Aquele que quis ajudar
Aulas de Feitiços, como Harry adorava essa aula! Não pela aula em sí, mas sim porque ela era a única que eles ficavam com a Corvinal, casa da pretendente de Harry, Cho Chang.
Harry sempre chegava mais cedo, e nem ligava de aguentar a falação de Flitwick, porque Cho sempre chegava antes de todas as alunas de sua turma, e Harry podia ir conversar com ela, sem ninguém o encher.
Só que desta vez, Rony Weasley, melhor amigo de Harry, estava na sala junto com ele:
-Ai ela chegou e falou que se eu não fosse...
-Cala boca Rony! A Cho tá vindo, e se você me atrapalhar com ela, eu te estuporo.
-Ai senhorita Extressada, que meda ui ui ui...
Cho acabara de entrar na sala, só que dessa vez não foi igual as outras. Ela estava abraçada com uma menina de cabelos curtos, baixinha e cheinha, que Harry não reconhecia.
-Olha lá Harry, seu sonho de consumo entrando com a Mary K. Que pena que hoje você não vai poder conversar com ela!
-Você que pensa! – E puxando Rony pelas vestes, começou a leva-lo com ele até elas.
Rony trombava nas cadeiras, nas mesas, caia, e Harry nem ligava. Só queria falar com a pessoa que mais gostava, a japonezinha dos sonhos de Potter.
-Olá Cho! – Harry dizia tremulo – Esse sou eu... Er, quer dizer, esse é meu amigo Tony.
-E Rony, Harry!
-Olá Harry! – Cho respondia com um sorriso largo, que fez Harry se derreter – Acho que já conhece essa minha amiga pelos ocorridos dos ultimos dias... Mas ela chama Mary K.
-Oi. – Mary respondeu sem olhar pra cara de ninguém – Bom conhecer vocês.
Com um movimento brusco, Harry jogou Rony na frente de Mary K., que apenas o fitou por alguns segundos.
-Er... – Rony meio sem graça tentava falar algo, puxar um assunto – Você... gosta de... Queijo?!
-Cala a boca.
Depois dessas palavras, Mary K. se levantou e foi sentar em outro lugar, deixando Rony com cara de bosta de dragão.
-Aii, como eu odeio aulas de Feitiços, o Harry sempre vem falar comigo, e chega as vezes a ser inconveniente.
-E aquele amigo dele? – Mary com um tom irônico conversava com Cho, que gargalhava com as imitações da amiga e com seu jeito “porra loca” – “Oi, eu sou o Rony, e eu gosto de queeeeeijo! Adoro queeeeeijo! Vou casar com um queeeeeijo!”
Cho e Mary gargalhavam indo em direção ao seu salão comunal. Passavam por varios corredores, uns mais claros e outros mais mal iluminados. Quando passaram por um desses corredores mal iluminados, Mary K. viu de relance um homem muito magro e alto encostado na parede.
Parou subtamente. Sem ouvir sua amiga perguntando o que havia ocorrido, Mary deu três passos para trás, e olhou no corredor. Apenas uma barata ligeira havia naquele corredor.
-Pensei que fosse... Deixa pra lá.
Mary K. foi até sua amiga, e não fez questão de explicar o que havia acontecido, apenas a empurrou em direção ao salão comunal.
No dia seguinte, no café da manhã, Mary decidiu ir conversar com Stephanie, para ver o que ela pensava sobre isso.
-Teph, posso falar com você rapidinho? – Mary susurrou no ouvido de Stephanie, que conversava aos berros com suas amigas – É urgente.
-Ai meninas com licença, já falo com vocês sobre o Tonyzinho! – Rindo, levantou-se da mesa puxando Mary pelas vestes. Quando chegaram em um canto que ninguém podia ouvi-las, susurrou – O que aconteceu Mary?
-Teph, pode rir de mim, mas acho que meu pai está me assombrando...
-Não seja ridícula querida, da onde você tirou isso?
-Vi um homem que parecia com ele em um dos corredores que davam pro meu salão comunal.
-Você está delirando Mary, o feitiço que você recebeu deve ter dado alguma parada no seu Tico e Teco. Relaxa que nada vai te acontecer, eu sempre vou estar aqui pra te proteger.
Dando um beijo na testa de sua irmã, sussurou um “Te amo”, bem baixinho e foi indo em direção das suas amigas.
-Teph. – Mary a chamou, e a irmã se virou – Sonhei com a mamãe e estou um pouco melhor. Porém estou com medo, muito medo...
Com os olhos cheios de lágrimas, Mary saiu correndo em direção a porta do grande salão, enquanto Stephanie olhava sua saida.
Sentada embaixo de uma árvore, Mary fumava seu cigarro escondida de todos. Apenas queria ficar sozinha.
-Olha quem está aqui pessoal, a estranha da Corvinal! E ai menininha, como andas? Ainda com resquícios do feitíço que te jogaram?
Malfoy estava parado perto dela, e estava com seus dois capangas, Crabbe e Goyle, os três rindo.
-Muito bem, e com resquícios vai ficar você se não sair daqui seu playboyzinho de merda. – Mary se levantou bruscamente, fazendo com que os três dessem um passo para trás – O que foi?! O grande Draco Malfoy com medo de uma menina?!
-Cala sua boca! Menina que mais parece um menino isso sim, sua...
Pedras voaram em diressão dos três, que sem entenderem nada, sairam correndo, com o Malfoy falando na orelha deles : “Eu não fiquei com medo dela vocês ouviram?!”
Mary se virou, e viu que Harry Potter estava se aproximando, com uma pedra na mão.
-Boa garoto, – Ela se virou, apagou seu cigarro no tronco da árvore e saiu andando – mas acho que sei me defender sozinha, muito abrigado.
-Espera, eu so quero conversar com você!
-Nem pense... – Ela disse se virando rápido – Nem pense que você vai me usar para chegar perto de Cho! Ela gosta do Cedrico, nem adianta. E ela ainda te acha inconveniente, e eu também!
-Eeer, muito obrigado pela parte que me toca, mas eu não quero conversar sobre ela e sim sobre você. E que eu fiquei sabendo do que aconteceu, e queria saber se você quiser conversar, eu sei mais ou menos o que você está passando, então...
Meio sem graça, Mary abaixou a cabeça:
-Muito obrigado, mas não. Eu sei que você pode me entender, mas agora não. Talvez outro dia, ou outro. Eu te procuro ok?
Virando-se, Mary saiu correndo. Não poderia chegar perto de Harry, nunca! Correu muito, para todos os lugares. Parou longe de todos, ajelhou e aquela fina lágrima que estava presa, finalmente saiu de dentro daquela menina.
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!