Mentiras
Draco passara o dia inteiro pensando em como havia tido uma idéia brilhante. Estava namorando Hermione novamente, ao mesmo tempo, que não teria problemas com seus pais e os comensais. E agora, Hermione confiava nele... Voltara a confiar...
Mal prestara atenção nas aulas da tarde e quando deu por si, já era a hora do jantar com sua namorada. Rejeitou a companhia de Pansy... Mas não iria sentar com Hermione na mesa da Grifinória... Não mesmo.
Hermione passou a tarde com um péssimo humor, resolveu não comentar nem com Harry nem com Rony sua "volta" com Draco, não prestou atenção em nenhuma aula, apenas tinha vários pensamentos assassinos com o loiro que no momento ela detestava! Suspirou fundo, já estava na hora do jantar com seu chantagista.
Draco desceu as escadas, rumo ao Salão Principal. Será que Hermione já contou aos amiguinhos? Ao chegar, olhou para a mesa da Grifinória. Não, ela não estava ainda. Nem os amiguinhos. Seguiu até sua mesa, sentou-se e ficou a observar os alunos chegarem e se sentarem, à procura de Hermione.
Hermione adentrara o salão principal de braço dado com seus melhores amigos, ela gargalhava muito, parecia extremamente contente, sempre que estava ao lado do ruivo e do moreno conseguia esquecer seus problemas. Deu um beijo estalado na bochecha de cada um e sentou-se no meio de ambos, sem notar o olhar de Draco para ela.
Draco observava Hermione com uma cara de alguém muito interessado no que via, de maneira sarcástica e irônica. Riu debochadamente e olhou para Pansy a duas pessoas depois dele com uma cara de alguém que descobriu uma coisa muitíssimo importante. Se Hermione não olhasse para ele, ele faria algo não muito bom para a reputação da garota.
Hermione gargalhara cada vez mais alto, Rony imitava perfeitamente Snape, fazendo com que ela e Harry delirassem, nem estava notando a presença do loiro, naquele momento havia até esquecido de sua existência.
Draco a encarara com tamanha raiva... Precisava tomar uma decisão.
Hermione encostou a cabeça no ombro de Harry tentando abafar mais gargalhadas, ela já tinha lágrimas escorrendo dos olhos, Harry a abraçou com um braço e olhou significativamente para Rony, logo ambos começaram a fazer cócegas na castanha.
Draco ao ver aquela cena, nem pensou duas vezes e levantou-se de sua mesa. Andou apressado até o trio, ignorando os chamados dos sonserinos. Quando chegou perto do trio, empurrou Potter e sentou-se ao lado de sua, até então, namorada.
- Oi, linda. – Draco falou beijando Hermione como para marcar território. – Como foram as aulas?
O sorriso de Hermione se desfez na mesma hora, ela o encarou séria, havia se esquecido de seu trato com Malfoy.
- Boas... - Limitou-se a responder.
Harry estava prestes a voar para cima do loiro, mas Simas e Neville o seguraram.
- MIONE, O QUE SIGNIFICA ISSO? - Rony berrava.
Draco se divertia com a cena. Encarou Hermione com um sorriso debochado e, ao mesmo tempo, significativo. E perguntou com sua melhor voz falsa e irritantemente melosa:
- Esqueceu de contar a eles, Mione? – E sorriu mais uma vez, do mesmo jeito.
Ela apenas abaixou a cabeça, sentiu as lágrimas em seu solhos.
- CONTAR O QUE, MIONE? - Harry gritara.
- Eu e o Malfoy voltamos... - Ela sussurrou.
Simas e Neville soltaram Harry. Rony ficara pálido e Harry idem.
- Ele... Ele te obrigou não foi? - Perguntou o moreno hesitante.
Draco riu debochadamente, não deixando transparecer o nervosismo. Olhou para Hermione, mas uma vez de maneira significativa.
- Obviamente que não, Potter. Só contei a ela a verdade. Uma coisa que você não fez. Eu não cometi o mesmo erro que você. Não sou idiota a esse ponto, como você! – Ele respondeu por Hermione. Sabia que isso ela não seria capaz. Poupou esse esforço dela.
- NÃO PERGUNTEI A VOCÊ, MALFOY! - Harry urrara. - ME RESPONDA, MIONE!
- Voltei por vontade própria... - Ela falou angustiada. - Desculpe não contar antes, Harry...
- Ele deve ter te lançado um Imperius! Você não faria isso em sã consciência! - Manifestava-se Rony.
- O que ele fez, Hermione? Você só pode estar sendo obrigada a ficar com ele!
Draco bufou e pegando o prato do moreno se serviu e começou a comer, nem se preocupando com briga que acontecia e que todo o Salão, inclusive os professores, observa.
- Eu perdi o apetite! - Hermione dizia enquanto se levantava da mesa.
Draco olhou para ela com um leve interesse.
- Eu também... Quer sair daqui? – Ele perguntou para ela a olhando de modo significativo novamente.
Hermione bufou de raiva e virou-se de costas para ele seguindo o caminho.
Draco levantou-se e pensou em segui-la... Ao chegar em um ponto, virou-se e seguiu para mesa de sua casa. Era superior. Não ia ficar seguindo sua namorada. Não era pau mandado...
Essa noite, de qualquer forma, iriam se encontrar. Teriam monitoria. Inclusive teriam uma reunião, logo depois do jantar, com todos os monitores.
Hermione fora direto para o jardim, precisava respirar, agradeceu a Merlim por Draco não a seguir. As horas passaram rápido, quando deu por si, já era hora da monitoria de ambos, teria que suportá-lo novamente.
- Pansy! Reunião de monitores! AGORA! – Draco falara quando se aproximou de Pansy na mesa da Sonserina.
- Já estou indo... – Ela falou ainda irritada com o que viu de sua mesa. “Draco e a Granger... Juntos novamente!”.
- Já está indo nada. Nem se mexeu! Já disse, AGORA! – Disse Draco impaciente e segurando pelo braço e a levantando.
- Ah, que droga, Draco. Já vou! – Ela se soltou dele, arrumou a roupa, se despediu da amiga e seguiu com Draco até a sala onde os monitores haviam marcado de se encontrar.
Rony vira Malfoy e Parkinson se levantarem na mesa da sonserina respirou fundo, estava na hora da reunião da monitoria, por mais que sua vontade fosse quebrar a cara de Draco, iria agüentar, não iria queimar seu "filme" como monitor por causa dele. Respirou fundo e levantou-se.
Draco chegou com Pansy, ainda não havia chegado ninguém. Os dois entraram e ficaram a se encarar. Logo os monitores de cada ano foram chegando e se acomodando. Hermione ainda não havia chegado, por isso, não poderia começar a reunião.
Hermione corria até a sala dos monitores, estava atrasada pela primeira vez na vida, adentrou pela porta fazendo um enorme estrondo, todos a olhavam, sentiu suas bochechas arderem.
- Desculpem o atraso... - Ela murmurou.
- Tudo bem, Hermione. Então, vamos começar! Quer dizer as duplas? Ou eu mesmo faço isso? – Perguntava Draco, querendo acabar logo com isso.
Hermione olhou para Rony sabia que ele teria um ataque ao saber que sua dupla seria Pansy.
- Nã-não... Pode falar... - Ela falou sentando-se.
- As duplas são as mesmas do ano passado. Os novos monitores farão dupla com os de suas respectivas casas. Só uma dupla mudou: a do quinto ano. – Pansy, Hermione e Rony viraram-se pra ele. – A professora McGonagall nos avisou que eu e Hermione teremos que fazer a monitoria juntos. Então resolvemos que a outra dupla do quinto ano será Parkinson e Weasley.
- COMO ASSIM? EU E A BULDOGUE? - Rony berrou olhando para Hermione que se encolhia na cadeira.
- Não tivemos escolha, Rony... - ela murmurou
- Ah, Weasley, seja mais profissional. Você não vai se casar com ela... Apenas passar algumas noites ao seu lado. – Draco riu.
Pansy, surpreendentemente, não reclamou, se conteve em apenas observar a reação do ruivo. Nesse momento, teve uma brilhante idéia...
- Cala a boca, Malfoy! - Rony falava dentre os dentes.
Hermione olhava de Draco para Rony, de Rony para Pansy e de Pansy para Draco.
Draco achava cômica a situação. Ele olhou para Pansy. Ela estava estranha. Completamente estranha.
- Então, os novos monitores... Se tiverem dúvidas é só perguntar a mim ou a Hermione. – Ele apontou para a garota. – O quadro de horário da monitoria está com a monitora chefe. Qualquer dúvida quanto a isso, falem com ela. Acho que é só isso... Mas alguma coisa, Mione?
- É Granger... - Ela falou monotamente, - E não tem mais nada, Malfoy.
- Ótimo, Mione! Estão dispensados. Parkinson e Weasley, hoje vocês tem monitoria. – Draco lembrou. – Vamos, Mione!
- Ok... Draquinho! - Ela falou com ironia na voz.
Draco passou por Pansy e sussurrou em seu ouvido, a fazendo tremer dos pés a cabeça.
- Não faça besteira, Pansy. – Ela não pode responder. Ele saiu antes que ela fosse capaz de dar um pio.
Hermione viu Draco sussurrar algo para Pansy e girou os olhos, saindo logo atrás dele. Malfoy, com toda certeza, era um grande imbecil.
- Ai, Mione... – Ele falava para irritá-la. – Você sabe que cometeu dois grandes erros essa noite, não sabe? E agora, não tem chances de eu tolerar erros. A vida dos seus amigos, de você e minha depende disso. Você não imagina aonde se enfiou, Hermione. Você ainda não tem a mínima noção do efeito de suas palavras, quando aceitou confiar em mim. Precisa deixar de ser egoísta agora. Parar de pensar nos seus problemas e sentimentos, como eu parei. Você não pode dar um passo sem pensar nos seus amigos e em mim agora. Lembre-se disso.
