Ressaca



O frio parecia penetrar sob os lençóis até atingir seu corpo, estava se tornando insuportável quando ela percebeu o motivo dos calafrios, a metade inferior de seu corpo estava descoberta. Num gesto rápido, para não perder o sono, cobriu-se e logo se virou para o lado oposto. Depois de algum tempo insistindo, Ginny percebeu que seria inútil continuar tentando dormir, não havia mais jeito, já estava desperta. Sentou-se na cama bufando de indignação.


-Por Merlim! – esclamou jogando as mãos ao alto.


Ela continuava sentada e agora esfregava os olhos freneticamente. Espreguiçou-se e tomou coragem para levantar. Ginny estava sentindo-se mais leve por dentro, porém sentia-se também fraca e acabada. Foi até o banheiro andando em passos lentos porque a preguiça era tamanha. Uma vez no banheiro olhou para a própria imagem refletida, seus olhos pousaram no colar, o colar que ela quase estava se esquecendo, o mesmo que havia trago-a para aquele lugar, que contribuiu indiretamente para todo aquele tormento. Como Gina o odiava, odiava a si mesma também por ser tão curiosa, queria sair dali, daquela casa de loucos, pelo menos achava que ficando longe de Draco o esqueceria. E somente revertendo o maldito feitiço que conseguiria se ver livre dali, foi ai que ela lembrou-se do pergaminho.


-Hum... Era algo sobre “impossível se unir” ou sei lá o que... Por Merlim! O que isso quer dizer?!


Amaldiçoava-se mentalmente por ter jogado o pergaminho em Draco, ao invés de mantê-lo, ou de pelo menos não ter prestado mais atenção.


-/p/ Mas também! Como alguém consegue prestar atenção ao que faz com um... Com um um: crápula, mesquinho, egocêntrico, manipulador, metido, atencioso, apaixonante... VIRGÍNIA WEASLEY! VOCÊ O ODEIA! REPITA COMIGO: O-D-E-I-A! – Gina travava uma batalha mental, ainda olhando-se no espelho, mas com a mente totalmente ausente ao ambiente.



Não era nem cogita tório pegar o pergaminho de Draco, afinal como o faria? “Oi Draco, Tudo bem? Veja só, você poderia me entregar aquele pergaminho que joguei em você outro dia?” NUNCA, Gina era orgulhosa demais para isso, ela não iria ceder, Draco havia sido um cafajeste e ela estava disposta ignorá-lo até quando fosse necessário. Definitivamente fora de cogitação.



Resolvendo dar um ponto final a ‘discussão’ Ginny desapoiou-se da pia e foi encher a banheira para tomar um reconfortante banho.






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Horas depois que Ginny havia acordado, não muito longe dali, num quarto escuro, havia um loiro, caído no chão, parecendo desmaiado, morto ou coisa do tipo, que começava a despertar. Draco havia sonhado a noite toda, com coisas desagradáveis que agora ele não conseguia se lembrar direito. Ele tornava a resmungar e se mexer muito, até que finalmente abriu os olhos, ainda embasados. Sua boca estava seca, empapada e como se tivesse comido sal a noite toda, a cabeça latejava muito e a dor de cabeça muito forte. Draco estava sentindo-se como um zumbi, sentia seu corpo extremamente fraco e estava meio zonzo. De longe essa era a pior ressaca que já tivera. Piscou para clarear as vistas e ver se conseguia enxergar algo além de borrões, depois de mais algumas piscadas ele olhou envolta e viu várias garrafas vazias à sua volta e claramente a marca no chão no do que fora uma poça de bebida. Suas narinas estavam enfezadas de cheiro de álcool e ele não conseguia se lembrar de como adormecera ali.



Cedendo ao desconforto o loiro se levantou e foi ao banheiro, procurar algo que curasse a ressaca. Olhou no armário bob a pia, onde ele guardava as poções e achou uma para curar enxaqueca. Definitivamente seria essa que ele tomaria, porque agora estava insuportável a dor, parecia que estavam comprimindo sua cabeça pelos lados. Uma simples poção para dor de cabeça não daria jeito nisso. Tomou então a poção para enxaqueca e retornou ao quarto, para limpar a bagunça.


- Evanesco! – e as garrafas desapareceram, juntamente com a mancha do chão.


Agora que não tinha mais a dor para se preocupar, Draco foi invadido por uma enorme sensação de vazio e fragilidade, em conjunto à uma pequena pontada no peito. Não havia muito que ele pudesse fazer naquele momento, então, meio moribundo Malfoy dirigiu-se novamente ao banheiro.



Depois de um tempo a porta do banheiro finalmente se abre revelando muito vapor d’água e um Draco com a toalha na cintura, deixando à mostra o belo peitoral.



