Parte V De novo, a poção!
(e este quase foi o final da fic)
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Fevereiro começou com muita chuva e a perspectiva do Dia dos Namorados ser passado em Hogsmeade chegava a desanimar os casais mais entusiasmados. Levantando os olhos do pergaminho em que tentava pela 3ª vez acertar os ingredientes corretos da veritaserum (simplesmente porque ele odiava a simples menção a esta poção), Harry observou a água escorrendo pelas janelas e não pôde deixar de pensar em como estaria Sarah em sua carroça. Mesmo com o tempo horrível durante todo o inverno, ela se recusara terminantemente a se hospedar dentro da escola, mesmo com a insistência de sua tia e de Dumbledore. Dissera que isso a fazia se sentir mais à vontade, mas Harry sabia que havia outras razões. Por meses, ela evitara Snape até na mesa de refeições, nunca estando lá ao mesmo tempo que ele. Quando Dumbledore lhe pedira pra ficar mais um semestre, ela sorrira e concordara resignadamente, mas fizera o possível para só conviver com seu “supervisor” o estritamente necessário. Por várias vezes, o substituía nas aulas de poções, quando ele estava a serviço da Ordem.
A volta de Sirius, são e salvo no Dia das Bruxas contribuiu ainda mais para a tensão entre os dois. Snape, realmente convencido de que eram amantes, parecia pensar que Sarah ia se encontrar com Sirius sempre que ela se ausentava da escola nos fins de semana, mas ela nunca respondia às suas insinuações a respeito, nas aulas de segunda feira, decidida a não se deixar provocar. Mas Harry sabia que, pelo menos uma vez, ela e o irmão estiveram sim na casa nº 12 do Largo Grimmauld.
Entretanto, Harry notou que Sarah usava o anel de Snape, embora o tivesse camuflado com algum tipo de feitiço para parecer o brasão dos McGonagalls. Mostrou a Hermione, que comentou enigmática:
- É... ficou bom, não? –ante o olhar indagador, respondeu apenas – Ela estava dividida entre tirá-lo e continuar usando sem “dar bandeira” pro Snape. Disse que ainda não estava pronta, então eu sugeri um feitiço desilusório ou coisa assim...
Rony, que a essa altura já soubera da história, retrucou:
- Você quer dizer com isso que ela... ainda gosta dele? Mesmo com as coisas que ele andou falando? Não acredito! Ela é louca, ou o quê?
Hermione o fuzilou, como sempre fazia nessas horas.
- Ah, não comecem – disse Harry – Vocês nunca aprendem? Se eles querem agir como nós, adolescentes, por que é que vamos impedir? Um dia, eles crescem, não é assim que falam de nós?
Os outros dois concordaram, divertidos. Harry, porém, continuou a observar a professora com atenção. Prometera a Antonio, que agora raramente aparecia na escola, que estaria de olho e não deixaria Snape “aprontar” de novo. Acabara descobrindo ser essa uma tarefa muito difícil.
Snape estava cada vez mais irascível. Os alunos, que há muito já tinham aprendido a fazer silêncio automaticamente à sua chegada, agora pareciam sobreviver sem ao menos respirar em suas aulas, pois temiam que o som desagradasse ao professor. E, com as derrotas do time da Sonserina, ele ficara ainda pior. Qualquer coisa era motivo para tirar pontos de qualquer um, principalmente da Grifinória e, como não poderia deixar de ser, Harry, Neville, Hermione e os Weasley eram suas vítimas mais freqüentes, bastava que acelerassem um pouquinho ou parassem num corredor, para perderem pelo menos cinco pontos cada um. Mas até Neville não se desesperava mais por isso. Chegara a um ponto tal de “resignação” quanto ao professor de poções, que Harry desconfiava até que seu Bicho-papão há muito mudara de forma.
Hermione, porém, elaborou um plano, que fez os cabelos da nuca de Harry se arrepiarem.
- Agora, você é que está louca, Hermione! – ele lhe disse.
- Não, é perfeito! – ela retrucou – Pense bem, vamos pedi-la pra nos ensinar na próxima vez que substituir o Snape, e vai ser amanhã, já confirmei. Ele foi hoje para Londres... e o pessoal lá já concordou em ajudar.
- O que? – perguntaram os garotos, espantados, mas Hermione não deu mais explicações.
- Olha, não é só pra nós, é pra turma toda, como uma brincadeira para o dia dos namorados, como o Lockhart fez, lembram?
- Não me lembre disso, por favor! – Harry pediu.
- Agora eu vi! – Rony exclamou – Ela está louca mesmo! St Mungus, urgente!
- Vocês são uns bobos. Gina também achou ótima idéia.
- Claro! Deve estar querendo conquistar alguém... – ele olhou significativamente para Harry, que não lhe deu atenção, pois Hermione já se levantara e passava pelo buraco da Mulher Gorda sem dizer aonde ia.
Quando voltou, meia hora depois, tinha um ar de triunfo.
