Happy Halloween... Now Kiss!

Cap 9

Happy Halloween... Now Kiss!

 

-          BLACK! EU DISSE ‘PASSE INVERTIDO’ PARECEU INVERTIDO PRA VOCÊ? – Harry gritou a plenos pulmões no campo de quadribol.

-          EU NÃO SEI SE VOCÊ PERCEBEU, POTTER – gritou ela de volta – MAS A DROGA DO MEU PASSE DEU CERTO!

 

Os jogadores do time de quadribol da Grifinória saíram de cabeça baixa do campo em direção aos vestiários, enquanto Harry terminava de ajeitar os materiais do treino, a tarefa de capitão estava sendo mais estressante do que ele pensava, após a proibição que sofrera ano passado  tudo o que ele mais queria era a taça de quadribol.

 

- Onde diabos está o pomo? – perguntou o garoto entre dentes.

- Procurando isso? – disse uma voz à suas costas, o garoto não conteve a careta ao ver Myra com o pomo na mão. O garoto estendeu a mão para pegar o objeto, mas foi surpreendido quando a garota retraiu o braço e sorriu de lado.

- Se você quer, vai ter que vir buscar – ela colocou o pé na base de sua Nimbus 2000 e começou a flutuar.

- Eu definitivamente não tenho tempo pra isso, Black – disse Harry franzindo a testa.

- Vamos lá! Não faça eu me arrepender de ser legal com você, Potter! – disse a garota com um sorriso zombeteiro.

 

O garoto bufou e pegou sua Firebolt e foi atrás da garota, o pomo voou por alguns segundo a sua frente e depois a frente dela para, em seguida, sumir na imensidão do campo de quadribol.

Após Myra passar como um borrão a sua frente o garoto começou sua busca, ele tentou lembrar-se de todas as técnicas que ele sempre usara em campo. A voz de Wood ecoava em sua cabeça dizendo para se concentrar em qualquer movimentação anormal, o garoto respirou fundo e tentou manter seu foco no campo e não nas tentativas frustradas da morena de achar o pomo, após 15 minutos, e de Myra voar por todos os lados do campo, o garoto viu o objeto brilhante flutuando preguiçosamente pela arquibancada da Lufa-Lufa, Harry deu um sorriso vitorioso e partiu para a perseguição.

Myra percebeu a manobra e foi ao encalço de Harry, ao emparelhar com o garoto ela tomou impulso e se atirou ao encontro dele, a sensação da pancada o desnorteou um pouco e fez sua irritação com a garota crescer, porém o som do riso dela dissipou a raiva e ele se atirou em direção a ela, ficaram alguns minutos tentando derrubar o outro até Harry desviar do último ataque e focar no pomo antes que este mudasse de direção, ele esticou o braço e forçou todos os seus músculos para frente, com isso sentiu seus dedos fecharem sobre a bolinha dourada, ele deu uma guinada em sua vassoura se dirigindo ao chão, mostrando seu feito com um sorriso triunfante.

 

- Eu deixei você ganhar! –resmungou a garota sorrindo de lado.

- Claro – disse o capitão colocando o pomo no malão. Sua falta de afinidade com a morena não mudava o fato de que ela fizera isso para ajudá-lo, era a primeira vez em meses que ele se divertia no campo de quadribol, era tudo o que faltava para a equipe.

 

Quando voltou a si a garota já estava longe, com a parte de cima do uniforme amarrado a cintura, uma simples camiseta branca e sua Nimbus 2000 apoiada no ombro;

 

Ele não conteve o espasmo que sentiu no baixo ventre, devia ser fome.

 

*

 

Ron estava carrancudo a semana inteira, mas hoje o nível de seu mal humor estava ultrapassando as barreiras humanas, ele estava comendo uma torta de abóbora com tanta voracidade a hora que Harry chegou, atrasado, para o café, que migalhas se espalhavam por toda a mesa.

 

- Ouvi dizer que você vai com Cormac Mclaggen hoje a noite na festa do Slughorn, você gosta de jogadores de Quadribol não? – Lilá Brown perguntou com uma pitada de veneno para Hermione.

- Eu gosto de jogadores bons – respondeu a garota com uma sobrancelha arqueada, a Lilá calou-se e levantou da mesa, não sem antes acenar e sorrir para Ron.

- Você realmente vai com aquele idiota? – perguntou Myra tomando um gole do que restou do suco de abóbora.

