Uma nova esperança
N/A: Pessoas queridas do meu coração! Estou aqui novamente com mais um cap. da fic. Já passou da metade, estamos quase no final. Desculpem pela demora, mas o site estava com problemas então não me culpem, culpem o sistema!
Agora, sem mais delongas, aproveitem a fic!
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Capítulo 9
Uma nova esperança
- Vai demorar muito ainda? – perguntou Gina
Eles estavam no St. Mungus, fazendo os exames rotineiros que a garota precisava realizar mensalmente. Harry havia ido com ela desta vez e estava sentado na cadeira ao lado do leito, observando cuidadosamente os movimentos do curandeiro.
- Estamos quase – disse o jovem médico tirando os eletrodos da cabeça de Gina – Nenhuma alteração, você está ótima.
- Descontando a amnésia – observou Gina mal humorada – Não entendo como me dizem que está tudo bem se eu continuo sem lembrar de coisa nenhuma!
- Sem lesões, você pode lembrar-se a qualquer momento – explicou ele
- É, eu sei, sempre a mesma história – disse Gina entediada.
O médico sorriu sem jeito
- Infelizmente, não há muito mais que possamos fazer se você ainda não teve nenhuma rememoração.
- Mas Gina está tendo alguns lapsos – disse Harry impulsivamente
- Harry! – repreendeu Gina
- Tem lapsos? – perguntou o médico – Ninguém me contou isso.
- Ela não queria contar a ninguém – disse Harry ignorando o olhar ameaçador da ruiva.
- Não tem porque deixar as pessoas emocionadas com meros lapsos de memória – disse Gina
- “Meros lapsos”? – disse o médico surpreso – Srta. Weasley, no seu caso, “meros lapsos” podem ser a solução!
- O que quer dizer? – perguntou Gina sentando-se na maca
- Veja bem, muitas vezes, se aumentarmos a velocidade e o tempo destes lapsos, eles podem desencadear ligações entre as redes mnemônicas, promovendo um caminho sináptico contínuo!
Harry e Gina encararam o médico, confusos.
- Ahn...você pode traduzir? – pediu Gina não parecendo nada impressionada
O médico sorriu.
- Nosso cérebro, é composto pelo que chamamos de redes. São conjuntos de nós de neurônios que espalham as informações uns para os outros, ativando ligações entre si. Desta forma, você consegue lembrar da sua mãe quando vê uma colcha de retalhos vermelha numa loja, pois há nó de informações que liga a cor da colcha com o cabelo dela. – explicou ele – Lapsos de memória atingem estes nós que se relacionam entre si, de forma que se conseguirmos que eles se mantenham ativos mais rapidamente e por mais tempo...
- Ela vai se lembrar das coisas que tem relação com aquele nó – completou Harry
- Exato. – disse o médico – E como todos os nós se inter-relacionam...
- Vou ativar as outras memórias – disse Gina – Isso é possível?
- Atualmente, estamos com uma medicação experimental. Não funciona com todos, pois muitos têm problemas justamente com os meios de ligação entre as redes, não há como saber o que está lhe atingindo, mas tem sido a solução para muitas pessoas nos últimos tempos – disse ele. – Há quanto tempo está tendo estes lapsos?
- Bom, acho que começou algumas semanas depois que saí do hospital. – disse Gina.
- Certo – disse o médico – Quanto tempo duram?
- Depende – disse Gina – Algumas são apenas imagens sem nexo, outras são seqüências de poucos segundos e os sonhos costumam durar boa parte da noite.
- Muito bem – disse ele – Vamos trabalhar, basicamente, com esses lapsos de segundos quando você está acordada. Nosso objetivo é que você consiga mantê-los por cerca de dois minuto.
- Parece muito tempo – disse Harry
- E é – disse o médico – Mas se conseguir isso, provavelmente vai conectar grande parte das redes.
- Quanto tempo? – perguntou Gina ansiosa
- Não há como prever – disse o médico – Vai de cada pessoa, mas você pode calcular a sua velocidade pensando em quanto tempo os lapsos começaram a surgir e o quanto demoraram para ficarem um pouco mais compridos e consistentes.
Gina pensou um pouco e, em seguida, suspirou.
- Então acho que não vou lembrar de tudo amanha.
Harry sorriu
- Pelo menos as chances aumentaram – disse ele.
- Não quero contar isso a ninguém – pediu Gina – Não quero ninguém com esperanças demais.