- Consegui, e já avisei a todos os nossos aliados – comentou, enigmática - Dumbledore autorizou a Profª Sarah a nos ensinar uma poção de efeito enlevante leve, com duração de algumas horas apenas. Completamente inofensivo, ele garantiu, claro.
- Claro. – respondeu Harry, desanimado, desistindo de uma vez por todas do trabalho de poções.
No dia seguinte, na mesa do café, todos já sabiam a grande novidade! Aprenderiam a fazer uma poção do amor, fraca mas divertida, na aula de Poções com a Profª Sarah. A Profª Minerva discutira o assunto com Dumbledore, mas este sorrira de seus receios, dizendo que os alunos... e eles também, estavam precisando de um refresco, e que essa poção não era nada perigosa, pois tinha circunstâncias especiais para funcionar. Essa observação intrigante preocupara Harry ainda mais.
Assim, foi uma turma agitada e inquieta que recebeu Sarah na sala das masmorras. Com um arrepio involuntário – ela sempre o tinha quando entrava nessa sala, talvez por ser território explícito de Snape – Sarah se encaminhou para a frente da turma e, usando a varinha, preencheu o quadro com as instruções para o “Vapor Rosa”, como chamara a poção (nada de nomes intrincados, pessoal! – ela dissera a sorrir).
Quando todos já tinham diante de si os ingredientes e o caldeirão preparados, ela começou a explicar:
- Neste tipo de poção, a forma de misturar é muito importante. Vocês têm que mexer sempre no sentido anti-horário, a menos que sejam canhotos, prestem atenção, porque querem trazer o efeito “para vocês”, ou seja, é uma poção atrativa.
- Então não vamos jogá-la nos outros? – alguém perguntou, parecendo decepcionado.
- Não. É para ser usada em vocês mesmos. – ela sorria divertida, as sobrancelhas erguidas examinando atentamente a turma – Como se fosse um perfume. Vamos lá? Todos prontos?
Ela pegou um dos frascos de ingredientes de Hermione, um líquido rosa forte que exalava uma fumaça de odor forte de rosas.
- Esse é um dos principais ingredientes, e vocês terão que dosá-lo com cuidado, se não quiserem se tornar irresistíveis como nosso velho Gilderoy – todos riram, e ela ia continuar, quando a porta se abriu estrondosamente e Snape irrompeu pela sala.
No susto, Sarah deixou cair o frasco, e a fumaça invadiu a sala. Hermione até fora rápida com o feitiço de reparo, recuperando o frasco, mas seu conteúdo altamente volátil se espalhou irremediavelmente pela sala, fazendo todos espirrarem e sorrirem sedutores ao mesmo tempo, numa confusão total.
- Evanesco ventila! – Sarah bradou com energia, fazendo grandes exaustores circulares surgirem na parede e sugarem toda a fumaça, até que a sala voltou ao normal, alguns alunos tossindo discretamente.
Snape já estava ao seu lado, obviamente fazendo um imenso esforço para se conter diante da turma e não lhe dar um “corretivo” ali mesmo, como se fosse uma criança abusada. Mas, inesperadamente iluminada por algum pensamento secreto, ela sorriu o mais docemente que conseguiu, fitando-o bem nos olhos e exclamando com voz meiga:
- Severo, querido! Não entre na sala assim tão de repente! Ou os alunos vão pensar que é a Tonks, e não eu, quem está aqui dando aula. Você sabe que ela adora se passar por mim... Sabia? Ela fazia isso às vezes, e só me arrumava encrenca, aquela desastrada!...
Harry ficou boquiaberto, mas não mais que Snape. Sarah dera um lance corajoso agora, mas será que teria resultado? O professor a olhou com uma expressão bastante duvidosa, mas Sarah continuava sorrindo inocentemente, e depois se virou para os alunos:
– Quem pode emprestar um pouco da Essência de Rosa do Amor para a Hermione? Infelizmente, não recuperamos o suficiente...
Harry estendeu a sua, e a professora agradeceu gentilmente, antes de se virar para o aturdido Snape:
- Perdoe-me, Prof. Snape, mas o Professor Dumbledore me pediu que ensinasse essa poção aos alunos, como um presente especial para hoje. Sei que sua aula se destina a coisas mais sérias, mas são ordens superiores, que faço questão de obedecer... como sempre fiz. Por favor, sente-se para que eu possa continuar, e me corrija se eu fizer algo errado.
- Certamente. – murmurou Snape, sentando-se em sua própria cadeira atrás da escrivaninha e deixando que Sarah continuasse de pé à frente da turma.
Hermione, com uma expressão estranha, levantara a mão.
- Sim, Hermione?
- É que... nunca vimos esse tipo de ingrediente antes. São proibidos?
Enquanto Harry se admirava mais uma vez da esperteza e coragem da colega, Sarah respondia com um tom calmo e um sorriso de compreensão.
