Capitão



Capítulo 23 – Capitão

-Hum... Vamos começar então. – disse William Craid, puxando uma ficha de uma gaveta. Molhou a ponta da pena no tinteiro e começou a escrever enquanto analisava o animal em voz alta. – Sexo: macho. Pelagem: cinzenta e branca. Olhos: castanho-claros. Família: Canidae. Gênero: Canis. Espécie: lupus. Espécime: Canis lupus. Nome comum: Lobo. Idade: 16 anos. Nome: Guilherme McKinnon. – terminou ele. Pegou um carimbo e bateu com força sobre um ponto específico da ficha. – Excelente. Parabéns Sr. McKinnon, o Sr. agora é um animago registrado. Quem será o próximo?
Harry, Rony, Hermione, Gina e Neville se entreolharam enquanto Guilherme se deitava no chão, com as patas dianteiras cruzadas e a cabeça apoiada nelas, em sinal de impaciência. Hermione por fim se pronunciou:
-Ok... Eu vou. – Se levantou e bebeu a poção enquanto Craid pegava outra ficha.
Demorou alguns poucos segundos para a poção fazer efeito, mas quando fez, o resultado foi surpreendente. A transformação era incrível. Hermione se curvou sobre os joelhos, caindo no chão, sua longa cabeleira encolheu e de sua cabeça foram saindo penas amarronzadas, de um castanho escuro, como seus cabelos. Seus braços também se cobriram com as mesmas penas e se alongaram ficando chatos e finos. O corpo de Hermione diminuiu de tamanho e seus pés viraram garras. Seus olhos brilhantes continuaram os mesmos, a única coisa que não mudou em seu corpo. Um bico curvo apareceu em seu rosto cheio de penas. Craid fez um movimento de varinha, livrando Hermione de suas roupas, visto que ela batia as asas e piava, incomodada.
-Hum... – começou Craid a preencher outra ficha. – Sexo: fêmea. Penugem: castanha-escura. Olhos: castanhos. Família: Strigidae. Gênero: Speotyto. Espécie: cunicularia. Espécime: Speotyto cunicularia. Nome comum: Coruja parda. Idade: 16 anos. Nome: Hermione Granger. – Pegou o carimbo e bateu com força na nova ficha. – Excelente transformação. Uma bela coruja. Parabéns Srta. Granger, a Srta. agora é uma animago registrado. Próximo?
Harry olhou para Rony, Gina e Neville, tentando não parecer nervoso. A transformação era incrível, mas parecia bastante dolorosa, e até aquele momento, nem Guilherme e nem Hermione haviam voltado ao normal. Hermione estava pousada na cadeira que a pouco se sentara, e Harry achava difícil acreditar que aquela era sua amiga.
Gina bufou de impaciência por nenhum dos corajosos homens se apresentar. Se levantou dizendo:
-Tudo bem, então vou eu... – e bebeu a poção alaranjada.
A transformação de Gina foi bastante parecida com a transformação de Hermione. Exceto pelo fato de que as penas de Gina eram de um bonito vermelho alaranjado. Ela diminuiu de tamanha também, e seus pés ganharam grandes garras douradas. Uma longa cauda de penas vermelhas e douradas cresceu e apareceu quando Craid fez suas roupas sumirem. Àquela foi a primeira vez que Craid arregalou os olhos em muitos anos, diante de uma simples transformação. Gina Weasley se transformara em uma fênix.
-Em nome de Merlim... Isso é realmente incrível. Poucos bruxos tomam a forma de animais mágicos. As exceções são os bruxos sangue-puros, que são extremamente poderosos. Me diga Sr. Weasley... – disse se virando para Rony. – Em quantos irmãos vocês são?
Rony pensou um pouco, contando nos dedos:
-Tem o Gui, o Carlinhos, o Percy, Fred e Jorge, eu e a Gina. – disse ele, fazendo o homem arregalar ainda mais os olhos.
