Sonhos e Travessuras



Os professores da escola de magia e bruxaria de Hogwarts fizeram de tudo para que aquela notícia da menina atacada não percorresse pelos corredores do colégio, porém de nada adiantou.

No dia seguinte do ataque, o colégio inteiro já sabia, e ainda aumentavam a história.

Colin chegou a falar que um dementador mutante de seis cabeças havia dado o famoso beijo sextuplo em Mary Kelly.


Em outro canto do colégio, uma menina corria em direção da ala hospitalar. Seu nome era Stephanie Billabouxier, menina magra, aparentava já estar com seus 17 anos. Com seus cabelos louros compridos e seu corpo escultural, que fazia com que todos os garotos de todas as casas comunais babassem por ela, ela fazia muito sucesso em Hogwarts, diferentemente da menina que ia visitar.

-Mary Kelly! O que aconteceu com você?! – Dizia Stephanie com voz chorosa.

Meia atordoada com o sol da tarde que entrava pela janela, Mary respondeu, sem olhar para Stephanie:

-Nada Teph. Somente fui atacada por não sei quem no Grande Salão! Isso é tão normal...

-Ah, não seja irônica! – Stephanie se dirigiu em direção da cama de Mary K. e sentou do lado dela – Você podia ter morrido! Madame Pomalgumacoisa disse que o feitiço que jogaram em você foi muito forte, Mary! Já não basta perder a mamãe e meu pai, agora vou ter que te perder?

Houve um silêncio profundo. As duas garotas, a de cabelo comprido e a de cabelo mais curto, a magra e a “cheinha”, a patricinha e a rockeirinha, que nem pareciam irmãs, agora se olhavam uma no olho da outra, praticamente sem piscar.

-Teph, tenho saudades da mamãe. Muitas saudades...

-...! Vamos mudar de assunto! Não quero chorar! Mas me diga, você tem tido notícias do seu pai, ou...

-EU NÃO TENHO PAI!

Outro minuto de silêncio se fez. Stephanie era orfã de pai e mãe. Filha do primeiro casamento de Bruna Billabouxier, não tinha um pai comensal da morte, mais sim um pai e uma mãe que foram mortos por Voldemort.

-Errr... – Meio sem graça, Stephanie se levantou rapidamente – Então, eu acho que nossa conversa já deu. Você precisa descansar menina, quero te ver logo correndo pelos corredores de novo.

Meio sem graça, Mary K. gritou para sua irmã, que já estava na porta, para sair.

-E você acha que eu sou uma criança!?

-E não é? Hahahaha! Beijos na bunda e até segunda Mary!

A porta se fechou na ala hospitalar, e Mary, muito cansada fechou os olhos para tentar dormir.

-AHHHH! ESQUECI DE TE FALAR ALGOOO! – A porta da ala hospitalar se escancarou, fazendo Mary pular da cama de susto. – Aquela sua melhor amiga, uma japonezinha... Qual é mesmo o nome dela?! Chá, Ché...

-Cho Chang? – Mary disse com o seu coração quase saindo pela boca.

-Essa mesmo! Ela te mandou um beijo, disse que não poderá vir pois tem muita lição do Snape. Mas também disse que quando tiver a primeira brecha para vir te ver ela vem. Agora prometo que vou embora! Tchau, beijinhos, te amo e FUI!

A porta se fechava novamente na ala hospitalar. Mary esperou alguns minutos para ver se sua irmã não entrava de novo, e quando viu que não, deitou sua cabeça em seu travesseiro e adormeceu.


Nada se ouvia da ala hospitalar aquela noite. Mary ainda estava lá, lendo seu exemplar de “Bruxas de Rock Nacional e Internacional”, porém nem prestava atenção direito nele. Ela só conseguia pensar no que havia ocorrido nos últimos dias. A volta do seu pai, a ameaça, tudo o que ele havia dito para ela. Sua cabeça dava voltas e voltas, e sentimentos confusos e misturados tomavam conta de Mary a cada dia que ela passava naquela ala hospitalar.

Tirando sua varinha do criado-mudo que havia ao lado de sua cama, levantou-se, e dirigiu-se a uma janela próxima. Sentou e conjurou um cigarro, já aceso, e empurrando um pouquinho um vidro que estava meio quebrado, deu o primeiro trago. Aquela fumaça que saia dele e de sua boca faziam uma dança esquisita a luz da lua. Mary adorava aquilo. Toda noite sentava na janela de seu dormitório, agora ala hospitalar, fumava seu cigarro, quieta e em seu próprio mundo, onde ninguém podia atingila.

Tentava chorar, mais no fundo não queria. Aquele homem não merecia suas lágrimas, nunca mereceu. Ela sentia falta de presença de um pai, mas colocou em sua cabeça, que para ter um pai daqueles, preferia não o ter.

Jogando seu cigarro pela janela, Mary colocou de volta o vidro no lugar e dirigiu-se para sua cama, guardando sua varinha de volta aonde estava.

Cansada, encostou a cabeça no travesseiro, e adormeceu, num sono pesado.

Mary estava rodeada de muitas luzes, de várias cores. Algumas corriam, outras estavam paradas, porém todas muito fortes, fazendo com que ela não enchergasse quase nada.

Mary andava, corria e nada. Quando, bem no fundo, ela pode ver a imagem de uma mulher alta, de cabelos longos.

-Mary, - a mulher dizia, serenamente – vai dar tudo certo, não se preocupe com nada, tudo vai se encaixar novamente e sua vida concerteza irá melhorar.

Uma lágrima escorreu pelo rosto de Mary, que estava estática, enquanto a imagem daquela mulher se aproximou, e afagou Mary nos cabelos:

-Mã...

Ela subtamente se calou, e tudo em sua volta ficou negro. Mary sentiu alguém a puxando para baixo, muito forte. Tudo aquilo não passou de um sonho.


-Acoooorda biscate! Hoje você já pode sair daqui e ir para aula comigo! – Cho dava pulos de alegria – Finalmente você irá poder ir comigo mais cedo a aula hoje, e não adianta arranjar nenhum prestesto, você vai sim pelo menos hoje e acabou!

Cho subiu em cima da cama e começou a pular, enquanto Mary se ajeitava, ainda morrendo de sono:

-Preciso fumar.

-Você precisa de um banho isso sim! Vai Mary, não temos o dia todo – Chutando Mary para fora da cama, Cho desceu e começou a arrumar as suas coisas, que estavam todas espalhadas e de sua amiga, enquanto a outra ia tomar um banho.

-E ai, você está melhor punk falsa!? – Cho praticamente gritava para Mary, que estava no banho.

-Melhor impossível japonezinha de quinta. Ainda mais com você me acordando assim, até me deu um pouquinho a mais de animo!

-Bom, chega de conversa, eu irei sair para você terminar de tomar banho e se trocar. Te dou 10 minutos!

Cho mandou um beijinho para ela, e saiu da ala hospitalar.

Após uns 5 minutos, Mary saiu do banho, pensativa, porém feliz. Sua melhor amiga havia ido acordar ela e ainda mais, tinha sonhado com sua mãe! Quanto tempo isso não acontecia. Sua voz, seus traços deixavam ela calma e confiante.

Colocou suas vestes, pegou o resto de suas coisas, saiu pela porta da ala hospitalar e abraçada com sua amiga, foi até sua aula de feitíços.

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