- Na verdade, precisam apenas de uma autorização especial de um professor para serem adquiridos. Como podem imaginar, isso nunca foi problema pra mim, mas não contem à Tia Minerva, por favor! Ela iria me dar agora todas as detenções que não sofri nos tempos da escola, por usar seu nome para comprar o que precisava, ou pegar livros na área reservada da biblioteca. Por favor, não me imitem, mesmo que seu melhor amigo ou amiga diga ser um caso de vida ou morte... Sempre parece ser, não é, meninas?
O riso se generalizou, mas cessou logo depois, pois os alunos interpretaram como repreensão a expressão franzida de Snape. Mas Sarah, agora que começara, continuou, só que um pouco melancólica:
- Sabem, amizade é uma coisa preciosa, mas às vezes os amigos nos colocam em apuros, e por defender uma amiga, quase fui expulsa... ou coisa pior. Engraçado... que coincidência! Foi há quantos anos mesmo, Prof. Snape? Era essa mesma poção que eu fabricara, mas alguém fez algo mais perigoso, e jogou a culpa em mim. Uma aluna da Sonserina, claro!... Desculpem. – ela olhou com falsa humildade para as meninas da Sonserina – é força do hábito! Sei que nem todas são como essa minha grande colega.
- Profª Sarah, acho que não é o momento para se levantarem tais questões – Snape falou em tom frio – Por favor, detenha-se nessa maldita poção, já que é o que lhe ordenaram que fizesse...
A aula continuou, mais silenciosa do que poderia ter sido, e no final, cada aluno saiu da sala com seu frasquinho borbulhante de um forte perfume de rosas, instruído a usar apenas uma gota de cada vez, depois que a professora avaliou e deu nota a cada um, de acordo com o tom do líquido e da fumaça que apresentava, pois era uma infinidade de tons diferentes, e odores também, nem todos tão agradáveis como era de se esperar.
Novamente, Harry, Hermione e Rony foram os últimos a sair, dando um jeito de permanecerem um pouco mais no corredor sombrio, iluminado por archotes. Todos de varinha em punho, caso Sarah precisasse de socorro urgente.
Enquanto Sarah eliminava os últimos vestígios de poção de toda a sala, Snape permanecia em silêncio. Do lado de fora, Harry enviava à professora um pensamento desesperado: você está indo bem até agora, não aceite provocações, mantenha a calma!
- Pronto. – ela disse, afinal – Estou lhe devolvendo a sala em perfeitas condições para o período da tarde... a menos que prefira que eu continue a programação do dia...como me foi pedido – e mudando abruptamente de tom – Como estava Londres?
- Nevoenta como sempre, mas suponho que você queira saber notícias de seu amigo, já que sabe que estive naquele buraco em que ele se escondeu de novo!
Sarah respirou fundo.
- Na verdade, não, obrigada. Ele me mandou uma coruja, dizendo como estão as coisas...Mas pensei que só voltasse amanhã, pelo menos foi o que o Prof. Dumbledore disse.
- Recebi uma mensagem urgente... alguém me dizia que você tencionava enfeitiçar a escola inteira... de novo!
Do lado fora da sala, Hermione levou as mãos ao rosto, e os garotos a fitaram, sem acreditar no que seu gesto podia significar.
- Hermione, diga que você não fez isso! – Harry murmurou entre dentes, temendo ser ouvido.
- Na verdade, sugeri. Mas não fui eu, juro! – sua expressão porém, era de satisfação, e Harry desconfiou que havia mais coisas no tal plano do que ela contara a eles.
- Quem, então? – Rony sussurrou. Mas Harry acenou que se calassem.
Dentro da sala, Sarah sorria com tristeza ao encarar Snape e responder:
- E, de novo, o Professor Snape não podia permitir que isso acontecesse... – ela respondeu, tentando manter a voz normal e serena – sem nem mesmo me perguntar se foi isso que eu fiz.
- Eu perguntei, lembra? – Snape já assumira sua voz doce carregada de ironia.
- Não sem antes colocar a poção da verdade no meu chá... Ora, Snape, você acha mesmo que eu bebi aquilo? Não me faça rir! Um golpe baixo, sem dúvida, mas tão previsível! Até Harry já me contou como se saiu de algo semelhante, se bem que, no caso dele, você deu uma mãozinha.
- Havia muito em risco... no caso de Potter, é claro.
- Sei.
Novamente silêncio na sala, por minutos carregados de tensão que pareceram horas. De repente, os dois começaram a falar ao mesmo tempo.
- Afinal, por que você fez... – começou Snape
- Você realmente acreditou... – dizia Sarah
Os dois se interromperam, e Snape sorria ao dizer:
- Primeiro as damas...
- Deixe pra lá... Não adianta chorar sobre a poção derramada mesmo. – Sarah o fitou mais uma vez, jogando às favas a intenção de se proteger e deixando-o perceber a profunda mágoa que trazia deste episódio. Mas, para seu espanto, Snape não tinha a expressão sarcástica e triunfante que esperara ver.
Quando ele voltou a falar, tinha um tom de curiosidade na voz.
