, atônito, até ouvir a voz de Harry:

- SIRIUS! SIRIUS!

Ele saltou para o estrado. E foi como se eu ouvisse a voz de Sirius, estalando em meu cérebro: "REAJA!"

Harry, o herdeiro dos Marotos. Um dia, que poderia ter sido ontem, poderia ter sido há alguns meses, há alguns anos, ou há várias vidas, Tiago e Lílian se juntaram num sacrifício por Harry. Hoje, naquela sala escura e fria, com os gritos ecoando por todos os lados, voando através de um véu, Sirius se sacrificara por Harry. Agora, ficava a meu encargo: nunca deixar que o sacrifício deles fosse em vão.

Agarrei Harry pelo peito, com todas as minhas forças. Ele começou a se debater, com raiva. Novamente, ele estava perdendo uma pessoa que amava, a sua única noção de família...

- Não há nada que você possa fazer, Harry..., eu falei, e minha voz me soou extremamente distante.

- Apanhá-lo, salvá-lo, ele só atravessou o véu!

- ...é tarde demais, Harry.

Como é que ninguém ouvia meus uivos de dor?

- Ainda podemos alcançá-lo, protestou Harry, tentando lutar. Nisso ele era parecido com Sirius. Nunca se deixar deter quando a vida de seus amigos está em perigo. Foi isso que o fez ir atrás de Rony no Salgueiro, foi isso que o fez ir atrás de Sirius, naquela noite, foi isso que o fez quase entregar a profecia, por Neville. Harry tinha a coragem de não aceitar calado. Eu não tinha essa coragem...

Não sei de que abismos do meu ser encontrei forças para dizer em palavras:

- Não há nada que você possa fazer, Harry... nada... ele se foi.

- Não se foi não!, gritou Harry, se debatendo em meus braços, enquanto eu temia não poder segurá-lo. SIRIUS! SIRIUS!

Ele não entendia que Sirius jamais poderia voltar.

- Ele não pode voltar, Harry, eu disse, e minha voz começou a se embargar; a fraqueza me atingia, mas eu continuei a segurá-lo. Ele não pode voltar porque está m...

- ELE - NÃO - ESTÁ - MORTO! SIRIUS!

Quem acreditaria que a geração de ouro da Grifinória, os grandes Marotos, os garotos que faziam a farra em Hogwarts e que pareciam predestinados a ter um grande futuro, iriam acabar assim?

Quem acreditaria que, entre aqueles quatro meninos cheios de sede de viver, de ânsia pelo futuro, de vontade de lutar, justamente eu, o único a abaixar a cabeça, fosse o que sobreviveria? Justamente eu?

Juntei minhas forças e puxei Harry para longe do estrado. Nunca deixá-lo ir. Fazer tudo o que estivesse ao meu alcance para protegê-lo. Não deixar que a vida de Tiago, Lílian e Sirius fosse sacrificada em vão.

Sirius morto. Como acreditar nisso?

- Harry?, ouvimos uma voz. Hesitante como a de Frankie.

Era Neville, se aproximando, as pernas dançando descontroladas. Meu coração se apertou. Frank tinha sacrificado a sanidade por Neville.

Será que tantos sacrifícios tinham valido a pena?

- Harry... Sindo muido..., a voz de Neville era embargada por sangue do seu nariz. Aguele homem... Sirius Blagg... era seu... seu amigo?

Incapaz de falar, Harry fez que sim. Eu me controlava para não chorar, os braços trêmulos.

- Aqui, chamei Neville, e desfiz o feitiço.

Eu era todo dor. Me surpreendia como é que as palavras podiam sair através do nó da minha garganta.

- Vamos... vamos procurar os outros. Onde é que eles estão, Neville?

Foi um segundo depois que me lembrei que já tínhamos encontrado os outros, na mesma ocasião em que Sirius chutara o aquário de cérebros...

Sem saber, Neville me informou:

- Esdão lá em cima. Um cérebro adagou Rony mas acho gue ele esdá bem... e Hermione desacordada, mas sendimos um pulso...