- Você já pensou no que vai dizer quando virem você fazendo outro tratamento quando vier fazer exames? – perguntou o médico
- Bom, não vou trazer mais ninguém comigo – disse Gina
- Você não pode vir sozinha – avisou ele – As medicações podem deixa-la zonza e até faze-la desmaiar. Não é seguro.
- Eu virei com ela - disse Harry – Tudo bem pra você?
Gina sorriu para ele.
- Obrigada.
- Hum...bom, então vou buscar os medicamentos para começar o tratamento.
E, dizendo isso, saiu do quarto, deixando Harry e Gina sozinhos.
- Acha que vai funcionar? – perguntou ela
- Não sei – disse Harry – Mas tentar não machuca ninguém.
- É...espero que não – disse Gina abaixando os olhos.
- Hey, o que foi? – perguntou ele estranhando a repentina tristeza dela – Você deveria estar feliz, esse tratamento é uma nova esperança.
- E se for uma esperança frustrada? – perguntou ela – E se eu nunca me lembrar?
- Bem, teremos que lidar com isso – disse Harry – Você não ficou menos capaz pela falta de memória. Ainda é uma excelente bruxa, com um futuro incrível e pessoas que te amam ao seu redor.
Gina o encarou nos olhos, vendo ali do que ele falava.
- Eu queria poder corresponder à altura, Harry – disse Gina – Queria poder...
- Estou de volta – disse o curandeiro trazendo uma bandeja com meia dúzia de seringas.
- Pra que tudo isso? – perguntou Gina retesada
- Bom, o tratamento funciona com a aplicação destes medicamentos – ele indicou vários vidrinhos com líquidos transparentes dentro -, uma vez por semana.
- Vou ter que fazer injeções semanais? – perguntou Gina
- Exatamente. – confirmou o médico
- Por quanto tempo? – indagou Harry
- Depende do quão rápido ela responder à medicação. – explicou - Com sorte, depois dos dois primeiros meses, passaremos a aplicações quinzenais.
- Achei que seria mais rápido – protestou Gina
- Talvez seja – disse o médico – Mas estou lhe dando uma média baseado em estatísticas e considerando sua história pregressa.
- Tudo bem, então – disse a ruiva.
- Bom, então agora, coloque seu braço aqui. – disse ele mostrando um suporte ao lado do leito.
Gina respirou profundamente e esticou o braço onde o médico indicara. Harry sabia que Gina não gostava de agulhas, embora ela estivesse reagindo normalmente à situação. Sentou-se no outro lado do leito ao lado dela, de forma que ficassem de frente um para o outro, e segurou a mão livre da garota. Gina sorriu.
- Agora quero que fique atenta, pois enquanto eu estiver aplicando a medicação, você vai lembrar de alguma cena expressiva que vivenciou nas últimas 24 horas. – explicou o médico – Não precisa ser grande coisa, pode ser um bolo de chocolate que você nunca havia comido ou uma música que ouviu e gostou. Só precisa fazer sentido, pois significa que seu corpo reagiu ao remédio.
- Certo – disse Gina mordendo o lábio inferior em sinal de nervosismo e virando o rosto, encarando os olhos verdes do garoto ao seu lado e fazendo uma careta ao sentir a fina agulha perfurar seu braço
Harry sorriu para ela, se aproximando um pouco mais até poder faze-la repousar em seu ombro enquanto o médico aplicava as injeções, uma a uma.
Foi durante a terceira aplicação que ela começou a ver algumas imagens espaçadas em sua mente. Relaxou um pouco mais nos braços de Harry...Harry, era ele que ela via.
Estavam subindo as escadas da Toca... estavam em frente ao quarto dela.
- Você tinha razão, eu precisava mesmo sair, estava enlouquecendo aqui dentro. – disse Gina – Obrigada.
Harry sorriu pra ela.
- Quando quiser.
- Ah, eu vou querer – disse ela aproximando-se dele
Harry, instintivamente, colocou uma das mãos na cintura dela por um segundo, mas retirou-a dali imediatamente assim que perceber o que estava fazendo. Gina sorriu levemente e lhe deu um beijo no rosto.
- Boa noite, Harry.
E, com isso, ela entrou no próprio quarto, jogou as roupas em um canto qualquer, atirou-se na cama e dormiu profundamente.
Abriu os olhos, sentindo-se levemente zonza. Ainda estava apoiada em Harry e seu braço parecia muito mais pesado
- Gina? – chamou Harry – Gina, você está bem?
- Ahn? – perguntou ela ajeitando-se na cama de hospital – Ah, claro...eu só...
