Conversas ao Pôr do Sol



Já havia se passado duas semanas, e a notícia de Mary já era passado. Todos agora comentavam da cena que rolou na escadaria da torre norte, entre Jonathan e Courtey, e isso era um alívio para Mary, que pretendia pôr esse assunto de lado e seguir sua vida.

Nesse tempo, ela havia se isolado. Não falava mais direto com Cho, não aparecia em algumas aulas, andava sempre cabisbaixa. Sua espressão de agora era de uma pessoa aterrorizada, e mesmo querendo colocar os últimos ocorridos de lado, ela ainda estava com
muito medo.


-Abram na página 393. Agora todos.

Aula de poções. A mais adorada por todos os alunos de Hogwarts, com o professor que era mais adorado também, Severus Snape. Todos tinham medo dele, logo, abriam o livro na hora que ele pedia, faziam todas as lições, todas impecáveis. Todas as pessoas, menos uma:

-A Senhora – Snape olhava atentamente a aluna de cabelos curtos que estava dormindo em sua aula, e deu um peteleco em sua orelha para acorda-la – pode acordar ou está difícil?

-Com essa aula chata, pode crê que tá difícil mesmo!

Todos que estavam na sala gargalharam, o que fez Snape corar de nervosismo:

-Quem rir levará 50 pontos negativos para a respectiva casa! – a sala agora estava um silêncio, que se um alfinete caísse no chão daria para ele ser escutado – Enquanto você mocinha, venha comigo. E vocês todos, quando chegar quero a lição da página 393 pronta.

Todos começaram, enquanto Mary Kelly saia da sala junto com Snape.

Enquanto andavam, Snape apenas resmungava, falando que se ela fosse da casa dele, seria expulsa antes que ela pudesse dizer “poção da sorte”:

-Cerveja Amantegada.

A estátua de gargula subia, girando, mostrando uma escada escondida. Os dois subiram essa escada e Snape bateu na porta, que logo foi atendida por um velinho simpático, com barbas e cabelos muito longos, e de oclinhos de meia lua:

-Olá Severus! Entrem. – Dumbledore foi para o lado, e Snape entrou puxando Marey K. pelas vestes – Sentem-se! O que devo sua visita e desta jovem linda?

-Esta garota – Snape dizia, arrumando seu cabelo bagunçado – me desrespeitou na frente de todos os meus alunos. Acho que uma punição a altura seria a expulsão dela do colégio, se o senhor...

-Por favor Severus, deixe que eu cuido disso. Pode voltar a sua aula, muito obrigado!

Snape fitou Dumbledore e Mary por alguns segundos, grunhiu um boa tarde e saiu da sala.

-Então Mary, nunca tive problemas com você, conte me o que aconteceu.

Mary não respondeu Dumbledore. Ele a ficou olhando por algum tempo e tornou a falar:

-Sabe o que eu gosto em você Mary? A sua personalidade. Forte, firme. Me lembra muito eu quando era mais novo. Você pode ter certeza que você será muito grande se quiser, e eu sei que você quer. O brilho nos seus olhos, sua determinação. Isso sinceramente me fascina.

-Err... – Meio sem graça, Mary afundou na cadeira – Muito obrigado senhor,

Houve um silêncio. Dumbledore não tirava os olhos da menina, e Mary cada vez mais afundava na cadeira:

-Mary, tem alguma coisa que você quer, ou precisa me dizer?

Ela perdeu o folêgo por alguns segundos. Como ele poderia saber, que ela tinha coisas que até o momento, ninguém sabia?

-Não, senhor...

-Tem certeza de que não quer me falar nada mesmo?

-Sim, senhor... Eer, não há nada, mesmo. Posso ir embora agora?

Dumbledore apenas sorriu e se levantou, se dirigindo a porta. Enquanto Mary se levantava e saia, ele deu para ela um feijãozinho de todos os sabores:

-As vezes, um doce pode alegrar nossa vida. E tente não responder mais ao Snape, não aguento mais ver ele vindo aqui com alunos. Você foi a 10 só hoje!

Mary sorriu e se diridiu as escadas, que começaram a girar. Dumbledore a ficou olhando até ela deparecer. Então, quando não a via mais, fechou a porta do seu escritório.


Olhando para o horizonte, Mary Kelly estava sentada debaixo da mesmo árvore de sempre, fumando seu cigarro, pensativa. Levou um susto quando alguém sentou ao seu lado:

-E ai, - Stephanie sentou ao seu lado, e pegando o cigarro de sua mão, perguntou – está melhor gatinha?

-Pra falar a verdade não. E dá meu cigarro, não quero você se metendo nos meus problemas.

-Se metendo?! Pera ai, eu sou sua irmã, me preocupo com você. Ou você acha que estou me sentindo super bem de ver você assim, desse jeito, sem falar com ninguém, dispersa. E outra, você desde aquele dia está estranha, e não me contou o que estava fazendo aquela hora no Grande salão. Vai, me conta, eu posso tentar te ajudar...

-Ninguém pode me ajudar, infelizmente. Só eu posso, fazendo uma escolha que pode mudar a vida de algumas pessoas.

Mary apagou seu cigarro, e conjurou outros dois, um para ela e um para sua irmã.

-Mudar? Como assim? O que você está falando?

-Promete que se eu te contar, você não irá rir de mim? – Stephanie concordou com um movimento – Então vou começar. Uma vez de noite, acordei de um pesadelo, suando muito. Tentei dormir novamente, e como não consegui, decidi ir fumar um cigarro, que é uma das poucas coisas que faço bem. Quando cheguei perto da janela, havia um pedaço de pergaminho no chão, que dizia para eu me encontrar com alguém a meia noite do dia seguinte. Logo, no dia seguinte fui até o grande salão...


As duas permaneciam quietas debaixo da árvore, porém Stephanie boquiaberta:

-E, você vai entregar o Harry?!

-Lógico que não! E o pior, ele veio falar comigo depois, querendo me ajudar. Sinceramente eu não sei o que fazer Teph.

-Primeiro, conjura outro cigarro para nós duas. Muito obrigada. Segundo, cade a Mary Kelly Billabouxier que eu conhecia? Aquela menina forte, corajosa, que queria mudar o mundo? Aquela menina que me ajudava com todos os meus problemas, e mandava todos ir tomar no cú sem medo da reação dos outros? Sinceramente, não estou te reconhecendo dona moça. Dá pra senhorita levantar essa cabeça e encara seus problemas de frente? Me responde, irá adiantar alguma coisa, você ficar aqui a tarde inteira, acabando com o seu pulmão, toda com medinho do mundo?! Não né? Então porque você não levanta daqui, vai aproveitar com seus amigos esse puta final de tarde maravilhoso, pra deixar seu pai morrendo de inveja, e ainda fazendo ele pensar que você não está nem ai para ele, nem ai pra ameaça dele? Vai levanta.

As duas se levantaram e se deram um abraço apertado, como se pudessem estar unidas:

-Muito obrigado sua loira aguada, pode ter certeza que você me ajudou, e muito. Te amo pra sempre, e sei que você vai sempre estar aqui. AGORA ESSA É A PARTE QUE EU PULO EM CIMA DE VOCÊ!!!!

-NEM PENSE...

Mary pulou em cima de sua irmã, que se desequilibrou e caiu, rolando as duas na grama verde do extenso jardim, enquanto o sol se punha, terminando mais um dia no meio de muitos que ainda estavam por vir.

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