Quando não se pode vencer...



Gina estava deitada já deveriam fazer mais de três horas, rolando de um lado para o outro na cama. Toda vez que estava prestes a cair no sono, se lembrava de uma coisa mais revoltante e tornava a bufar e murmurar palavras inaudíveis. Assim se passou a noite e logo a madrugada, por volta das quatro da manhã o sono venceu-a e Ginny finalmente adormeceu.



Sentiu o Sol quente em seu rosto e despertou, tinha a sensação de que não passara nem um minuto que pegara no sono. E sentia-se extremamente cansada. Toda essa situação deixou-a irritadiça e muito rabugenta. Ginny foi tomar banho de má vontade, se arrastando até o banheiro. Depois de um longo banho seu humor não parecia ter melhorado em nada. Vestiu a primeira coisa que encontrou pela frente e foi comer algo. Seu estômago revirava implorando por comida, e não era para menos, já era meio dia , constatou ao lançar um olhar ao relógio de cabeceira, já deixando o quarto.



A esta altura Ginny já havia decorado o caminho para a sala de jantar, não que fosse simples, mas forçou-se a fazer isso. Não agüentava mais ser carregada para cima e para baixo por elfos domésticos e eles não deviam ter mais prazer do que ela. Preferira decorar esse ao da biblioteca já que ia lá mais vezes ao dia. Limitou-se em aprender apenas essa caminho, fora o do quarto de Draco que era bem fácil, com medo de confundir-se depois. Já era o suficiente, ela pensava.



E antes que percebesse já se encontrava no portal da sala de jantar. Acanhada como sempre entrava no aposento, receando dar de cara com Lúcius ou Narcisa confortavelmente aguardando-a, passou pela sala, espiando para os lados para se certificar de estar vazio.


-/p/ A barra ta limpa.


Ginny sentou-se na mesma cadeira que sentava desde o dia que chegara à mansão Malfoy. Olhou novamente para os lados e viu Nancy que estava na porta da cozinha, dar um salto e girar nos calcanhares quando a vira.



A comida muito farta, apareceu sobre a mesa. Essa era uma das coisas que ela havia gostado naquele lugar dos infernos, a comida.


-/p/ Pelo menos alguma coisa aqui tinha que prestar né?! – pensou ainda rabugenta.


Atendendo às súplicas de seu estômago por comida, Ginny começou a servir-se.






˱˱˱˥˱˱˱˥O feitiço da serpente ˱˱˱˥˱˱˱˥ O feitiço da serpente ˱˱˱˥˱˱˱˥






Draco abriu os olhos, mas não quis se levantar, ficou deitado e viu que horas eram. Já passava de meio-dia, ele já havia perdido o desjejum, não pretendia perder o almoço.



Mesmo indisposto levantou-se, tomou um breve banho e desceu para fazer a refeição. Fez o trajeto inteiro, de seu quarto até a sala de jantar com a mente completamente ausente, em meio à devaneios dos mais variados.



Chegara ao portal da sala e nem se lembrava como. Ficou um tempo ali parado, ainda meio abismado com isso. Até que sentiu um delicioso cheiro de comida e deixou de lado a incompreensão, atendendo a um estômago faminto. Parou de súbito, ao ver, que não era o único no aposento, uma pequena raposinha estava sentada, fazendo sua refeição calmamente. Ficou por um momento estatizado, encarando-a, até que foi tirado do transe.


- Sabe Malfoy, eu acho que comida é uma coisa que você está acostumado a ver – disse a raposinha impassiva, mas ele notou certo pesar em suas palavras. Estava maravilhado! Uma linda raposinha falante. Mas, ela parecia impaciente, esperando que ele fizesse algo.


- Mas, lindas raposinhas falantes não – Draco disse simplesmente.


Ginny revirou os olhos, estava farta daquela história de raposinha. Largou a comida, deu uma última golada em seu suco de abóbora e saiu dizendo:


- Estúpido.


Draco estava entorpecido, não era capaz de sentir mais nada, os últimos dias haviam lhe proporcionado mais emoções do que sua em vida inteira. Ele estava cansado, na verdade exausto com tudo aquilo. Tudo que ele era capaz de sentir era indiferença. Era mais fácil sentir indiferença. Parecia estar anestesiado. O velho Draco, parecia estar de volta, estava frio, calculista, impassível. Não agüentava mais aquela brincadeira de gato e rato, em que ele tinha sempre que correr atrás. Nunca via resultados, e o rato parecia cada vez mais distante e impossível de ser alcançado.



Ele deu de ombros, como seu pai ainda não retornara, sentou-se novamente à cabeceira da mesa. Serviu-se de um pouco de ensopado com batatas e suco de abóbora. Terminou de comer calmamente como se nada o incomodasse no mundo. E, der repente, se lembrou aquilo não estava certo, ela não deveria estar ali, nem ele. Deviam ambos estar em Hogwarts e ela não se sentia grato por não estar. Afinal daqui alguns dias seu pai retornaria e tornaria a infernizar a sua vida e isso era de certo pior do que qualquer detenção ou dia de provas em Hogwarts. Tinha que retornar para a realidade. O quanto antes possível.