- Na verdade, a mensagem que recebi dizia: “Sarah está preparando sua poção novamente. Aconselho que você aproveite e esclareça de uma vez por todas o mal entendido do passado, ou serei obrigado a fazer alguma coisa definitiva a respeito.” E estava assinada por seu irmão Antonio. E deve ter o dedo do Potter nisso, pois foi a coruja dele que me alcançou em Londres...
Esta informação caiu sobre Sarah, e também sobre os dois garotos que escutavam de fora, como uma bomba. Harry olhou mais uma vez para Hermione, que se desculpava.
- Perdão, Harry. Só Edwiges podia ser tão rápida e confiável para ir... à Ordem – ela sussurrou.
Mas Snape continuava, aproximando-se da espantada Sarah, que o olhava sem saber o que pensar, até ficar perto o suficiente para tocar seu rosto com a ponta dos dedos, num gesto gentil que a surpreendeu ainda mais, embora conseguisse a custo evitar recuar ao seu toque. Ele percebeu seu esforço, e retrocedeu um pequeno passo, como se não quisesse parecer estar intimidando-a.
- Pelo que percebo agora, ou você melhorou ainda mais sua capacidade de esconder de mim a verdade... ou ambos somos vítimas de uma bem armada conspiração. Porque... – ele observou atentamente sua reação, seu olhar indo de seus olhos muito abertos à sua boca nervosa, passando pelos cabelos e se detendo na moeda no meio da testa – além do recado inusitado, fui recepcionado por uma verdadeira força tarefa... na sede. Aqueles dois pulguentos! – ele riu – e também sua amiga desmiolada, além de uma ameaçadora mamãe Weasley me esperavam na cozinha de varinhas em punho, dispostos a me atirar as piores azarações se eu não os escutasse. Ah, sem esquecer aquela aprendiz de vidente, que Dumbledore achou por bem aceitar como membra da Ordem.
Desistindo de fazer alguma observação quanto a ele se referir a Lupin e Sirius como “pulguentos”, e também sua surpresa pela presença de Mary Hallow, pois só poderia ser dela que ele falava, na sede da Ordem, ela soltou um longo suspiro e indagou:
- E o que, afinal, queriam que você escutasse?
- Bem, em primeiro lugar, Black queria saber de onde eu tirei a idéia “ridícula” de que vocês tinham um caso... Bom, aliás, ele e Lupin afirmaram que você era a irmãzinha querida do coração deles, uma espécie de “mascote” dos tais Marotos. Sinto muito se isso tira de você alguma esperança escondida, mas foi o que disseram. Decepcionei você com esta informação? – ao seu gesto de negação, sorriu novamente – Tem certeza?...
- Por que você insiste nisso?... Ah, eu sou uma tola! Quer ouvir com todas as letras? Sei que você não tem nada a ver com isso, que não lhe devo nenhuma satisfação, mas vou dizer assim mesmo, porque não suporto mais essas suas “indiretas”. Então, escute bem, porque não vou repetir nunca mais isso. Sirius era... foi... um sonho de criança. Eu o amo sim, e nunca vou deixar de amar, como aquele amigo especial, acima de tudo o mais, em quem eu confio mais do que no meu pai ou no meu irmão... E, se nosso laço resistiu até a Azkaban, então desista, ouviu bem? de tirar isso de mim. – ela inspirou profundamente - Lupin também é um amigo muito querido, e se você se recusar a continuar fazendo sua poção novamente, não se preocupe. Já a ensinei pra Hermione Granger, e ela aprendeu muito bem, tenha certeza.
- Claro que tenho certeza disso. Aliás, como tenho certeza de que ela tem algo a ver com essa nossa “conversa”. Ela e Potter são ”conspiradores” e encrenqueiros natos. Mas admito que armaram muito bem desta vez.
Harry não estava nada contente por se ver responsabilizado por uma coisa de que nem tinha conhecimento, mas apenas fitou Hermione como quem dizia que ia querer explicações.
Enquanto os jovens, ou pelo menos os dois garotos, se surpreendiam a cada palavra que ouviam, completamente esquecidos do almoço sendo servido lá em cima, o casal ainda se fitava em silêncio, até que Sarah perguntou, já curiosa e aflita, o que divertiu muito Snape.
- Se você já se deu por satisfeito quanto ao Sirius, me conte então... O que mais eles disseram?
-Bem, aí foi a vez de sua amiga metamorfa contar das vezes que se passou por você, e para meu grande espanto, me disse que, algumas vezes, foi sem o seu conhecimento...Sinceramente, me sinto profundamente atingido em meu orgulho por constatar como pude ser enganado assim por duas... crianças... – ele respirou fundo, abandonando o tom jocoso - ainda mais por que, afinal de contas, lhe devo um pedido de perdão... por ter pensado que você fosse capaz de dizer todas as baboseiras que a sua amiga disse... Estou sendo sincero, pode ver isso, não? – sua humildade era tão surpreendente que Sarah não soube o que dizer.