- Ótimo! Sou sua prisioneira, Malfoy! Quer que eu beije seus pés? - Ela ironizava, fingia que aquelas palavras não tinham lhe afetado, no entanto, a afetaram mais do que desejava.
Draco continuava sério.
- Não estou de gracinha, Granger! – Ele falou cada vez mais frio. – Isso tem que dar certo. E para dar certo, precisa se empenhar. Está pronta pra isso ou prefere desistir?
Hermione suspirou fundo.
- Jamais desistiria da vida de meus amigos...
- E nem da minha. – Draco falou baixo demais, impedindo Hermione de ouvir.
- Vamos à monitoria, sim? - Ela falou num tom cansado.
- Combinei com Pansy... Nós monitoramos essa área do castelo e eles vão monitorar a outra.
- Ótimo... - Ela falou voltando a andar.
O silêncio pairou sobre o ambiente, até que Draco finalmente acabou com aquele clima insuportavelmente irritante.
- Interessante, né? Bizarramente interessante. – Ele falou, mais para ele do que Hermione, refletindo.
- O que é interessante, Malfoy? - Ela perguntou sarcástica.
- A gente... – Ele falou simplesmente.
Hermione virou-se para ele com ambas as sobrancelhas erguidas.
- Não entendi.
Draco respirou fundo, a encarou nos olhos e continuou:
- Tudo que aconteceu desde... – Ele parou instintivamente. Virou o rosto, fugindo do olhar dela.
- Desdeeee...? - Ela perguntou tentando encontrar os olhos dele novamente.
- Desde... Esquece, Granger. – Ele queria ser o menos íntimo possível. – Besteira minha...
- Começou, termina! - Ela falou o encarando nos olhos.
Ele procurou a resposta nos olhos dela, mesmo já sabendo de cor. Pareceu pensar um pouco em como tudo aquilo havia começado, mesmo já tendo essa resposta na ponta da língua, pronta pra sair.
- Desde o Beco Diagonal, acho... – Ele falou finalmente, fugindo dos olhos dela mais uma vez.
Hermione não sabia o porquê, mas ele havia ficado lindo naquele momento. Respirou fundo.
- Não faz isso... - Ela falou em tom de súplica, tornando andar.
Ele olhou para ela não entendendo, procurando seu olhar. Talvez ele respondesse.
- Fazer o quê?
- Esquece... - Ela falou saindo andando.
- Não... Sério, Hermione. – Ele segurou o braço de Hermione, impedindo-a de andar, mas, ao mesmo tempo, carinhosamente. - Fazer o quê? – Insistiu.
- ISSO! ME OLHAR DESSA FORMA! - Ela berrou.
- Olhar de que forma? Eu realmente não te entendo, Hermione! – Ele em momento algum aumentou o tom da voz. Talvez, em algum momento tivesse cogitado fazer isso, mas aprendeu que com Hermione isso não daria em nada... Para ela, ele sabia, não importava o tom da voz, mas sim, o que ela dizia.
Hermione suspirou fundo.
- Você me olha às vezes como se tivesse algum carinho por mim, como se gostasse de mim! Fala como se eu fosse importante! PORQUE FAZ ISSO, MALFOY, SE NÃO SENTE NADA? - ela exaltava-se.
- Você não tem certeza disso ainda, Hermione... E nunca vai ter. E mesmo que fale que tem, é mentira. Mesmo que diga que não sente nada por mim, é mentira. Mas do que isso importa agora? Você está com o orgulho ferido... Fará de tudo para me esquecer, em vão eu diria. – Ele falava sério tentando ao máximo não encarar aqueles olhos e se perder.
Hemione virou o rosto dele para ela e encarou os olhos azuis.
- Você quer que eu finja ser sua namorada, Malfoy... - Ela falou séria. - Se tivesse pedido isso no começo, teria sido mais fácil... - Ela abaixou a cabeça. - Porque eu saberia que apenas se trataria de fingimento e não... e não...
Ela não conseguia falar aquelas palavras, não conseguia falar que havia se apaixonado por ele.
- Você sabe que meu motivo maior não era esse. Meu motivo inicial não foi esse. Meu motivo sempre foi o certo, embora parecesse o errado. E agora o meu motivo, ou melhor, o seu motivo é o errado, embora pareça tão certo agora... Um dia, você vai perceber isso, como eu percebi. Talvez, você já tenha até percebido, mas a negação é maior, não é?
- Vamos continuar a monitoria... - Ela virava-se de costas para ele.
"Por que ele me deixa tão confusa e por que raios eu sinto vontade de beijá-lo! Para de pensar nisso, para de pensar nisso..."
- Sei que você prestou atenção no que eu disse, e ainda hoje vai pensar nisso... Então, vamos continuar, sim.
Hermione parara bruscamente de andar e o encarou.
"O que eu estou fazendo? Porque eu parei? Anda Mione sai dai! Não vai fazer besteira... Ótimo! Agora, eu falo comigo mesma!”
Draco a olhara sem entender muita coisa. Começou a chamá-la e ela não respondeu.
- Hermione! Acorda! Vai ficar empacada aí? Vou te deixar sozinha, hein?
Hermione não se movia, estava ocupada demais tendo uma discussão consigo mesma, era como se o loiro abrisse a boca e não emitisse voz, ela estava apenas concentrada nos olhos azuis... Os azuis... Azuis tão cristalinos.
- Terra para Hermione! Volte, Hermione! Não morra! Nããããoooooo! – Draco zombou... – Ih, virou altista. Cambou-se... – Ele riu da própria palhaçada.
Hermione piscou assustada e olhou para o loiro, corou furiosamente e virou o rosto, riu consigo mesma, não acreditava que tava tendo tanto problema por causa de um Malfoy! Um maldito Malfoy!
- Você fica mais bonito de boca fechada! - Ela falou voltando a andar.
Draco riu.
- Não te entendo... Realmente não te entendo.
- Nem eu me entendo, às vezes... - Ela murmurou "principalmente por gostar de um grande idiota chantagista como você!", completou em pensamento.
- Imagino... – Sim, aquela conversa realmente parecia de bêbado... Se é que aquilo era conversa.
Hermione suspirou derrotada, continuou a monitorar.
"Mas por que ele tinha que passar tanto perfume justo hoje? Olha aí eu falando comigo mesma! Acho que vou gritar..."
- Como será que estam indo Weasley e Pansy? – Draco perguntou meio que sem assunto.
- Hã? Quê? Quem? - Ela perguntava virando-se para ele, aquele perfume estava a deixando fora de si.
- Tudo bem, Granger... Pode voltar a dormir! Me ignore completamente... – Ele falou com um falso rancor na voz proposital.
- Realmente te ignorar é cada vez mais uma idéia tentadora, Malfoy! - ela falou com um sorriso cínico nos lábios.
- E eu acredito nisso... – Ele falou sarcástico. Era bom estar com ela. Realmente era bom... Era... Estranhamente perfeito...
Hermione sorriu consigo mesma e acelerou o passo, realmente ignorá-lo era muito tentador! Até demais...
- Pare com isso, Granger. Prefiro você falando... – Ele parou e depois começou a conversar com si mesmo e, ao mesmo tempo, com Hermione, em voz alta. - Isso é estranho. Ok, eu não tô legal... É só que... Mas você... Falando é melhor que... Tá, para de falar... Me ignorando... Quer dizer, mais ou... Menos... Hã? – Draco parou e sua briga continuou em sua consciência e não mais abertamente. Não teve nenhuma resposta. Só uma conclusão: Estava ficando maluco.
Hermione parou de andar e o encarou, explodiu em gargalhadas, saiam até lágrimas de seus olhos.
- Depois a... ahahhahahah... A maluca... AAHuaHUAHUA... Sou EU! AHuaHUAhauAHUahUHAu
- Ah, para Granger! E você é sim, maluca... – Ele falou com raiva da atitude da garota... “Sua garota”.
- AHuAHauhUAHuaHUAu... Sou eu que brigo comigo enquanto falo com outras pessoas, não é? AAHuaHAUahUA... - Ela sentava-se no chão ainda gargalhando.
- Ah, levante-se daí, Granger! Não me faça te levantar! E eu não estava brigando comigo... Só pensei alto. – Ele estava emburrado feito criança.
- Agora faz essa cara de criança que perdeu um doce haUHAuahUAHuaHUAhauHAU... - ela não conseguia se controlar.
- Ah, que saco você, hein Granger! – Ele falou e saiu andando com raiva.
- Vai deixar a sua "namorada" aqui Malfoy? AJHauiAHUahuAHuahUA - Ela se levantava rindo indo atrás dele.
- Se essa tal minha namorada ficar de palhaçada rindo da minha cara, sim, eu vou. – Ele falou assim que virou-se para encará-la. Cometeu um erro, após encarar aqueles olhos, se perdeu neles.
- Uii desculpa, senhor estressado! Se quiser podemos terminar! - Ela falava irônica. - Assim você pode me deixar... - Ela não concluiu a frase, os olhos dele estavam a encarando de uma forma muito tentadora.
- Ah, sim... Se isso for o que a minha namorada quer... – Ele falou ironicamente, nem dando atenção para a frase não concluída deixada no ar. Precisava tirar os olhos dos dela. Percorreu os mesmos pelo corpo da garota. Como era linda. Voltou a encarar os olhos. Não podia cometer “erros”.
- Faria isso mesmo? - Os olhos dela deram um brilho. - Me libertaria?
- Não sei de onde tirou essa idéia de que é minha prisoneira, Granger. Já conversamos sobre isso. Você aceitou, eu não a obriguei. – Draco ficara com raiva da pergunta dela e ficara frio novamente. O ambiente estava tão agradável, mas ela tinha que acabar com todo aquele clima. Virou-se e voltou a andar, agora em passos mais lentos. A detestava quando fazia isso.