Uma série de barulhos, entre estampidos e gritos, ouviram-se atrás de nós. Virei-me. Quim Shacklebolt gritava, caindo no chão, berrando de dor; Belatriz fugia.
Senti todos os meus membros afrouxarem. Ela ainda iria escapar... Depois de tudo aquilo ela ainda iria escapar...

De repente, uma idéia me ocorreu subitamente, mas quando me ocorreu, era tarde demais; Harry já me escapava entre os dedos.

- Harry... não!, exclamei, mas já não era mais possível; Harry ia atrás de Belatriz Lestrange.

- ELA MATOU SIRIUS!, foi só o que ouvi. ELA O MATOU... ELA O MATOU!

Harry abandonou a sala atrás de Belatriz. Minha cabeça era uma série de pensamentos confusos. Sirius estava morto; Tiago estava morto; Lílian estava morta; Pedro era um traidor. E eu estava irreparavelmente sozinho.

Contendo um gemido, caí, incapaz de suportar o peso de minha cabeça.

- Brofessor!, disse Neville, aparando minha queda.

Meu corpo estava tão leve de magro, que Neville me pôs de pé sem dificuldade. Ele tinha o mesmo corpo forte de Frank, mas seu rosto era parecido com o de Alice.

- Brofessor... Sirius Blagg... também era seu amigo?, ele me perguntou.

- ...Era..., minha voz respondeu de algum lugar muito distante. Era meu melhor amigo...

Quando que, ao falar de Sirius, você podia usar "era" ao invés de "é" ou "será"?

- Ele... deve estar... em algum lugar muido bom, brofessor..., disse Neville me sorrindo. Gue nem os bais do Harry... gue nem o meu avô... gue nem os meus bais vão estar... E lá não dem Cobensais da Borte... E eles vão esdar felizes olhando pra gente, brofessor...

Olhando para o rosto de Neville, melancólico mas ao mesmo tempo sorridente, pude entender que tudo tinha valido a pena. Todos os sacrifícios tinham valido a pena, pois um dia eles poderiam olhar para o passado e sorrir de novo...

¬¬¬

Não tenho uma noção muito certa de como cheguei ao Largo Grimmauld. Talvez alguém, reparando que eu estava desorientado demais para andar, tenha aparatado comigo. Ou eu tenha aparatado sozinho. Não lembro. Tudo me parece vago e difuso.

Moody abriu a porta, e entrei para dentro, encarando meus próprios pés. Não queria ver.

Fomos imediatamente interrogados por Molly, histérica, logo no hall. Foram tão altos seus guinchos que a Sra. Black começou a gritar quase de imediato.

- Ah, por Merlin, por Circe, por todos os bruxos, como é que eles estão? Como é que está Harry? Ah, por Merlin, o que aconteceu?

Tentei falar, mas som algum saiu de minha boca. Cambaleando, caí no sofá da sala de visitas. A voz deles me soou muito distante, como se estivessem falando de algum lugar muito obscuro da minha mente:

- O que aconteceu com ele?...

- Sirius se foi, Molly... Caiu atrás do véu da Câmara da Morte...

Ouvir aquilo me fez com que lágrimas viessem aos olhos. Lágrimas que não vinham desde a hora em que Sirius caíra atrás do véu, quando eu as contivera por Harry e Neville. Senti meu peito se romper em soluços, e corri para a cozinha, esperando ver meu amigo lá, talvez me oferecendo uma xícara de chá como sempre fazia quando eu chegava...

Mas ele nunca mais estaria lá. A chaleira estava abandonada em cima do fogão para sempre...

Ouvi alguns passos atrás de mim, e, incapaz de suportar a dor, saí correndo para o meu quarto, pulando cada lance de escada até conseguir chegar ao meu recanto, trancando a porta com magia e afundando minha cabeça no travesseiro. Tonks iria para o St. Mungus, levada por Quim, a quem o feitiço não causou danos sérios. Eu me sentia irreparavelmente, miseravelmente, só.