Então, foi sua vez de se aproximar mais, examinando com atenção cada detalhe daquele rosto sempre tão duro mas tão querido, tentando achar algum sinal sem usar os seus poderes, de que seu coração afinal tinha motivos pra bater mais esperançoso. Seu olhar era ansioso e até febril, por isso, instintivamente, ela ergueu a mão para tocar seu rosto. Mas Snape a segurou e, delicadamente, beijou sua palma, fazendo-a estremecer. Sua reação pareceu incompreendida, por que ele se afastou abruptamente, dizendo:
- Desculpe, foi um impulso tolo. Deve ter ficado algum resíduo da poção na sua pele...Os alunos vão gostar de saber que já a testou e que funciona... Agora, espero que entenda, se eu não me expor mais a esses jogos juvenis. Como você mesma disse um dia, já estou muito velho pra isso. – ele começou a caminhar rapidamente para porta mas, enquanto Harry, Rony e Hermione se preparavam para correr, pois sabiam que Snape ia odiar se visse que haviam escutado tudo até agora, Sarah o chamou:
- Snape... por favor. Espere! – gritou, e quando ele parou e se voltou para fitá-la, o rosto novamente tomado por aquele ar costumeiro de irritação e rabugice, ela continuou em tom mais baixo – Pelo que você disse, fomos vítimas de uma conspiração que vai desde o Prof. Dumbledore até uma coruja de estimação. Acho que não podemos desperdiçar a chance que nos deram pra esclarecer tudo...
- Acho que não há mais nada para ser esclarecido...Não há nenhuma necessidade de continuar gastando meu curto e precioso tempo com essa história ridícula! – Snape retrucou, seco.
- Há, sim. – quando ela se aproximou mais uma vez dele e lhe estendendo as mãos, o disfarce em seu anel havia desaparecido e, pela primeira vez, Snape constatou, surpreso, que ela o usava – Sente-se um pouco, Severo. Deixe-me falar agora, está bem? Só uns minutinhos... deixe-me aproveitar a chance de te falar como igual. Afinal, sou sua colega de trabalho agora, não mais sua aluna... Pelo menos por mais uns minutos... Por favor!
O tom doce de sua voz pareceu vencer a última resistência dele, que continuava a olhar o anel em seu dedo, cujos aros dourados estavam ainda mais próximos, mas independentes.
- Desde quando você o usa? – ele indagou, finalmente vencido pela curiosidade
- Desde quando Hermione Granger – ela sorriu ao seu espanto – conseguiu descobrir o segredo daquela caixa... Todos esses anos eu tentei, mas não conseguia e... você deve entender que o rumo que os acontecimentos tomaram me impediram de simplesmente chegar e dizer: desculpe, mas não consegui desvendar o seu presente...e no início, tinha vergonha de admitir.
- Então... você não... – Snape riu com vontade, talvez a primeira risada autêntica que Harry já o ouvira dar, o que ofendeu profundamente a Sarah – Da próxima vez que quiser conquistar uma adolescente bobinha assim, vou tentar ser mais direto.
- Sinceramente, Severo! – ela retrucou com raiva – Espero que não haja próxima vez, ou você realmente vai descobrir do que Sarah Miranda McGonagall é capaz! Vou estar de olho em você, e não vou permitir que você faça mais alguma garota de boba!
- Sério? Isso é uma promessa? – ele pareceu ainda mais divertido, mas foi com seriedade que continuou – Pois muito bem, vamos voltar... ao começo. Não, não de nossa conversa de hoje... mas da última. Sem chá com veritaserum! Então, Sarah, o que realmente aconteceu? Porque você fez uma “poção do amor” no 7º ano?
- Porque uma colega do 6º ano me pediu, mas não vou lhe dizer quem foi. Acho que ela não gostaria de receber uma detenção tantos anos depois de deixar a escola. Principalmente, porque vai ter que admitir que a tal poção foi a responsável pelo seu casamento há cinco anos atrás. Aliás, fui a madrinha! –ela sorriu, lembrando-se saudosa da amiga – Naquela noite, ela veio me dizer que ia procurar você para contar a verdade, mas eu a tranqüilizei de que ser proibida de ir a Hogsmeade não ia me prejudicar em nada, e ela não precisava ser punida também, ou não poderia testar a poção. Não me olhe assim... – ela pediu, ao ver seu olhar duro.
- Pensei que você tivesse prometido ao Dumbledore não se meter em encrencas. Foi o que ele me contou. – Snape assumira sua postura mais temível, cruzando os braços à frente do peito – E quanto ao resto?
- Que resto? – Sarah fez cara de inocente, mas corou.
- Quanto a querer ver meia dúzia de garotos duelando no Salão...
- Ah, isso? – ela deu um suspiro -Só falei pra te provocar, já que não tinha preparado poção alguma pra mim mesma. Que bobagem, nem cheguei perto de arranhar sua redoma, não é mesmo? Mas, realmente, era essa a intenção de algumas alunas da Sonserina, eu descobrira o plano delas contra uns pobres garotos da Grifinória e da Corvinal. Francamente, vocês têm que dar uma reformulada urgente nessa casa!