Hermione o puxara pelo braço fortemente e o fez encarar seus olhos sem notar a proximidade de ambos.
- Me prove então, Malfoy, que eu estou errada a seu respeito! Apenas me prove!
- Já falei, Granger! Não tem como eu provar... Você está com o orgulho... E nada vai... – Ele se atrapalhou com as palavras quando percebeu a proximidade dos dois. Se levou pelo impulso e a beijou. A pegou pela cintura com força e a puxou para mais perto de seu corpo. Sua outra mão segurava sua nuca.
Hermione assustara-se no começo, ele estava a beijando possessivamente, sentiu o lábio machucado dele, sentia a língua dele acariciando a sua, o puxou com mais força em direção a seu corpo, o beijando ferozmente, encostou-se na parede e bagunçava os cabelos do loiro, não queria que aquele beijo acabasse, naquele momento ela não pensava em nada apenas naqueles lábios frios.
Draco percebeu o que fazia. Parou, de repente.
- Não... – Era estranho ELE estar negando... Mas estava.
Hermione o encarou nos olhos, tomada por um impulso o puxou para outro beijo, não sabia o porque fazer aquilo, mas sentia que precisava de beijá-lo, era como um vício.
Draco parou novamente.
- Não precisa fazer isso, se realmente não quer... – Ele balbuciava algumas palavras. Ainda não sabia porque estava negando, se queria aqueles beijos. Não era do seu feitio.
- Cala essa boca... - Ela falou ríspida, o puxando com mais força a encontro de seu corpo.
Estava encostada naquela parede gelada, mas não se importava, seu corpo estava quente, e era culpa do loiro, os beijos dele estavam a viciando, e ela simplesmente não conseguia parar.
Draco se deixou levar por aquela loucura. Afinal, o que tinha demais? Ele agora assumira o controle da situação. A prensara na parede e a beijava.
Era errado... E no dia seguinte, sabia que Hermione ia continuar odiando ele. Mas precisava daqueles beijos.
"O que eu estou fazendo? Beijando o Malfoy? Eu não consigo parar! Meu corpo não me obedece... Vamos corpinho separe-se dele... Vamos... Mas que droga... Eu amo esse cara! DROGA!"
Draco ficava imaginando porque Hermione não queria que ele parasse. Afinal, o que passava por aquela cabecinha?
"Tá legal corpinho já está na hora de se separar, vamos, isso tá indo longe demais eu já admiti que amo ele, o que você quer mais hein? AI caraca eu tô falando comigo mesma pela 10ª vez hoje!"
Draco a soltou.
- Qual é o seu problema, hein Granger? – Ele perguntara sem entender muita coisa.
Hermione saia de seu transe e o encarara confusa, respirou fundo, sacudia a cabeça como se quisesse tirar algum pensamento de lá, desencostou da parede e começou a andar rápido.
- Temos uma monitoria para fazer... - Ela falava com a voz trêmula.
- Que saco, Granger! – Ele falara com raiva e passava por ela rápido.
- QUE SACO DIGO EU, MALFOY! - Ela berrara para ele. - VOCÊ REALMENTE NÃO SABE COMO É UM SACO TE... - Ela parou rapidamente. - QUER SABER? VÁ PARA O INFERNO!
- Ih, caraca! A Granger enlouqueceu de vez... – Ele falava como se para si mesmo.
- Realmente Malfoy, nutrir algum sentimento bom em relação a uma pessoa SUJA como você é coisa para MALUCO! - Ela falara seca e passara por ele como um tufão.
- Granger, você... – Foi ai que percebeu o que a garota havia dito. – Hã? – Ele a fitara, incrédulo. Não, ele havia ouvido mal, muito mal.
Hermione apressara os passos.
"O que foi que eu disse? O que foi que eu disse? Ok... Aonde está meu cérebro?"
- Pare de fugir, Granger! – Ele gritou pra ela.
- EU NÃO ESTOU FUGINDO! ESTOU MONITORANDO! - Ela mentira.
"Ok, ok, ok! Eu estou fugindo..."
- Além de mentir muito mal, você esqueceu uma coisa, sabe? VOCÊ TEM QUE MONITORAR COMIGO! – Ele gritara para ela mais uma vez.
- Então, faça o que tem que fazer! - Ela falara dentre os dentes. - AO INVÉS DE GRITAR COMIGO! EU NÃO SOU SURDA, MALFOY, E EU NÃO MENTI, DROGA!
Draco bufara, alcançou Hermione e seguiu com ela, “monitorando” o castelo. Que clima!
Hermione respirara fundo. Aquele clima não estava nada lhe agradando, ficar ali sem conversar era complicado...
- Draco... - Ela o chamou numa voz rouca e arrastada.
- Sim? – Ele perguntou, ainda a olhando incrédulo por tê-lo chamado de Draco.
- Você... Você é mesmo um comensal? - Ela sempre tivera vontade de perguntar aquilo a ele. - Quero dizer hã... Você tem a marca negra?
- Por que isso agora?
- Porque eu detestaria ter que duelar com você na guerra... - Ela disse sincera, suspirou fundo. - Por mais que você seja uma grande Doninha Saltitante... - Ela deu um sorriso irônico.
Draco riu.
- Não tenho a marca negra. – Ele falou simplesmente.
- Mas serve a Voldemort... - Ela falou tristemente e desviou os olhos dele. - De qualquer forma... Vamos duelar...
- Quem sabe, Granger... Quem sabe... – Ele falou... Já tinha certeza do que acabaria acontecendo, só não queria falar para ela. Pelo menos, não agora.
Ela se colocou ao lado dele e segurou a mão do loiro.
- Olha, Malfoy... - Ela começou com uma voz chorosa. - Se um dia duelarmos, me prometa que... Que vai dar o melhor de si, ok? Eu não quero vencer facilmente... E se tiver que me matar... Lance logo o Avada Kedrava, eu realmente não quero ser torturada pelo Cruccius... - Ela deu um sorriso amarelo.
Ele riu novamente.
- Ah, Granger! Pare de pensar no pior! Você nem sabe o que vai acontecer.
- Aprendi a sempre estar prevenida! E eu estou falando sério, Malfoy! Prefiro morrer de uma vez a ser torturada, então se você me torturar e me matar eu juro que volto como fantasma para te atazanar o resto da vida!
- Ah, não Granger! Já não basta te agüentar viva? – Ele debochou e riu.
- Nossa... Então você quer que eu morra? - Ela fazia uma cara de criança magoada.
- Ah, claro que não! Como iria viver sem a minha esquentadinha favorita?- Ele falou e sorriu.
- Eu já disse que não sou esquentadinha! - Ela fingia-se de brava.
Naquele momento havia se esquecido de tudo que Draco fizera a ela, era engraçado isso, como ele podia fazê-la esquecer do mundo apenas com um sorriso.
- Ah, é sim! É a minha esquentadinha favorita! – Ele falava como que para uma criança, se aproximando ainda com o mesmo sorriso. Algo que ele afirmava ser pateticamente ridículo.
- Malfoy... Eu acho que eu vou te beijar... - ela falava numa voz rouca.
- Hã?
Ela o encarou nos olhos e sorriu marota, chegou próxima aos lábios do garoto, sentiu que Draco a fitara, incrédulo, desviou rapidamente dele e lhe deu um beijo no rosto. Deu uma piscadela e virou-se de costas voltando a andar.
- Não sei como Madame Promfey não percebeu essa sua doença. Você realmente precisa de ajuda psicológica. – Ele falava ainda achando aquela noite estranha. O que estava acontecendo...? Aquela não era a sua garota, não mesmo.
Hermione apenas sorriu e continuou a andar.
- AH! Agora eu me lembrei, Malfoy! - Ela voltava-se para ele. - Já que eu ainda sou "propriedade" sua, eu tenho que te avisar que amanhã, terei que passar a tarde com meu amigo Ronald Weasley! Então eu agradeceria se você não ficasse no meu pé, ok?
- E por que você TEM que passar a tarde com o pobretão?
- O nome dele é Ronald Weasley! - Hermione franzia o cenho. - Prometi ajudá-lo no trabalho que o Binns passou... Certamente vai até o jantar... Então não me espere para jantar também... Ou melhor... Tire o dia amanhã para ficar com sua amada Parkinson, aproveite e tire o atraso com ela... - Hermione falava voltando a andar.
- Lá vem você com seu ciúme idiota. Nem somos namorados de verdade! E para falar a verdade, precisava realmente de um dia... Vou aproveitar amanhã, para resolver certas coisas... – Ele falava para ela e, ao mesmo tempo, se lembrava o que tinha que fazer.
- Ah claro... Boa sorte com a Parkinson, sua amada ! - Ela ironizava e saia andando pisando duro.
Realmente ela tinha que admitir, morria de ciúmes de Pansy com Draco, aquela buldogue se esfregando nele, se oferecendo, era NOJENTO! Bufou de raiva...
Draco riu do ciúme da garota.
- Não tem nada a ver com Pansy... Embora, agora você me lembrou uma coisa... – Reflexão. – Preciso mesmo resolver umas coisas com ela também. – Ele fazia de propósito. Adorava deixá-la com ciúme.
- Ótimo! - Hermione falara com raiva. - Também tenho coisas a resolver com o Thomas Bach da Corvinal...
Se ele podia fazer ciumes nela, ela também poderia fazer nele.
- Aquele horroroso do sexto ano? Ah, Hermione, o que houve com o seu bom gosto? – Ele debochara. Apesar de não mostrar, estava com ciumes, uma coisa que negava. “Não, eu não estou com ciúmes... É só que... Ela é minha namorada, oras!”