-Ela é a única mulher? Única mulher em sete filhos? – perguntou Craid no que Rony confirmou. – Então é isso. Isso explica tudo. Sete é o número mágico mais poderoso. E a primeira menina a nascer nessa geração de Weasleys também é um ponto positivo. Os Weasleys são uma família puro-sangue também. É incrível. Inacreditável. – ele ainda murmurando coisas desse tipo, puxou uma nova ficha em branco. - Sexo: fêmea. Penugem: vermelho-alaranjado e dourado. Olhos: castanhos. Família: Strigidae. Gênero: Smadgycia. Espécie: feniscea. Espécime: Smadgycia feniscea. Nome comum: Fênix. Idade: 15 anos. Nome: Ginerva Weasley. Realmente incrível... – e bateu o carimbo. - Parabéns Srta. Weasley, a Srta. agora é uma animago registrado. Próximo?
Neville se levantou de um salto, demonstrando uma coragem fora do comum. Bebeu a poção apressadamente.
A transformação começou. O corpo de Neville diminuiu de tamanha, ganhando escamas e uma cor verde-folha. Um longa e fina cauda cresceu para fora das roupas que segundos depois desapareceram.
-Hum... – disse Craid molhando a ponta da pena no tinteiro. – Vamos ver. Sexo: macho. Escamas: verde-folha. Olhos: negros. Família: Chamaeleontidae. Gênero: Chamaeleo. Espécie: chamaeleon. Espécime: Chamaeleo chamaeleon. Nome comum: Camaleão. Idade: 16 anos. Nome: Neville Longbottom. – pegou o carimbo e bateu com força na ficha. - Excelente. Parabéns Sr. Longbottom, o Sr. agora é um animago registrado. Qual dos dois será o próximo?
Harry ia se oferecer, mas antes que abrisse a boca, Rony se levantara e já se aproximava dos dois últimos frascos de poção alaranjada. Bebeu um deles em um único gole.
-Vamos lá então. – disse Craid puxando mais uma ficha em branco.
A transformação começou. O corpo de Rony, ao invés de diminuir, aumentou. Começaram a crescer pêlos alaranjados e rajados com pêlos negros. Uma cauda comprida e também rajada de laranja e preto cresceu, assim como os caninos e o focinho.
-Hum... Vocês notam como os animais mantêm a aparência e um pouco da personalidade dos animagos? Isso sempre é interessante. Vamos começar. Sexo: macho. Pelagem: alaranjada e rajada com negro. Olhos: castanhos. Família: Felidae. Gênero: Panthera. Espécie: tigris. Espécime: Panthera tigris. Nome comum: Tigre. Idade: 16 anos. Nome: Ronald Weasley. – pegou o carimbo e bateu com força na ficha. - Excelente. Parabéns Sr. Weasley, o Sr. agora é um animago registrado. E só sobrou o Sr., Sr. Potter. Sua vez.
Harry se levantou ligeiramente temeroso. Pegou o vidro frio que continha a dose da poção. Levou-o aos lábios e engoliu o mais rápido que pôde. Um segundo depois, Harry sentiu uma pontada forte no estômago. Sentiu leves tonturas, e sentiu seus joelhos baterem no chão. Sentiu a própria temperatura subir. Sentiu o corpo quente. Sentiu fios grossos de pêlos crescerem em suas costas e em seu pescoço. Sentiu suas roupas desaparecerem, o que foi uma coisa boa, visto que o estavam incomodando. Seus óculos caíram no chão quando seu focinho cresceu. Abriu a boca, pois sentia seus caninos superiores e inferiores crescendo. Até que tudo parou. Harry piscou algumas vezes olhando ao redor. Pôde distinguir surpresa no olhar dos outros animais. Ouviu uma voz distorcida estranhamente alta e próxima ao seu ouvido.
-Muito bom Sr. Potter. Sexo: macho. Pelagem: castanho-amarelada. Olhos: verdes. Família: Felidae. Gênero: Panthera. Espécie: leo. Espécime: Panthera leo. Nome comum: Leão. Idade: 16 anos. Nome: Harry Potter. – pegou o carimbo e bateu com força na ficha. - Excelente. Parabéns Sr. Potter, o Sr. agora é um animago registrado. – terminou Craid sorrindo.