Uma voz interrompeu os meus pensamentos sombrios, vinda de um quadro escuro com cães de caça. Olhei, e percebi que era um certo parente de Sirius, de nome Fineus Nigellus, ex-diretor de Hogwarts e transmissor de mensagens oficial de Dumbledore para a Ordem.

- Arre, que enfim encontro algum cristão nessa casa de demônios, ele disse, a voz arrastada e cheia de desdém natural dos quadros dos Black.

- O que quer?, perguntei, com o fiapo de voz que me restara. Alguma mensagem do diretor?

- Não, disse Fineus. Quero saber onde está meu trineto, o herdeiro dos Black.

Fechei os olhos lentamente. Por que o sofrimento nunca me dá descanso? Por que a dor não me deixa em paz?!

- Em algum lugar muito longe daqui, Fineus Nigellus, foi o que fui capaz de responder.

- Sem respostas enigmáticas, rapaz, disse o velho Fineus. Quero saber onde ele está?

- Se o senhor, que está morto, não sabe o que ocorre após a morte, que vou saber eu?

- Você e Dumbledore insistem nessa mentira? Como pode a tradição Black ter acabado? E Sirius Black ter morrido?

- Não sei como pode ter a tradição Black acabado, eu falei. Minha voz me soava amarga, e levemente sarcástica, como a de Sirius. Talvez vocês viessem fazendo as coisas erradas faz um bom tempo, não é? E talvez Sirius tenha finalmente conseguido o que sempre quis. Dar um fim na família Black.

Vi o rosto de Fineus Nigellus se contorcer de um modo estranho e dolorido. Ele era apenas um quadro. Mas estava sofrendo.

- Uma obra de tantos anos, a dedicação de minha vida, a linhagem puríssima de meu sangue... Tudo destruído por um inconseqüente. Nunca... nenhuma das gerações que vieram... soube avaliar tudo o que eu passei.

- Você sente mais pelo fim da família do que pelo fim de seu trineto?, perguntei, a voz cheia de indignação.

- Um certo tanto. Apesar de ser um inconseqüente, Sirius Black III tinha a coragem que desejei para meus herdeiros. Justamente o renegado da família... É uma ironia cruel.

- A família Black sempre foi um castelo de cartas, sussurrei. Só esperando até que alguém o derrubasse.

- Concordo, disse Fineus Nigellus tristemente.

O desdém em sua voz se perdera. Voltaria depois, quando ele revisasse os fatos e visse que continuava sendo um diretor respeitável, mas agora tinha se perdido.

- Até, ele disse.

E simplesmente partiu. Me deixando preso em minhas próprias dores e reflexões, que nada tinham a ver com o fim da puríssima linhagem dos Black. Tinham a ver com o fim dos meus amigos. O fim dos Marotos.

Eu pensara que o fim dos Marotos tinha acontecido há quatorze anos, quando Sirius Black tinha sido agarrado pelos braços, rindo em meio a cadáveres em uma rua destruída. Mas, no fundo, eles sempre viveram em meu coração, junto com a incerteza inconsciente. O será. Dizem que é melhor viver na certeza de uma vida terrível do que na remota possibilidade de uma vida diferente. Eu não creio.

A verdade, ali, imutável e inatingível justamente como rezavam as regras dos Black, estava parada na minha frente. Eu era o último.

Uma noite, sabe se lá quando ou onde, Pedro Pettigrew disse a Lord Voldemort: "Eu posso lhes entregar os Potter." Nesse instante, ele deixou de ser um Maroto. De ser nosso amigo. Ele morreu para nós.

Talvez na mesma noite, Tiago Potter morreu em sua própria sala, lutando contra o bruxo mais maligno que já existiu, sem mais ilusões de viver, com uma serena tranqüilidade em seu rosto, para, alguns minutos depois, ser soterrado pelo destroços de sua casa.