- Horroroso? Não é bem isso o que é comentado no mundo feminino, sabe? - Ela colocava a mão no queixo como pensativa. - Além do mais, nosso namoro é só fachada não é Malfoy? Não vejo problema nenhum em ir no próximo passeio a Hogsmead com ele, como humm... Digamos... Amigos! - Ela ria de lado. - Amigos assim como você e a Buldogue!
Ele fechara a cara.
- Tá, ué. Eu estarei ocupado mesmo. Só não vá cometer erros como os de hoje... – Ele falara parecendo indiferente, mas não estando nem um pouco.
- Então... Nenhum problema se eu e o Tom nos beijarmos, não é? - Ela ria de lado. - Digo... Seria apenas um segredinho nosso sabe?
- Pare de falar asneiras, Granger! Não vai conseguir me deixar com ciúmes. Que mania!
- Você? Com ciúmes de mim, Malfoy? - Ela ria de lado. - Você não sente nada por mim para ter ciúmes! Nem somos namorados! - Ela piscava para ele e saia andando.
- A sua teoria é furada! Você não tem nada comigo também, e sente ciúmes... Então, é o que? Sente alguma coisa por mim, Granger? – Ele fizera o feitiço virar contra o bruxo.
Hermione parara subitamente. Ele havia tocado na ferida que ainda não havia cicatrizado, virou-se e o encarou.
- Sinto, Malfoy... Mágoa... - Ela falou virando-se novamente e seguindo seu caminho...
“Pelo menos, ela parou com esse papo de Thomas Bach da Corvinal e blá blá blá...”, pensara Draco.
- A propósito! - Ela gritou um pouco longe. - ELE BEIJA MELHOR DO QUE VOCÊ!
Ela deu um sorriso maroto e voltou a andar.
Ele virou para ela disposto a reverter o placar do jogo.
- A propósito! – Ele gritou da mesma forma que ela. – VOCÊ NUNCA O BEIJOU! VOCÊ NUNCA FALOU COM ELE! VOCÊ SÓ QUER ME DEIXAR COM CIÚMES! DESISTA, GRANGER! VOCÊ NUNCA VAI CONSEGUIR! Se tentasse com o Potter... Quem sabe? Mas o Thomas Bach... Para sua informação me conhece... Batemos altos papos... Se ele tivesse te beijado, ele me contaria... – Ele riu... – E a propósito! Ele está namorando uma garota da casa dele. Ele mesmo me contou. E pelo que eu saiba, você não é da Corvinal... Ou é?
Hermione gargalhou.
- Não contaria não, Draco! Ele me beijou na semana passada, antes de namorar com ela! De qualquer forma, não só Harry como Bach e Krum... Você não chega aos pés deles! - Ela saiu andando sorrindo.
- Granger... Ele a namora há um mês! – Draco lembrou a ela. - E pelo que me lembro, ainda nessa semana a senhorita jurou só ter beijado Krum e o Potter em toda a sua vida... Ah, e, é claro, EU!
Hermione bufara de raiva, chegou bem perto do loiro.
- Bom proveito com a Parkinson! - Ela falou séria. - E só mais uma coisa, Malfoy...
Eles estavam perto demais novamente, Hermione o olhou nos olhos e roçou os lábios nos dele e se afastou rapidamente.
- Ainda somos inimigos... - Ela falou próximo ao ouvido dele de uma forma provocadora.
- Eu não vou me encontrar com a Pansy. – Então, aproximou a boca dele da dela e tocou sua língua na dela de maneira mais provocante ainda e falou no ouvido dela sedutoramente. – E não esqueça que agora somos “cúmplices”.
Hermione se afastou um pouco e o encarou nos olhos.
- Como queira, Barbie... - Ela falara irônica e rira de lado.
Draco continuara andando, fingindo que não havia a escutado.
- Admita, Granger! Você está caidinha por mim! – Draco falara do nada, depois de um tempo em silêncio.
- Olha só a hora! Finalmente a seção tortura ao seu lado acabou, Malfoy! - Ela fugia do assunto. - Até logo, doninha...
Ela então dava a língua para o loiro e seguia andando em passos rápidos.
"Ele por acaso lê mentes? Arghh que ódiooooo!"
- Boa-noite, Mione! – Ele falara a provocando e seguindo o caminho oposto ao dela.
Enquanto isso, do outro lado do castelo...
Rony reclamava coisas inaudíveis para si mesmo, ainda estava completamente inconformado de estar monitorando com uma garota tão irritante como a Parkinson, não podia acreditar que aquilo estava acontecendo com ele. Suspirara fundo, bufava de raiva.
Pansy ficara observando o Weasley durante um bom tempo. Aquele silêncio a irritava... Resolveu acabar com ele.
- Você ainda é apaixonado pela Granger? – Pansy perguntara, do nada, olhando para frente, sem encará-lo.
Rony engasgou com a própria saliva, ficara mais pálido do que nunca, suas orelhas, no entanto ficaram vermelhas, tossia feito um louco e encara a morena com os olhos cheios de lágrimas de tanto tossir.
Pansy achara a situação cômica. No entanto, ele já tinha a respondido, antes mesmo de afirmar ou negar.
- Claro que não, sua MALUCA!!! - Ele dizia enquanto tentava parar de engasgar.
Pansy pareceu não se ofender... Continuava a olhar para qualquer ponto a sua frente.
- Você não suporta vê-la com o Draco, não é? – Ela perguntou, de repente.
Rony a encarou, sério, e parou de engasgar.
- Ninguém suporta! - Ele falou sincero.
- Ótimo... – Ela murmurava para si mesmo, mesmo assim, alto demais.
- Como? - Ele falava sem entender.
- Acho que podemos nos dar muito bem, Weasley... Muito bem. – Ela dizia com um sorriso malicioso indicado a ele.
- Eu e você? Rá! Faça-me rir! - Rony começava a gargalhar escandalosamente.
- Você nem imagina o quanto, Weasley. – Ela falava não se importando com o escândalo que o garoto fazia. - Temos interesses muito parecidos, se é que você me entende...
- Eu? Interesses como os seus? HEIOHEIOHEiohIOHIE Me diga um Buldogue! EHuehUIEHUIEHUIHEI
- Separar o Draco da sua namoradinha... – Ela disse simplesmente, o encarando.
Rony parara de rir instantaneamente.
- Eu não vou fazer isso com a Hermione! Não sou como você, Parkinson!
- Ok, Weasley... Se você prefere ver a Granger sendo usada... – Ela mentiu, levou a mão à boca e fingiu ter escapado de sua boca sem querer. – Ops! Falei... – Ela riu falsamente.
- COMO ASSIM USADA??? - Ele berrara.
- Você não ouviu nada, Weasley! Nada... Eu não falei nada... – Ela falou parecendo uma garota fofoqueira do terceiro ano, propositalmente.
- Fala o que você tem a dizer, Parkinson! - Ele dizia perdendo a paciência e encurralando na parede.
- Eu não tenho nada a dizer, Weasley! Me esquece! – Ela era realmente uma boa atriz.
Ele a prensara mais na parede usando seu corpo para isso, havia crescido e ficado muito forte nos últimos anos e isso ajudava.
- Fala logo, Parkinson, antes que eu perca a paciência! - Suas orelhas ficaram da cor de seu cabelo.
Ela começara sentir medo do rapaz, que a prensara cada vez mais.
- Draco... Está usando ela... É um plano... Para... Para... Acabar com o Potter. Draco está seguindo os planos dele... – Ela falara ofegante com a proximidade dos rostos e choque dos corpos.
Rony ainda prensava o corpo de Pansy na parede, ele estava vermelho de fúria.
- Aquele Malfoy vai pagar, vai aprender a não brincar assim com a Mione! - ele dizia dentre os dentes
O ruivo ainda não se tocara da proximidade dos corpos de ambos, estava com um ódio mortal correndo em suas veias.
- É... Você ainda é apaixonado por ela... – Pansy concluiu. Parecia não se importar mais com a proximidade dos rostos. Não conseguia mais pensar nisso. Na verdade, não conseguia pensar mais em nada.
- Eu não sou apaixonado por ela! - Ele falava exaltado, mas logo em seguida dando por si o quanto estava perto da sonserina.
Pansy bufou alto e nem falou uma palavra se quer.
Rony a encarou nos olhos, sério.
- Tem mais alguma coisa pra me contar, Parkinson?
Pansy se perdeu naqueles olhos.
- N-Não... – Gaguejou a responder a pergunta que nem prestou atenção direito.
- Ótimo! - Ele se afastara bruscamente dela, sentiu que aquela proximidade entre ambos não era boa.
Pansy desencostou da parede, respirando pesadamente.
- Se eu souber que está me escondendo alguma coisa, Parkinson, eu... - Ele falara sério. - Eu nem sei o que vou fazer com você! Me escutou?!
- Você está apaixonado por ela, Weasley. – Falou Pansy, ignorando o comentário do companheiro de monitoria.
- Hermione é minha AMIGA, Parkinson! - Ele falou severo.
- Que ela é sua amiga, eu sei. Mas sei também que você queria que ela fosse muito mais do que isso. Não adianta, Weasley! Isso tá estampado na sua cara! – Continuava...
- E você, Parkinson, é o que do Malfoy? - Ele ria. – Nada, não é? Pelo que eu sei você só satisfaz os desejos dele...
- Não fuja do assunto... – Disse Pansy, fugindo do assunto. - Ok. Então me prove... Me prove que não está apaixonado pela Granger! – Ela o desafiava. Não tinha noção do efeito de suas palavras.
Rony olhou para um lado e para o outro, vendo que não tinha ninguém a empurrou na parede com uma de suas mãos e se aproximou, colando seu corpo ao dela, a olhou nos olhos, riu de lado.
- Não preciso te provar nada, Parkinson. Na verdade, você é que parece querer provar algo aqui...
Pansy encarou o garoto com raiva. Via que ele era muito mais forte do que ela. Não tinha como se sair. Até tentou empurrá-lo, em vão.
