Anjo De Pedra Coral
__________O que é ser?
__________O que pode ser?
__________O que é quê pode ser?
__________A vida é engraçada. Com toda a certeza do mundo isso se pode ser afirmado.
__________E quem é que dá as gargalhadas já que tudo parece ser uma grandiosa encenação? Será que devem ser os humanos os atores principais dessa scketch? Ou será que não os podem ser já que quem realmente manda é algo, alguém, de uma capacidade muito maior? Será que esse algo existe? Ou seria somente fruto da imaginação de mais de milhões de pequenos seres insignificantes chamados de humanos?
__________A vida não tem graça.
__________Quem disse isso não teve ocortunidade de ao menos sonhar.
__________Harry poderia tê-lo dito ao fim da sua vida, quando suas pálpebras se cerraram pela última vez. Harry fora um garoto na maior parte da sua vida infeliz. Entretanto ele teve momentos de felicidade. Muitos momentos de felicidade. Talvez até mais do que a média da população poderia ter tido.
__________Harry fora feliz.
__________Harry é feliz.
__________Harry nunca vai esquecer-se de quando fora escolhido para um grande grupo, na sua escola, um grupo que ele mesmo já o havia escolhido para si, aquele grupo alegre.
__________A casa da Grifinória.
__________Por detrás do quadro da Mulher Gorda se esconde uma passagem que leva para talvez uma das áreas mais encantadoras de todo o castelo.
__________A Torre.
__________E lá no alto. Bem acima das cabeças dos alunos da sonserina, enclausurados em suas masmorras frias e úmidas, ficavam todos os alunos da Grifo de Ouro.
__________Com tantos sorrisos de alegria quanto se pode achar de pedras nas entranhas de Hogwarts. Alegria, por terem Harry consigo. Harry Potter, o menino que sobreviveu. Mas além de o terem como aquele que derrotou o Lord das Trevas, havia pelo menos duas pessoas, duas apenas, que sabiam algo mais, e que o tinham por mais do que aquele menino que sobreviveu derrotando o mal de uma nação. Os seus melhores amigos o tinham por ser quem ele realmente era, simplesmente Harry.
__________E os dois já não estavam em tamanha segurança quanto Harry havia pensado que estariam, já que ele achava de estarem em seus lares.
__________A ignorância é inimiga da verdade. E Harry só pensava mentiras enquanto as suas pernas o alçavam até o quadro daquela mulher vestida de cor-de-rosa.
__________‘Senha?’, Disse a dama, uma dama bem gordinha por sinal.
__________‘Não há senha nas férias.’, Harry falou.
__________‘Senha correta, pode entrar, por favor.’, A mulher girava o quadro deixando o caminho livre para Harry penetrar adentro da sala comunal dos leões.
__________Era um lugar aconchegante, com muitas almofadas, e pufes fofos para se sentar. A lareira não ardia, já que estavam em pleno verão, mesmo havendo aquela chuvarada maluca no teto do salão principal. Algumas pequenas poças já poderiam ser vistas nos cantos das paredes, e umas poucas infiltrações já escorriam pelas tapeçarias e cursavam seus caminhos até o centro da terra.
__________Harry subia as escadas que o levavam até o dormitório já bastante conhecido. As janelas abertas deixavam a umidade chegar, e uma pequena nuvem adentrou pelo corredor vertical que se estendia até os outros dormitórios mais além do de Harry.
__________O céu brilhava em azuis mil. E o barulho da estação do calor já estava a aumentar. Eram pássaros que piavam lá fora, bem abaixo de sua cabeça, próximo a cabana do tão ocupado Hagrid. E também, aparte dos animais, existia um pequeno barulho, mais incapaz de ser escutado, a não ser que ele deixasse ser ouvido.
__________Era como finos arranhões em quadro-negro. Era como milhares de vozes de vítimas infames. E a sensação que se tinha a o perceber seria como se filetes de carne lhe fossem rasgados, arrancados sem piedade de seus lugares.