Um dia depois, Sirius Black caiu numa armadilha numa rua movimentada, foi acusado de assassinato, e arrastado num camburão de trouxas para Azkaban. Ele não morreu naquele dia, mas eu sim.

Então, havia apenas dois anos (e agora parecia uma eternidade!...), eu e ele renascíamos, para que eu pudesse mergulhar numa felicidade que eu achava que jamais viveria novamente. Estávamos vivos, tínhamos um ao outro, éramos Almofadinhas e Aluado, os sobreviventes.

E agora, quatorze anos depois, sem um gemido de dor ou uma palavra de despedida, Sirius Black atravessara um véu esfarrapado e nunca mais sairia de lá. Morreu lutando, como sempre quis. Talvez já estivesse em parcela morto, desde que o trancáramos no Largo Grimmauld.

E agora, naquela noite escura, eu jurei para mim mesmo que não iria ser mais um morto-vivo. Não podia mais me dar a tal luxo. Eu tinha que viver, por Harry, por Tonks. E porque a guerra não acabou, não. E eu me recuso a morrer enquanto ela não acabar.

¬¬¬

Tonks voltou ao Largo Grimmauld durante a desocupação do local que estávamos fazendo, cerca de uma semana após a morte de Sirius.

Não foram precisas palavras ou quaisquer coisas do tipo. Simplesmente compreendemos nossa dor mútua, e nos abraçamos às lágrimas.

- Ah, Remo... Se eu tivesse conseguido derrotá-la..., ela me soluçou.

- Não diga bobagens, eu disse, severo. Belatriz é uma Comensal com experiência de luta. Você estava em seu primeiro duelo. Não há porque se culpar.

- Mas eu me senti tão fraca!... Ela desviava dos meus feitiços com facilidade... E ria de mim... E de repente tudo apagou...

- Eu fiquei com medo, Tonks, confessei, recuando um pouco para olhá-la melhor. Fiquei com muito medo de que tivesse perdido você também.

Ela corou até a raiz dos cabelos, e eu percebi o que estava dizendo. Como eu podia dizer aquilo? Se eu continuasse me entregando aos sentimentos, Tonks acabaria me deixando, como Claire, como Tiago, como Lílian, como Sirius. Eu não podia sacrificar sua vida jovem deixando que ela se unisse a um lobisomem velho, pobre e perigoso.
Sentindo meu coração apertar de dor, me afastei dela, apanhei uma escrivaninha que era da Ordem com a varinha e fui levá-la para fora, enquanto fazíamos a desocupação.
Na nossa primeira reunião na sede provisória da Ordem da Fênix, a Toca, a casa de Arthur e Molly, foi ela quem nos disse:

- Harry ficou muito abalado com a morte de Sirius.

Todos nós concordamos, e eu senti alguns olhares se fixando em mim.

Ela continuou:

- Então, acho que deveríamos fazer alguma coisa para ele se sentir melhor, pelo menos lá onde ele mora com os trouxas.

- Os trouxas maltratam ele, disse Arthur sério. Eu já estive lá... Tratam-no como se fosse um animal.

- O que acha que poderíamos fazer, Molly?, perguntei, tentando ser prático.

- Bem..., ela corou, aqueles trouxas, segundo me disse Arthur, parecem ter muito medo de coisas mágicas.

- Então você sugere..., disse Tonks com um sorriso.

- ...que nós intimidemos ele?, completei o pensamento dela, entendendo.

- Isso, disse Molly sorrindo.

Entreolhamos-nos, sorrindo também

E foi assim que nos últimos dias de junho, estávamos lá na estação de King's Cross, esperando Harry. Éramos eu, Tonks, Alastor, Molly, Arthur, e os gêmeos Weasley, que tinham completado fantasticamente seus anos escolares fugindo de Hogwarts em vassouras.

Harry saiu, acompanhado de Rony e Hermione, e, divertido, observei seu queixo cair.
Molly abraçou Rony e Gina, depois perguntou a Harry:

- Ah, e Harry querido... como vai você?