Ficou tentada a beijá-lo e não se segurou. Afinal, por que não? O envolveu pelo pescoço e o beijou fervorosamente. Parou, de repente, e o encarou nos olhos. Ele não era tão feio como pensava. Na verdade, até que ele era bonito, sabe?
- Não tenho nada a provar, Weasley! – Dizendo isso, se soltou.
Rony a olhou com cara de bobo, esperava qualquer reação dela, menos essa, sentiu suas bochechas corarem furiosamente, até que ela era bonita... Não pensou duas vezes para beijá-la furiosamente, um beijo de tirar o fôlego.
Agora quem estava surpresa era Pansy. Não sabia que o Weasley era assim... Continuou a beijá-lo sem se importar com nada... “E o Draco? Que tem o Draco?”
Rony da mesma forma que a beijou se separou, ele arfava, não sabia o porquê de ter beijado aquela garota, afinal, ela era sua inimiga! Suspirou pesado e ficou a encarando.
Pansy suspirava da mesma forma que Rony. Esperava ele falar algo.
Rony a fitava. Abriu e fechou a boca várias vezes. Não sabia o que falar naquele momento.
Pansy começou a andar, vendo que ele não tomava atitude nenhuma. Detestava garoto parado. Fingiu que nada tinha acontecido e voltou-se a monitoria. Se ele nada falasse, ela é que não ia falar mesmo.
Rony decidiu fazer o mesmo, se ela fingiria que nada aconteceu ele é que não iria correr atrás! Ainda tinha seu orgulho.
Aquele silêncio estava começando a fazê-la mal. Detestava aquilo. Tinha que falar algo...
Rony continuava a andar no maior silêncio queria observar a reação da morena...
- E então, Weasley? – Ela começou. – O que faremos contra Draco e Granger? – Precisava arranjar algum assunto. Por que não esse? O causador da coisa toda.
- Você eu não sei, Parkinson, mas eu vou quebrar a cara do Malfoy! - Ele falou com raiva na voz.
- Isso não vai resolver absolutamente nada, Ronald. – Ela falou séria. Sem perceber que o chamara pelo primeiro nome. Sim, O CHAMARA PELO PRIMEIRO NOME. O que estava acontecendo com ela?
- Do que você me chamou? - Ele se aproximava dela, assustado.
- W-Weasley! – Ela gaguejou, se corrigindo. - Do que mais te chamaria? Meu amor? – Debochou.
- Bem... Há minutos atrás você me agarrou! Não duvido de mais nada! - Ele falou corado.
- E você correspondeu, pelo visto! – Ela se defendeu, atacando...
- Eu sou homem! - Ele se justificava. - Eu não iria desperdiçar...
- Você é o Weasley! – Ela alfinetava. – Iria desperdiçar... Se não gostasse...
- Sabe, Parkinson, você fica aí falando de mim, mas quem me agarrou aqui foi você! - Ele ria.
Ela riu também, sinceramente, e sorriu para ele. Depois que percebeu o que havia feito, virou o rosto. Estava vermelha.
- Você fica melhor sorrindo sabe? Sem a cara fechada de Buldogue... - Ele colocava as mãos atrás da cabeça.
Ela ficara mais vermelha. Virou-se para ele e sorriu novamente. Mas ainda calada.
Rony gargalhou alto ao ver que Pansy ficara vermelha.
- Nunca pensei em ver uma sonserina rindo AAHAuahUahuAHUa...
Ela suspirou alto, mas sem esconder o sorriso novamente. Aquilo a irritava... Não gostava de ficar sorrindo pra todo mundo por aí. Na verdade, nunca ficara sorrindo tanto para uma pessoa, um garoto.
- Fala alguma coisa, Parkinson! Não vou ficar falando sozinho! - Ele ainda ria.
- Alguma coisa... – Ela falara, mas sua voz saiu como em um sussurro. Ainda sorria. Sim, isso a irritava profundamente.
- Ok... Se você num quer falar... - Ele dava os ombros e saíra andando.
- Não! – Ela o segurou pelo pulso... Sem perceber. - Eu quero falar! Só que... Não tenho o que falar... – O soltou ao ver o que estava fazendo e escondeu o rosto, novamente.
- Você é esquisita... - Ele falou a olhando da cabeça aos pés.
- Você não fica muito atrás, sabia? – Ela respondeu malcriada e ofendida.
Ele gargalhou.
- Você é maluca! - Ele virara de costas para ela e continuara andando.
Ela não falou por um tempo.
- Por que sou esquisita?
Ele se virou para ela com um ar pomposo.
- Em primeiro lugar, você me agarrou, depois me xingou, depois brigou comigo e em seguida sorriu, ficou vermelha e está tendo uma conversa civilizada comigo, o que digamos não é muito normal... Resumindo, você é esquisita!
- Idiota! – Ela murmurou. - Prefere não falar comigo? Tudo bem... Não precisamos conversar! – Ofendida novamente.
Ele olhou sério para ela e logo gargalhou.
- Ok, Parkinson! Quem vê assim, acha até que você gosta de falar comigo!
- Não estou para brincadeiras, Weasley!
- Maluca... - Murmurou Rony para si mesmo.
- Eu não sou maluca! – Ela se defendeu ao ouvir Rony murmurando.
- Realmente não é maluca... É esquisita! - Ele ria alto.
- Tá começando a me irritar! – Ela falou levando a mão à boca e balançando a perna.
- Sério? Pensei que os Sonserinos não se irritassem facilmente... - Ele ria.
- Errado de novo, Weasley.
- Posso te fazer uma pergunta? - O ruivo perguntou.
- Pode... Só não garanto que vá responder.
Rony deu os ombros.
- Por que você baba tanto o ovo do Malfoy, sabendo que ele não dá a mínima pra você?
- Eu não babo o ovo de Draco... - Ela se defendera e tentara se justificar. – Eu só... Ah, deixa pra lá... Você nunca iria entender mesmo.
- Você só é como um Elfo Doméstico dele? Entendo... - Ele falava sério ainda andando.
- Incessível! - Pansy murmurara e continuara andando...
- EU? Insensível? O Malfoy que vive pisando em você e EU que sou insensível? - Ele se revoltava.
Pansy parara para pensar.
- Sim... Você é um insensível! E mais, muito mais que Draco!
- Você é louca! - Ele dizia sério. - Ele pisa em você, usa você e depois corre para outra e EU SOU MAIS INSENSÍVEL DO QUE ELE?
- Exatamente. – Ela não se exaltou.
Rony a encostara contra a parede novamente e encarou os olhos negros da morena.
- Eu jamais faria o que o Malfoy faz com uma mulher! Jamais a humilharia como ele faz!
- Você não conhece Draco como eu conheço! E se você faria isso ou não, eu não tenho nada a ver... – Ela falara séria.
- É... Realmente, Graças a Merlim, eu não o conheço como você o conhece... - o ruivo ironizava.
- Muito engraçadinho, Weasley. – Ela ironizava. – Agora pare de se preocupar comigo e com Draco e se preocupe com a sua monitoria.
- Ah sim, claro... A monitoria... - Ele ria. - Incrível como vocês, sonserinos, fogem do assunto...
- Incrível como vocês, grifinórios, se metem nos assuntos. – Ela falara do mesmo jeito que ele.
Rony corara levemente e virou o rosto. Aquela garota realmente era uma sonserina irritante.
Pansy riu. Um grifinório com vergonha. Não era coisa que ela via todo dia... Na verdade, nunca ficara tanto tempo com um grifinório como estava como havia ficado com ele.
Rony fingiu monitorar, continuou no absoluto silêncio, não sabia o que estava acontecendo com ele, mas ele até que estava gostando da companhia da sonserina.
Era estranho para ela aquele clima... Não entendia porque estar gostando daquela companhia, digamos... Estranha... Era bom conversar com ele, sentir aquele perfume... Vê-lo corado... Sim, estranhamente bom.
- Está quase na hora da monitoria acabar... - Ele comentava monotamente.
Ela olhara a hora... Era mesmo...
- É... – Concluiu, concordando, assim que abaixou o braço.
"Estranho, de repente eu gostei da companhia dela..." O ruivo pensava consigo.
“Estranho, de repente, o Weasley ficou menos insuportável...” E a morena também.
Um barulho fez o ruivo acordar de seus devaneios, o barulho de seu relógio... O tempo da monitoria havia acabado.
- É... Acho melhor eu ir andando... – Ela falou não sabendo como se despedir do ruivo. Virou-se e começou a andar.
Rony, tomado por um impulso, puxou o braço da morena e a olhou nos olhos.
- Hã... - Ele corara ao ver o que fizera. - Até logo...
Pansy o olhou nos olhos, confusa e indignada com a ação do garoto.
- Até... – Ela disse sem saber o que fazer ou dizer, esperando que ele a soltasse.
Ele a soltou e corou mais ainda, virando-se de costas em seguida, seguindo o seu rumo.
- Weasley! – Ela o chamou.
Ele virou-se graciosamente para ela.
- Oi?
Ela ficara sem ação... Por que o chamara mesmo? Não se lembrava mais.
- Nada não... – Ela disse um pouco sem jeito e virou-se para seguir seu caminho.
- Você é quem sabe! - Ele gritou em resposta voltando a seguir seu caminho.
Pansy voltou a andar, fingindo não ter o ouvido.
Hermione acordou naquele dia, sentiu o sol tocar sua face e espreguiçou. Lembrou de relance da noite passada e da monitoria ao lado de Draco, suspirou pesado. Ela estava gostando dele, sentia que podia confiar nele, mas ao mesmo tempo, sua mente gritava para ela que ele apenas queria brincar com ela.
Tomou um banho quente e se arrumou, suspirou fundo mais uma vez e desceu para tomar café, notou que ninguém estava na sala comunal, havia acordado cedo demais, desceu as escadas e foi para o salão principal.
