As coisas mudam



Nancy andava tão depressa que Ginny mal conseguia acompanha-la. A pequena criaturinha era bem ágil, e por pouco algumas vezes ela não escapava das vistas de Gina. Quando elas chegaram na escadaria já conhecida por ela, sentiu-se realmente aliviada, porque a muito que estava ficando com medo de se perder da elfo. Elas passaram mais uma vez pelo portal e lá estavam como no café Sr. E Sra. Malfoy, sentados nos mesmos lugares, aparentemente esperando-a, ela cumprimentou-os e sentou-se no mesmo lugar onde tomara o café.




- Onde está Draco? – surpreendentemente era Narcisa que falava, ela parecia preocupada.



- Ele... Disse que não está com fome e mais tarde jantará.



- Não falemos mais desse garoto, como foi seu dia Virgínia? – Lúcius parecia apressado em mudar de assunto.



Ginny não conseguia entender, por mais que ele fosse um Malfoy, será que não amava seu filho? Talvez isso explicasse o comportamento de Draco. Como alguém conseguia ser tão frio com o próprio filho? Ela não entendia, também nunca entenderia, veio de uma família grande, aliás, muito grande, mas Ginny sabia muito bem o que era amor. Apesar de sua família não ser a mais rica, todos se amavam e muito. Ela nunca entenderia tal coisa.




- Foi ótima, fiquei nos jardins. – ela queria encurtar conversa.





O jantar apareceu do mesmo jeito que o café e todos começaram a comer, o que foi um alívio para o estômago de Ginny, que devia estar quase se digerindo de tanta fome.







˱˱˱˥˱˱˱˥O feitiço da serpente ˱˱˱˥˱˱˱˥ O feitiço da serpente ˱˱˱˥˱˱˱˥




Ele sabia muito bem onde procurar o livro, havia o consultado antes de fazer o feitiço. Draco então foi em direção a uma das milhares de estantes, pegou uma escada própria para isso, subiu e apanhou o livro que estava na última prateleira. Desceu então e se dirigiu às poltronas, se sentou em uma mais perto da lareira e acendeu uma luminária ao seu lado. Era um livro grosso, com capa verde, feita de escama de dragão. Esse livro havia sido mandado fazer unicamente para os Malfoy. Na capa lia-se em prata “A arte da magia negra – para principiantes”. Ele então checou o índice e achou o que queria “chaves encantateum’’, era o feitiço que ele havia usado. Ele então folheou, folheou e não viu nada de possíveis erros -/p/ Será que são imprevisíveis? Se for assim também são irreversíveis. Não, não pode ser. - ele continuava folheando e não achava nada. Foi quando viu uma página que lhe chamou a atenção. Era uma página cheia de emblemas, e logo notou que eram emblemas das famílias bruxas nobres e puros-sangues. Continuou descendo o olho e viu algo que lhe chamou a atenção “WEASLEY´S”, não, não podia ser. Ele sempre soubera que eram puro-sangue, mas nunca acreditara realmente nisso. O brasão da família Weasley era uma única rosa vermelha, ele continuava lendo e ali falava dos Weasley, cabelo vermelhos -/p/ Que estúpido escreveu uma coisa dessas? MAS É LÓGICO QUE ELES TEM CABELOS VERMELHOS – continuou lendo e viu uma observação na outra página,já não estava mais no tópico dos Weasley´s. Estava resumidamente escrito ali que, “se qualquer membro de uma dessas famílias pegar a chave já enfeitiçada, o feitiço funcionará como para um Malfoy, mas advertimos que os efeitos não são previsíveis, apenas que, a realidade de todos que estiverem na mansão Malfoy será alterada, como seria de quem eles enfeitiçariam.” Ass: Melvis & Belvis. Ele continuou descendo o olhar e viu “ps: a reversão do feitiço é simples, porém cabe à vocês descobri-la a dica está na página anterior.”