- Você está fugindo da questão de novo, Miranda!
Ela piscou. Ele a chamara de Miranda novamente, e daquele jeito provocante que fazia antes, mas pareceu tão involuntário que ele próprio pareceu estranhar o som que saíra de sua boca.
Enquanto isso, do lado de fora, os três alunos foram surpreendidos pela aparição silenciosa do Prof. Dumbledore, que lhes disse em voz infinitamente baixa.
- Acho que vocês já ouviram o suficiente, meus caros. Deixem que eu cuido disso agora. Sarah não vai mais precisar de tão galantes defensores!
Envergonhados pelo que parecia uma tremenda indiscrição, e temerosos de receber uma bela detenção por isso, eles se afastaram murmurando um pedido de desculpas, deixando Dumbledore na mesma posição em que estavam antes., enquanto Rony resmungava que não deveriam ter esquecido as orelhas extensíveis ou a capa da invisibilidade.
Alheios ao que acontecia no corredor, Snape e Sarah se encaravam a um metro de distância um do outro, até que ela falou num sussurro:
- Imagino que você queira que eu me desculpe por dizer que o achava tão velho... quanto Dumbledore. Ou que preferia Sirius e deixá-lo pensar que...- ela não se sentiu com forças para verbalizar as suspeitas de Snape - Mas só quis ferir você, sabia o quanto vocês se odeiam, e, poxa vida, era a única arma que eu tinha pra não deixar você ver a verdade.
- E qual é a verdade?
- Que eu – ela tomou fôlego, buscando coragem – amava você. Que coragem! Uma simples aluna, apaixonada por um professor de Hogwarts,e logo o terrível professor Severo Snape... Desde o início, eu te admirava muito...Um professor tão sério, tão inteligente tão seguro em tudo! E, ainda por cima, tão diferente do que diziam, pois eu não via nada daquilo...não preciso dizer o que a maioria dos alunos sempre pensou de você, preciso? Aquele bicho-papão do Neville diz tudo! – ela riu, ao ver a cara dele, completamente inconsciente do quanto seu riso espontâneo o embevecia - Depois, quando você começou a jogar aquele charme todo pra cima de mim, como eu poderia não me apaixonar? Os alarmes soavam de todos os lados, mas não adiantou nada. Ainda hoje, quando sei que você só queria... só via em mim um caminho pra atingir Sirius...
- Por que? – ele a interrompeu, com voz mansa
-Por que, o que?
- Por que você pensa que eu só queria atingir o Sirius?
- Porque é a única coisa que consegui captar de sua mente, ou melhor, Antonio o fez. Eu estava cega, não via nada disso, como continuo incapaz de ver qualquer coisa de você.
- Porque não existia... Não de início, porque você chamou minha atenção muito antes, quando caminhou, graciosa e trêmula, tentando parecer forte e segura, até aquele banquinho e sua tia lhe colocou aquele chapéu velho. Uma garotinha, uma criança de apenas 11 anos, mas que me atraía como talvez mulher nenhuma antes! – ele sorriu de modo estranho –Aquilo era ridículo e... bem, não sei o que Dumbledore diria se eu contasse uma coisa tão absurda... E então se passaram um, dois, três anos...e fui vendo você crescer, linda, inteligente, sem saber o alcance do poder que já tinha...Será que você não era alguma descendente de veelas terríveis, pra me atrair daquele jeito? Naquele dia em que ouvi você falando do Black... me assustei ao perceber que sentira ciúmes. Ora! Depois de tudo, ele ainda se insinuava entre mim e uma estudante tola que eu, por alguma razão mais tola ainda, pensara em conquistar? Como Black podia ser capaz disso, mesmo irremediavelmente preso em Azkaban? Como ele se atrevera? O golpe em meu orgulho foi maior do que eu podia agüentar, admito. E prometi a mim mesmo que, nem que fosse preciso usar um feitiço de memória, eu faria você esquecê-lo e ficar comigo, ou a faria sofrer o máximo possível sem que ele pudesse fazer qualquer coisa pra impedir, e ainda daria um jeito de fazê-lo saber disso...
- É... bem típico de um bruxo com seu ”perfil”. – Sarah suspirou, interrompendo-o, convencida de que o objetivo de Snape, apesar de toda aquela bobagem sobre ela o atrair desde que chegara, era esse mesmo: conquistá-la apenas para ferir a Sirius, afinal, e se achando muito burra por ter pensado que havia uma chance - Parabéns, Severo! Você conseguiu. Não daquela vez, porque eu era muito jovem ainda... e primeiros amores sempre têm esse jeito de impossível, improvável, inatingível, Sabe, até pensei que já tivesse superado tudo. Afinal, cresci, já sou adulta. Até pisar aqui de novo e descobrir que não...
Sarah caminhou pela sala, indo até a carteira ocupada por Hermione, que fora a sua outrora, e alisando-a com grande tristeza. Em um cantinho, ainda podia perceber bem tênue a marca que fizera com sua pena, de dois “esses” abraçados. Será que ele vira isso? – pensou com tristeza.