__________Harry ainda não estava a escutar tal som.
__________Mas em breve ele teria contato com o seu progenitor. Isso já estava óbvio demais, afinal lá no fundo da sua mente um pequeno lapso de memória estava a se soltar. E queria vir à tona.
__________Harry não sabia o que o destino lhe reservava, mas teria conhecimento de novas coisas logo. Coisas que ele mais tarde desejaria por tudo ter deixado-as adormecidas no limiar escuro e frio da sua mente em agonia.
__________O café da manhã ainda era servido em Hogwarts.
__________Pães-de-mel, melados, achocolatados, bombons de tudo quanto era sabores, inclusive de cupuaçu. Os de cupuaçu vindos diretamente do Brasil. Trazidos como presentes para Hogwarts pela escola brasileira de magia, Cassandra Cassílda os havia prometido a Malkin e Dumbledore bem antes, quando estavam planejando a sua viagem, que não era somente para tramar sobre eventos de moda...
__________Com certeza esse não era o motivo principal pelo qual ela havia se deslocado até a Inglaterra.
__________Alvo estava sentado, comendo, e os olhos vigilantes dos alunos o estavam deixando no mínimo intrigado. Alvo, no fundo, não gostava que eles tivessem saído de seus países para tentar vagas justamente em Hogwarts. Ele sentiria muito se algum deles escolhesse ficar na escola justamente naqueles tempos. Havia tantas outras boas escolas espalhadas pelo mundo.
__________Havia tanto ainda para se conhecer.
__________Um universo ilimitado de opções e de oportunidades.
__________Mas somente uma para ser escolhida.
__________E isso é o que era o mais difícil de se lidar.
__________As visitas estavam acordando em uma área distante dos alunos. Afinal os professores tinham seus dormitórios. Cada um detinha um determinado espaço. E existia uma área própria para visitas.
__________Principalmente para visitas inoportunas.
__________E Alvo sabia que ela seria uma pedra no caminho. Não Cassie, mas sim a outra.
__________Ela era pior do que a aluna de Malkin. Por que ela era mais jovem e muito mais impetuosa, muito menos domável. E acima de todas as expectativas ela detinha domino sobre um enorme território. Ela era a diretora de uma das escolas mais capacitadas do mundo da magia.
__________Hogwarts era a numero um na Europa.
__________E a dela era a numero um na América.
__________Seu nome: Instituto Undine.
__________No futuro eixo das trevas.
__________A vida em Hogwarts era como a ambigüidade da cidade e do campo. No período do ano letivo tudo era um caos. Barulho, gente correndo para todos os locais, gritos de meninas em chiliques, explosões de bombas de bosta nos banheiros causadas geralmente pelos meninos e em pricipal dois dos gêmeos mais queridos em Hogwarts, os irmãos de Ron, Fred e Jorge Weasley; e os professores andando como se nada estivesse acontecendo, para não se estressarem.
__________Já nas férias, aquilo detinha uma calmaria insuportável. Parecia que a morte estava a assolar o lugar. E que aquilo nunca passaria.
__________Mas o ano letivo sempre volta e o tumulto vem junto. É assim todo o ano. E naquele não haveria de ser diferente.
__________Isso é o que se esperava. Mas ninguém sabia do que se estava formando para aqueles dias que se seguiriam.
__________E enquanto tudo não vinha, coisas boas ou más, Hagrid estava cuidando do seu espaço. Os meninos da limpeza já haviam chegado e também já estavam a sumir. Ele era um dos poucos que os viam. E Yakow estava com ele a conversar, já que finalmente a sua mordaça havia, ele havia mentido, dizendo, claro, que ela havia se soltado única e exclusivamente sozinha.
__________‘Eu o encontrei Hagrid! O Menino! Lílian disse que o encontraria! Estou tão feliz Hagrid! Ele é igualzinho a mãe! Aqueles olhos verdinhos cheios daquele charme profundo que ela sempre teve!’, Yakow falava apaixonadamente de Harry e da sua mãe, Lílian.