Durante o banho ele havia pensado muito, criado muitas hipóteses e estava com uma idéia fixa na cabeça. Vestiu-se rapidamente e sem perder tempo, se sentou em sua escrivaninha, desenrolou um pedaço de pergaminho, molhou a pena de ponta finíssima no tinteiro e começou a escrever. Finalizou com a sua assinatura e conjurou uma rosa, deixou ambos sobre a mesa e se dirigiu à janela próxima à sua cama, na parede oposta da escrivaninha. Voltou da janela com uma bela coruja negra empoleirada em seu braço. Draco deixou o animal por um momento sobre a escrivaninha, enquanto prendia o pergaminho à rosa. Em seguida amarrou a rosa na pata da coruja e, alisando suas penas disse:


- Entregue a Virgínia – com isso a coruja deu um pio triste e levantou vôo.


Draco virou-se e saiu satisfeito de seu quarto, espojando um belo sorriso.






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Logo depois que saiu do banho, Ginny havia ido tomar café, notara satisfeita que Lúcius e Narcisa ainda não estavam de volta e comemorou mentalmente por não ter tido que tomar o desjejum na presença deles, que de maneira nenhuma era agradável.



Gina estava agora na biblioteca, sentada num sofá perto da lareira, para se proteger do frio. Ela estava tão esparramada nele que parecia que a qualquer momento iria afundar e desaparecer. Ginny lia, ou melhor, tentava ler, por que não conseguia se concentrar em nem a metade do que passava o olho, um exemplar de “hogwarts, uma história”. Ela estava folheando o livro há pouco mais de uma hora, e tudo que conseguira absorver dele era algo sobre o teto que variava de acordo com o tempo ou sabe-se lá o que.



Depois de mais uns dez minutos fingindo que lia alguma coisa, desistiu de tentar, largou o livro na mesinha em frente ao sofá e se virou de costas, para observar a lareira. Ficou observando o fogo crepitando, com os olhos fixos, e pensamentos distantes, a angústia voltando.



Foi salva de mergulhar em mais um punhado de pensamentos angustiantes quando ouviu um barulho muito alto, seguido por um estalo da lareira. Olhou envolta e viu uma bela coruja negra vinda das altas janelas e indo a sua direção. Ficou extremamente confusa.



-/p/ Quem me mandaria uma coruja? A não ser que... NÃO! Por favor que o Sr. Malfoy não tenha mandado, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor, por favor...



Ginny repetia mentalmente como uma oração, enquanto a coruja se aproximava. Olhou para os lados, apenas para constatar, que estava ali sozinha, que a carta não poderia ser para ninguém menos que ela mesma. Um desespero recaiu sobre a ruiva, que podia claramente ouvir no bater das asas daquela coruja, sua marcha fúnebre.



A coruja, que esbanjava ar aristocrático, nem mesmo pousou em Ginny, ela simplesmente largou a entrega e refez calmamente o caminho de volta.


Ginny olhou para seu colo e espantou-se.


-/p/ Uma ROSA?! Lúcius Malfoy JAMAIS me mandaria uma rosa, nem mesmo nessa realidade maluca. Não, não, definitivamente NÃO.


Gina continuou a olhar para o seu colo intrigada, mas não conseguia deixar de apreciar aquela linda rosa cor de chá. Oh, como ela amava flores! Sim, quem quer que tenha sido que a tivesse mandado acertara em cheio seu ponto fraco, flores. Ainda admirando a beleza da rosa, viu um pedaço de pergaminho preso a seu cabo, com uma delicada fitinha negra. Mesmo que continuasse receosa, Ginny era curiosa demais para deixar de abrir o pergaminho. E mesmo que não fosse, estava certa de que aquilo não lhe faria mal algum afinal, quem mandava uma rosa por maus motivos? Deixando-se vencer pela curiosidade Gina levou as mãos à fitinha que prendia o pergaminho, o desenrolou e leu:

Virgínia,

Preciso falar com você,
Precisamos esclarecer as coisas,
Aceite a rosa como um pedido de desculpas.

Draco Malfoy.



Estava escrito na caligrafia fina do garoto e ela não pode deixar de se comover com a rosa, ele tinha sido muito atencioso em mandá-la. E desarmou-a com isso.


-/p/ Não é que ele consegue ser realmente bem charmoso quando quer? – surpreendeu-se pensando.

-/p/ Ah, mas se ele pensa que vai me enganar mais uma vez... – ela decidira dar uma chance a Draco, pelo menos o veria, mas de certo não o procuraria.



Agora a ruivinha sorria abertamente, tinha ido sentar no tapete, defronte para a lareira e ainda estava lá. Olhando abobada mente para e sorrindo, contemplando-a. Draco havia acertado em cheio, em como agradar a ruiva.






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Depois de enviar a carta Draco havia ido tomar o desjejum, mas desistira, em vista de que o almoço já estava para ser servido. Depois de almoçar tinha retornado a seu quarto, onde estava até agora, refletindo. Ele tinha o olhar fixo no teto, com os braços dobrados por debaixo da cabeça, pendeu-a um pouco para o lado e constatou ao olhar no relógio que já eram sete da noite. Espreguiçou-se como um felino e resolveu levantar, afinal já deveria ter ido falar com Virgínia.



