Papai!
Laura acordou bem cedo, e foi tomar seu café. Todos a mesa, estavam com cara de sono, menos ela, que estava mais animada do que nunca. Comeu com vontade. Ela observava a mesa dos professores, estranhamente, ele não estava lá. “Deve estar na sala de aula. Daqui a pouco, vou vê-lo.” O correio chegou e ela recebeu poucas cartas. Uma do tio Ted, outra de Madame Máxime e uma de... de... sua mãe. Ela estranhou. Bellatrix jamais se arriscaria a ser descoberta por correio. A não ser que fosse algo muito importante. Abriu-a e leu.
“ Filha,
Preciso de você. No único lugar em que podemos entrar, onde habitam os “titis”, após o café. Não falte.
Atenciosamente,
B.L.”
Estranho, muito estranho. Aquela letra era um pouco distorcida, mas parecia ser de Bella. Resolveu. O único lugar que ela pode entrar perto de Hogwarts era...era... A FLORESTA NEGRA! E titis, era como ela chamava os trestálios quando menina. Ela iria, se sua mãe precisava, ela iria, não a deixaria na mão. Comeu mais rápido. Quando o primeiro aluno saiu, ela correu para a floresta, sem perceber, deixou cair a carta no pátio. Correu, correu e correu. Quando chegou, não encontrou ninguém, sentiu uma mão envolver sua cintura, quis gritar, mas a outra tapou sua boca, então ela escutou aquela voz asquerosa roçar seu ouvido:
-Então? Sentiu saudades do papai, filhinha?-Era Rodolphus. Tentava gritar, mas então, ele a virou para si, ela viu o rosto bonito marcado, pareciam garras, e ela sabia muito bem o que eram.- Satisfeita? Hein, Laura? Me diz! Gostou do estrago que você me fez?-Ele dizia e ela, mantinha os olhos nas cicatrizes. Alguns dias depois de ter fugido, ele a procurou e tentou fazer mal a ela, que estava sem varinha. Então,a única forma de se defender foi ataca-lo. Arranhou-o com as unhas. Rosto e peito ficaram manchados de sangue. Ela conseguiu fugir. Na noite seguinte, sua mãe a visitou.
Ele a jogou no chão e se jogou em cima dela, que gritava:
-PAPAI...NÃO! NÃO FAÇA ISSO! PÁRA, PAI!-Ela estava desesperada.
-Vou te contar um segredinho...-Chegou bem perto do ouvido dela e disse.-Eu NÃO sou seu pai!-Ela não podia acreditar no que ouvia, mas seus pensamentos não puderam se concluir...Ele começou a rasgar suas roupas. Queria vingança...
****
Severus estava na sua aula e notou a ausência daquela a quem ele esperou durante toda a manhã.
-Granger!-Disse de súbito.
-Sim?-Ela teve medo de ter feito a poção errada.
-Onde está a Black?-Perguntou disfarçando a preocupação.
-E-eu não sei, senhor...- Hermione disse pensativa. Hannah se levantou e foi até seu tio.
-Eu a vi no café da manhã, recebeu uma carta e saiu correndo na direção da cabana do Hagrid...-ela não pôde terminar, o tio saiu andando rápido da sala dizendo para fazerem a poção em silêncio, se quisessem continuar vivos.
Ao passar pelo pátio, pisou num pedaço de pergaminho, abaixou-se e pegou-o. Ao ler, seu coração disparou e soube de imediato que o único lugar em que os comensais poderiam entrar perto dos limites de Hogwarts era A Floresta Negra. Teve um mau pressentimento. Correu ainda mais. Segui a trilha de pegadas, mas se desfez ao chegar na cabana do guarda-caça. Só restava procurar.
****
Ela gritava, chorava, ele estava conseguindo o que queria. A cada momento, ela pensava que queria morrer. Ele deu um jeito de fazê-la sofrer. Além do mais, ele jogou uma Cruciatus na garota.
