Animagia
Capítulo 22 – Animagia
Harry, assim que abriu os olhos levou imediatamente a mão à testa. Sua cicatriz ardia como se estivesse pegando fogo. Aquilo o preocupava. Embora soubesse que agora que Voldemort voltara, a cicatriz deveria doer com mais freqüência, ele não esperava uma dor tão intensa. E o sonho que tivera não ajudava em nada a aliviar sua preocupação.
Sentou na cama e olhou ao seu redor no dormitório. Todos os cortinados das outras camas estavam fechados e sonoros roncos eram ouvidos juntamente com a lenta respiração de seus colegas. Harry se lembrou de que Sirius sempre lhe dizia que quando sua cicatriz doesse, que procurasse Dumbledore imediatamente. Era isso que ele ia fazer. Se levantou e vestiu o roupão. Decidiu-se por levar a varinha e a Capa da Invisibilidade no bolso, caso alguma coisa acontecesse. Assim que guardou a capa e a varinha num dos bolsos, percebeu que um deles já estava cheio de artigos dos gêmeos Weasley. Lembrou-se do pacote que Rony dera para ele quando viera do Beco Diagonal e que eles estavam mexendo neles pouco antes de Harry subir para o quarto. Consequentemente, os artigos foram guardados às pressas num dos bolsos do roupão. Carregando ambos os objetos nos bolsos, Harry rumou para o escritório de Dumbledore, tentando não se esquecer do sonho e rezando para que ele estivesse acordado às 02h30min da manhã.
***
Harry se arrependeu de não pegar uma capa de frio. Embora estivesse vestindo seu roupão, este não parecia ser suficiente para resistir aos fortes e gélidos ventos que cortavam os corredores do castelo durante a noite. Durante o percurso noturno pelo castelo, Harry teve a impressão de estar sendo seguido e de ouvir um leve farfalhar atrás de si, mas sempre que se virava para checar, via apenas o corredor vazio atrás de si.
Harry só se deu conta de que não sabia a senha para entrar no escritório de Dumbledore quando entrou no corredor em que a Gárgula guardava a entrada. No entanto, assim que chegou à frente da Gárgula, notou que ela já estava aberta, como se estivesse a sua espera. Sem pensar duas vezes, subiu rapidamente a escada em espiral em direção ao escritório do diretor. Parou em frente à porta lustrosa com a aldrava de grifo, e quando levantou a mão para bater...
-Entre. – disse a voz de Dumbledore vinda de dentro da sala.
Harry entrou, estranhando que Dumbledore adivinhasse que ele estava ali. A sala era a mesma de sempre, cheia de estranhos objetos e seus zumbidos; os quadros dos antigos diretores pareciam realmente dormir dessa vez e Fawkes dormia tranquilamente em seu poleiro ao lado da porta.
-Boa noite Harry. O que o traz a minha sala há essa hora? – a voz de Dumbledore estava como sempre, calma. Ele não demonstrava qualquer sinal de cansaço ou sono, muito ao contrário, seu olhar estava alerta e ligeiramente sério. Estava usando um roupão lilás com uma visível camisa branca por baixo.
-Hum... Boa noite Professor Dumbledore. – respondeu Harry sem jeito. – É que eu... bem... tive um novo sonho... com Voldemort.
-Ah sim... Imaginei que fosse algo desse tipo. – disse ele cruzando os dedos longos e brancos. – Hum... Guilherme pode, por favor, esperar lá fora?
-É claro Professor. Com licença. – disse a voz de Guilherme, saindo do nada. Quando a porta se fechou Dumbledore voltou a falar:
-Para nossa sorte Harry, Guilherme tem um sono muito leve e percebeu sua energia se movendo na Torre da Grifinória. Ele me mandou uma coruja o mais rápido que pôde para me avisar que você viria me ver e depois ainda usou um Feitiço Ilusório para segui-lo. Mas isso não vem ao caso... – continuou Dumbledore colocando as mãos em cima da mesa. – Conte-me o seu sonho Harry.
***
-...e depois, por fim, ele começou a rir, e então eu acordei. – finalizou Harry. Sua boca estava seca. Ele estava falando sem parar a mais de 10 minutos sobre todos os detalhes do sonho que pôde se lembrar.
