Capítulo XIX
Caminharam em silêncio de volta ao castelo, cada um preso aos seus pensamentos. No momento em que entraram no castelo Pansy vinha descendo as escadas. Draco havia aberto e fechado a porta educadamente para Hermione passar. Ao ver a cena, Pansy começou a discussão.
- Não acredito que você estava com a sangue-ruim! – A garota parou à frente de Draco, que estava ao lado de Hermione. – Você preferiu ficar com ela a ter minha companhia? Esqueceu que ela te odeia ou ela te enfeitiçou com uma poção qualquer?
- Você não sabe do que está falando Pansy, e não a chame de sangue-ruim. – Malfoy respondeu rispidamente.
- É Granger... Parece que você realmente mereceu o prêmio. O Draco tá completamente enfeitiçado. Tá até te defendendo! – Pansy zombara olhando pela primeira vez para Hermione.
- Se ele está fazendo isso é por vontade própria. – Disse Hermione com calma contida. Não suportava a garota. – Com licença.
Hermione fez menção de se retirar mas ele a impediu.
- Espera, eu preciso falar com você.
- O que você ainda tem a falar com ela Draco? – Pansy segurou o ombro do rapaz.
- Não te interessa o que quero com ela. – Disse ele tirando a mão da garota de si. – Acho que você bebeu demais e precisa de uma ducha fria.
- Se você me soltar eu agradeço. Preciso dormir. - Hermione disse.
- Coitadinha. Acho que repetir a dose deve ter deixado você realmente cansada. Pena o Draco não estar ciente do que esteve fazendo. – Pansy estava meio tonta, porém não parecia bêbada. – A poção deve ter efeito prolongado. Só assim pra você conseguir querido.
- Repetir a dose? – Hermione retesou o corpo. – Do que você está falando?
- Não se faça de desentendida. – Pansy desdenhou. – Primeiro Victor Krum, jogador internacional de quadribol. Como se não bastasse, Draco Malfoy, rico e de família pura. – Hermione soltou-se do rapaz. – Agora só falta você trocar o Weasley pelo melhor amigo e herói Harry Potter pra lista ficar completa. – Hermione segurou sua varinha. – Cuidado pra não ficar popular demais nas camas do mundo bruxo, senão pode acabar nas mãos do Lord das Trevas. – Pansy gargalhou.
Hermione lembrou de ter pego sua varinha, mas não de ter lançado um feitiço.
Draco havia azarado Pansy antes que pudesse perceber. Ele a havia jogado uns metros de distância. Quando virou-se para olhar a reação de Hermione, foi atingido pelas costas por Pansy, que havia se levantado. Num instante o feitiço atingiu Draco deixando-o inconsciente.
Hermione acabou acertando Pansy deixando-a desacordada e lhe lançou um feitiço para que ela não se lembrasse do que havia acontecido.
Hermione deu uns tapinhas no rosto de Draco tentando acordá-lo. Após alguns segundos o rapaz voltou a si levantando-se um pouco tonto. Olhou para Pansy e apoiou-se em Hermione.
- Desculpe. Ela só estava um pouco bêbada. – Draco disse tentando amenizar a situação.
- Acho que ela ficou com ciúmes de você, Malfoy! – Hermione olhou para os lados. – Milagre ninguém ter ouvido nada. O pessoal está concentrado no salão e espero que ninguém tenha visto o que aconteceu.
- É mesmo. – Draco tentou dar alguns passos mas estava com a vista embaçada e tropeçou no próprio pé. Hermione apoiou-o colocando o braço dele por cima de seu ombro.
- Acho melhor acompanhá-lo até o seu dormitório. – Disse a garota ajudando-o a subir as escadas que levavam a um atalho para as masmorras. A pior parte do trajeto foi na descida das escadas, onde Draco precisou apoiar-se ainda mais em Hermione devido à pouca luz.
Chegando na entrada da sala comunal da Sonserina, Draco já se sentia melhor mas continuou mostrando-se atordoado a fim de ter a companhia da grifinória por mais tempo.
- Acho que agora já pode ir sozinho. Está no seu território. – Hermione brincou retirando o braço de Draco de seus ombros. – Boa noite.
- Boa noite. – Malfoy ficou frente a frente com a garota. Encarou-a nos olhos, segurou seu rosto com uma das mãos e beijou-a levemente, num roçar de lábios suave. – Já pode brigar comigo. A noite acabou, nossa trégua também. – Disse ele num sussurro.
- Você não está bem. Não vou considerar isso um ato consciente. – Ela disse afastando-se. – Não sabia o que estava fazendo... ou com quem estava.
Hermione saiu a passos lentos das masmorras, mas quando chegou ao salão comunal da Grifinória estava meio ofegante. Gina encontrava-se sentada próxima a lareira com Bichento no colo. Já estava quase cochilando, mas levantou de um pulo assustando o animal e foi correndo na direção da amiga.
- Agora você vai me contar tudo! – Gina disse puxando Hermione na direção da poltrona em que estava há pouco.
- Tudo o que? – Mione fez-se de desentendida.
- Não se faça de boba! – A garota virou os olhos. – Você disse que vinha dormir e que estava cansada, mas só chegou agora! E não adianta dizer que é mentira porque nós saímos pouco depois de você, eu subi no dormitório e você não estava. Estou aqui desde que saí de lá e só agora você apareceu. – Ela falou num só fôlego. – Era o Malfoy?
- Você anda me espionando é? Alguém anda pedindo relatórios sobre o meu paradeiro, com quem ando ou coisa do tipo? – Hermione falou tirando as sandálias.
- Claro que não, mas para você mentir pra mim e ainda por cima fugir das perguntas que faço tinha que ficar preocupada. – Gina disse seriamente.
- Eu sei. Desculpe-me, mas é que eu estou realmente cansada. Depois a gente conversa amiga. – Hermione pegou as sandálias, tirou a echarpe e começou a subir em direção ao dormitório. – Boa noite.
- Boa noite. – Disse Gina pensativa. – Mais cedo ou mais tarde ela vai se abrir. – Pegou o gato novamente e sentou olhando a lareira. – Né Bichento? – Questionou sem esperar resposta do animal.
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