Então ele se levantou da mesa e foi para a biblioteca, se havia um local em que encontraria a resposta, de certo seria lá. Novamente estava sentado no confortável sofá perto da lareira, com uma enorme pilha de livros à sua volta. Draco então puxou do bolso o pequeno pergaminho que carregava sempre consigo e mais uma vez o leu.


“Quando o impossível se unir, sem máscaras, a serpente trará a resposta.”


-/p/ Serpente? Mais que serpente? – refletiu por um momento, sobre o feitiço, ai sim se lembrou.


Mas, ainda estava confuso com relação à união do impossível. Não fazia idéia sobre o que se tratava. Olhou para a pilha de livros, de certo que não encontraria a resposta neles. Respirou fundo e se levantou com a grossa pilha nas mãos em menção de deixa-la na mesinha da frente.



Tornou a se sentar, de volta com o pergaminho nas mãos, como se assim fosse mais simples de achar a resposta. Ficou um tempo absorto em pensamentos e teorias, quando um estalo mais alto do fogo o tirou do transe. Virou para a lareira e ficou observando o fogo crepitar.


-/p/ Vendo isso as coisas parecem tão simples – comentou para si mesmo, respirando fundo novamente, cansado. Quando pensou na própria situação, ele deu um riso abafado que mais pareceu uma bufada. Estava numa realidade alternativa, ‘preso’ em sua própria casa, com a última menina que ele desejava em toda a face da Terra.


Ele deu outra pequena risadinha, se espreguiçou e levantou. Via que não conseguiria pensar em muita coisa mais naquele dia, sua mente estava cansada e seu corpo dolorido. Foi se deixando guiar por seus pés até seu quarto. Enquanto sua mente passeava, há anos luz de distância da Via Láctea.



Mais uma vez nesse dia, Draco se viu parado defronte a um local e não tinha a mais longínqua noção de como havia ido parar ali. Mas, dessa vez era diferente, esta de certo que não era a porta de seu quarto, tampouco era uma porta desconhecida por ele. Logo que soubera que Virgínia estava ali, mandara informar-lhe em qual quarto ela estava. Draco se lembrava muito bem que esta era a porta do quarto de Ginny.



Ele não soube explicar, na verdade nem percebeu, do mesmo jeito que suas pernas tinham vontade própria, suas mãos pareciam ter também. Quando deu por si percebeu que sua mão estava na maçaneta da porta e que a havia girado, não a encontrando trancada. Deu um leve empurrão e logo a porta estava aberta.



Dentro do quarto havia uma cachoeira de cabelos vermelho-fogo pendendo para fora da cama e uma Virgínia absorta e muito concentrada em cima da cama, deitada de costas, encarando algo muito interessante no teto. Se não reparasse em seus olhos parados abertos, diria que ela estava dormindo.



De súbito ela pareceu perceber que não estava mais só, levantou-se e se sentou na cama de joelhos, encarando o invasor com os olhos muito abertos e parecendo ao mesmo tempo surpresa e assustada.


- O que faz aqui Malfoy? – havia impaciência em sua voz.

-Ah, agora é Malfoy é? – ele não entendia porque tinha falado aquilo, mas já que havia feito a besteira pretendia ganhar tempo com isso.

- Como quiser! A pergunta foi: O que você faz aqui? – Ginny falava pausadamente como se dirigi-se à uma criança muito burra ou um trasgo.

- Na verdade... Vim me redimir.

- Oh, não! Não essa história outra vez

- Acontece pequena – ele imitava o tom de voz dela, como que se dirigindo à uma criança – que essa história, não foi contada previamente. O que aconteceu, deixe-me explicar. Foi que eu pensei, mas veja que tolice a minha, que poderia pular alguns capítulos dela e ir direto para o final feliz. Agora vejo que foi um erro, gravíssimo por sinal. E sabe por que, pequena, que meu erro foi tão grave? Pois, uma história sem meio, é como uma história que nunca aconteceu então tudo continua como se nada houvesse acontecido. Para uma história completa, porém necessita-se de alguns esforços de minha parte.


Gina ficou parada atônica, encarando-o. Não sabia o que dizer, não sabia se tinha entendido direito onde Draco queria chegar com aquela história, preferiu ficar calada.


Vendo que não obteria resposta alguma da parte da ruiva, Dracon continuou pomposamente:


- Vim aqui então, para escrever a nossa história corretamente, com todos os erros de digitação e de compreensão. Então, você me perdoa? Perdoa-me por ter sido um canalha com você? – e estendeu outra de suas rosas cor de chá a ela.

-Oh, Draco! – Gina sorria maravilhosamente – Eu... é... Oh, Mas é claro!!


Ela levantou da cama num salto e se jogou nos braços do loiro. E o beijou em meio à lágrimas e sorrisos.


- Olha, a idéia era te deixar feliz, não fazer chorar mais.

- Bobo. – era a resposta mais idiota de todas, Ginny sabia, mas não se importava não se importava com mais nada.