Ela pensava na mãe, em Hannah, Sarah, Sirius e nele, Severus. Estava feito, ela sentia dor, arrependimento, vontade de se matar por ter deixado que aquilo acontecesse. Mas ela ouviu um “Crack” de desaparatação e Rodolphus voou para longe. Ela viu com dificuldade que ele abotoava as calças e pegava sua varinha. Desde então, era uma chuva de raios coloridos indo em direções opostas. Até que viu, bem nitidamente a imagem de sua mãe ser jogada para longe e ficar imobilizada, enquanto Rodolphus ia com a expressão mais homicida que ela já havia visto na vida. Tinha que fazer algo. Procurou por sua varinha, que estava há uns dois metros dela.
Rodolphus apontou a varinha para a mulher, que se debatia em vão, e disse:
-AVADA KED...
-AVADA KEDAVRA!-Um jato de luz verde saiu da varinha de Laura e atingiu em cheio as costas do homem. Ela estava de pé tentando se cobrir com as mãos. Ele caiu duro no chão. O feitiço se desfez e Bella correu até a filha e a abraçou:
-Você está bem?-Elas choravam.-Filha, fala comigo.-Mas foi em vão, Laura se agarrou à mãe. Escutaram passos.
-Mãe. Vai embora.-Ela se desesperou.
-Não. Eu não vou te deixar aqui.-Não houve mais tempo, Laura caiu no chão, desmaiada. Bellatrix tirou a capa do marido e a pôs na filha caída. Os passos foram ficando mais próximos, escondeu-se atrás de uma grande árvore, mas quando viu quem era, respirou aliviada:
-Snape! Aqui!-Gritou. Ao ver aquela cena, ele andou rápido ao encontro das duas. Ajoelhou-se ao lado de Bella e perguntou:
-Bellatrix, o que você fez?-Perguntou ríspido, examinando a pulsação da moça.
-Você realmente acha que eu faria isso com a minha filha?-Disse seca e amargurada, com uma lágrima apontando sua tristeza. No momento em que ele ia tirar a capa, ela pôs as mãos sobre as dele.
-Não! Por favor não.-Ele entendeu o que aconteceu e só então viu o corpo atrás de si. –Quem fez isso?-Perguntou apontando para Rodolphus.
-EU!-Não podia deixar que a filha levasse a culpa.
-Tudo bem. Vá. Eu vou leva-la para a enfermaria. Mas, acalme-se, vá para algum lugar seguro, eu mandarei noticias.
-Obrigada. De verdade. Obrigada.-Deu um beijo na testa da filha, olhou nos olhos de Severus, deste para Rodolphus e aparatou.
Severus mandou um patrono para Albus e, logo recebeu um de volta. Pegou-a nos braços. Olhou para o ferimento no colo da menina, que parecia ser bem fundo e jurou a si mesmo que, se o Lestrange não estivesse morto, ele mesmo o mataria. Aparatou e desaparatou na emfermeria. Madame Pomfrey os esperava junto a Dumbledore, que tinha preocupação estampada nos olhos.
-Venha, deite-a aqui, Severus.-Disse a mulher. Quando ela ia tirar a capa...
-Espere. Vamos sair. Dumbledore, por favor, venha comigo.-O diretor fez que sim com a cabeça e seguiu o mestre de poções, deixando as duas bruxas a sós. Ao saírem, escutaram a exclamação de horror de Pomfrey.
-O que houve, meu amigo?-Perguntou o diretor. Snape engoliu em seco e disse:
-O pai dela...Rodolphus Lestrange...ele... a ... a violentou.-Disse seco.
-Foi o que eu imaginei. Mas ele não é o pai dela.-Disse calmo.
-Não? Então quem?-Ele bem que tentou, mas a curiosidade era bem mais visível.
-Sirius.-Simples
-O Black?-Havia surpresa.
-Por que o incomoda tanto o fato de Laura ser filha de Sirius?-O sorrisinho voltou ao seus lábios.
-Não é nada, Albus. É só que ela não sabe. Eu a escutei chama-lo papai. Assim que pisei na floresta.
-Ela já sabe que não é filha dele, mas nada sobre o Sirius. O próprio Rodolphus disse a ela.
-Aquele desgraçado...
-Acalme-se, Severus. E...quero lhe pedir um favor.-Disse voltando a seriedade.