-/p/ ESSES CARAS SÃO MESMO UNS INÚTEIS! COMO QUE ALGUM IDIOTA FAZ UM LIVRO SEM A REVERÇÃO DE UM FEITIÇO?! SÓ PODERIAM SER TROUXAS PARA TAL INTELIGÊNCIA – ele agora estava totalmente alterado, estava muito irritado com essa situação, mas ao mesmo tempo estava aliviado por obter algumas respostas como, porque ele também não havia sido enfeitiçado, apenas seus pais. Ele estava fora da mansão Malfoy, mas nunca havia pensado que era por isso. Estava também feliz que havia realizado o feitiço com êxito, não havia feito nada de errado. -/p/ A culpa é daquela Weasley, quem mandou ela ser tão curiosa? O pai dela trabalhava com artigos trouxas, será que ela nunca ouvira a expressão trouxa “a curiosidade matou o gato’’? Ela TINHA que se intrometer onde não era chamada – agora sua raiva aumentava. Se alguém estivesse lá veria as faces vermelhas de raiva do loiro, que mais pareciam as de Gina.





Subitamente, Ginny entrou na biblioteca, o que fez Draco levar um susto, caindo da poltrona em que estava sentado, carregando com ele o livro que estava em seu colo.




- PRECISAVA DE TODO ESSE ESTARDALHAÇO WEASLEY?! – Ele gritava, estava alterado, não por Ginny ter entrado sem avisar, ele já estava antes, mas isso o fez explodir de irritação.




Ela sentiu medo, nunca havia visto Draco gritar antes, ele estava com rosto vermelho, mas ela não havia feito nada de errado, então reunindo toda a sua coragem Grifinória.




- Desculpe se te assustei, mas a culpa não é minha se você já estava alterado sabe-se lá o porque! – disso isso firmemente tentando esconder a confusão do porque ele estar gritando com ela.




- Aliás, não sei nem o porque da gritaria. Isso não foi o suficiente para te fazer cair da cadeira Malfoy. Você que anda muito assustadinho. – Novamente o *vômito de palavras*. Ela se arrependeu de ter falado aquilo, ela não queria magoá-lo não entendia o porque, mas sabia que não queria.




- A CULPA NUNCA É SUA NÉ WEASLEY? VOCÊ É SEMPRE A VÍTIMA, SEMPRE A COITADINHA. SE NÃO FOSSE POR VOCÊ E TODA ESSA SUA CURIOSIDADE, NÃO ESTARÍAMOS AQUI! EU NÃO TERIA QUE ADIVINHAR UM JEITO DE REVERTER ESSE FEITIÇO ESTÚPIDO! E NÃO IA TER QUE FICAR AQUI TE OUVINDO ME CULPAR DE TUDO! – ele terminou a frase se sentindo aliviado, mas ao mesmo tempo com um sentimento de culpa. Ele não deveria ter falado tudo àquilo para ela. Ela tinha parte da culpa, mas também não era para tanto.






Os olhos de Ginny agora se encheram de lágrimas, porque ele tinha sempre que ser um idiota completo? Porque ele sempre a fazia se sentir mal. - /p/ Como eu sou estúpida! E eu que cheguei a acreditar que essa COBRA fosse capaz de ter sentimentos - ela estava ferida, já não bastasse estar longe de todos os seus amigos, todos deveriam estar preocupados, ainda tinha que ouvir isso. Ela não mais segurou o choro, queria ir para casa, queria que esse pesadelo acabasse, queria não mais ter que almoçar com os Malfoys ou tomar café, ou qualquer outra coisa que envolvesse sentar na mesma mesa que Lúcius Malfoy, ela não queria que a única pessoa que a ‘entendia’ nesse mundo confuso, nessa realidade alternativa, tivesse dito tudo àquilo a ela, que tivesse gritado com ela. As lágrimas decaíam suaves em seu rosto, não era preciso fazer muita força para chorar, elas já saiam naturalmente de seus olhos, ela não agüentaria ficar ali, chorando na frente dele, não suportaria mais essa humilhação. Virou-se então e saiu pela porta, correndo, não sabia para onde iria, ou se iria para algum lugar, mas tinha que sair dali o mais rápido possível.