Draco não se recordava de algum dia ter se sentido assim tão aliviado, contente. Ele abraçou Ginny forte pela cintura e a rodou no eixo de seu corpo. Ainda com os lábios colados nos dela. Ela era sua, só sua.



Draco pegou Ginny no colo, com uma mão em suas costas e a outra nas articulações de seus joelhos. Ela desabou em risos e ele não conseguia entender, apenas lançou uma olhar confuso à pequena que só serviu para fazê-la rir mais ainda. Draco tentava ignorar as risadas espalhafatosas de Gina enquanto a levava para a cama. Assim que a depositou com todo cuidado na cama ele não resistiu e se largou ao lado dela rindo tão freneticamente ou mais do que a pequena. Conseguindo se controlar, ele parou um pouco de rir e perguntou:


- Qual é a graça?

- Você – Ginny sorria.


Aquilo o desarmou, ele só conseguiu beija-la e passear com as mãos nela. Ginny percebeu que ele estava sendo cuidadoso e delicado com ela e sentia-se imensamente feliz por isso.



Habilidosamente Draco correu com a mão por toda a extensão do corpo dela e logo estava desabotoando os botões do vestido.



Ginny percebeu aonde ele queria chegar. Mas, precisava falar algo. Não que estivesse com medo ou não quisesse isso não, ela confiava em Draco. Ela só sentia que precisava informá-lo.


- Draco espera...

- Hm – ele respondeu em meio à fisgadas no pescoço dela.

- Não, é sério. Eu... Hum é só que... Bem...


Ele agora havia parado. Estava olhando Ginny nos olhos, o que só tornava a coisa toda ainda mais difícil. Ela corou.


- Draco... É só que, eu nunca...

- Shhh – ele colocou a mão nos lábios dela.

- Isso é lindo, pequena. – ele estava maravilhado – Se você estiver com medo ou não quiser é só me mandar parar tudo bem?

- Humhum – ela sacudiu a cabeça positivamente.


Ginny sorriu para ele, sentia-se mais segura agora, sabia que ele a protegeria de tudo.



Draco achou lindo o fato dela ainda ser virgem. Agora, mais do que nunca faria de tudo para ser especial para ela. Beijou-lhe os lábios e sussurrou em seu ouvido.


- Eu prometo que não vou fazer nada que você não queira.

- Eu sei que não – Ela ainda sorria, como era bonita quando sorria.


Mais do que nunca Ginny sentia que podia confiar nele.







˱˱˱˥˱˱˱˥O feitiço da serpente ˱˱˱˥˱˱˱˥ O feitiço da serpente ˱˱˱˥˱˱˱˥







Draco estava meio deitado, meio sentado na cama, com a parte das pernas cobertas e a parte de cima fora dos edredons. Por cima de seu peito podia ser vista uma vasta montanha de cabelos vermelhos. Ginny estava deitada em seu peito, com as pernas enlaçadas na dele e sua respiração quente inconstante.

“Ela dormiu, no calor dos meus braços.“ [capital inicial]

Draco mexia nos cabelos da ruiva fascinado. Tirando algumas mechas de cima para chegar as mais escondidas. Eram todas exatamente iguais e sedosas. Até que, seus dedos passaram por algo frio, na altura do pescoço de Gina. Era o colar, ele quase se esquecera do objeto. Rodou então a correntinha, até o pingente de serpente parasse em sua mão. Draco não teve como deixar de se sentir orgulhoso, ao ver o brasão de sua família no pescoço de Ginny, para mostar a todos a quem ela pertencia.



Agora ele tinha a certeza de que nunca mais poderia suportar viver longe dessa ruiva tão explosiva, tão teimosa, implicante, tão, intensa.



Draco então adormeceu, com o cheiro do shampoo dela em suas narinas e uma bela visão da cabeleira avermelhada. Mas, antes que sucumbisse completamente ao sono, envolveu-a em seus braços. Abraçando-a, para se certificar que ela não saísse dali, nunca mais.



Se Malfoy tivesse ficado mais um minuto acordado, veria uma luz intensa saindo do colar no pescoço de Virgínia, algo estava acontecendo.




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n/a: Awwwn mil perdões pela demora, mas é que com o flog e tudo, eu perco muito tempo, sobra pouco tempo para digitar, sim digitar, pq a fic já estava pronta desde segunda.

E eu tb adimito que estou desanimando com essa fic. Agora é sério mesmo, sem os comentáriso de vcs eu nao sei o q estam achando, e se tem alguem lendo, quanto mais vcs comentam mais me motivam (:
Pensem nisso, pq se continua do jeito que está juro q nao vai da pra continuar. Quer dizer, eu ja estou desanimada, ia ser uma pena, mais eu ia acaabar parando.

Am e outro problema estou sem beta reader, se alguem quiser de habilitar (:

Mas obrigada mesmo quem comenta e desculpa mais uma vez a demora ;/
Oh o botão de comentar não morde não tá? Eu desabilitei ele dessa função ;]

aaah quem quiseh da uma passada no meu flog : http://www.fotolog.com/ninhodaserpente

beeijo xuxus

;° Bruna Guasti

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