- Eu poderia te responder com a mesma pergun... – Hermione foi interrompida por uma coruja que trazia uma cesta com uma dúzia de rosas cor de sangue.

 

Harry olhou para Hermione e viu a garota bufar, todos no salão dirigiram o olhar para a mesa da grifinória, Myra encarava a cesta com olhos arregalados e Harry podia jurar que suas bochechas estavam levemente coradas.

 

Não era a primeira vez que isso acontecia, durante as semanas que antecederam o dia da festa do Clube do Slughe Myra recebeu e enviou dezenas de cartas, recebeu bombons exóticos (que sempre acabavam no estômago de Ron) e até mesmo um medalha de prata de duendes que, com uma expressão muito fechada, ela enviou de volta para o correspondente, este que todos sabiam ser um certo sonserino de olhos acinzentados.

 

- Eu vou matá-lo – sussurrou a garota, que levantou rapidamente da mesa levando a cesta consigo.

 

- Ele está conseguindo ela – disse Ron com a boca cheia.

- O que? – disse Harry confuso.

- Até eu consigo perceber que nessas últimas semanas ela mudou completamente o comportamento em relação ao Malfoy – respondeu ele limpando os farelos de bolo da blusa.

- Por mais que eu nunca concorde com Ronald – interrompeu Hermione – Myra tem passado madrugadas se correspondendo com ele, eu estou preocupada.

 

Harry seguiu os amigos para fora do salão principal, hoje seria um longo dia, e pelas previsões e boatos sobre a pré-festa de Halloween do Clube do Slughe, a noite seria longa também.

 

*

 

- Se eles podem ter uma pré-festa de Halloween nós também podemos! – brandiu Simas no dormitório dos garotos, Harry estava tentando pela milésima vez ajeitar suas vestes.

 

Ron levantou de sua cama e foi em direção a Harry.

 

- Posso pegar a capa? – perguntou o ruivo.

- Claro – respondeu Harry sem prestar atenção, ainda travando uma luta com sua gravata.

 

Ele havia combinado de encontrar com Hermione próximo ao quadro da Mulher Gorda, os ocupantes do Salão Comunal da Grifinória lançavam olhares curiosos ao garoto, alguns estudantes mais velhos o olhavam com inveja, da Grifinória apenas ele, Hermione e Ginny haviam sido escolhidos pelo professor.

 

Hermione surgiu no salão ao mesmo tempo em que Ron sofreu de uma tosse temporária que deixou seu rosto vermelho, ela usava um vestido longo, roxo com um decote suave, seus cabelos estavam domados e um laço preto adornava as madeixas.

 

- Você está linda, Mione – disse Harry sorrindo.

- Você também, Harry – respondeu a garota – Mas sua gravata está uma bagunça! Se eu soubesse que você teria problemas eu não teria deixado Myra me convencer a colocar maquia...

 

Harry deixou de ouvir o que Hermione estava resmungando, a figura de Myra exerceu fascínio em todos os presentes na sala, que cochichavam a medida que a garota passava, ela usava um vestido preto longo e brilhante, a gola terminava na base se seu pescoço e suas costas estavam nuas, os cabelos estavam presos em um coque frouxo e seus olhos tão azuis sobressaíam em meio a tanto negro.

 

- Ela está incrível, não está? – disse Hermione encarando Harry que não havia percebido que estava encarando a garota.

“Humpf” foi a resposta dele enquanto o sorriso de Hermione se espalhava mais por seus rosto.

-Pronto! – exclamou a garota – Podemos ir.

 

Harry olhou a sua volta, mas a figura de Myra já havia desaparecido do salão, a única coisa que não passou despercebido pelo garoto foram as feições mal humoradas de Ron, que se recusava a dirigir diretamente o olhar para Hermione.

 

O caminho até o quarto andar foi preenchido por uma conversa trivial de Hermione sobre a matéria de Runas Antigas que estava fazendo com Myra, mas foi interrompida pelo barulho vindo da sala ao fim do corredor. A sala estava extremamente enfeitada com o tema de Halloween, havia centenas de teias de aranhas espalhadas nas paredes recobertas de roxo, bolos de caixão, e algo numa tigela que se assemelhava muito a sangue.

 

As pessoas estavam dançando e conversando animadas por todos os lados da festa, enquanto elfos domésticos cuidavam de circular pela sala servindo outras comidas e bebidas.