***

-Como eu já disse antes, os animais em que se transformam possuem características dos bruxos. Como exemplo, cito a Srta. Granger. Ela se transformou em uma coruja, símbolo de inteligência e sabedoria. O Sr. Longbottom aqui se transformou em um camaleão, símbolo de carinho e amizade. A Srta. Weasley se transformou em uma fênix, que alias é uma coisa impressionante, visto que a fênix é um símbolo de poder. O Sr. McKinnon se transformou em um lobo, símbolo de imponência e ferocidade. – ia dizendo William Craid para todos, devidamente transformados em suas respectivas formas originais. – O Sr. Weasley se transformou em um tigre, que é um símbolo de lealdade e proteção demais às pessoas de quem gosta. E temos o Sr. Potter, que se transformou em um leão, um símbolo de força, poder, lealdade e coragem como nenhum outro. O leão é um líder nato, assim como os bruxos que nele se transformam. Acho que podemos esperar grandes coisas do senhor, Sr. Potter.

***

-Eu não acredito nisso. Perdemos nosso sábado no Ministério. Por quê? Isso é algum castigo? Fizemos alguma coisa errada? – disse Rony quando chegavam à Sala Comunal. Harry riu com o comentário do amigo; Gina e Mione reviraram os olhos; Guilherme e Neville apenas sorriram enquanto se sentavam próximos à lareira.
-Pára de drama Rony. – disse Gina ríspida.
-Ei... ei... já chega. – disse Guilherme interrompendo a discussão deles. – Estamos todos cansados. E uma briga não vai ajudar. Amanhã será um longo dia para todos, assim como essa semana inteira. Começaremos Legilimência com Dumbledore, Animagia com McGonagall, Treino de espadas com Clapham, entre outras coisas. O melhor agora é todos irem descansar. – sentenciou ele.
-Mas eu tenho que fazer alguns deveres e... – começou Hermione.
-Deixe isso para amanhã Mione. Guilherme está certo, temos que descansar. – disse Gina.
-OK então. Vamos dormir logo então. – disse ela.
Todos se dirigiram para os dormitórios. Ao chegar em sua cama, pronto para se deitar, Harry viu um pequeno rolo de pergaminho. Pegou-o calmamente e o desenrolou.
Se deparou com a letra fina e floreada que reconheceu como sendo a letra de Dumbledore:

"Não esqueça de praticar oclumência, Harry. E tenha bons sonhos."

***

O domingo amanheceu frio. Harry acordou muito cedo. Ouvia ao longe o piado tímido dos pássaros. Pelo ressoar tranqüilo que dominava o dormitório, Harry deduziu que todos ainda dormissem. Se aconchegou ainda mais entre as cobertas, mantendo os olhos fechados, tentando voltar a dormir. Entretanto, seu sono não voltou. Sentiu a luz da manhã se infiltrando pelo dormitório. Relutante, abriu os olhos, ao mesmo tempo em que tateava a cômoda à procura dos óculos. Quando os achou, colocou apressadamente no rosto. Havia visto um vulto distorcido e embaçado passar por sua cama.
Se sentou rapidamente, pegando a varinha de cima da cômoda. Olhou ao redor e localizou uma pessoa parada à janela. A luz do sol apenas começara a penetrar no dormitório, por isso Harry não pôde distinguir a quem pertenciam aquelas costas. Se levantou silenciosa e rapidamente como um gato, a varinha em punho. Ao chegar a uns dois metros, reconheceu Neville.
-Neville, o que você está fazendo acordado a essa hora? – sussurrou Harry, fazendo Neville dar um pequeno pulo de susto.
-Ah... Harry, você me assustou. Eu só estava com sede e aí quando vim beber água, acabei vendo ele... – Neville gesticulou apontando primeiro para a jarra de prata contendo água e depois para os jardins onde era visível um rapaz jovem correndo ao redor do lago.
-Aquele é o... Guilherme? – perguntou Harry ajeitando os óculos, tentando enxergar melhor.
-Eu acho que sim. Ele me disse que todos os dias de manhã, ele corre ou nada no lago.
-Nadar no lago? Estamos quase no inverno... a água deve estar congelante!
Neville deu de ombros murmurando um "Eu sei" antes de voltar pra cama.
-Ele deve ser louco... – sussurrou Harry para si mesmo quando viu Guilherme mergulhar nas águas frias, escuras e profundas do lago.

***

O domingo transcorreu de forma monótona. Passaram o dia inteiro colocando os deveres em dia. Harry largou a pena sobre a mesa. Deu um longo suspiro olhando para a redação de um metro sobre Esfinges. Achou que Clapham provavelmente ficaria satisfeito. Olhou para os lados e viu Rony copiando o dever de Poções de Hermione furtivamente. Ele olhava para os lados a cada três palavras que escrevia. Continuou olhando pela sala e pôde ver Gina escrevendo freneticamente em um pergaminho enquanto consultava um grosso livro; Guilherme estava sentado em uma mesa ao lado, juntamente com Neville, discutindo sobre a Poção Anti-Veritaserum.
Um vento gélido entrou pela janela aberta fazendo Harry sentir um arrepio na espinha e uma leve fisgada na cicatriz. Levou a mão imediatamente à testa, do modo mais discreto que pôde, pois não queria preocupar Rony e os outros.
Na mesma hora Edwiges entrou com as asas abertas pela janela e pousou à sua frente, entendendo a perna. Harry retirou o rolo de pergaminho preso na perna da coruja, agradecendo com um carinho em sua cabeça emplumada. Quando abriu o pergaminho e leu, uma felicidade enorme se apossou de seu corpo. Sentiu que começava a rir descontroladamente, como se estivesse comemorando a excelente notícia. Rony levantou a cabeça ao ver o amigo rindo escandalosamente, assim como Guilherme, Neville e Gina.
-O que foi Harry? – perguntou Neville.
-É, está rindo de que? – perguntou Gina.
Harry não respondeu, apenas empurrou o pergaminho na direção de todos, ainda rindo. Todos se juntaram para ler e também sorriram ao terminar a leitura do pergaminho onde fora rabiscada uma mensagem na letra de McGonagall:

"Parabéns Sr. Potter, o Sr. foi nomeado o novo Capitão do Time de Quadribol da Grifinória. Favor se apresentar na Sala do Diretor de sua Casa no próximo dia corrente para discussão sobre o seu novo posto. E aproveitamos a oportunidade para pedir desculpas ao Sr. pelo incidente ocorrido no ultimo ano letivo, incidente este em que o Sr. foi expulso injustamente da Equipe de Quadribol. Por agora, subscrevo-me.