__________‘Yakow, sua mordaça saiu e você não está dando folga para a sua língua, fica quieto e vá trabalhar, que coisa, eu tenho que arrumar essa bagunça toda aqui!’, Hagrid já não agüentava mais toda aquela algazarra que o pequeno bavário fazia.
__________‘Hagrid você não me entende! Você nunca fora tão preocupado com ela quanto eu sou!’, Disse Yakow com quase-lágrimas nos olhos e se foi segurando a sua trouxinha de roupas bastante fedorentas do Hagrid para lavar. Ele tirou do bolso da calça um pregador para por no nariz longo e fino, e sumiu para a lavanderia.
__________Os muitos quadros com figuras móveis adornavam aquele quarto enorme, onde duas senhoras se arrumavam para descer.
__________‘Você acha, minha querida, que Alvinho tem alguma relação com tudo isso?’, A já anciã Malkin perguntava querendo ouvir uma resposta negativa.
__________‘Eu, como a senhora bem sabe, não acho. Eu tenho certeza! Ele é tão... Tão... Tão suspeito!’, Cassandra falava pelos cotovelos, não havia conseguido dormir bem.
__________‘Mas Cassie... Ele...’, Disse tentando convencê-la a deixar aquelas desconfianças sem sentido.
__________‘Já basta!’, Seus nervos estavam à flor da pele.
__________‘Mas minha menina, não se altere, você pode estourar um vaso. Ou pior ele pode estar escutando...’, Malkin sempre havia suspeitado de que em Hogwarts existiam seres incorpóreos que faziam serviço de transporte de informações. Imaginação de uma senhora que não tinha mais com o que se preocupar.
__________‘Todos sabem que não existe tal coisa. Vamos, vamos descer logo. Eu quero falar com ele, e esclarecer tudo, eu já não agüento mais essa ladainha de segredos para com a minha pessoa. Afinal eu sou ou não sou uma amiga? Eu tenho o direito de saber! Todos temos.’, Disse já com uma face cheia de remorso, pois muitas lembranças do seu passado retornavam a sua cabeça. Gritos de raiva e de insuficiência. Palavras de conforto que não serviam para nada. Vestidos pretos em um velório sem fim. Luzes púrpuras que vinham de alguém que ela desejaria firmemente nunca mais voltar a ver. Aquela pessoa que a jogou no mundo sem compaixão. Que a fez tomar decisões precipitadas, e que a lacrou de outras escolhas. Aquela pessoa que ela odiava com todas as suas forças, ele era alguém do passado de muitas pessoas. Cassandra o havia conhecido quando era jovem, bem jovem, antes de ir morar na Inglaterra e ter aulas com Malkin. Ele fora quem a enviou, amarrada e amordaçada dentro de um caixote, como se fosse uma mera encomenda, pelo Oceano Atlântico do Brasil até o Reino Unido. Sem paradas, e com muitas tempestades. E como a uma onda tais lembranças saíram do foco mental dela. E seus olhos pararam de pingar. Malkin segurava um lenço azul ciano. E lhe entregava em mãos para que se secasse. Parece que ela a havia escutado palavras sem fonemas que não saiam pela sua boca. Malkin era uma boa ouvinte, principalemente quando não se existem sons para serem escutados.
__________As duas naqueles instantes estavam a passar pelos incontáveis corredores e escadas mágicos, que Hogwarts sempre teve. E suas cabeças ornamentadas não tiveram condições de perceber que havia algo, flutuando no ar e as vendo se dirigir para o salão principal.
__________E sem ainda sentirem, piadas sem começo e sem fim provindas de um pequeno pássaro branco flutuando impossivelmente sem bater asas, elas adentraram a gigantesca porta dupla de madeira que fechava o salão indo direta e apressadamente falar com o senhor idoso de roxo que comia compulsivamente mais de dez bombons rechados de cupuaçu.
__________As cortinas eram vermelhas como se sangue houvesse tido estado derramado por sobre seus fios grossos e antigos.