- Ótimo, disse Harry com um falso sorriso animado.

Quando Molly o largou, me aproximei sorrindo.

- Olá, Harry.

- Oi, ele disse, olhando surpreso para mim. Eu não esperava... que é que vocês todos estão fazendo aqui?

- Bom, eu disse sorrindo, achamos que talvez pudéssemos dar uma palavrinha com seus tios antes de permitir que eles o levassem para casa.

- Não sei se é uma boa idéia, disse Harry apreensivo.

- Ah, eu acho que é, disse Olho-Tonto, se aproximando. São eles ali, não, Potter?

Olhei para ver. Era um casal de pessoas que você chamaria de "os típicos americanos". Petúnia Dursley não tinha nem uma sombra dos traços da irmã, no rosto comprido, nos cabelos negros e nos olhos de contas. Muito menos a doçura de Lílian. Seu marido, Válter, era um homem corpulento de fartos bigodes. Já o filho, Duda, era um garoto simplesmente gigantesco, com uma cabeça loura, e que parecia estar definitivamente com medo de nós.

- Ah, Harry!, disse Arthur, se juntando a nós. Bom... vamos então?

- Acho que sim, Arthur, disse Alastor sombriamente.

Os dois foram na frente, e eu e Tonks os seguimos de perto.

- Boa tarde, disse Arthur em tom cordial. O senhor talvez se lembre de mim, o meu nome é Arthur Weasley.

Observei o tio de Harry mudar de cor, de pálido para um vermelho-arroxeado.

- Achamos que gostaríamos de dar uma palavrinha com o senhor a respeito de Harry, continuou Arthur.

- É, disse Alastor. A respeito da maneira com que ele é tratado quando está em sua casa.

O homem entrou na defensiva:

- Não tenho ciência de que seja de sua conta o que acontece em minha casa...

- Imagino que tudo de que você não tem ciência poderia encher vários livros, Dursley, disse Olho-Tonto grosseiro.

- Em todo o caso, isso não está em questão, disse Tonks, entrando na conversa. A questão é que achamos que vocês têm sido abomináveis com o Harry...

- E não se enganem, saberemos o que fizerem, completei sorrindo.

- Verdade, disse Arthur sorrindo. Mesmo que não deixem Harry usar o felitone.

- Telefone, sussurrou Hermione ao nosso lado.

- É, se tivermos a menor suspeita de que Harry foi maltratado de alguma forma, vocês terão de se ver conosco, disse Alastor.

Válter Dursley inchou de indignação.

- O senhor está me ameaçando?, ele guinchou em voz agourenta.

- Estou, disse Olho-Tonto com um sorriso.

- E eu pareço o tipo de homem que se deixa intimidar?

- Bom...

Alastor, que até então estivera usando um chapéu para encobrir o olho mágico, o descobriu. Válter Dursley recuou, definitivamente aterrorizado.

- Eu teria de dizer que sim, Dursley.

Então, se virou para Harry, que observava aquilo tudo sem saber o que dizer.

- Então, Potter... dê um grito se precisar de nós. Se não soubermos notícias suas três dias seguidos, mandaremos alguém...

Petúnia Dursley choramingou atrás de nós.

- Tchau, então, Potter, disse Moody.

- Cuide-se, Harry, eu recomendei. Mande notícias.

- Harry, tiraremos você de lá assim que pudermos, disse Molly com carinho, abraçando Harry novamente.

- Veremos você em breve, cara, disse Rony, apertando a mão de Harry.

- Muito breve, Harry. Prometemos, disse Hermione.

Harry olhou para nós muito emocionado, os olhos apertados. Com um sorriso verdadeiro naquele rosto (tão parecido com o de Tiago...), ele se afastou para a rua ensolarada. Vendo ele ir, não pude deixar de pensar que tudo valeu a pena; que tudo o que nós, Marotos, fizemos, valeu a pena.

N.A.: Logo, logo, o epílogo!

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.