Ele não sabia dizer, a partir daquele momento ele não controlava mais suas atitudes, não era mais o Draco Malfoy agindo. Até mesmo seus pensamentos não mais o pertenciam. Não queria que ela chorasse, ela ficava bem mais bonita rindo, com aquele sorriso ‘moleque’ no rosto, como de quem vai aprontar algo. Ele não queria que ela sofresse, estava gostando de sua companhia, ela era agradável. Para falar a verdade à única que tentara conversar realmente com ele, Draco havia sido rude, se fosse outra desistiria da conversa, mas ela realmente parecia disposta a conversar com ele. Não percebeu o que estava fazendo, seus pés pareciam ter vontade própria. Ele andou apressado [n/a Malfoys não correm saka? ;~] para a direção por onde Virgínia havia corrido, alcançou-a pegando em seu braço o que à fez se virar.





Ginny olhou para ele confusa, suas faces vermelhas de tanto chorar. Ele não parou para ponderar, porque se tivesse, de certo não o faria. Draco aproximou seu rosto do dela, que nem percebeu a sutil aproximação, seus lábios se tocaram, causando a ele uma imensa sensação de bem-estar.





Let the rain fall down
Deixe a chuva cair
And wake my dreams
E despertar meus sonhos
Let it wash away
Deixe-a carregar
My sanity
Minha sanidade
'Cause I wanna feel the thunder
Pois eu quero sentir o trovão
I wanna scream
Quero gritar






Ela, por reflexo, estremeceu um pouco os lábios, porque os de Draco eram extremamente frios. Mas apesar de tudo, não queria se afastar, não queria que acabasse e ela não sabia nem dizer o porque, estava tudo muito confuso. Ela não conseguia pensar naquele momento. Mas ela sentia-se segura com Draco, esse beijo pareceu dizer-lhe mudamente que ele estava ali, que ela o tinha, que ele não a deixaria. Que não estava sozinha.




Ele sentiu um calor invadir suas veias quando sentiu os lábios quentes dela. Ele tinha que continuar. Tantos pensamentos, tantas contradições, mas ele só ouviu seu coração, que só de pensar em perder aquela que agora estava em seus braços doía. Era uma dor estranha, ele nunca havia experimentado antes, era como se alguém estivesse apertando seu coração, ela era a única que mexia com seu temperamento de tal forma, que o deixava irritado, alegre, triste, ela despertava emoções que nem ele mesmo pensava ser capaz de sentir.Ele continuou, porque no, momento parecia ser o certo à se fazer.



Ginny sentiu a língua dele pressionando seus lábios, ela então os abriu.



Draco queria senti-la, aquele perfume dela estava o levando à loucura. Ele a abraçou pela cintura e conduziu-a de leve até uma parede, como se aquele mínimo contato com a parede pudesse quebrá-la, deixou uma mão em sua cintura enquanto a outra passeava livremente pelo corpo da garota. Ele precisava senti-la, precisava do calor que ela passava, queria tocar aquela pele macia.




Enquanto ela depositou uma das mãos nos ombros dele, a outra brincava com os cabelos louro-platinados do garoto. O beijo se tornou mais intenso, o ritmo aumentava. Agora os dois necessitavam um do outro.




Draco desceu até o pescoço da ruiva, beijando-a, sentindo seu maravilhoso cheiro, enquanto ele fazia isso apertava firmemente a sua cintura num abraço misto de carinho e desejo. Ele queria acreditar assim que ela nunca mais o deixaria, que ele nunca mais ficaria sem aquela ruivinha que mexia tanto com ele, que o deixava tão confuso, tão louco.





Cada toque dele, cada mínimo contato que perfeitamente suas mãos frias faziam, queimavam a pele de Ginny. Ele era perfeito, seus toques, seus beijos. Tudo parecia eterno. Ela o fez retornar à sua boca, precisava beija-lo de novo. Precisava dizer o quanto o queria ali.





Eles se esqueceram que suas famílias se odiavam. Esqueceram-se de que haviam brigado. Esqueceram-se da diferenças, esse era o momento dos dois, nada mudaria isso. Mesmo que eles quisessem negar, ambos queriam o que estava acontecendo.





'Cause different
Porque o diferente
Doesn't feel so different
Não me pareceu tão diferente
And going out is better
E sair é melhor
Than always staying in
Que ficar em mim
Feel the wind
Sinta o vento



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Cap betado ;]

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