- Eu não posso gostar dele... – Murmurou para si mesma enquanto sentava-se na mesa da grifinória.
Apoiou a cabeça nas mãos e ficou pensativa.
Draco acordou cedo demais. Seus colegas de dormitório ainda estavam dormindo. Ele estava com a cara de quem não havia dormido, e não havia mesmo... Sua insônia o perturbou a noite toda. Não conseguira dormir nem duas horas direito... E para variar Crabbe ronronara logo cedo e ele acordou de relance.
Levantou e foi se arrastando até o banheiro... Cumpriu sua rotina matinal: Escovou os dentes, tomou banho e ficou horas se olhando no espelho, tentando, em vão, botar a franja pra trás...
Desceu até o Salão Comunal, vazio... E seguiu para o Salão Principal... Nem percebeu que Hermione já estava lá, sentada na mesa da Grifinória.
Hermione suspirou pesado e serviu-se de panquecas, estava tão cansada daquilo tudo, que nem notara Draco, olhava apenas para seu prato na mesa.
Draco sentou-se na mesa da Sonserina, onde só se encontravam dois alunos do terceiro ano, aparentemente, nervosos e apresados, brigando com um pergaminho na mão...
Foi então que ela notou o loiro, abaixou a cabeça repentinamente rezando para ele não a ver.
"Era só o que me faltava. É só eu pensar na Barbie que ela surge!"
Draco ergueu a cabeça e começou a observar os alunos presentes... Três da Corvinal, estudando, aparentemente. Dois da Lufa-Lufa, sendo, um comendo e o outro dormindo sobre a mesa... E na Grifinória... Só uma aluna... Ela... Parou de relance, novamente... Hermione... Engoliu a seco. O pergaminho dos alunos de sua casa rasgou, um gritou e o outro fez cara de apavorado. Draco desviou sua atenção de Hermione com a cabeça baixa pra fitar os alunos do terceiro ano... Riu debochadamente.
Hermione notando que ele não havia a visto começou a sair de fininho, em passos rápidos e silenciosos, o que ela realmente não precisava era de Draco em seu pé.
Draco a viu saindo do Salão Principal... Esperou ela passar pela porta... E depois foi atrás dela... Não se lembrava muito bem do que havia acontecido na noite anterior... Mas sua mente o mandava segui-la... Conversar com ela...
Hermione andava pelo corredor, até que notou que alguém a seguia, parou bruscamente e virou-se para o loiro.
- Anda me seguindo?
- Claro... Além de você ser minha namorada, precisamos continuar de onde paramos, quando você fugiu de mim.
Hermione ergueu a sobrancelha e gargalhou.
- Nosso namoro é só fachada, Malfoy! E eu não fugi de você!
- Fachada para você, Mione. Fugiu, sim! Estávamos na parte, em que você admitia que está caidinha por mim.
Ela gargalhou mais uma vez.
- Ah Malfoy, você vai morrer iludido mesmo! Eu não estou "caidinha" por você! Você que parece estar obcecado por mim!
- E se eu estiver? Qual o problema? Você está apaixonada por mim, Granger, admita...
- Você? Apaixonado por alguém HAUIAHUIAHUIHAUIHAUIH! Poupe-me, Malfoy!
- VOCÊ ESTÁ APAIXONADA POR MIM, GRANGER! NÃO PODE FALAR ABSOLUTAMENTE NADA DE MIM! E OUTRA, EU NÃO DISSE QUE ESTOU APAIXONADO...
Hermione o olhou nos olhos, o ouvir dizer aquilo foi estranho, lembrou-se quando ele fez juras de amor para ela, suspirou fundo.
- Ok, Malfoy! Como queira! - Seus olhos transmitiam mágoa e ela girou os calcanhares voltando a andar.
- Granger... – Ele chamou sem ter muito o que falar.
- Hum? - Ela falou de costas ainda andando.
- Porque as coisas têm que ser assim? – Ele perguntou fitando as costas da garota... – Estamos nisso juntos, não estamos? Você confia em mim, não confia? Vai ser sempre assim? Você vai sempre me tratar assim?
- Você é quem pediu esse tratamento Malfoy, não eu... - Ela falou seca ainda de costas. - Se você não percebeu você tem me tratado muito pior do que eu venho te tratado... E não é de hoje...
- Eu cometi erros, Hermione... Como você cometeu os seus, a única diferença é que sempre lhe dão uma segunda chance.
- Quantas chances você precisa, Malfoy? Quantas chances você precisa para magoar uma pessoa? - Ela disse numa voz abafada sem olhá-lo.
- Quantas vezes vou ter que repetir que eu não fiz nada disso para te magoar? Você está errada.
- Que ironia... Não fiz para te magoar, não estou apaixonado por você, não te suporto... Quantos “não”, hein? Ainda me pergunto o que você quer comigo! - Ela falava irônica.
- No momento, só quero que você não me julgue...
- Olha aí! Outro não! - Ela ria debochada virando-se para ele. "Apenas não queria me apaixonar por você..." completou em pensamento.
- Que saco, Granger! – Ele elevou a voz. Não gritou. Encarou seus olhos.
- Que saco digo eu, Malfoy! Eu... - Ela travou ao olhá-lo nos olhos, porque ele conseguia a deixar sem palavras daquela forma, sentiu seus olhos lacrimejarem.
- Você...? – Ele falou como se a encorajasse a acabar de falar. Sua voz saiu estranha. Doce, leve, quase um sussurro. Ficou a encarar aqueles olhos... Deixou-se perder neles.
- Não é nada, Malfoy! - Ela desviou os olhos dos dele e virou-se novamente, não podia cair em tentação.
Draco voltou de seu transe.
- Depois, diz que não foge... – Ele murmurou, virando-se.
- É Malfoy eu realmente fujo de você... - Ela falou ainda de costas. - E sabe por que isso? Porque eu cansei de me machucar...
- Não adianta nada... Fugir machuca mais...
- Não, Malfoy... Evita chateações! - Ela começou a acelerar o passo.
Draco estava na cola dela.
- Isso é o que você pensa.
- Ah é, Malfoy? Então me diz O QUE RAIOS VOCÊ PENSA? - Ela virava-se para ele bruscamente.
- Que você deveria pensar melhor no que está fazendo. Penso, e sei que tenho razão, que você está errada. – Ele disse encarando seus olhos. Novamente. Perigosamente. Carinhosamente. Estranhamente...
- É... Eu sempre estou errada, não é, Malfoy? - Ela desviava os olhos dele. - Incrível isso! - completava irônica.
- Começou... – Ele murmurou, já impaciente.
- Então, fala tudo o que você tem para falar, Malfoy! Fala tudo o que você pensa, quem sabe assim, eu comece a pensar melhor a seu respeito!
- Quantas vezes, vou ter que lhe explicar que, independente, do que eu lhe diga, você não vai acreditar por culpa desse maldito orgulho ferido.
- Tenta Malfoy, tenta me convencer... - Ela o encarava nos olhos.
- Agora, Granger, eu não posso. Não é a hora. Quando tentei lhe convencer, você não me escutou. Agora, a única coisa que pode fazer é esperar.
- Resposta errada, Malfoy! - Ela virou de costas e tornou a andar.
- NÃO ADIANTA, GRANGER! VOCÊ É CABEÇA DURA! VOCÊ É INSUPORTÁVELMENTE CABEÇA DURA! VOCÊ NÃO CONFIA EM MIM E NÃO HÁ NADA! REPITO: NADA QUE LHE FAÇA MUDAR DE IDÉIA! VOCÊ NÃO CONFIA EM MIM TANTO QUANTO EU NÃO DEVERIA CONFIAR! AFINAL, VOCÊ É APAIXONADA PELO POTTER! QUE SACO! – Draco começou a gritar.
- Como? - Hermione virou-se e piscou duas vezes para encará-lo. - EU SOU APAIXONADA POR HARRY? RÁ! SIM, EU JÁ FUI APAIXONADA POR ELE, MAS ELE NAMORA MINHA MELHOR AMIGA! E VOCÊ, MALFOY, NÃO ME VENHA COM ESSA, QUE TODO MUNDO SABE DE SEU ROMANCE COM A PARKINSON! SE TEM ALGUÉM QUE NÃO CONFIA EM ALGUÉM AQUI, ESSE ALGUÉM É VOCÊ! SE CONFIASSE EM MIM, ME CONTARIA O QUE RAIOS TÁ ACONTECENDO!
- PARA COMEÇAR, EU NÃO TENHO ROMANCE ALGUM COM A PANSY! E OUTRA, EU CONFIO EM VOCÊ, MESMO NÃO PODENDO! E SE NÃO TE CONTEI O QUE ESTÁ ACONTECENDO É PORQUE, SIMPLESMENTE, EU NÃO POSSO!
- PORQUE NÃO CONFIA EM MIM! PORQUE SÓ QUER SABER DE ME USAR, NÃO É MALFOY? SEMPRE VAI SER ASSIM! O SONSERINO E A GRIFINÓRIA!
- NÃO TEM ABSOLUTAMENTE NADA A VER COM ISSO, GRANGER! SE EU QUISESSE APENAS TE USAR, ISSO JÁ TERIA ACABADO FAZ TEMPO! PARE DE GENERALIZAR AS COISAS! SABE QUE ISSO NÃO TEM NADA A VER!
- NÃO TEM NADA A VER? TEM TUDO A VER, MALFOY! EU APENAS ESTOU CANSADA DESSE SEU JOGO!
- VOCÊ ESTÁ NESSE JOGO PORQUE QUE QUER! NÃO ME VENHA COM ESSA DE “FUI OBRIGADA”! VOCÊ ENTROU NESSE JOGO POR VONTADE PRÓPRIA! SABE QUE PODE SAIR SE QUISER! É UMA ESCOLHA SOMENTE SUA!