Atenciosamente,

Minerva McGonagall"


***

-Quando você vai falar com a McGonagall? – perguntou Rony, na segunda feira quando se dirigiam ao Salão Principal para tomar o café da manhã.
-Eu ainda não sei. – disse Harry sorrindo de orelha a orelha. – Talvez na hora do almoço.
-Eu ainda não acredito. Eu sequer me lembrei que esse ano teria campeonato de Quadribol. – disse Rony desacreditado. – Como eu pude esquecer?
-Temos tido coisas mais importantes em mente Rony. – disse Gina caminhando ao seu lado.
-Gina tem razão. – concordou Hermione.
Chegaram ao Salão Principal no exato instante em que as coruja o invadiam trazendo o correio matinal. Hermione correu à mesa da Grifinória para apanhar seu jornal, deixando os outros para trás.
Quando todos finalmente se acomodavam à mesa, Hermione já soltava exclamações e murmurava coisas como "Já estava na hora!" ou "Finalmente alguém fez alguma coisa".
-O que houve Mione? – perguntou Harry, seu sorriso sumindo, aparentemente de preocupação com a notícia.
-Vejam isso. – disse Hermione sorrindo triunfante e estendendo o jornal para que os amigos pudessem ver.
Harry pegou o jornal e na primeira página estava uma foto grande de Fudge discursando, a manchete em letras garrafais era: "Ministro da Magia Deposto!"
-Fudge foi... deposto? – perguntou Harry atônito.
Hermione confirmou com a cabeça enquanto começava a tomar seu café, de ânimo renovado. Fez um gesto para que lessem a matéria.
"Ministro da Magia Deposto! por Rita Skeeter
No último domingo, dia 1 de setembro, um membro do alto escalão do Ministério da Magia entrou com um pedido anônimo para a deposição do atual Ministro da Magia, Cornélio Fudge. Boatos não confirmados afirmam que a denúncia foi feita por Alvo Dumbledore, atual diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Fontes no Ministério da Magia informaram que a Confederação Internacional dos Bruxos, a qual é dirigida por Alvo Dumbledore, estaria, durante uma semana, analisando seriamente a possibilidade de aceitar a deposição de Cornélio Fudge perante sua posição neutra e impassível diante dos recentes ataques ocorridos. Por isso, a possível deposição de Fudge só será anunciada no final da semana, possivelmente até o dia 10 de setembro. Com a saída de Cornélio Fudge quase certa, uma eleição rápida ocorrerá entre os membros da cúpula do Ministério, de modo que o chefe de algum dos muitos departamentos do Ministério deverá assumir o cargo de Ministro da Magia, mesmo que temporariamente. Nesse caso, os mais prováveis sucessores de Fudge seriam: Amélia Bones, chefe do Departamento de Execução das Leis da Magia ou Nigel Bayle, atual chefe da Seção dos Aurores. De qualquer maneira, a comunidade bruxa se sente aliviada pela demissão de um de seus governantes mais inúteis, visto que os ataques ocorridos em nome d'Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado apenas aumentam e têm que ser detidos por um grupo de forças ministeriais não-oficiais. Fontes bastante confiáveis insinuaram que tal grupo seria comandado por Alvo Dumbledore, como um modo de defesa à sociedade bruxa e trouxa. Dumbledore se pronunciou sobre ambos os assuntos: 'Ambos os boatos são infundados. Eu com toda a certeza não fiz uma denúncia ministerial anônima envolvendo Cornélio (Fudge), embora não negue que discordo de algumas atitudes de nosso Ministro. E sobre os comentários de que fundei uma organização ilegal para combater Voldemort, nada posso dizer a não ser que essa afirmação é ridícula. Nunca sequer pensei nessa possibilidade.' O que resta a essa pobre jornalista é a esperança de que com a deposição de Fudge, um novo governante assuma o Ministério e o comande à vitória contra Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado."

-Uau... – disse Rony atônito com tantas informações. – Uau...
-Mione você disse que o Fudge já tinha sido deposto. – disse Harry.
-Praticamente Harry. Ele já está praticamente fora. – disse Hermione comendo uma torrada.
-E desde quando Rita Skeeter voltou a escrever notícias para o Profeta? – perguntou Gina à Hermione. – Você não tinha ameaçado denuncia-la caso voltasse a trabalhar no Profeta?
-Eu ameacei denuncia-la se noticiasse qualquer coisa envolvendo o Harry. Isso não tem nada a ver com o Harry, pelo menos não diretamente.
-Hermione, que dia é hoje? – perguntou Rony a olhando. Hermione sorriu triunfantemente antes de responder:
-Hoje é dia 9 de setembro.
-Hoje é... dia 9 de setembro? A notícia diz que...
-Exatamente. – Hermione alargou o sorriso. - Fudge ficará no cargo, no mais tardar, até amanhã.