__________Os bordados a ouro que se mexiam representavam vários felinos com jubas enormes, e eles rugiam em um uníssono surdo.
__________Harry estava sentado em sua cama four-poster, olhando para cima, e vendo que as cortinas dela estavam consertadas e que as suas cobertas também haviam sido, e mais do que isso, os vidros das janelas estavam normais, como se naquela primeira noite não tivesse ocorrido aquele frio todo.
__________Ele percebeu que tudo estava como antes. Como tudo deveria ter continuado. Harry achou por vezes que aquelas vozes em sua cabeça eram alucinações. E se foi ao banheiro escovar os dentes e já com as penas de agoureiro no bolso trazeiro da calça. A sua pasta de dentes era azeda e lembrava uma das sensações que se tinha ao olhar para a cara do professor de poções, Snape. Harry ainda não havia cruzado com ele no colégio, ‘...Pura sorte...’, pensou.
__________O espelho refletia tudo o que estava atrás de Harry, a porta que levava ao corredor circular, e os azulejos do banheiro limpinhos. A água que lavava a suas mãos após ter escovado os dentes estava fria, isso era normal. Mas de repente Harry ouviu, uma voz de criança:
__________‘Harry... Harry... Ria para mim Harry... Isso mesmo meu querido garotinho... Como você pode ser tão bonito já nessa idade? Arrasando corações, hein?... Eu sindo falta de você Harry... Você sabe que eu sinto muito por não poder ter feito nada... Eu simplesmente... Era como se eu não estivesse lá, entende?... Eu não poderia ter feito nada... Nada para os salvar... E quanto a você... Eu não me separei de você para nada, Harry, eu te amo meu... Até que eu fui trazida para cá e deixei de acompanhar os seus passos... Harry eu quero ficar junto de você!...’, Naquelas palavras havia muita dor, e muio sofrimento, quando Harry havia acabado de as ouvir percebeu que a água que o banhava transbordara da pia, pois a mesma havia entupido, e ela já não era tão fria, estava quente como a água do mar à noite. E quanto ao espelho ele se encontrava embaçado e um reflexo foi possível de ser visto.
__________Era uma garotinha.
__________Era a garotinha do quadro.
__________E por trás dela, como uma aura a envolvendo estava ele.
__________Encapuzado em uma negritude compacta fazendo parecer o universo sem fim, fazendo remeter-se aos tempos em que não existia magia bruxa na terra, aos momentos em que o eterno e o instantâneo eram confundíveis.
__________Voldemort.
__________Harry, quando bateu seus olhos na sua capa negra não pôde deixar de escutar gritos, muitos gritos, e lágrimas aos milhões invadiram o espaço a sua volta. Eram as vozes daqueles dois que nunca mais chamaria de pais.
__________O espelho rachara.
__________A menina ainda havia tentado meio que por reflexo acalmá-lo, mas lembrou-se de algo.
__________Ela não podia tocá-lo.
__________Harry estava agachado, com as mãos no rosto tentando controlar as lágrimas, tentando recompor-se para se levantar.
__________Infelizmente ele não viu, que além da figura negra havia outrem, outro alguém, um homem que detinha mais poderes do que aquele-que-não-deve-ser-nomeado, um alguém de idade mais avançada do que ele.
__________Alguém que emanava uma aura de cor entre o azul e o vermelho, entre o céu e o inferno. Alguém que não se podia confiar.
__________Dumbledore.
__________O barulho não fora ouvido em toda a escola, como se esperava de algo tão forte. No entanto tais sons só ecoavam na mente perturbada do menino.
__________Harry estava fraco e algumas dores de cabeça poderiam ser sentidas. Ele não esteve atento a tudo, vira a menina, mas não a conseguiu enxergar como ela devidamente queria que o tivesse feito.
__________Harry por muitas vezes não chegou a conclusões certas por que não tinha a visão. Hermione, por outro lado, detinha muita dessa visão, que a fazia ser mais inteligente do que os demais. Harry sentia falta dela e de seus conselhos sábios, mas inoportunos muitas vezes. E também sentia falta dele. Rony era um amigo e tanto. Ele tinha muito do que completava Harry: uma família, uma casa, sabedoria popular, e sonhos férteis. Enquanto a Harry tudo isso lhe faltava.