-Sim.Fale.
-Quero que ela fique em seus aposentos.
-O quê?
-Para que ninguém saiba o que aconteceu. Diremos que ela teve que se ausentar porque Andrômeda está mal.
-Mas porque no meu quarto?
-Por que não confio em mais ninguém para cuidar dela, a não ser você. Ah, e vou mandar alguém buscar o corpo.
-Está bem. Mas e Papoula?
-Já conversei com ela. Está tudo bem. Venha.-Entraram de novo na enfermaria, mas a menina já tinha o ferimento limpo, já estava vestida e dormia tranqüilamente sob os olhos atentos da medibruxa.
-Papoula.
-Sim?
-Ela já pode ir?
-Sim, Albus. Mas deverá ficar em absoluto repouso durante pelo menos três dias.
-Tudo bem. Severus, vá , irei leva-la em alguns instantes.-Severus foi. Arrumou a cama para que ela ficasse confortável e conjurou uma janela para que entrasse um pouco de luz naquela masmorra fria. Não demorou muito para que o diretor entrasse com uma maca logo atrás. Ele fez um sinal para Snape, que tirou a menina da maca e a depositou na cama cuidadosamente. Albus deixou recomendações e algumas poções que ela deveria tomar e depois saiu. Severus sentou-se na poltrona ao lado da cama e ficou observando a menina. Parecia um anjo dormindo na mais profunda paz, a não ser pelos arranhões visíveis nos braços, um na testa e um no colo, próximo ao pescoço que, era pouco visível em razão da camisola branca que ela vestia. Algum tempo se passou, e ele ainda estava lá. Como aquela menina tão frágil, tão doce, tão meiga...como ela poderia ser filha do Black? Ele pensava. Já havia passado da hora do almoço. Ouviu uma batida na porta. Foi abrir e estancou ao perceber quem era.
-Sarah? O que...ele está fazendo aqui?-Queria matar aquele homem.
-Eu vim ver a MINHA filha.-Pôs-se a frente da mulher que tentava conter o nervosismo.
-Ela está dormindo. Não é prudente que a incomode...
-Só quero vê-la...-Snape quase caiu ao escutar o tom de súplica na voz de Sirius.
-Severus, por favor, meu irmão...Deixe-o vê-la.
-Entrem, mas não façam barulho. Ela não está mais sobre o efeito da poção do sono.-Disse quase num sussurro.
-Obrigado.-Disse Sirius e entrou atrás de Sarah. Snape encostou a porta, esquecendo de fecha-la, ela ficou entreaberta. Fez um gesto apontando para a cama onde estava Laura. Black foi até lá. Ajoelhou-se e fitou a filha durante um tempo, segurou na sua mão e sussurrou coisas doces e carinhosas à menina. Severus estava na porta com Sarah, observando a cena. Ela o chamou até a sala, mas ele não respondeu. Ficou lá...olhando...e imaginando coisas absurdas.
-Sev...Severus?-Chamou Sarah muito baixinho.-Sev?
-O que é?-Perguntou.
-Você está apaixonado por ela, não está?-Disse simplesmente.
-Você está louca?-Espanto.
-Não, não estou.-Ele a segurou pelo braço delicadamente e a levou para a sala.
-Nunca mais diga isso, entendeu?-Fulminou-a com os olhos.
-Não minta pra si mesmo, meu irmão.- Ela tentou acariciar-lhe o rosto, mas ele se afastou.
-Não estou mentindo pra ninguém, maldição, Sarah. Você está enganada.
-Severus, eu conheço você melhor que ninguém. Eu te amo, você é meu irmão, poxa, eu só quero a sua felicidade.-Ela ás vezes, tinha vontade de matá-lo. Deu-lhe as costas, e lágrimas escorreram de seus olhos.
-Sarah...entenda, eu não estou apaixonado por ela.-Ele chegou perto da irmã, e abraçou-a por trás, ela se abraçou a ele, que apoiou sua cabeça no ombro da irmã. - Ela é só uma criança. Filha do Black...-Ele cuspiu o nome.-...Eu não posso, simplesmente não posso. Ela só tem 15 anos.-Sarah se virou para ele e passou a mão no seu rosto. Viu tristeza e medo oprimido em seus olhos. Abraçou-o. Disse em seu ouvido.