-Hum... Entendo. Harry, muito obrigado por vir me contar. Você já pode ir descansar. Esqueça tudo o que viu e ouviu e lembre-se de praticar Oclumência sempre antes de dormir. – disse Dumbledore olhando fixamente algum ponto atrás dele.
-Mas... – começou Harry querendo saber o que significava aquele sonho.
-Nada de "mas" Potter. O diretor já o dispensou. Saia. – era a voz de Snape logo atrás de Harry. Harry se virou lentamente, sentia o sangue queimar seu corpo apenas em se aproximar de Snape, tamanho seu ódio em relação ao mesmo. Harry tornou a olhar para Dumbledore e ele confirmou as palavras de Snape, apesar de Harry poder notar seu desagrado em relação ao tom que Snape usara. Se levantou e caminhou até a porta. Quando estava para sair, olhou para trás:
-Boa noite Harry. – disse Dumbledore sinalizando para que ele saísse. Assim que a porta se fechou, Dumbledore perguntou para Snape:
-Você acha que Voldemort pode ter chegado antes de nós ao Primeiro Templo, Severo?
-Se o que o Potter viu foi real, ele já chegou diretor. – respondeu Snape se sentando.
-Não seria outra armadilha, como a que levou Harry ao Ministério? – a preocupação era nítida em sua voz.
-Uma armadilha para o Potter? – perguntou Snape com desdém. – Eu duvido. O Lord das Trevas sabe que jamais contaríamos qualquer coisa sobre esse assunto ao Potter, por causa de sua mania de Salvador do Mundo.
-Fawkes. – chamou Dumbledore. – Leve essas mensagens para Minerva, Hagrid, Lupin e Moody, e depois leve essa para Guilherme McKinnon.
Fawkes abriu os olhos e sobrevoou a mesa do diretor antes de pousar e pegar as mensagens. Levantou vôo novamente e desapareceu com uma labareda, deixando apenas uma pena flutuar levemente até chegar ao chão.
-O que mais me preocupa no momento é o Harry, Severo. Sabemos que apenas bruxos de bom coração podem abrir o Templo, por isso, com esse assunto não estou preocupado. – continuou Dumbledore.
-O Lord das Trevas está mais interessado na Espada Mágica do que no famoso Harry Potter, diretor.
-Tomara que você esteja certo Severo. Tomara que você esteja certo. – finalizou Dumbledore.
Dumbledore e Snape estavam tão entretidos discutindo que sequer notaram que a ponta de um par de Orelhas Extensíveis ouvia toda a conversa pelo vão da porta. E também não notaram quando um adolescente de 16 anos, cabelos negros arrepiados e olhos muito verdes guardou um bolo de fios cor de carne no bolso e desceu as escadas correndo.
***
Harry não conseguira dormir o resto da noite, pensando em seu sonho e na conversa que ouvira entre Dumbledore e Snape.
Felizmente para ele, o restante da madrugada passara voando, de modo que em um instante ele chegava à Sala Comunal da Grifinória e no instante seguinte ele descia as escadas do dormitório masculino, acompanhado de Rony, o qual ele contava tanto sobre o sonho quanto a respeito da conversa que ouvira entre Dumbledore e Snape.
-Mas... que lugar é esse sobre o qual eles tanto falam? – perguntou Rony, logo que Harry acabou de narrar a conversa que entreouvira entre Dumbledore e Snape.
-Eu não sei. – respondeu Harry de imediato, enquanto se sentavam nas poltronas da Sala Comunal, à espera de Hermione. – Só o que eu sei é que esse lugar é tão bem enfeitiçado quem nem mesmo os Comensais conseguiram entrar. E sei que é um Templo.
-Um Templo? – perguntou Hermione chegando perto deles com Gina.
-Sim, um Templo. – concordou Harry, se pondo a narrar novamente o sonho e a conversa.
-Hum... interessante. – murmurou Hermione pensativa.
-O que é interessante Mione? – perguntou Rony.
-Ora, não está óbvio? – perguntou ela, no que os outros três negaram. – Se tanto Voldemort quanto Dumbledore estão interessados nesse Templo, é porque há algo nele que pode fazer a diferença nessa Guerra.