- EU NÃO ESTOU FALANDO DESSE JOGO, MALFOY! EU ESTOU FALANDO EM SENTIMENTOS! COISA QUE VOCÊ NÃO SABE O QUE É!
Draco Malfoy parou e a encarou com o cenho levantado. Sem palavras. Sem cabeça. Sem nada a dizer.
- Ficou sem palavras, Malfoy? - Ela falava seca. - Ficou sem palavras, porque sabe que é verdade, não é?
- EU NÃO TE ENTENDO, GRANGER! EU REALMENTE NÃO TE ENTENDO, SABE? – Ele voltara a gritar, a encarando com uma cara realmente interessada no que estava vendo. – VOCÊ É COMPLETAMENTE MALUCA!
- EU SOU MALUCA, MALFOY??? OHHH DESCULPE, SENHOR "NORMAL", MAS NÃO FUI EU QUE FIZ JURAS DE AMOR E TRAÍ A CONFIANÇA DE ALGUÉM!!!
- Eu nunca lhe fiz juras de amor, Granger! Nem nunca traí sua confiança! Pare de exagerar! – Ele falara com a voz em tom normal novamente.
Hermione riu nervosa.
- E pensar que eu cheguei a acreditar que você tinha mudado e que poderia ter sentido algo por mim... Você é patético, Malfoy! - Ela virou de costas para ele sentindo as lágrimas escorrerem pelo rosto.
- Você não fica muito atrás, sabe Granger? – Ele alfinetou. Apesar de tudo, queria provocá-la. Ainda não sabia o que realmente sentia por aquela garota, mas não queria descobrir tão cedo. Agora, queria apenas protegê-la e ao mesmo tempo a irritar bastante.
- Patético... - Ela murmurou ignorando-o e continuando a andar
- Também te amo, Granger! – Ele ironizou e riu.
Hermione virou-se como uma leoa faminta e o encarou friamente.
- NUNCA, MALFOY! NUNCA MAIS USE ESSA PALAVRA! - Tornou a se virara e a andar.
Ele riu da cara de Hermione e continuou a provocá-la.
- Qual? – Ele falou falsamente confuso. – Amar? Amor? Amo? Ama? – Ele continuou irônico. Ainda atrás dela.
Hermione ignorou-o e saiu andando
- Ah, qual é, Hermione?! Deixa de ser cabeça dura! Que saco! – Ele falou impaciente, mas não com raiva.
Ela continuou a andar, não queria que ele a visse chorando de novo, estava cansada daquilo tudo.
Ele a seguia, silenciosamente. Não entendia o porquê de estar fazendo isso, mas precisava o fazer.
- Para de me seguir, Draco... - Ela falava numa voz rouca e fria.
- Draco? – Ele a encarou, rindo, e interessadíssimo na desculpa que possivelmente ela daria.
- Pelo que eu sei esse é seu nome... Olha, eu cansei de brigar, ok? Vai procurar outra pessoa pra atormentar, porque eu não agüento mais isso! - Ela virara-se para ele com os olhos vermelhos e inchados, cheios de lágrimas.
- Você estava chorando. – Ele conclui, ignorando o que a garota dissera.
- Jura?? Acabou de descobrir a América! - Ela girara os olhos.
- Você anda muito esquentadinha, sabia Granger? – Ele falou a encarando.
- Ok... Eu sou esquentadinha, você é patético e somos todos felizes! Agora você pode me deixar em paz e ir atormentar outra pessoa?
- Peraí. Deixe-me pensar no seu caso... – Ele botou a mão no queixo, parecendo pensar. – Não! – E concluiu, rindo da cara dela.
Hermione suspirou fundo e encostou-se na parede, deslizando pela mesma e sentando-se no chão frio, abaixou a cabeça.
- Eu quero muito te odiar... - Ela falava baixinho.
- Mas não consegue. – Ele completou. - Eu sei como é. – Falou e logo depois se arrependeu, enquanto a encarava de cima para baixo.
Hermione o encarou, séria.
- Não me faça acreditar de novo... - Ela abaixou a cabeça.
- Hermione... Eu só estou... – Ele levantou o rosto dela pelo queixo. – Falando o que penso. – E a encarou nos olhos.
Ela segurou a mão dele e o encarou nos olhos.
- Então me conta a verdade, não me esconda nada! - Ela segurava firme a mão dele, sentia que seu corpo tremia por completo naquele momento.
- Eu... Só... Eu não posso. – Ele falou frio, fitando a mão dela que segurava a sua.
Ela soltou delicadamente a mão dele.
- Então, eu sinto muito, mas não posso ficar perto de você... - ela falara tristemente.
- Só precisa confiar em mim, Granger. – Ele voltou a encará-la nos olhos. – Mais uma vez. Apenas mais uma.
- O problema não é esse, Malfoy... - Ela levantava-se bruscamente. - Eu não confio em mim, quando estou com você...
Ele levantou-se também, a encarava nos olhos. Foi se aproximando vagarosamente.
- Por que não?
Hermione não respondera apenas respirou pesado, aquele não era um bom momento de dizer "PORQUE EU ESTOU APAIXONADA POR VOCÊ!!!", contou até dez mentalmente.
- Estou esperando, Granger. – Ele falou impaciente.
- Você realmente quer saber Malfoy? - Ela falava franzindo o cenho. - Pois eu vou lhe dizer! EU NÃO CONFIO EM MIM, PORQUE ME APAIXONEI PELA ÚNICA PESSOA QUE MERECE MEU TOTAL DESPREZO! A ÚNICA PESSOA QUE SEI QUE VAI ME FAZER SOFRER TODOS OS DIAS DE MINHA VIDA COMO ESTÁ FAZENDO NESTE MOMENTO!!!
Ela berrara, parecia aliviada por ter dito aquilo, ao mesmo tempo, que temia a reação do loiro.
Era a segunda vez que ela falará o que sentia por ele para o próprio do jeito mais estranho possível. As coisas haviam mudado desde a primeira. O sentimento havia evoluído. Mas a reação do garoto foi diferente dessa vez. No começo, a mesma: Sem palavras, seus pensamentos estavam a mil. Mas depois, seu impulso tomou conta de si. Ele se aproximou mais, a segurou pela cintura e a beijou de uma forma completamente diferente de todas as outras. Não tinha necessidade nenhuma de palavras. Não era um “Eu também te amo” e ao mesmo tempo não era um “Eu não”. Era só um “...” Que nem ele mesmo compreendia.
Hermione tentara o empurrar, não entendia o porquê de ele estar fazendo aquilo. Seus pensamentos iam a mil e ela via em sua cabeça um filme desde o dia que se conheceram até aquele dia. Sentiu suas lágrimas grossas continuarem escorrendo, ela então parou de beijá-lo e o abraçou forte. Sua cabeça estava encostada no ombro do loiro e ela chorava, com todas as suas forças.
- Pára de me fazer sofrer...
Draco nada falou. O que sentia? Ele não fazia a mínima idéia. Botou a mão sobre a cabeça de Hermione e mexeu em seus cabelos. Procurava lhe dar um apoio que o próprio precisava.
- Pára... - Ela sussurrou. - Eu não agüento mais...
Ele a pôs em sua frente e a encarou nos olhos.
- Acha que está sendo fácil pra mim? Pois bem, não está!
- Não é o que você demonstra... - Ela falara sincera. - Você já cansou de dizer que não sente nada por mim, Malfoy! Eu não preciso de pena!
- Pena? – Ele a olhou curioso. – Você acha que eu sinto... pena de você? Ah, Granger! Você realmente não me conhece.
- Eu pensei que conhecia até você fazer o que fez... - Ela suspirara fundo. - O que sente por mim, Malfoy?
Ele abriu e fechou a boca várias vezes.
- Não sei. – Ele falou finalmente.
Hermione se afastou dele como se estivesse vendo o animal mais horrendo e perigoso à sua frente, ela virou de costas e então correu, correu o mais rápido que podia, não sabia o porquê de estar correndo, mas sabia que queria fugir daquele loiro.
Ele foi atrás dela. O dia dele já estava perdido mesmo. Odiava aquela perseguição. Mas, por que não?
Hermione tropeçou em uma pedra e caíra no chão, ela chorava alto. Escutava os passos de Draco se aproximando dela, queria se levantar e fugir, mas simplesmente não conseguia.
Draco viu Hermione caída naquele chão, fraca, indefesa. Fraquejou. A observava e caminhava até ela, vagarosamente. Aquela cena não iria sair de sua cabeça. Todas as suas lembranças, momentos com Hermione, de brigas a beijos, tudo veio à tona. Apenas com aquela cena que sabia, iria repetir por um bom tempo em sua cabeça.
Ela olhava atenta para o chão, limpou com força algumas lágrimas e tentou levantar-se, sem sucesso.
Palavras eram desnecessárias. Ele ofereceu a mão à ela, para subi-la.
Hermione levantou-se sozinha, e virou-se de costas para Draco, ficou ali parada de costas para ele durante alguns segundos.
- Acabou... - Ela falou seca.
- Tem certeza? Vai abrir mão de seus amigos e, principalmente, de seus sentimentos, por um orgulho bobo e uma incerteza? – Ele fitava as costas dela.
- Harry, Rony e eu já nos safamos da morte várias vezes, desta vez não será diferente! - Ela falara ainda sem encará-lo. - Eu prefiro abrir de um sentimento platônico do que sofrer por causa dele...
- Potter, Weasley e você? Isso não se trata só de vocês. E não vão se safar dessa vez. Sentimento platônico? Vai sofrer da mesma maneira, se abrir mão dele. Você não vê o que está diante de seus olhos, Granger?
- Sempre nos safamos, Malfoy! - Ela falara seca. - E o que eu vi foi errado, afinal foi você quem falou que não sabe seus sentimentos por mim, eu estou cansada desse jogo de gosto e não gosto!