- Viu o que lhe falei? – perguntou o médico parando de injetar a terceira solução no braço dela, fazendo-a gemer de dor.
- Sim. – disse Gina – Vou precisar contar?
O curandeiro riu
- Não, apenas relaxe. – disse ele – Agora que você se lembrou, aplicamos o último medicamento.
- Achei que você já tivesse acabado – reclamou Gina sentindo a última agulha perfurar seu braço – A cena parecia grande.
- É, todos dizem isso, mas na verdade dura apenas uma aplicação do medicamento – disse o médico retirando a última agulha do braço da garota – Bom, espero que tenha sido uma boa lembrança... muita gente tem pesadelos bem significativos.
Gina riu
- Bom, acho que foi uma boa lembrança então – disse Gina sorrindo para Harry, que não entendeu. – Podemos ir?
- Claro, dispensados por hoje – disse o médico – Tente não fazer muito esforço, pode sentir-se um pouco fraca. Volte aqui em uma semana, ok?
- Certo – disse Gina.
- E obrigado – disse Harry.
Eles saíram do hospital em silêncio, Gina parecendo bastante cansada.
- Como se sente? – perguntou ele
- Bem – disse ela – Só um pouco cansada.
- Você precisa dormir um pouco – disse ele quando chegaram à lareira em que deveriam usar para voltar à Toca. – Vá primeiro.
Gina entrou na lareira, pegou o pó de flu e logo estava sendo envolta por chamas verdes. Harry foi logo atrás dela e apareceu na lareira da casa dos Weasley logo em seguida.
- Então, como foram no St. Mungus? – perguntou a sra. Weasley
- Nenhuma alteração – disse Harry sentindo-se mal por esconder a verdade da matriarca da família.
- Estou ótima – disse Gina desconversando – Vamos almoçar?
- Claro, querida, estávamos apenas esperando por vocês dois. – disse ela – Remo e Tonks vieram nos fazer companhia.
Eles foram até a cozinha e ajudaram a Sra. Weasley a colocar as panelas na mesa. Rony e Hermione estavam sentados à mesa, conversando animadamente sobre alguma coisa com relação ao Ministério.
- Harry, recebemos uma carta do Ministério hoje – explicou Rony – Sobre as inscrições na Academia de Aurores.
- Mesmo? – perguntou Harry animado. Havia semanas que esperava uma resposta deles. – E então?
- Fui aceito! – explicou Rony
- Você deve ter sido também Harry – disse Hermione – Eles não poderiam recusar o grande Harry Potter, não é mesmo?
- Não quero ser aceito por status. – disse ele – Quero porque sou capaz.
- E derrotar Voldemort não é suficiente? – indagou Gina e, ao dizer aquele nome, derrubou a tigela de salada das mãos e cambaleou para o lado.
Sentiu uma forte tontura e ouviu vozes em torno de si, embora não conseguisse identificar nenhuma; somente o braço que lhe amparou para que não caísse no chão ela soube de quem era: Harry.
Estava escuro, havia sangue para todos os lados, pessoas lançando feitiços em torno deles. Ela livrou-se do homem encapuzado com um feitiço estuporante e avançou para a cena de luta no centro.
Harry e Voldemort estavam ligados por um estranho emaranhado de fios que saiam de suas varinhas. Havia um anel que percorria os fios, ora pendendo para o lado de Harry, ora para o de Voldemort. Ela precisava ajudar, Harry não agüentaria muito mais tempo...O que aconteceria se atingisse Voldemort? Interromperia a ligação?
- Gina! – gritou Harry – Gina, saia daí!
- Sua namorada quer brincar também, Potter? – gargalhou Voldemort
- Gina, vá embora!
Mas ela não foi. O anel já estava quase atingindo a varinha de Harry, a cicatriz dele sangrava, não havia mais tempo. Levantou a varinha e lançou a maldição em direção ao Lorde das Trevas. Ela atingiu Voldemort no peito, interrompeu a ligação e uma energia muito poderosa invadiu o local, vindo como uma onda de onde estava Voldemort e atingindo-a em cheio. E tudo apagou.
- Ela está acordando – sussurrou uma voz masculina
- Saiam de volta dela, Gina precisa respirar – disse outra voz, agora, de mulher.
- Gina? – sussurrou Harry – Gina, está me ouvindo?
- Harry? – perguntou ela abrindo os olhos, confusa – Harry...Voldemort...a ligação...
- Calma, querida, você está muito nervosa – disse a Sra. Weasley.