- Sabe, voltar a esta sala me fez ver o quanto... Pode comemorar, você realmente conseguiu, sem precisar usar nenhum recurso mágico, como a Maldição Imperius ou alguma ridícula poção do Amor... Severo Snape é um bruxo extraordinário, mas não precisou de muita coisa pra fazer uma legítima bruxa cigana se render totalmente aos seus encantos, como se fosse uma trouxa incapaz de perceber o perigo que corria... Só não o aconselho a contar isso para o Sirius, porque não quero vê-lo se arriscando a voltar para a prisão só por achar que tem que defender a honra de uma garotinha boba, depois de tanta luta para conseguir inocentá-lo. – ela tentou disfarçar um soluço – Não se preocupe, vou dar um jeito de cada um dos envolvidos nessa tentativa ridícula de nos... unir esqueça a história toda, nem que tenha de azarar cada um... E você não vai mais ser obrigado a suportar minha presença. Vou agora mesmo entregar minha carta de demissão..., não sou exatamente funcionária da escola, mas deve haver alguma formalidade para meu desligamento definitivo de Hogwarts.
- Isso não será preciso, minha cara. – a voz firme de Dumbledore assustou a ambos.
Ele sorria paternalmente, como se os visse como jovens alunos de dezesseis anos pegos em flagrante numa briguinha de namorados às escondidas e se divertisse com isso. Mas em seus límpidos olhos azuis havia uma nota de tristeza.
- Desculpem a indiscrição, mas...Só vim até aqui porque, se eu não viesse, Minerva o faria, de tão desarvorada que ficou ao perceber que a ausência de três alunos notoriamente encrenqueiros poderia ter algo a ver com a também incomum ausência de vocês dois ao mesmo tempo. Não se preocupe, Snape – ele retorquiu, ao ver a expressão do professor de poções – Já os mandei subir, mas não devem ser repreendidos por sua indiscreta permanência. Suas intenções eram proteger a amiga de uma maldição imperius ou coisa parecida, como você mesma dizia há pouco. As varinhas já estão seguras em suas mochilas e eles já estão tentando almoçar, embora ainda queiram muito saber o que acontece aqui.
- Prof. Dumbledore, eu... – Sarah começou, mas não se sentiu capaz de continuar. Sentia-se por demais envergonhada. Não só seus três jovens amigos haviam se exposto a uma punição séria por uma falta muito grave, como o próprio diretor estava ali, sem dúvida ciente de tudo o que fora dito por eles.
- Não se preocupe, Sarah – ele sorriu mais amplamente – não vou me zangar por me achar muito velho, porque me considero jovem o suficiente para convidá-la para um passeio pelas margens do lago, mas provavelmente isso me valeria um feitiço estuporante jogado por um certo bruxo muitíssimo ciumento que conheço... Então, onde foi que paramos? Ah, sim. Você é livre para ir ou ficar, realmente, mas gostaria que ficasse, por nossos alunos. Eles ainda precisam de seu auxílio, embora já tenhamos atingido nosso principal objetivo. Apenas lhe peço que você coloque o orgulho definitivamente de lado e escute o que Severo realmente tem a dizer... E você também, Severo, escute e fale com o coração. Mas, sei que minha presença vai intimidá-los, por isso, me retiro. Ou melhor. Sugiro que procurem outro lugar, para conversarem mais tranqüilamente e sem tantas defesas... Aquela “sua” torre: está vazia agora. E os alunos não irão procurá-los, porque acabo de decretar tarde de folga para todos e liberar um passeio extra a Hogsmeade. O tempo está ótimo, não podemos desperdiçar uma tarde de sol tão agradável, depois de tantos dias de chuva! Então? O que estão esperando? Subam!
Obedecendo prontamente ao diretor, os dois deixaram a sala, subindo escadas e atravessando corredores até a torre, completamente em silêncio. Os alunos que passaram por eles no caminho foram instantaneamente alertados para se afastarem pelo simples olhar de Snape, assim, eles chegaram ao destino sem serem interpelados por ninguém.
De lá, a vista era fantástica. Todo o terreno da escola, a orla da floresta, o lago, o vilarejo um pouco distante. Sarah examinava tudo com expressão sonhadora. Por mais que amasse seu povo e sentisse falta de todos e de sua vida na tribo, aquele lugar a conquistara definitivamente e, intimamente, preferia não ter que escolher entre ficar e partir. Estava em casa, apesar de tudo – pensava, completamente distraída do fato de que Snape acessava seus pensamentos nesse momento, como se ela simplesmente pensasse em voz alta - Mas agora, mesmo com o pedido do Prof. Dumbledore, seria impossível ficar, uma vez que não conseguiria mais ao menos olhar para Snape dali por diante. Só ela sabia o quanto custaram aqueles meses todos, mas pelo menos pudera fingir, o que não era mais possível, pois agora, ele sabia toda a verdade. Ou será que conseguiria convencer Dumbledore a fazer Snape esquecer tudo que ela dissera?