-Severus...o amor não tem hora, não escolhe lugar nem idade. Simplesmente acontece. Você não pode mentir pra você mesmo, meu irmão. Você só vai se machucar mais ainda, e à ela.
_Eu não posso, não posso...
-Que bom que sabe que não pode.-Sirius estava observando a cena há alguns segundos.
-Quem é você pra me dizer o que fazer ou não?-Estavam frente a frente, prestes a começar um duelo.
-Não, aqui não.-Sarah bem que tentou, mas não adiantou.
-Eu sou o pai dela. E sou o pai da sua sobrinha...
-O único pai que a minha sobrinha teve fui EU. Você a rejeitou quando ela nasceu, lembra? Você se lembra, Sarah?-Ele estava lívido de raiva. Já não falava baixo.
-Severus, por favor, não toca nesse assunto.
-Ora, ora, ora. Mas não fui eu que comecei. Mas se ele quer ouvir, ele vai: Escuta aqui, Black. Eu não me esqueci que você usou minha irmã pra tentar esquecer a Bellatrix, não esqueci que você a engravidou e depois não quis mais saber dela, não me esqueci que você rejeitou a sua filha quando ela nasceu, aí, ela teve que casar com um qualquer, que maltratava a SUA filha. Então, ele morreu. E eu dei graças a Merlin. Você não viu a Hannah crescer, você não viu nada, você não sabe de nada, Black.
-Cala essa boca, Snape. Você é amargurado. Você nunca amou ninguém, e nunca vai amar.
-Saia do meu quarto, Black.
-Se eu souber que você chegou perto das minhas filhas, você vai saber o que é dor...
-Engraçado. Você já soube. A sua filha está na minha cama...
-Ora seu...-Ele voou pra cima de Severus, mas Sarah se impôs entre eles.
-Parem com isso. A Laura vai acordar.
-Imagina só, cão...quando a Hannah descobrir que você é o pai que a abandonou, ela vai odiar você. Assim como a Black, as duas se tratam como irmãs. Quando Laura descobrir que foi você o culpado pela sina da amiga, ela também vai odiar você. Quando nós contamos pra Hannah, ela disse que nunca queria olhar pra cara do idiota que a fez...
-Ah, Merlin...-Sarah olhava de um lado para o outro. Os dois pararam e olharam para onde ela olhava. Na porta que dava para o quarto, estava Laura, com cara de quem não entendia muito bem. Do outro, na porta de entrada, estava Hannah, perplexa, com lágrimas nos olhos. Sarah abaixou a cabeça, Laura ameaçou cair, mas se apoiou na parede. Hannah disse:
-Por que? Sirius, porque você?-Ela tinha o olhar fixo em Sirius e Sarah.
-Hannah, filha...
-Não me chame de filha.
-Mas eu sou seu pai, eu tenho esse direito.
-Você perdeu esse direito quando não quis saber de mim. Você podia ter me contado. Aliás, a mim e à Laura.
-Porque, Sirius? Porquê?-Laura agora chorava. Hannah foi se aproximando dele e segurou nas mãos de sua mãe e seu tio.
-Eles são os únicos que tem direito de me chamar de filha, porque o único pai que eu conheci foi meu tio. Mas pelo menos, a Laura é minha irmã.-Ela olhou para a moça encostada na parede, ela parecia mal.- Vai embora.
-Hannah, por favor...
-Você escutou, Black. Fora daqui.
-Laura...-Ele se voltou para a outra filha. Ela balançou a cabeça negativamente e tom choroso. Ele abaixou a cabeça e foi embora, não sem antes lançar um olhar um olhar mortífero à Snape, e recebeu um bem pior.
Depois que ele saiu, Hannah chorou em silêncio abraçada a mãe. Severus assistia à tudo.