Já de pé a caminho da porta teve uma idéia. Passou a mão na varinha e conjurou um buquê de rosas iguais as que ele havia mandado pela manhã. Com elas talvez, pudesse surpreendê-la e ter algum tempo para pelo menos começar a falar. Antes de ela enxotá-lo.



Foi até o espelho do banheiro, checou a aparência, deu uma bagunçada nos cabelos, pegou o buquê e rumou à porta.



Ele sabia que estava sendo patético, como um garotinho apaixonado. Mesmo assim convencia-se de que, até mesmo com seus “casos” em Hogwarts ele nunca deixara de ser cortês, fora educado para ser um perfeito cavalheiro. E recusava-se a admitir que aquilo passasse de apenas outro caso.



Foi caminhando lentamente tentando adivinhar onde ela estaria.


-/p/ Talvez, nos jardins – olhou de relance para a janela à sua esquerda e constatou que nevava -... Não, muito frio.

-/p/ Ou quem sabe em seu quarto? Mas não estaria fazendo coisa alguma... E inquieta como ela só, impossível.

-/p/ Poderia estar... Na Biblioteca! Claro.


Decidiu-se por procurá-la lá e se não estivesse, e seguida vasculharia outros locais.



Draco andava devagar, pensando em tudo, mas a única coisa clara em sua mente difusa era uma palavra “Virgínia”.



Chegou à soleira da porta da biblioteca, respirou fundo e tropeçou para dentro do aposento. Olhou para as poltronas, nada. Mas espere, olhando bem, notou que havia algo vermelho atrás de um dos sofás, só poderia ser ela. Ficou parado ali mesmo, ponderando que abordagem tomar. Com o buquê na mão e uma cara pensativa, como de quem decide por chocolate ou sorvete.



Ginny percebeu que havia mais alguém ali, virou-se para ver quem era já até imaginando. E não estava errada.



-Para você.


Ela pegou o buquê sem graça, mas não sabia o que fazer. Draco encarou essa falta de ação, como uma autorização para começar uma conversa amigável.


- Gostou das flores, pequena? – ela não conseguia distinguir as feições em seu rosto, ele falava naturalmente como se comentasse sobre o tempo, como se nada houvesse acontecido.

- Er... Eu amo flores – ela disse ainda meio sem graça – Mas, se você pensa que só com isso vai se redimir...

- Eu esperava que sim... O que mais eu deveria fazer?

- Um pedido de desculpas. TALVEZ?? – ela exaltou-se no final.

- As flores não bastam como um? – ele ainda estava irritantemente calmo e controlado.

- Então é assim mesmo que você pensa Malfoy? – as orelhas de Gina começavam a ficar vermelhas e Draco logo percebeu que escolhera a resposta errada.

- Arrancaria pedaço você dizer “ME DESCULPE”?! HEIM? Por que o maravilhoso Malfoy nunca erra?! É perfeito?! E se você acha que pode me comprar... – mas foi interrompida de continuar falando.

- Calma pequena...

- Calma? CALMA?! Como alguém pode ter calma com uma pessoa como você?!

- Eu pensava que com elas eu pudesse me redimir...

- Por ter...? – Ginny tentava o fazer falar.

-Ah... Você sabe pequena... – Draco tentou desviar.

- Quer saber de uma coisa Draco?! – ela o chamara pelo primeiro nome – estou farta, não sei nem porque eu ainda me importo. Ah e quer Saber mais?...



Ela continuava tagarelando e Draco percebeu que só havia uma maneira de fazer ela se calar. E ele não agüentava mais o falatório de Gina, faria qualquer coisa para fazê-la se calar.



E o fez, num movimento rápido, a enlaçou pela cintura, a fez se levantar e a puxou para mais perto ainda com as mãos na cintura dela. E lhe deu um beijo.



Mas, ele mal começara a beijá-la e sentiu-se sendo jogado para trás e uma mão quente em suas faces.


- Malfoy quem você pensa que é? Para me insultar e depois sem um mísero pedido de desculpas sai por aí me beijando?!

- Eu não penso que sou ninguém, tenho a convicção de ser Draco Malfoy. – ele agora sorria afetadamente.



Gina bufou e resolveu não dizer mais nada. Deu um segundo tapa em Malfoy e saiu praguejando e pisando forte.




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n/a: *coro de aleluias*
finalment postei

é q eu tava muuito enrrolada
;/
brigadããõ por tooodos os coments
fiko taaum feliz ^^
pq a recompensa de qualquer um por escrever é o retorno dos leitores ^^


então... cap meio xoxo
mais o proximo é legal
(y)
aisghaishauish

ahh só uma aviso
o botãozinho de comentar não morde não viu?
asuiohashauihasuh


beijos amores
;° Bruna Guasti

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