***

Depois do café da manhã, todos se encaminharam ao segundo andar para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas. Ao entrar na sala vazia, os alunos se depararam com uma grande foto pendurada na frente da mesa do professor. A foto retratava uma serpente de três cabeças, dois metros de comprimento e escamas laranja berrante rajadas com listras negras.
Quando todos já haviam se acomodado, Clapham chegou à sala.
-Bom dia alunos. Vamos começar logo então. Essa criatura é o farosutil. – disse Clapham gesticulando em direção à foto da cobra. - O farosutil é originário de um pequeno país africano, o Brukina Faso. É uma serpente de três cabeças, que normalmente atinge entre um metro e oitenta centímetros e dois metros e dez centímetros de comprimento. Laranja berrante com listras negras, o farosutil é facilmente localizável, razão pela qual o Ministério da Magia de Brukina Faso declarou imapeáveis certas áreas de floresta para seu uso exclusivo. Esse animal, embora em si não seja particularmente agressivo, no passado foi um bichinho de estimação de bruxos das trevas, sem dúvida por causa de sua aparência vistosa e intimidante. É aos escritos ofidioglotas, que criaram e conversaram com essas cobras, que devemos a nossa compreensão dos seus curiosos hábitos. Esses escritos revelam que cada uma das cabeças do farosutil tem uma finalidade diferente. A cabeça da esquerda (para o bruxo que está de frente para a cobra) é a cabeça que planeja, decide aonde ela deve ir e o que deve fazer a seguir; a cabeça do meio é a que sonha (o farosutil pode permanecer parado durante dias seguidos, perdido em visões e devaneios gloriosos); a cabeça da direita é a que critica e avalia os esforços das cabeças da esquerda e do meio, com um silvo contínuo e irritante. As presas da cabeça da direita são extremamente venenosas. Este animal raramente alcança uma idade avançada, uma vez que as cabeças tendem a se atacar mutuamente. É comum ser avistado um espécime sem a cabeça da direita, porque as outras duas se juntam para arrancá-la. O farosutil põe ovos pela boca, o único animal mágico capaz desse feito. Os ovos têm imenso valor na produção de poções para estimular a agilidade mental. O mercado negro de ovos e das próprias cobras floresce há muitos séculos. É considerado Perigoso, exige conhecimento especializado e somente bruxos peritos podem enfrentar. Achei interessante estudarmos essa criatura, visto que o Lord das Trevas é um dos últimos ofidioglotas ainda vivos e como todos aqui devem saber, ofidioglotas podem controlar serpentes. – Clapham fez uma pausa antes de continuar. – Por favor, comecem a fazer uma redação sobre o farosutil para me entregar na próxima aula.
O sinal tocou anunciando o fim de mais uma aula. Quando todos estavam saindo, Clapham disse em voz alta:
-Potter, Granger, Longbottom, Weasley e McKinnon, venham à minha sala no sábado à noite, depois do jantar. Não se esqueça de chamar a sua irmã, Weasley. Vamos começar o treinamento. – e depois saiu da sala com um suspiro.

***

O grifinórios já haviam se acomodado na masmorra quando os sonserinos apareceram. Snape chegou logo depois, com a mesma cara de mal-humorado de sempre.
-Hoje iremos continuar com a Poção Anti-Veritaserum. Quero que vocês se concentrem, pois é nesse ponto que a maioria dos bruxos costuma errar. Um erro qualquer transformará essa poção em uma Poção Indutora de Coma Mágico, por isso, muito cuidado.
A aula de Poções transcorreu anormalmente bem, talvez pelo simples motivo de Snape ficar quieto em sua mesa ou por Guilherme cochichar informações e instruções para todos os grifinórios, à exceção de Hermione que não precisava disso.

***

-Vou à sala de McGonagall. – anunciou Harry quando a turma subia das masmorras em direção ao Salão Principal para o almoço.
-Eu até te acompanharia Harry, mas estou faminto. – disse Rony começando a rir. – Mas vá lá e diga tudo a ela, Capitão...
Hermione deu uma cotovelada nas costelas de Rony e olhou para Harry:
-Quer que nós o acompanhemos?
-Acho que não é preciso Mione. – disse Harry sorrindo. – Bom almoço pra vocês. – e depois subiu em direção a sala de McGonagall, sendo seguido por um Guilherme silencioso. Quando chegaram ao alto da escada de mármore, Harry notou a presença de Guilherme logo atrás de si.
-Você não vai almoçar?
-Hum... não. – respondeu ele como se isso fosse óbvio. – Estou te acompanhando, não está vendo?
Harry deu de ombros e continuou seu caminho silenciosamente até chegar à porta de Minerva. Parou e olhou para Guilherme que se encostou na parede:
-Eu fico por aqui mesmo.
Harry bateu e logo entrou.