-E o que seria? – perguntou Rony impaciente.
-Ai Rony... Não seja tão tapado. – bufou ela, impaciente. – É claro que deve ser a Excalibur.
Depois de dizer isso, ela se levantou, se dirigindo ao retrato da Mulher Gorda. Harry, Rony e Gina se entreolharam, deram de ombros e a seguiram para fora da Sala Comunal.
***
Depois daquela conversa que tiveram, Harry, Rony e Hermione, assim como Gina, não voltaram a tocar no assunto do sonho de Harry e nem da conversa que ele ouvira, pois Guilherme estava sempre junto deles, e o grupo entrou em um consenso silencioso de que o rapaz não soubesse de nada. A primeira semana chegava ao fim quando os treinamentos especiais recomeçaram. McGonagall lhes passava matérias extras no treinamento especial e segundo ela, poderiam começar Animagia logo, se eles se esforçassem e quisessem. Obviamente, todos ficaram muito animados com essa idéia. No entanto, a animação passou rapidamente quando eles receberam o aviso de que seu treinamento físico começaria naquela mesma tarde. A carta fora escrita pelo próprio Dumbledore, pedindo que Harry, Rony, Hermione, Gina e até mesmo Neville estivessem prontos na Sala Comunal às 18h.
-Que horas são agora hein? – voltou a perguntar Rony pela milésima vez.
-A mesma hora de dois minutos atrás Rony, adicionando dois minutos. – respondeu Gina rudemente, fazendo Rony fechar a cara.
Quando o relógio de Harry marcou exatamente 18h, o retrato da Mulher Gorda se abriu, e por ele entrou Guilherme. Ele olhou para o grupo sentado às poltronas na frente da lareira e murmurou rapidamente:
-Vamos. – e voltou a caminhar para fora da Sala Comunal, sem nada a acrescentar.
***
Havia mais de 10 minutos que estavam caminhando, num subir e descer de escadas, passando por corredores escondidos e mal-iluminados, até chegarem até um corredor onde tochas estavam acesas. Guilherme caminhou até uma tapeçaria de um homem ensinando balé para Trasgos e passou por ela três vezes, fazendo com que uma porta lustrosa de madeira surgisse na parede lisa.
Assim que entraram na sala escura, Guilherme disse em voz alta "Lumus" e tanto velas flutuantes como tochas se acenderam no teto e nas paredes, respectivamente.
A sala em que estavam parecia um antigo ginásio ou academia de ginástica trouxa: haviam sacos de areia, luvas, um tatami, algumas máquinas estranhas e mais três portas alem daquela pela qual entraram.
Guilherme caminhou até um armário de madeira e de lá tirou vários conjuntos de roupas de treino.
-Coloquem essas roupas. – disse ele entregando uma pequena muda de roupas a cada um e parecendo bastante mal-humorado. E depois apontou para duas portas do outro lado da sala: – Os vestiários são ali.
Todos se entreolharam e acharam melhor não discutir, diante do visível mal-humor do colega.
***
-Excelente. – disse Guilherme assim que todos voltaram vestido com as roupas de treino, assim como ele já estava. – Vamos começar logo então.
-Guilherme, o que há de errado com estas roupas? – perguntou Gina.
Guilherme olhou para todos e sorriu. Todos estavam vestidos com calças de moletom, enfeitiçadas para ficarem mais pesadas do que o normal, de modo a ajudar no treinamento; as garotas vestiam um top elástico preto, usados por mulheres trouxas para irem à academias; os rapazes também usavam camisetas elásticas pretas, exceto Guilherme, que estava sem camisa; Todos estavam descalços e usavam faixas brancas enroladas nas mãos e pés. Suspirou antes de responder:
-São enfeitiçadas. Vocês verão o porquê assim que as tirarem depois do treinamento. – respondeu ele. – Bom, mas agora que todos estão prontos, vamos começar. Rony e Hermione venham comigo, os outros esperam aqui um instante. – e se pôs a caminhar em direção à ultima porta.
Quando a abriu, tanto Rony quanto Hermione ficaram surpresos. Estavam em um salão enorme, do tamanho de um campo de Quadribol.