- Gina, não diga nada – disse Lupin – Apenas foque sua visão em um de nós e tente se concentrar.
Gina fez o que ele ordenou, encarando Hermione, que sorriu.
- Ótimo – disse Lupin – Pode dizer o nome dela?
- Hermione – disse Gina sorrindo para a amiga.
- Lembra de mais alguma coisa? – perguntou Rony empolgado.
Gina encarou o irmão e sorriu infeliz.
- Não, foi só um lapso. – disse ela – Mas quanto tempo durou?
- Bom, você ficou uns dez minutos desacordada – disse o Sr. Weasley. – Mas a maior parte do tempo parecia estar em sono profundo, ficou agitada apenas durante alguns segundos quando cambaleou na cozinha, depois desmaiou.
Ela encarou Harry ao seu lado. Ele segurava sua mão e fez um sinal negativo com a cabeça disfarçadamente.
- Oh...certo – disse ela lentamente – Ahn... será que eu poderia ficar um pouco sozinha?
- Claro, querida – disse a sra. Weasley nervosamente – Vamos todos almoçar, traremos algo para você comer aqui.
- Estou sem fome – disse ela – Só preciso descansar um pouco.
- Bem, está bem então – disse Molly – Mais tarde, às seis, talvez...
- Claro – disse ela sorrindo complacente – Vou adorar seu sanduíche especial às seis.
Harry viu a senhora Weasley abrir um sorriso emocionado e empurrar todos para fora. Antes de sair, entretanto, Gina segurou sua mão e disse:
- Mais tarde, você poderia trazer o sanduíche?
- Claro, às seis – brincou ele entendendo o recado – Serei pontual.
Harry passou boa parte do dia esperando o horário combinado, quando poderia finalmente entender o que Gina havia visto em seu primeiro lapso de memória estimulado pela nova medicação. Teve de se conter para não invadir o quarto da garota durante o tempo que se passou e forçá-la a dizer o que quer que fosse, mas achou melhor respeitar o tempo dela.
Fora horrível, também, ouvir as teorias de Rony e Hermione sobre o ocorrido e não poder contar-lhes a verdade, mas havia prometido à Gina, seus melhores amigos certamente entenderiam. Além do mais, eles não conversavam tão profundamente sobre algo desde que Gina perdera a memória. Desde então, Harry estivera tão ocupado preocupado com ela, tentando em vão controlar a frustração que crescia dia após dia dentro de si, que não dava atenção a mais nada. E era exatamente sobre isso que Hermione falava naquele momento.
- Achei bom que ela pedisse para ficar sozinha – disse ela – Você estava precisando de um tempo também, Harry.
- Eu tenho que concordar com a Hermione, cara – disse Rony – Nem minha mãe ficou tão obcecada com nisso quanto você.
- Não fiquei obcecado – defendeu-se Harry – Só...preocupado...Não entendo como vocês podem estar tão calmos!
- Alguém precisa ter os pés no chão – disse Hermione – As pessoas estão tentando dar apoio sem pressiona-la, foi o que o médico recomendou.
- Acham que eu estou pressionando ela? – perguntou Harry
- Não dissemos isso – disse Rony
- È normal que você fique aflito – disse Hermione - Só que talvez você possa deixa-la um pouco ansiosa porque eram namorados e tudo mais...
- Eu não faço isso! – protestou ele – Foi ela que começou a me perguntar todas essas coisas sobre como era quando estávamos juntos...eu não fiquei forçando a Gina a se lembrar.
- Ela te perguntou coisas? – indagou Rony
Harry confirmou com a cabeça, achando que não faria mal contar a eles sobre as perguntas de Gina, embora não intencionasse dizer que a garota andava relembrando alguns detalhes.
- E você respondia? – perguntou o ruivo
- Queria que eu me recusasse? – disse Harry
- Não, mas o que exatamente você respondia? – perguntou Rony
- Rony, não vou lhe contar detalhes do meu relacionamento com sua irmã – disse ele
- Espero que não haja detalhes demais pra esconder – disse Rony possessivamente.
- Está bem, chega – disse Hermione – Harry, pare de ser agressivo! Rony, deixe de ser superprotetor!
- Mas... – disseram Harry e Rony ao mesmo tempo
- Nada de “mas”! – disse Hermione – Só estamos conversando aqui, não é pra vocês brigarem.
- Ótimo, vocês podem conversar, eu vou levar o sanduíche pra Gina comer – disse Harry verificando o relógio pela trigésima vez naquele dia e observando que faltava apenas um minutos para as seis da tarde.
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