 

- Ah francamente! – exclamou Hermione – O professor Slughorn precisa ouvir urgentemente sobre meu projeto do F.A.L.E

 

Harry revirou os olhos e conduziu a amiga até onde se encontravam Dean e Ginny.

 

- Ela realmente veio com ele – bufou Ginny, Harry moveu sua cabeça na direção em que a ruiva estava olhando.

 

Myra estava do outro lado do salão ouvindo Draco provavelmente gabar-se de alguma coisa, ela possuía uma sobrancelha arqueada em deboche, mas um sorriso brincava em seus lábios.

 

É nojento, mas ela está feliz – ponderou Hermione – Não é como se ela estivesse forçando ele por nossas gargantas, ela sabe separar as coisas.

 

“Humpf” foi novamente a única resposta que Harry tinha para a situação.

 

- Ah! Finalmente assumiram o romance? – disse uma voz aguda às costas deles.

 

“Não tem como ficar melhor” pensou Harry amargamente antes de se virar para encontrar a conhecida figura de cabelos louros quase brancos, acompanhada da fiel pena verde, longa e mentirosa.

 

- Rita Skeeter nunca erra! – exclamou ela de novo com um sorriso vitorioso nos lábios.

- Suma daqui, Skeeter – disse Hermione nervosa – Ou chamarei o Ministério.

- Garota tolinha – disse Rita venenosa – Vocês são peixe pequeno.

 

E sem mais uma palavra ela rumou em direção a Myra que esperava Draco voltar com sua bebida.

 

-Não deveríamos avisá-la? – perguntou Dean.

- Acho que ela se vira bem – Hermione deu os ombros – Harry, importa-se de pegar uma bebida pra mim? Está um pouco abafado aqui.

 

Harry se espremeu por entre os convidados, até que algo lhe chamou atenção, a sua frente estava um figura usando uma meia laranja e outra verde, entre suas fartas orelhas descansava um chapéu coco.

 

- Dobby! – exclamou o garoto.

- Harry Potter! – os olhos do elfo brilharam – O que Dobby pode fazer pelo senhor.

 

Harry dirigiu seus olhos pra o lado do salão onde a expressão de Myra fechava-se mais a cada segundo.

 

- Vê aquela garota? – disse Harry apontando para Myra. Dobby anuiu – Fique por perto e tente escutar o máximo que conseguir.

 

O garoto pegou um copo de suco de abóbora para Hermione, que conversava animadamente com um colega da Corvinal, Ginny e Dean estavam dançando, Harry viu-se então sozinho, encarando a discussão acalorada que ocorria do outro lado da sala, no momento do ápice Myra agarrou a pena de repetição rápida da jornalista e a quebrou em dois, ela disse algo entre dentes para Skeeter e saiu da sala, não sem antes impedir que Malfoy a seguisse.

 

Harry se preparou para ir atrás da garota quando a figura animada (e levemente alcoolizada) de Horace Slughorn apareceu a sua frente.

 

- Harry, meu garoto! –disse o professor agarrando-o pelos ombros – Está aproveitando a festa?

- Claro, professor – disse Harry se desvencilhando – Vou pegar uma bebida, volto já!

- Experimente os bolinhos de explosivins! – gritou o professor antes de perder Harry de vista.

 

- Dobby?! – indagou Harry ao sentir algo segurando a barra de sua calça

- Senhor Potter! Dobby ouviu tudinho – disse o elfo animado.

- O que houve, Dobby?

- A Sra Skeeter estava insistindo que a Srta Black falasse sobre sua relação com seu PA e com o Diretor Dumbledore, a Srta Black tentou ser polida e disse que não fala sobre a vida pessoal para a imprensa, foi quando a Sra Skeeter insinuou que isso era porque ela não era neta de Dumbledore.

- O que? – exclamou Harry

- Sim, foi nessa hora que a Srta Black disse que se a Sra Skeeter publicasse qualquer coisa ela iria arrancar sua cabeça.

- Obrigado Dobby – disse Harry e seguiu para a saída da festa, ele seguiu até o fim do corredor, não foi difícil encontrar o caminho, no chão jazia uma trilha de objetos, uma pulseira, um anel, os grampos de seu cabelo e por fim os sapatos ao pé da escadaria que levava a torre do relógio.