__________Seus pés pisavam fora do quadro da Mulher Gorda, e não viam para onde caminhavam. O choque de se levantar e ver que o vidro não estava rachado ou se quer embaçado, e que toda aquela água não estava lá realmente, fez que Harry se sentisse mais incapaz de se levar a sério. O olhar dele era vago, e havia cruzado com paredes úmidas enquanto que o barulho da chuva que não-caia estava se enraizando por toda a Hogwarts.
__________Até que sem querer ele bateu com a cabeça em algo, algo bem duro por sinal, algo que parecia ser oco.
__________‘Muito bem, vagando pela escola, enquanto não há aulas! Você, senhorzinho, irá sofrer por isso! Ingrato! Seu Ingrato a Hogwarts!’, Se aquilo não era azar poderia estar virando um. Filch estava segurando os ombros moles de Harry e o puxava com força e rapidez até a sua sala. Harry não sabia o que fazer, porque mesmo durante as férias aquele olhudo ainda pensava que devia exercer as suas obrigações?
__________Harry não imaginava a sorte que teve.
__________Às vezes as coisas ruins vêm para o bem.
__________E outras tantas, as coisas boas vem para o mal.
__________Aquela sala era triste. Uma estante do tipo para se arquivar informações, com muitos pergaminhos soltos. Uma mesa com cadeira para que o dono da sala se sentasse e punisse devidamente os foras-da-lei. Filch se sentia assim. Ele era o xerife. E todos os alunos eram os bandidos.
__________E os bandidos deveriam ser punidos. Se possível a chicotadas.
__________Harry estava sozinho no momento.
__________Filch fora procurar as coisinhas antigas que ele adorava aplicar aos alunos sem dó nem distração. Ele sentia muito prazer ao ver aqueles bruxos sendo maltratados, isso era bastante estranho para alguém do próprio mundo bruxo. Isso era maldade.
__________Os olhos verdes viam de tudo naquele pequeno cubículo: quadros de gente sendo enforcada que ficavam em modo repetitivo e a mesma pessoa era decaptada várias e várias vezes ao longo do dia, pergaminhos de gente desconhecida, fichas de alunos, pedaços de objetos mágicos quebrados, esquecidos ou deliberadamente deixados em Hogwarts; um relógio que não dizia a exata hora, mas sim a situação metereológica; pequenas jaulinhas com bichinhos não permitidos de serem trazidos para a escola e além de outras muitas coisas havia uma chave. Era uma chave de vidro, que parecia não ter-estado-lá. Harry se sentiu atraído por ela, e a vontade de a tocar, e de a usar foi crescendo cada vez mais em sua mente, e ele a pegou.
__________Passos foram escutados.
__________Filch entrou na sala, sentou, ajeitou-se, sem olhar para Harry, postou os pergaminhos mais antigos que Harry alguma já viu em cima da mesa, e quando seus olhos bateram diretamente a sua frente, Harry que se agarrava à chave por dentro do bolso da calça o encarou.
__________‘Potter!!!’, Filch berrava como se estivesse levando um choque.
__________Harry encolheu-se o máximo que pôde na cadeirinha de madeira em que estava. E seus olhos fechados de susto voltaram a ver o ambiente.
__________Filch havia passado pelo seu lado, e sem falar com ele, bufando de raiva, saiu pela porta afora xingando os Potter até a última geração.
__________‘Ele... Ele não me viu? Será?’, Harry pensava com força de que aquilo fosse realiade. Levantou-se, tirou a chave do bolso e a vendo brilhar sorriu. E lembrou-se o que Yakow o havia dito, e pensando na coincidência. A mirou para a escultura de uma criança com um rosto feliz (a única coisa que parecia feliz dentro daquele cubículo), era um anjo segurando uma mínima harpa e seus olhos abertos pareciam dizer para passar a chave pelas cordas da harpa.