-Hermione, você pode ajudar o Rony a andar de bicicleta? – perguntou Guilherme apontando para algumas bicicletas encostadas na parede.
-Ah claro, claro. – respondeu ela apressadamente.
-Ótimo. – disse McKinnon novamente. – Elas vão ajudar bastante na resistência física e vão ajudar a fortalecer as pernas de vocês também. – e depois saiu.
-Mione... o que é bicliceta...? – perguntou Rony, perdido.
-É bicicleta Rony. É isso aqui. Venha cá. – e Hermione começou a explicar pacientemente o que era e como funcionava.
***
-Muito bem. Rony e Hermione já começaram a treinar. – disse Guilherme voltando. – Está na hora de vocês começarem também. Harry venha cá. – chamou Guilherme se aproximando de um círculo de um metro de diâmetro no chão.
Quando Harry chegou perto, Guilherme explicou como Harry deveria ficar. Assim que Harry se pôs no meio do círculo, Guilherme puxou a varinha:
-Está pronto Harry? – perguntou ele no que Harry confirmou, incerto. – Ótimo. Wingardium Leviosa.
O feitiço fez com que dois sacos de areia, feitos para treinamento de boxe, saíssem flutuando e pousassem suavemente nos ombros de Harry. O rapaz soltou um gemido ao sentir o peso extra se depositando em seus ombros.
-Agüente firme aí Harry. – comentou Guilherme. Se virou para Gina e Neville. – Gina venha cá. Você vai começar aqui. – e apontou para um saco de areia grande, pendurado na vertical.
Começou a demonstrar à Gina, e Neville que assistia a tudo, como fazer aquilo. Ele dava leves saltos, rodando em volta do saco e dando fortes socos e às vezes, chutes.
O tempo foi passando. Já eram quase 20hs quando Guilherme avisou que era a hora de pararem. Gina, assim como Neville, passara a maior parte do tempo, aprendendo golpes de boxe e artes marciais, treinando-os em sacos de areia. Rony e Hermione passaram o tempo todo pedalando no salão ao lado. E Harry, já estava com câimbras quando o treinamento acabou. Ficar segurando aqueles sacos de areia era muito mais difícil do que poderia parecer. Segundo Guilherme, o objetivo desse treino específico seria fortalecer os braços e ombros de Harry. Guilherme estava certo quanto às roupas. Quando Harry as tirou, se sentiu incrivelmente mais leve.
A única coisa que tiveram tempo de fazer ao chegar na Sala Comunal da Grifinória foi tomar um banho e desmaiar na cama.
***
Os dias foram passando monotonamente. Os treinamentos se tornavam cada vez mais pesados, em compensação, as aulas estavam cada vez melhores. A primeira aula do ano de Trato das Criaturas Mágicas foi bastante monótona, pelo simples fato de passarem a aula inteira cortando ervas mágicas. Hagrid explicou o porquê:
-É bastante simples. Eu pedi a um amigo meu uma criatura incrível emprestada, mas ele só poderá emprestar na semana que vem. – explicava ele. – Por isso vamos cortando estas ervas, para que semana que vem a criatura tenha bastante alimento.
No entanto, Hagrid se recusou a responder qual seria a criatura futuramente estudada.
***
O treinamento físico estava cada vez mais cansativo, e segundo Guilherme, a tendência era piorar. O treinamento de Transfiguração com McGonagall praticamente terminara, por isso ela anunciou que se eles quisessem aprender Animagia, aquela seria a hora certa. Harry, Rony e Hermione ficaram bastante contentes com a possibilidade de ser animagos. Gina se preocupou, dizendo que seus NOMs estavam chegando e que talvez ela não poderia se dedicar completamente à animagia, visto que seria necessário muito estudo nesse área. Neville entrou em desespero dizendo que essa área da Transfiguração era a parte mais difícil e que ele não iria conseguir.
No geral, quase todos os treinamento especiais que estavam recebendo estavam chegando ao fim, exceto o treinamento de McGonagall, o de Dumbledore e o treinamento de Guilherme. Este último, por fim, avisara o porquê do seu mal-humor nos últimos tempos:
-Vocês devem se lembrar que eu disse na Sede da Ordem, que o meu treinamento para vocês seria dividido em três partes: Feitiços, Resistência Física e Luta de Espadas. – disse ele para Harry, Rony, Hermione, Gina e Neville em um dia na Sala Comunal vazia. – Pois bem... Eu não vou mais lhes ensinar a lutar de Espadas.