***

-Você é quem decide isso Sr. Potter. Marque os testes para o dia que quiser, mas que seja o quanto antes, pois o time da Sonserina já marcou o primeiro treino. – McGonagall fez uma pausa. – Eu realmente não gostaria de entregar a taça de Quadribol ao Professor Snape, Harry. – ambos lançaram olhares em direção à taça dourada na estante da Professora. – Faça tudo o que puder para que vençamos o Campeonato de Quadribol esse ano também.
-Sim professora, eu farei.

***

Harry marcou os testes para escolher os novos jogadores para o final da semana, no sábado pela manhã. Harry sabia que era uma grande responsabilidade escolher os novos jogadores, mas faria o melhor possível.

***

A melhor aula da tarde era, sem dúvida, Trato das Criaturas Mágicas. E apenas quando a turma toda estava reunida em frente à cabana de Hagrid é que o meio gigante apareceu. Ele usava a mesma roupa de sempre e estava com a mesma aparência de sempre, exceto pelo fato de ter uma ave empoleirada em seu enorme ombro. Não uma ave qualquer, uma fênix. Não uma fênix qualquer, Fawkes.
-Boa tarde pessoal. Vamos começar logo hoje. A criatura que estudaremos hoje é a Fênix. A fênix é um pássaro magnífico, de cor vermelha e porte de cisne, com um longo rabo, bico e garras dourados. Faz ninho no cume de montanhas no Egito, Índia, e China, e tem uma vida longuíssima, porque é capaz de se regenerar, irrompendo em chamas quando seu corpo entra em decadência e ressurgindo das cinzas, novamente jovem. É um pássaro manso, a que não se atribuem mortes, e se alimenta apenas de ervas. Ela pode desaparecer e reaparecer quando quer. Seu canto é mágico: acredita-se que aumenta a coragem dos puros de coração e atemorize os impuros de coração. Suas lágrimas possuem poderosas propriedades curativas e elas são capazes de carregar enormes pesos. A fênix recebe classificação de "Perigoso", não porque seja agressiva, mas porque pouquíssimos bruxos conseguiram domesticá-la. Esse espécime foi emprestado a mim por um grande amigo. Creio que seja uma das poucas fênix domesticadas do mundo. Vocês picaram algumas ervas na aula passada, vamos ver se ela está com fome. – Hagrid balançou o ombro e Fawkes levantou vôo, indo pousar na mesa de madeira ao lado da cabana onde estavam as ervas picadas, os olhos fixos em Harry.
-A fênix é uma criatura incrível, não é? – perguntou Hagrid fascinado.
Pela primeira vez em muito tempo, todos concordaram.

***

No dia seguinte, todos tiveram uma excelente notícia ao descobrir que Fudge realmente havia sido deposto e que haveria uma eleição ministerial. Essa novidade animou a todos e deu forças para a dura semana que se seguiu.