-Professor...-Disse Laura num sussurro, mas ele não ouviu.- Severus...-Apelou, e ele olhou de súbito para ela, que cambeleava. Do nada ela despencou, Severus correu para ajuda-la, Hannah e Sarah levaram um susto. Por sorte, ela caiu nos braços de Severus, não estava desacordada, apenas um pouco fraca. Ele a pegou no colo e a levou para sua cama*lugar de onde nunca deveria ter saído*. Analisou-a e disse que foi só uma reação emotiva. As mulheres ficaram despreocupadas então:
-A srta. precisa descansar. Nunca deveria ter saído daqui.-Disse num tom de preocupação.
-Mas eu só me levantei por que ouvi vozes. Eu não sabia onde eu estava.-Ela abaixou a cabeça.- Desculpe...-Sarah chegou mais perto e pôs a mão no rosto da menina, que ainda tinha lágrimas nos olhos e acariciou-a.
-A culpa não foi sua, querida. Na verdade, nós...-Ela olhou para o irmão, Hannah estava encostada no peito do tio, que tinha as mãos nos ombros da sobrinha. Ele a olhou de volta.- ...nós não deveríamos ter começado aquela conversa aqui. E a srta., Hannah...-Voltou-se para a filha.- ... não deveria ter entrado sem bater no quarto do seu tio. Alguma coisa você queria, o que era.
Hannah olhou para cima e encontrou o olhar atento de Snape, que a encorajava a continuar:
-Eu vim perguntar da Laura.-Disse meio sem jeito.-É que fui eu quem disse pra ele que a tinha visto no café. E aí, ele saiu todo apressado da sala de aula.-Laura tinha um tímido sorriso no rosto.-Eu fiquei com medo de que pudesse ter acontecido alguma coisa com os dois.- Nesse momento, Snape a apertou mais.
-Está tudo bem. É só a srta. Black prometer que quando receber uma carta daquelas, vai procurar um responsável para ajuda-la. –Disse com um meio sorriso bem disfarçado no rosto. Só Laura percebeu.
-Tudo bem. Mas como vo...digo...o senhor soube da carta?
-Você a deixou cair no pátio quando foi para a floresta.- A feição da menina agora era tristeza e arrependimento puros.
-Ehm... Laura... O que exatamente aconteceu lá na floresta negra?-Hannah quis saber. Uma lágrima escorreu dos olhos de Laura e Sarah intercedeu:
-Hannah. Vamos? A Laura tem que descansar.
-Tá bem.- Foi até a menina deitada na cama.- Fica bem, tá? Se cuida, maninha.-As duas sorriram uma para a outra. Hannah deu um beijo na tesa da irmã e foi até o tio, pegou na mão dele e a beijou.-Obrigada. Por tudo. Obrigada.- Ficou na ponta dos pés e deu-lhe um beijo na bochecha. Sarah se despediu de Laura e Snape e as duas se foram, deixando professor e aluna sozinhos. Ele parou em frente a cama e cruzou os braços. Ficou olhando a moça em sua cama. Aproximou-se mais e sentou na beira da cama, ficando ao lado dela, que ainda estava de cabeça baixa:
-Eu esperei por você a manhã inteira. Eu queria conversar...-Ela deu as costas.-Eu sei que deve ter sido horrível lá na floresta...-Ele pôs a mão no ombro dela, mas ela se desvencilhou dele com um gemido que lembrava um choramingo.- ...mas eu...eu quero que você saiba que...que...eu estou aqui.-Ela se virou para ele, que tinha uma expressão indecifrável no rosto.
-Obrigado.- Agradeceu em tom choroso.
-Como seu professor, meu dever é estar sempre ao seu dispor, para ajuda-la e orienta-la.-Ela balançou a cabeça afirmando, sem olha-lo. Ele não suportou mais e a abraçou. Ela se alinhou no peito dele, enquanto ele afagava seus cabelos.- Não importa o que aconteceu naquela floresta, e mesmo que importasse, já passou. Eu vou te proteger e ai de quem ousar te fazer mal.- Ela se sentia protegida, acarinhada e apesar de tudo, feliz. Olhou para cima e encontrou negros, pouco a pouco, seus lábios foram se encontrando, suaves, doces, carinhosos e poderosos, ávidos, intensos. Suas línguas se procuravam em desespero, vontade, queriam um ao outro, precisavam um do outro. Até que ela os separou:
-Você não se importa mesmo?-Precisava saber.