-O que...? Mas... por quê? – perguntou Gina.
-Dumbledore acha que eu devo me dedicar ao treinamento físico de vocês. Por isso ele me dispensou do dever de ensinar vocês a lutar com Espadas. – continuou Guilherme, dando ênfase ao dever. – Ele passou essa missão a outro membro da Ordem.
-Quem? Moody? – perguntou Rony.
-Moody é um bom espadachim, mas é muito melhor em feitiços e coisas de aurores. Lupin anda ocupado com as coisas da Ordem. Tonks não pode vir ao castelo a todo momento, pois ela trabalho no Ministério e iam começar a desconfiar de algo.
-Então quem? – perguntou Hermione.
-A mesma pessoa que me ensinou a usar uma Espada. Ele foi meu primeiro instrutor nessa área. Um exímio espadachim. Talvez um dos melhores.
-Quem? – perguntaram todos em uníssono.
-Maximus Clapham. – disse Guilherme com um suspiro.
***
Um vento invernal se infiltrava nas paredes do castelo. Mas isso não parecia importar, pois os alunos do terceiro ano para cima se aprontavam para o primeiro fim de semana em Hogwarts, que por acaso teria um passeio à Hogsmeade.
-Ainda não entendo porque não podemos ir a Hogsmeade.
-Ah Rony... É porque nós vamos ao Ministério. É difícil de entender? – resmungou Hermione, totalmente encapotada para se proteger do vento gelado.
Estavam na Sala Comunal da Grifinória, à espera de Gina e Neville. Iriam ao Ministério àquele dia para se registrarem como Aprendizes de Animagia. Iriam pegar uma chave de portal para Londres, para depois se dirigirem ao Ministério.
-Mas eu queria ir a Hogsmeade... – retrucou Rony, chateado.
Harry que estava quieto, apenas revirou os olhos; Guilherme que também estava na Sala Comunal tinha um ligeiro ar de riso no rosto; Hermione bufou, irritada; e Gina que descia as escadas naquela hora respondeu:
-Então vá a Hogsmeade, maninho. Mas depois que você for preso por ser um animago ilegal, não diga que não avisamos.
Todos riram da cara emburrada que Rony fez. E enquanto todos riam, Neville apareceu, vindo do Retrato da Mulher Gorda:
-A Professora Minerva disse que já podemos descer.
-Ótimo. Só uma coisa... – começou Guilherme. – Todos estão com suas varinhas? - Todos confirmaram com as cabeças. – Excelente. Então podemos ir.
Ao chegarem no Salão de Entrada, viram McGonagall conversando com Lupin, Quim e Moody.
-Finalmente vocês apareceram. Vamos logo. – disse Moody com um rosnado.
Seguiram para os portões de Hogwarts. O vento frio lhes fustigava os cabelos e cortava seus rostos como facas de gelo.
Assim que chegaram aos portões e saíram para Hogsmeade, Moody tirou um gorro natalino do bolso e disse para todos tocarem nele.
-Um, dois e... três. – Harry sentiu o conhecido puxão no umbigo e o redemoinho de cores girando ao seu redor.
***
Quando tudo entrou em foco novamente, Harry pôde ver que se encontrava em um beco sujo de Londres. Havia uma grande caçamba de lixo na entrada do beco e uma cabine telefônica ao fundo.
Caminharam até lá e Moody finalmente perguntou:
-Estão todos prontos? – Quando todos confirmaram, ele disse: - Ótimo. Potter, Weasley, Longbottom e McKinnon, vocês vão primeiro. Depois irão Granger, Weasley e Minerva. E não se esqueçam: seis, dois, quatro, quatro, dois. – e depois de dizer isso, Lupin, Moody e Quim desaparataram.