***

A semana passou voando, de modo que o sábado chegou muito rapidamente, e com ele os testes da equipe de Quadribol da Grifinória. Os batedores foram os mais fáceis de escolher, visto que só 4 alunos fizeram testes para essa posição. Os escolhidos foram Jaquito Peakes, um terceiranista baixo e forte, e Cadu Coote, um quartanista que tinha uma pontaria excepcional. Vários alunos se apresentaram como goleiros, mas nenhum sequer chegou perto do nível de Olívio Wood, o mais próximo foi Rony que parecia ter superado seu medo devido à vitória do campeonato do ano anterior graças às suas defesas. Harry naturalmente seria o apanhador e ninguém sequer tentou competir com ele. Artilheiro era a posição mais concorrida, por isso, alunos de vários anos da Grifinória se apresentaram em busca da posição. Harry achou melhor fazer um teste de velocidade com todos para testar seu equilíbrio e companheirismo em relação aos outros. Fora uma boa idéia, pois meia dúzia de alunos foi dispensada no primeiro teste. Logo os outros 7 aspirantes a artilheiros estava enfileirados lado a lado ouvindo Harry.
-Bom, vocês já mostraram que voam bem, mas isso não é suficiente. Vou soltar um dos balaços e quero ver como vocês escapam dele. - Harry passou por uma garota loira de pele clara e sorriu. Katie Bell era a única jogadora do antigo time de Quadribol da Grifinória que restara, além de Harry. Com o teste do balaço, mais dois alunos foram eliminados, sendo atingidos rapidamente.
-Excelente. Agora só tem mais um teste. – e se virou para Rony. – Vá para as balizas, por favor.
-Sim, capitão. – disse o outro batendo continência.
-Muito engraçado. Vai logo. – disse Harry rispidamente. Rony vinha fazendo aquilo à semana inteira, desde que descobrira que Harry seria capitão do time.
-Ih... deu azar maninha, o capitão ta estressado... – disse Rony audivelmente para Gina, uma das finalistas.
-Rony... – começou Harry.
-Já tô indo capitão. Já tô indo. – e voou rapidamente, rindo muito, para proteger as balizas.
-Todos tem direito a 5 chances. Àqueles que fizerem mais gols estão no time.
A primeira a tentar foi Katie e fez 4 dos 5 gols, não que ela precisasse fazer os testes já que ela já estava no time. Depois foi a vez de Gina, que também fez 4 dos 5 gols. O terceiro foi um quintanista alto e moreno que fez 2 gols. O quarto a tentar foi uma moça de pele morena que só conseguiu fazer 1 gol. A última a tentar foi uma garota com quem Harry nunca falara, a tal de Susan Peterson. Ela foi a única que conseguiu fazer os 5 gols, mas Harry desconfiou que a beleza dela afetou o talento defensivo de Rony.
-Nem preciso dizer não é? Katie, Gina e Susan estão no time. – disse Harry satisfeito. Se virou para os outros dois. – Obrigado por virem fazer os testes.
Gina, Katie e Susan comemoraram.
-Acho que dá tempo de um treino leve antes do almoço. – disse Harry olhando o relógio.
-Claro, vai ser ótimo. – disse Gina alongando as mãos.
-Pode crer... – disse Coote balançando o bastão novo de batedor.
-Com certeza. – disse Susan com sua voz doce e calma.
-Vamos lá então. – disse Harry subindo em sua Firebolt e alcançando vôo.
O treino no geral fora muito bom, na concepção de Harry. Exceto pela parte em que ele quase caiu da vassoura ao se desviar de um balaço lançado por Coote, visto que estava distraído. O motivo de sua distração eram Hermione e Guilherme conversando e rindo numa das arquibancadas. Haviam ido assistir aos testes e depois ao treino e Harry sentiu aquela estranha fisgada no estômago ao ver os dois juntos.
Decidido a se concentrar no treino, Harry passou a dar ordens do tipo "Coote, Peakes, mais força e precisão nesse balaço" ou "Gina, Katie, Susan, passem a Goles mais rapidamente umas para as outras, isso vai confundir os adversários!"
-Capitão... –começou Gina, sorrindo, depois de algum tempo de treino – Não acha que devemos treinar algumas jogadas ensaiadas?
-Hum, tem razão, é uma boa idéia Gina. – disse Harry ignorando o novo apelido - Coote, Peakes, por favor, guardem o balaço.
-Certo capitão.
-Claro...
-O restante do time, vamos ao vestiário ver algumas táticas e jogadas. – disse Harry virando a vassoura em direção ao chão. Gina seguiu Harry, descendo enquanto o chamava:
-Ei Harry, você não ficou chateado por causa daq... AI.
Harry se virou rapidamente. Havia acabado de pousar e ouviu Gina fazer o mesmo e depois gritar. Harry se apressou a levantá-la.
-Você está bem Gina? – perguntou Rony pousando ali também.
-Ai... eu tropecei e quando cai, torci o pulso. – disse ela mostrando o pulso vermelho.
-Venha eu te levo à Ala Hospitalar. - disse Susan também pousando. Susan jogou sua vassoura para Katie, pedindo que ela a guardasse no vestiário, e depois saiu do campo com Gina.
-Não há sentido em continuar um treino tático sem duas artilheiras, então vamos embora. – disse Harry.
O sol estava forte na nuca de todos e um reflexo forte fez Harry fechar os olhos. Tentou localizar o objeto que havia refletido a luz do sol e se deparou com a vassoura de Susan na mão de Katie.
-Posso ver? – perguntou Harry indicando a vassoura.
-Claro capitão. – disse Katie e depois sorriu – Mas não deixe de guardá-la no vestiário depois.
-Certo. – e pegou a vassoura que Katie lhe estendeu.
Rony se debruçou sobre seu ombro para dar uma olhada na vassoura também ao mesmo tempo em que Coote, Peakes e Katie iam para o vestiário conversando.
Harry girou a vassoura na mão. Era muito bonita. A madeira escura de carvalho estava brilhando de nova, as cerdas estavam retas e juntas e perfeitamente alinhadas, o suporte metálico da cauda estava impecável e por fim Harry pôde ler as letras gravadas na empunhadura. Soube imediatamente que o reflexo em seus olhos viera daquelas letras.
-É linda... – murmurou Rony assombrado.
Harry concordou ainda observando as douradas letras cintilantes formando a gravação floreada "Nimbus 2005".