- Não. – a voz de Snape a arrancou de seus pensamentos.
- O que disse? – Sarah perguntou, evitando olhar para ele. Mas Snape veio até onde estava, e depois de contemplar um ponto distante no horizonte, a fez se virar para encará-lo.
- Não vou esquecer de nada. – ele disse com a voz estranhamente trêmula
Sua expressão austera se suavizou, ao ver o rosto moreno coberto de lágrimas. Estendeu a mão com a intenção de enxugá-las, mas Sarah recuou instintivamente, ao que ele comentou, triste:
- Sei que não confia em mim, e acho que lhe dei motivos pra isso...Nada do que eu falei antes parece ter lhe convencido de que... – ele se calou, olhou em volta e contemplou a cela deserta cuja fechadura permanecera sem conserto – Sabia que foi aqui que Black ficou preso, quando foi recapturado à beira do lago? Mas parece que suas preces realmente foram ouvidas, pois nossos “corajosos” alunos Potter e Granger o resgataram, e ele fugiu, montado em um hipogrifo.
Em voz fraca, Sarah repetiu, quase para si mesma, seu verso favorito, enquanto seus dedos inconscientemente brincavam com o anel. Novamente um lampejo forte se fez, os aros magicamente se unindo. Emocionada, ela o olhava sem entender. Mas Snape deu um salto e puxou sua mão, querendo examinar o anel, enquanto um sorriso irradiou-se por seu rosto.
- Você fez! – e como ela o fitasse aturdida, explicou – Uma prece por mim... por nós!
- Eu... – Sarah balançou a cabeça, confusa. O que fizera? Sim... ela pensara, pedira, implorara, que estivesse errada, que fosse verdade que ele a amava, que cada palavra sua não fosse apenas mais uma tentativa de enganá-la, que tivessem outra chance. E, automaticamente, repetira sua prece de sempre. Mas precisava ouvir dele mesmo – Do que você está falando?
- O encantamento do anel. – Snape suspirou, exasperado – Você ainda não entendeu? Se você me amasse... como eu a amo, faria uma prece por mim, por nós, e eu saberia, não importa onde estivesse. Por anos inteiros, esperei este sinal, o sinal de que você pensava apenas em mim, mais ninguém, mas o anel continuava mudo. Em setembro, quando a vi no Beco Diagonal, você ainda não o usava, então perdi a esperança de que estivesse voltando pra mim – ante sua surpresa, ele riu – Ah, eu te vi dançando, eu estava lá. Devia até ter desconfiado de alguns fatos, porque quase a confundi com Tonks, disfarçada como sua “gêmea”, mas só era capaz de pensar que estava ainda mais bonita do que me lembrava e que agora, decididamente, era uma mulher adulta. Antonio quase me percebeu...mas a chegada do Potter o distraiu e me deu tempo de ir embora sem ser notado. Será que ainda vou ter que agradecer a esse... – Snape não pode continuar, porque Sarah colocou os dedos sobre seus lábios.
- Só quero que diga uma coisa: é verdade mesmo? Você não está dizendo isso só pra me arrasar de novo daqui a dois minutos, está? – Sarah indagou num sussurro de esperança – Porque, se estiver, eu atiro você lá embaixo, eu juro!
- Se não fosse, você acha que estaria aqui, agora? Teria mandado Dumbledore, você e todo o resto pro inferno há muito tempo. O que você acha que me prendeu aqui todos esses anos, dando aulas para esses pirralhos ingratos? Agüentando o que agüento deles? Esperando inutilmente vê-la passar por aqueles portões e correr para mim? Sarah, quanto mais um homem precisa se humilhar pra fazê-la entender que a ama? Será que preciso ir lá embaixo e beijar cada um daqueles moleques?
- Severo... – ela falou em tom de reprovação. Mas sorria, finalmente feliz. Um sorriso que não durou muito tempo, porque Snape não deixou...Aprisionou-a em um longo beijo, como se quisesse recuperar ali, naquele momento, todos os anos perdidos.
Enquanto isso, na sala comunal da Grifinória...
- Então? Ainda estão lá? – Rony indagava ansioso.
- Quer ver por você mesmo? – Harry respondeu, virando o Mapa do Maroto para que o amigo, e também Hermione e Gina, vissem.
Lá na torre, duas pessoas estavam neste momento muito próximas, seu registro no mapa praticamente se confundindo. Severo Snape e Sarah McGonagall.
- Sabem? – comentou Gina em tom brejeiro – Acho que em breve este mapa vai sofrer uma alteração...
Harry e Rony a fitaram atônitos, ao que Hermione retrucou:
- Deixa, Gina. Esses dois bobos não entendem mesmo dessas coisas! Vamos! Precisamos mandar agorinha mesmo uma coruja pra Tonks e avisar que brevemente teremos uma festa de casamento para organizar. Sua mãe vai ficar louca!
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E aí? Seria um belo final, não? Mas eu não consegui parar aqui, hehe. Esperem só mais um pouquinho.
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