Harry, Rony, Neville e Guilherme entraram imediatamente na cabine. Ficaram bastante apertados. Harry se lembrou imediatamente de sua última visita ao Ministério. Guilherme digitou rapidamente os números no telefone. Assim que terminou de digitar os números, uma voz feminina se fez ouvir na cabine apertada:
-Bem-vindos ao Ministério da Magia. Por favor, informem seus nomes e o objetivo da visita.
-Hum... Harry Potter, Ronald Weasley, Neville Longbottom e Guilherme McKinnon. Registro de Animagia.
-Obrigada. – disse a voz tranqüila de mulher. – Visitantes, por favor, apanhem os crachás e prenda-os ao peito de suas vestes. – Ouviu-se um clique e um rumorejo, e Harry viu alguma coisa sair pela ranhura de metal por onde normalmente saem as moedas excedentes. Apanhou-a: era um quadrado prateado em que se lia Harry Potter, Registro de Animagia. Prendeu-a ao peito da camisa, e a voz feminina tornou a falar.
-Visitantes ao Ministério, o senhores devem se submeter a uma revista e apresentar suas varinhas, para registro, à mesa da segurança, localizada ao fundo do Átrio.
O piso da cabine estremeceu e eles começaram a afunda lentamente. Enquanto desciam, as imagens de sua última visita ao Ministério, passavam pela mente de Harry.
Quando finalmente chegaram, ouviram novamente a voz da mulher:
-O Ministério da Magia deseja aos senhores um dia muito agradável.
Harry sentiu seu queixo cair. Na última vez que estivera ali, o lugar ficara destruído, devido à batalha entre Dumbledore e Voldemort. No entanto, o local estava mais limpo e bonito do que antes e até mesmo a Fonte dos Irmãos Mágicos estava intacta novamente.
Harry pôde ver vários bruxos conversando pelo Átrio, inclusive Moody com Lupin à um canto e Quim conversando com o Segurança ao fundo do Átrio. Logo que os três membros da Ordem os viram chegar, foram logo se despedindo e cada um seguiu o seu caminho. Segundos depois, a segunda turma aparecia, no elevador.
-Vamos por aqui. – disse Minerva.
Todos a seguiram até a mesa do Segurança, no qual foram revistados.
Seguiram por um corredor, até um dos barulhentos elevadores. Em questão de minutos, o elevador fechava a grade dourada, com todos dentro.
-Hum... – começou Minerva. – Qual era mesmo o andar? Acho que é o nível dois. – disse apertando um dos botões.
"Nível sete, Departamento de Jogos e Esportes Mágicos, que incluí a Sede das Ligas Britânica e Irlandesa de Quadribol, o Clube de Bexiga Oficial e a Seção de Patentes Absurdas."
As portas se abriram e alguns memorandos violetas-claros entraram e ficaram planando acima de todos.
"Nível seis, Departamento de Transportes Mágicos, que inclui a Autoridade da Rede de Flú, o Controle de Aferição de Vassouras, a Seção de Chaves de Portais e o Centro de Testes de Aparatação."
-Viremos aqui ano que vem para fazer os testes de aparatação. – comentou Hermione para Harry e Rony. – Será ótimo.
Alguns memorandos entraram e outros saíram, assim como bruxos e bruxas.
"Nível cinco, Departamento de Cooperação Internacional em Magia, incorporando o Organismo de Padrões de Comércio Mágico Internacional, o Escritório Internacional de Direito em Magia e a Confederação Internacional de Bruxos, sede britânica."
Todos os bruxos saíram, exceto Harry e seus amigos. Um único bruxo entrou, com uma grande caixa nas mãos. Harry poderia jurar que ouviu distintamente alguma coisa lá dentro sibilar "Me deixe sair... me deixe sair agora... meu mestre lhe recompensará...".
"Nível quatro, Departamento para Regulamentação e Controle das Criaturas Mágicas, que inclui as Divisões das Feras, Seres e Espíritos, Seção de ligação com os Duendes, Escritório de Orientação sobre Pragas."
O homem com a caixa saiu antes que Harry pudesse sequer entender o que ouvira.
-Vocês ouviram aquilo? – perguntou em voz baixa para Rony e Hermione, para que McGonagall que conversava com Gina e Neville não ouvisse.
-Ouvir o que? – perguntou Rony.
-Aquele bicho dentro da caixa...