 

Os cabelos negros escorriam por seus ombro, brigando com o negro do vestido, a barra puxada até os joelhos deixavam a mostra os pés descalços e a pele muito branca das pernas.

 

- Curiosidade matou o gato – disse ela sem olhar pra trás, seu braço puxando uma garrafa de liquido âmbar para os lábios.

- Desculpe – disse ele em voz baixa – Posso sentar com você?

- Fique a vontade – disse ela tomando outro gole.

- O que aconteceu – disse ele olhando para a garrafa decidindo se tomaria um gole ou não.

- Eu aposto que o seu amiguinho elfo contou o que ele ouviu – disse ele cravando os olhos muito azuis nele – Você quer saber se é verdade?

 

Harry optou por tomar um gole, talvez ofuscasse seu rosto corado de vergonha, o liquido desceu queimando por sua garganta, começou a tossir, e ouviu uma risada suprimida vindo da garota a sua frente.

 

- Minha mãe foi adotada – disse a garota simplesmente, Harry tomou outro gole, dessa vez a queimação foi menor – Os pais dela morreram quando ela tinha seis anos, Dumbledore era padrinho e guardião dela. Ele gostou dela como um pai, e ninguém vai escrever menos do que isso em um jornal.

 

Ela agarrou de volta a garrafa, e deu um grande gole.

 

- Não vou mais beber depois do meu aniversário – disse ela pra ninguém em particular.

- Eu não entendo pra que você bebe essas coisas – disse ele dando um último gole, sentindo todo o seu corpo formigar.

- Passei minha vida toda em um torpor, beber deixa tudo mais fácil de sentir, e mais difícil de pensar – disse ela baixando os olhos – às vezes o pensamento nos leva a lugares sombrios.

 

Harry não conseguia pensar em nada para dizer a ela.

 

- Deveríamos voltar – disse ela, apoiando-se na grade a suas costas.

 

Harry levantou-se de pronto, mas tontura que sentiu o fez cambalear e segurar na grade, deixando Myra sem saída, com o rosto há poucos centímetros do seu.

 

Grande erro.

 

Era audível demais a respiração dela, presente demais o cheiro doce da pele dela, visível demais o azul dos olhos dela, sensível demais a pele de suas costas que o vestido deixava a mostra, então inevitavelmente era saboroso demais o gosto de firewhisky da boca dela.

 

Talvez fossem segundos, minutos, horas em que ambos estavam com os lábios presos um ao outro, o vento que saía da abertura das engrenagens do relógio embalava o casal e lentamente trazia de volta a consciência de ambos, que se desgrudaram rapidamente.

 

- Isso – disse a garota recuperando a respiração, o choque nítido em seus olhos – Isso NUNCA aconteceu, ok?

- Nunca, nunca mesmo – disse o garoto corando até a raiz dos cabelos.

 

Myra desceu rapidamente a escada pegando seus pertences, Harry desceu alguns minutos depois, encontrou Hermione e Myra conversando trivialidades ao pé da escada aguardando-o.

A surpresa chegou ao adentrarem o Salão Comunal da Grifinória, onde os estudantes estavam fazendo muita algazarra, algumas garrafas de cerveja amanteigada estavam no chão, e no fundo da sala não era mais possível distinguir o que era Ron e o que era Lilá.

 

- Nauseante – disse Hermione antes de dar meia volta e sair novamente pelo quadro da Mulher Gorda.

 

N/A: Eu não tenho como me desculpar pelo tempo que eu passei sem escrever, não tenho mesmo e sei que não adianta culpar a vida que está corrida, a faculdade que me consome, a culpa é completamente minha, mas saibam que eu não vou abandonar a fic, enquanto UMA pessoa estiver acompanhando e comentando.

Eu sei que tem gente que não gosta de comentar, eu não quero cobrar nada, mas os comentários são muito importantes pra mim, então quem quiser dar uma força para a minha inspiração já sabe!

 

Eu particularmente AMO essa cena de beijo entre a Myra e o Harry, ela já esta escrita há MESES, meu problema era com as cenas antes do beijo.

 

Bom, me digam o que vocês gostam, o que não gostam, me perguntem, e puxem a minha orelha.

 

Agradeço a TODOS que leem, principalmente a Aline Monteiro que me conheceu por causa da fanfic e já são mais de 5 anos de amizade, sem você nada disso ia ser digitado.

 

Vou tentar att mais vezes!

 

Beijo a todos

Dee :D

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