***

Gina e Susan caminharam silenciosamente pelos corredores até a Ala Hospitalar. Ao chegar lá, Susan abriu a porta e acompanhou Gina até uma cadeira.
-Fique aí. Eu vou chamar a enfermeira. – e se dirigiu até a sala de Madame Pomfrey, logo depois voltando com ela.
-Fique boa logo Gina. Até mais. – disse Susan e depois foi embora.
-O que houve Srta. Weasley? – perguntou Madame Pomfrey mexendo levemente o pulso de Gina.
-Eu caí no campo de Quadribol. – disse ela reprimindo um gemido.
-Hum... Acho que só torceu. Vou pegar uma poção para a dor. – disse Madame Pomfrey indo à sua sala e voltando com uma poção azul turquesa que ela obrigou Gina a beber. – Vai ficar inchado por um ou dois dias, mas é só. Pode ir para o seu almoço Srta. Weasley.
-Certo. Obrigada Madame Pomfrey. – e se dirigiu para a porta.
Ao sair da Ala Hospitalar, Gina não estava mais preocupada com seu pulso, estava pensando nos deveres que teria que fazer àquela tarde quando esbarrou em alguém que ela sequer havia visto.
-Ei não olha por onde anda não, é? – perguntou o rapaz rispidamente. Gina ergueu o olhar, mal-humorada para o rapaz de cabelos platinados e pele muito branca.
-Tinha que ser você não é Malfoy. Não olha por onde anda?
-Digo o mesmo Weasley. – disse ele estreitando os olhos para o rosto dela.
-Ah Malfoy... vá se danar... – virou as costas e caminhou a passos duros até o fim do corredor. Malfoy ficou apenas observando o jeito característico de andar da garota. Teve uma idéia e sorriu marotamente.

***

-Ei Weasley, espere...
-O que você quer Malfoy? – perguntou Gina em voz alta, ainda andando, sem sequer se virar.
-O que eu quero...? – perguntou ele como se fosse óbvio, ao mesmo tempo em que a puxava para trás pelo pulso bom.
Gina que estava andando de modo rápido foi pega de surpresa pelo puxão dele e quase caiu novamente.
-É Malfoy... o que você quer? – perguntou ela ignorando a proximidade deles. Malfoy estava segurando o seu pulso com a mão direita, o corpo encostado ao de Gina, prendendo-a à parede.
-Eu quero uma coisa que eu tenho certeza que você também quer Weasley.
-E o que seria Malfoy? – disse Gina cinicamente, tentando não pensar no que seria, embora já soubesse vendo sua proximidade e sentindo o hálito de menta dele em seu própria pele.
- Um beijo... – e colocando a outra mão no rosto de Gina, Malfoy a beijou. Era um beijo diferente de tudo o que Gina já experimentara. Não era um beijo carinhoso ou amoroso e sim um beijo rápido, forte, selvagem. Gina ficou parada enquanto era beijada por Malfoy. A sensação de proibido só dava ainda mais sabor ao beijo. Gina não podia negar que estava gostando do modo como a língua de Malfoy se entendia com a sua. Então, ela se deu conta de que estava sendo beijada por Draco Malfoy, o Draco Malfoy. Num gesto de puro reflexo, Gina levantou o joelho, que estava no meio das pernas de Malfoy, com toda a força que tinha, acertando-o num ponto bastante... sensível.
Malfoy se afastou dela, caindo de joelhos e gemendo de dor. Gina passou as costas da mão com força pelos lábios, como se quisesse apagar qualquer vestígio da boca de Malfoy, o que fez com que seu batom ficasse ainda mais borrado.
-Você é um imbecil Malfoy. Um imbecil, idiota, burro, cafajeste... Nunca mais se atreva a me beijar ou não me responsabilizarei pelos meus atos. – ela disse em uma voz bastante alta, que ecoou pelo corredor. – NUNCA mais. NUNCA!
E depois se afastou pisando duro e sumindo de vista.
Malfoy ficou ali no chão, ajoelhado, os olhos lacrimejando de dor. Se permitiu um sorriso quando murmurou a frase "Ela gostou...", para depois transformá-lo em uma outra careta de dor.


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N/A: Bom aí esta o novo cap... Desculpem a demora... Tenho q avisar q os textos referentes ao farosutil e à fênix foram tirados do Livro Animais Fantásticos e Onde Habitam (versão e-book)... Soh mais uma coisa: como os batedores não vão ter mta importancia, achei melhor não mudar os nomes e deixa-los iguais ao livro da JK... Bem eh soh, espero q os fanaticos D/G gostem da cena final...
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