"Nível três, Departamento de Acidentes e Catástrofes Mágicas, incluindo o Esquadrão de Reversão de Mágicas Acidentais, Central de Obliviação e Comissão de Justificativas Dignas de Trouxas."
-Harry, do que você está falando? – perguntou Hermione com a cara preocupada.
-Eu... ah... nada Hermione. Deixa pra lá. – resmungou Harry. Rony e Hermione se entreolharam preocupados. Guilherme apenas ouvia a conversa, silenciosamente, com seriedade.
"Nível dois, Departamento de Execução das Leis da Magia, que inclui a Seção de Controle do Uso Indevido da Magia, o Quartel-General dos Aurores e os Serviços Administrativos da Suprema Corte dos Bruxos."
-É aqui. Vamos. – disse Minerva tomando a dianteira.
O grupo começou a caminhar pelo corredor, ladeado de portas, dobraram em um canto e entraram em outro corredor. Caminharam mais alguns metros e passaram em frente às pesadas portas de carvalho, que Harry sabia ser o Quartel-General dos Aurores. Chegaram ao fim do corredor e passaram por finas portas de madeira dupla, saindo em uma gigantesca sala, onde haviam vários cubículos, cheia de pessoas, correndo de um lado para o outro.
Minerva os guiou até o outro lado da sala, em direção a mesa de uma moça, onde ficava uma grande porta dupla.
-Olá. Temos hora marcada com os Sr. William Craid. Viemos fazer o Registro de Animagia.
-Olá. Ah sim. É claro. O Sr. Craid está à sua espera Professora McGonagall. Podem entrar. – disse a moça sorridente.
-Obrigada. Vamos. – disse Minerva avançando para a porta dupla.
Entraram rapidamente na sala de Craid, onde já estavam dispostas sete cadeiras para visitas. Um homem alto, negro e magro estava mexendo em um armário, tirando algumas doses de uma poção alaranjada.
-Bom dia. Sentem-se, por favor. – disse o homem sem sequer se virar.
Quando todos já estavam acomodados em suas cadeiras, o homem finalmente se virou, mostrando que usava óculos redondos. Ele caminhou até a mesa de carvalho e se sentou, colocando as seis doses da poção em um suporte em cima da mesa.
-Meu nome é William Craid. É um prazer recebe-los e conhece-los. O Professor Dumbledore me falou que os senhores estão interessados em se tornar animagos. Fico contente...
-Pode, por favor, ir direto ao ponto? Estamos com um pouco de pressa. – apressou Minerva rudemente.
O homem pareceu ficar desconcertado por um instante antes de responder:
-Tudo bem então. Quem será o primeiro?
-Primeiro... a fazer o que? – perguntou Rony, temeroso.
-Nada demais rapaz. Nada demais. Só temos que saber em que animais irão se transformar e suas características. É só beber essa poção. – ele fez um gesto em direção aos seis frascos em cima da mesa. – Então, quem será o primeiro?
Guilherme sem nem ao menos responder ao homem, se levantou e bebeu a poção alaranjada. Sentou-se novamente, imóvel. De repente do nada, começou a tremer. Levou a mão ao estômago, como se estivesse sentindo dor. Colocou a outra mão na cabeça, fechou os olhos com força. Guilherme caiu no chão, de joelhos. Então, antes que sua roupa começasse a se rasgar, Craid fez um movimento de varinha e as roupas sumiram, bem na hora em que pêlos cinzentos cobriram suas costas, pêlos brancos cobriram o restante do seu corpo. Um enorme rabo peludo cresceu. Orelhas pontudas apareceram no meio da cabeça peluda. Um focinho de pêlos brancos apareceu em seu rosto. Ao abrir sua boca, os caninos cresceram, se tornando presas. Então, tudo parou. Todos olhavam assombrados para o animal no centro da sala, exceto McGonagall e Craid. O único indício de que aquele animal era Guilherme eram seus olhos cor de mel. Todos estavam admirados da beleza, elegância, porte e ferocidade do animal.
-É um belo espécime de Canis lupus. – disse Sr. Craid, admirado.
Guilherme McKinnon se transformara em um lobo.
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N/A: Aí esta o novo cap... Espero que gostem... Comentem
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