Capítulo XVIII



Draco andava calmamente seguido de perto por Hermione.


A garota imaginava onde seria a tal pista de dança que Malfoy inventara. Pra ela isso só piorava as coisas! Afinal, para um sonserino ele estava até bem educado demais se tratando de quem ela era. Depois da pequena discussão que tiveram durante a dança Hermione lembrou da conversa que teve com ele alguns dias atrás no corujal, quando ele disse que a ajudaria no que precisasse e que não era igual ao seu pai. A garota balançou a cabeça. Se continuasse imaginando coisas cairia na cilada de Malfoy. Seu sexto sentido pedia que ela se afastasse dele, porém seu coração queria saber se eram realmente verdadeiras aquelas palavras. Estava dividida entre a razão e a emoção mas não sabia quem ganharia a disputa.


Malfoy gostaria de ler a mente de Hermione mas não era bom legilimentador. Se pudesse fazer isso todos os seus problemas seriam resolvidos mais facilmente. Logo agora que descobrira-se apaixonado por ela não sabia se era correspondido ou se ela gostava de outro.
Será que o Weasley conseguiu chamar a atenção dela fingindo ser elegante e cavalheiro, ou ele não precisou porque já tinha conseguido? Será que eles já ficaram juntos? Mas e o búlgaro, mantém um relacionamento a distância com ela ou não?


Draco tirou tais pensamentos da cabeça ao chegarem ao local escolhido por ele. A pista era imaginária para os dois pois estavam exatamente onde dias atrás discutiam feito cão e gato: sob a árvore próxima ao lago, de onde se via o céu estrelado e as luzes do castelo quebrando a escuridão da noite.

- Gostou da pista? – Malfoy disse encabulado. – Eu não estava muito criativo mas acho que aqui ninguém vai nos notar.

- Espero que não. – Hermione arrependeu-se do que disse e tentou ser menos indelicada. – Quero dizer...

- Eu sei o que quis dizer. – Draco interrompeu. – Seus amiguinhos a azarariam por estar aqui comigo. – O rapaz falou seriamente.

- Bom... mais ou menos. Mas... é melhor ninguém ficar imaginando coisas. – Hermione explicou sem jeito.

- Entendo. Não quer que aconteça o mesmo que no Baile de Inverno. – Ele disse dando as costas à garota.

- Como assim “o mesmo”? – Hermione aguardou a resposta, porém não se conteve ao silêncio do rapaz e virou-o pelo ombro. – Não entendi a afirmação.

- Ora, seus amigos não te contaram? – Draco bufou com a negativa de Mione. – Claro, eles queriam te preservar dos boatos.

- Preservar de que boatos? – Hermione questionou. Ele manteve-se calado. – Fala logo Malfoy!

- Calma! – Ele disse firmemente. – Já que insiste eu falo. – Draco virou novamente para a direção do castelo. – No dia do baile todos viram você discutindo com o Weasley e acharam que tinham algum tipo de relacionamento, e que você estava terminando com ele para ficar com o Krum. Depois correu outro boato de que você teria dormido com ele e que iria até para a Bulgária estudar.

- O que? – Hermione começou a andar de um lado para o outro interrompendo Draco. – Como alguém pôde inventar tanta asneira? – Ela colocou as mãos na cintura. – Como se eu fosse me entregar pro primeiro cara que eu... – Ela interrompeu tentando manter a calma. – Ou como se eu fosse trocar toda a minha vida, meus amigos... por uma aventura! – Ela suspirou. – Como ninguém me disse nada enquanto falavam mal de mim? – Ela passou a mão na testa. – Se fosse verdade pelo menos não teria tanto problema, mas o Victor e eu não dormimos juntos!

- Agora já passou. – Ele tentou justificar. – As fofoqueiras já se esqueceram disso tudo e como você não fez escândalo nenhum todos acharam que era mentira. – Draco amenizou, aliviado por saber que realmente nada daquilo tinha ocorrido.

- Mas foi mentira! – Hermione olhou para o céu tristemente.

- E com o Weasley, também foi mentira? – Draco não pôde conter a curiosidade.

A garota ponderou responder à pergunta.

- Malfoy… eu estou exausta. Acho melhor entrarmos antes que o Filch nos pegue aqui. – Disse ela mudando de assunto. Não queria tornar Draco um confidente.

- Não vai dançar comigo? – Ele perguntou.

- É melhor deixar pra outro dia. – Ela disse simplesmente. – Fico te devendo.

- Tudo bem. – Ele concordou relutante. – Mas eu vou cobrar.

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