__________Havia uma inscrição em uma fita que estava amarrada no instrumento, que viu ser de coral, dizia assim:
__________‘Magiharspa Arcarmentus Proliumater.’, E nessa fita havia escrito um nome em letras grafais, que pareciam ser de uma menina.
__________Esse nome era Lílian. E Harry pôde sentir o perfume que estava esquecido naquela fita há anos. O perfume da sua mãe.
__________Lírios selvagens.
__________Harry passou a chave pelas cordas da harpa de coral e sentiu o som que elas produziram, o anjo abriu bastante os olhos, e suas asinhas bateram com força. Ele tocou a harpa voando pelo ar do escritório, e a parede se abriu para Harry entrar.
__________E eles se foram pela parede. Harry, o anjinho de pedra...
__________E então, nesse momento a parede ao se fechar atrás de si, Harry descobre o que fazia a sua mãe tão feliz na época de quando ela ainda cursava em Hogwarts.
__________A música mágica.
__________Lílian fazia parte de um grupo.
__________Coralistas de Coral.
__________‘Dumbledore, já chega de tudo isso, para quê continuar com toda essa tramóia? Não há a mínima necessidade! O garoto vai morrer! Você não entende? Ou será que é para isso mesmo que você está deixando as coisas tomarem o rumo que estão tomando?’, Cassie falava baixinho, mas era incisiva com o diretor, que já não levava mais nenhum bombom à boca após ter recebido tal rojão de acusação.
__________‘Vamos para um lugar mais reservado, minha convidada. Eu esperava que você não conseguisse suportar que eu guardasse tal segredo. Malkin, você treinou essa menina... Desculpa! Dama. Muito bem.’, Alvo estava com os óculos pendendo do nariz recurvado. Seus olhos azuis diziam que a hora ainda não estava para chegar, e que era inútil impedir que o mundo ditasse as próprias regras para si.
__________‘Pronto! Chegamos ao seu local reservado. O que o senhor me diz agora que ninguém a mais pode nos ouvir?’, A raiva era visível. Eles haviam ido para uma saleta que parecia ter surgido-ali no saguão de entrada do castelo. Era uma sala pequenina, com poucos instrumentos, e poucos móveis, seria um escritório? Não era uma sala de visitas. Os boatos eram verdadeiros...
__________‘Não se preocupe à toa minha jovem. Eu não deixarei que nada aconteça a ele. Principalmente por que ele é...’, Alvo falava com uma voz mais anciã do que a quê já possuía. Malkin estava ao seu lado. Com um olhar assustado para com ele e de pena para com a aluna.
__________Os boatos estavam certíssimos.
__________‘Então é realidade o que dizem?’, Cassandra estava com poucos soluços por virem.
__________‘Não é que você soube? Agora ficará impraticável permanecer-mos assim. Você terá que...’, Alvo estava alterado, ele parecia não ser o mesmo. A sua face se contorcia em insanidade, seus olhos não eram mais de tons azuis.
__________‘Alvo, querido, seja rápido, logo os alunos também sairão do grande salão.’, Malkin sabia de tudo. Ela estava condizente com a situação.
__________‘Se é mesmo verdade, então não me resta outra escolha...’, Cassie estava sem varinha, mas ela conhecia uma forma de se proteger.
__________Os boatos eram verdade.
__________Por muitos lugares do mundo as más línguas falavam em alguém entre os mais poderos bruxos desta época corrente que havia se transformado em um monstro. Com problemas de tempestade psicológica. E com bastante poder que ninguém se atrevia a falar. Tais boatos não saíram dos mais altos escalões. Pensava-se que tal pessoa fosse algum dos muitos políticos corruptos. Entretanto não era.
__________Cassílda posicionava a mão em copa a sua frente preparando um encanto indígena brasileiro:
__________‘Se os boatos são verdadeiros, esta é minha escolha. Nem você, Alvo Dumbledore, nem ninguém irá me matar sem luta!’.
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