-Não.
-Você não sabe o quanto isso significa pra mim...-Ele sorriu com um canto da boca e continuou fazendo carinho.
-Você precisa descansar.
-Mais?-Tinha um sorriso doce nos lábios
-Mais!-Afirmou ironicamente.-A maldição foi forte.
-Hum. Mais eu não quero dormir...-Ainda estava em seus braços, encolhida, como uma criança que acordou com um pesadelo e precisa de carinho.
-Não precisa necessariamente dormir, só descansar.
-Mas eu não gosto de ficar presa numa cama. Me sinto uma inútil...-Ele riu e revirou os olhos.
-Você não é uma inútil. Só não está bem para ficar andando por aí.
-Tá.-Conformou-se. Afastou-se dele para olhar em seu olhos.- O que você vai fazer?
-Uma poção que você precisa tomar.- Disse simplesmente.
-Qual?-Fez cara de quem espera por um balaço que vem em sua direção para acerta-la em cheio na cabeça.
-Revigorante.-Ela respirou aliviada.
-Graças à Merlin. Onde você vai fazer?
-Na sala de entrada. Tenho um pequeno laboratório lá.
-Hum...e eu posso ficar lá com você?
-Que foi, hein? Grudou e não descola mais, é isso?-Ironizou.
-E se for? Algum problema?-Estava tão perto que podia sentir a respiração dele em seu rosto.
-De maneira alguma.-Do nada, ele a pegou no colo, ela não conteve o gritinho de surpresa e se prendeu ao pescoço dele, que a levou para a sala. Depositou-a cuidadosamente numa poltrona muito confortável de couro preto. Beijou de leve os lábios. Se voltou para um balcão, onde havia um caldeirão e começou a cortar ingredientes para a poção. Ela começou a prestar atenção na sala. Era de pedra nua, com três estantes cheias de livros, parou em uma específica. Não pôde acreditar no que viu.
-Romeu e Julieta!?...-Sussurrou, mas ele ouviu.
-Porque o espanto?-Perguntou sem deixar de mexer o caldeirão.
-Pra falar a verdade, nunca te imaginei lendo Shakespeare.- Falou admirada. Ele sorriu.
-Tenho algumas coisinhas interessantes da literatura trouxa. Até que eles não são tão idiotas quanto pensei.
-Ah, como você é maldoso, Severus...ah, perdoe-me.-Sem jeito
-Menina tola. Eu lhe dei intimidade suficiente para me chamar pelo nome.
-Ok. Então diga o meu nome.
-Srta.... erhm...Laura.-Mexeu mais rápido o caldeirão
-Doeu?-Perguntou em uma doce malícia.
-Não. –Já era hora do jantar.
-Então...vai demorar aí?-Ele demorou uns 10 minutos para responder.
-Na verdade...é só deixar cozinhando por mais algumas horas.-Quando virou-se para encarar a moça, deparou-se com a figura de Laura dormindo tranqüilamente. Observou-a, achando-a linda. Foi até ela e a pegou os braços. Levou-a até o quarto e a pôs com todo cuidado na cama. Beijou-lhe de leve e saiu do quarto, em direção ao Grande Salão, deixando sua menina tranqüila e calma num lugar que só era de direito seu...
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N/A:Bem, gente, foi mal. É que eu não tô tendo muito tempo, mas aqui estou eu!
Hannah, minha querida. Sua teoria não se confirmou, não é? Eu já tinha esse destino em mente há muito tempo. Não tinha como o Sev ser o pai da Hannah. Eu queria que a Laura e a Hannah fossem irmãs desde o início. Desculpe se a desapontei e continue comentando. . E Eryck, seu desnaturado, cadê você? Como se atreve a olhar nos meus olhos e dizer que não leu o último cap? Vc vai ver só.*Bella gargalhando maquiavélicamente*. Brincadeirinha...rsrsrs...vc sabe do que eu estou falando. Valeu à todos. Beijão, Bella
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