- ISSO NÃO SE TRATA APENAS DE MIM E VOCÊ! PARE DE SER TÃO EGOÍSTA E OLHE AO SEU REDOR! NÃO VÊ O QUE ESTÁ ACONTECENDO? VOCÊ É MUITO INTELIGENTE! ENTÃO, PARE PARA PENSAR NO QUE ESTÁ FAZENDO E NA REAÇÃO QUE ISSO PROVOCARÁ! – Ele começara a gritar.
- ESTOU FARTA DE SEUS MEDOS BANAIS!!! - Ela virara para encará-lo. - VOCÊ NUNCA LUTA PELO QUE QUER, NÃO É MALFOY? VOCÊ NEM SABE O QUE QUER! VOCÊ SABE O QUE PRECISA FAZER, MAS NÃO SABE O QUE DESEJA FAZER E COM ISSO MAGOA TODOS A SEU REDOR!
Ele ficou a encará-la. Ela tinha razão. Ela havia, enfim, o afetado.
- EU NUNCA ME PREOCUPEI COM TODOS AO MEU REDOR! E AGORA, ESTOU ME PREOCUPANDO! VOCÊ ACHA QUE ISSO É FÁCIL PRA MIM, MAS NÃO É! – Ele levou a mão à cabeça. Seu pé balançava com raiva. – E ISSO TUDO POR SUA CULPA! – Ele apontou para ela, a encarando nos olhos. – POR SUA CULPA COMECEI A ME PREOCUPAR COM OS OUTROS! ME PREOCUPAR COM VOCÊ! – Ele parou repentinamente e virou a cabeça, fugindo de seu olhar.
Hermione o encarou, séria.
- Se eu te afeto e você me afeta, é melhor paramos por aqui... - Ela falou numa voz não muito confiante.
- Você não quer isso, Granger... – Ele parecia mais confiante que ela. – Nem eu...
- Então, por Merlim, me diga o que quer! - Ela falara já cansada daquilo tudo.
- Confie em mim. – Não era uma ordem... Era uma súplica.
- Como eu posso confiar em alguém que nem ao menos sabe o que deseja? - Ela falara no mesmo tom.
- Nesse momento, desejo apenas isso... Que você confie em mim.
- Eu... - Ela mordera o lábio inferior. - Não posso...
Ela suspirou pesado.
- Não posso confiar alguém que não me fale a verdade e me diga seus sentimentos...
Ele suspirou pesadamente como ela.
- Se eu, ao menos, pudesse lhe dizer tudo agora... Se eu, ao menos, soubesse o que sinto...
- Mas não sabe e não pode dizer, não é? - Ela falara cansada. - É melhor para nós... Acabou, Draco...
- Você sismou com isso, Granger.
- Então, me fale, Malfoy! O que quer que eu faça? Tirando "confiar" em você!
- Nunca pensei que iria lhe pedir isso, mas... Fica comigo! Fica do meu lado...
Hermione ergueu ambas as sobrancelhas e ficou o fitando com a boca entreaberta, não sabia o que dizer, não sabia como agir, naquele momento ela estava completamente perdida.
Ele a fitava esperando ansiosamente sua reação.
- Por... Por que me quer ao seu lado? - Ela falara tremendo.
- Não quero... Preciso.
Hermione engolira seco.
- Não posso... - Ela falara seca. - Não posso ficar com alguém que não me quer, mas que precisa de mim...
- Eu nem sei o que quero direito... Quer dizer, eu quero você ao meu lado. Quero porque preciso. É tão difícil de entender?
- Sim... - Ela falou suspirando cansada. - Você só me quer a seu lado porque precisa de mim, não porque me quer por querer, e é esse ponto que quero chegar... Você nunca faz o que quer, mas sim o que precisa...
- O QUE VOCÊ QUER DE MIM? QUE EU ADMITA? OK! EU QUERO E PRECISO DE VOCÊ! – Ele gritou.
Hermione assustou-se, dentro dela era como se ela tivesse medo dele, deu dois passos para trás, suas mãos suavam frio e ela encarava os olhos azuis. Ela apenas queria que ele falasse "Eu gosto de você", mas ele parecia não entender aquilo. Ele sempre gritava e levava para o lado sério, ele era diferente e isso a assustava.
Draco virou, de costas para ela, e começou a balbuciar algumas palavras. Falava com sigo mesmo.
- Eu não deveria ter falado nada. Não deveria. – Balançava a cabeça como que para afastar pensamentos.
- POR QUE VOCÊ TEM QUE SER GROSSO QUANDO FALA O QUE SENTE? – Ela gritava alterada.
- Porque, simplesmente, EU NÃO ESTOU ACOSTUMADO COM ISSO! – Ele gritara com ela.
- EU NÃO SOU SURDA PARA VOCÊ FICAR GRITANDO COMIGO!!!
- EU TAMBÉM NÃO SOU! E VOCÊ TAMBÉM GRITA FEITO LOUCA!
- EU NÃO GRITO FEITO LOUCA!!! EU APENAS QUERO QUE VOCÊ ENTENDA!!! VOCÊ NÃO LUTA POR NADA, VOCÊ NÃO TEM VONTADE DE NADA! VOCÊ DIZ, MAS NÃO FAZ! EU NÃO CONSIGO TE ENTENDER!
- AH, CALA ESSA BOCA, GRANGER!
Falando isso, Draco a pegou com força pela cintura e a beijou fervorosamente. Ela queria a atitude, então, ele deu a atitude pra ela. Não transmitia nenhum sentimento através daquele beijo. Foi como uma obrigação. Fez apenas por fazer! Era assim que ele entendia as coisas. Eram assim as coisas pra ele.
Hermione o empurrara com força, ela sentira naquele beijo um gosto amargo.
- Não quero que as coisas sejam assim... - Ela falara seca. - Não quero que me beije apenas por beijar!
Draco nada falou. A olhou com um desprezo enorme e foi embora. Assim... Do nada! Sem mais nem menos! Saiu, porque não se sentia bem naquele ambiente e agora, começava a não se sentir bem ao lado dela.
- ACABOU, MALFOY! - Ela repetiu com um enorme aperto no coração. Sentou no chão, desolada e chorara compulsivamente.
- O QUE FOI QUE EU FIZ PRA MERECER ISSO? – Ele gritou virando-se pra ela e parando, a observando no chão.
Ela não recebeu, cobriu o rosto com as mãos e soluçava, não agüentava mais aquilo tudo, estava farta.
Draco se levou pelo impulso. Foi até ela e a abraçou. Carinhosamente. Isso sim, demonstrou algum sentimento. Ao contrário, do beijo. Ele a abraçou para protegê-la de algo. Algo que ela ainda desconhecia! Algo que ela temeria quando, enfim, descobrisse! Ele sabia.
Ela o abraçou de volta, não sabia o porquê fazer aquilo, mas ela se sentia amada naquele momento, era como se naquele abraço ele falasse "Me perdoe...", encostou a cabeça no ombro dele e parou de chorar, ficou em silêncio esperando que ele falasse algo.
- Eu estava errado... – Ele, enfim, falou, sussurrando em seu ouvido.
Hermione o encarou nos olhos e ergueu a sobrancelha.
- Co-como?
- Eu não deveria ter gritado. – Ele falou virando o rosto para não encará-la nos olhos. – Eu... Só... Não estou acostumado com isso, já disse! É estranho!
Ela colocou as duas mãos na face dele forçando a encará-la.
- O que sente por mim, Draco? - ela tornou perguntar.
- Já disse... Eu não sei! – Ele virou o rosto novamente.
- Sinto muito... - Ela falou tristemente. - Mas não posso continuar assim... Acabou, Draco... - Ela levantava-se.
Ele a encarou como se fosse um verme.
- Não me olhe assim! - Ela falara severa. - Será que você não entende que está me machucando!
- Será que VOCÊ não entende o que está fazendo? DEIXE DE SER IDIOTA, GRANGER! PARE DE SER TÃO EGOÍSTA! Eu NÃO estava errado! Você nunca muda, Granger! Sua cabeça se limita a mudanças!
- Sinto muito, Malfoy... - Ela falara magoada. - Mas se eu mudar deixarei de ser eu mesa... Adeus...
Ela virara de costas e começara a andar em passos lentos e vacilantes.
- EU ERREI MUITO SOBRE VOCÊ, GRANGER!
- Você não é o único, Malfoy! - Ela o encarava por cima dos ombros.
- ME DECPCIONEI MUITO MAIS QUE VOCÊ!
- NÃO, MALFOY, NÃO SE DECEPICIONOU! - Ela berrara. - VOCÊ NÃO SE APAIXONOU E DESILUDIU, VOCÊ NÃO FOI TRAIDO! EU FUI!
- VOCÊ TEM AMIGOS, GRANGER! VOCÊ TEM GENTE QUE TE AMA! GENTE QUE VAI FICAR DO SEU LADO DE QUALQUER FORMA, ACONTEÇA O QUE ACONTECER! EU NÃO TENHO ESSE “PRIVILÉGIO”. ESTOU INDO CONTRA O PRINCIPIO DE TODOS AO MEU REDOR! ESTOU TRAINDO A CONFIANÇA DE TODOS! E SABE POR QUÊ? SABE O MOTIVO PELO QUAL TODOS VÃO TER RAIVA DE MIM? O MOTIVO PELO QUAL TODOS VÃO ME ODIAR? O MOTIVO PELO QUAL TODOS VÃO QUERER ME MATAR? VOCÊ!
- Querem te matar? - Ela erguia a sobrancelha. - Por minha causa? - Ela ria desesperada balançando a cabeça - E você não sabe o que sente por mim e a culpa é minha?
Draco passou a mão pelos cabelos, três vezes seguidas. Suspirou fundo mais duas. E a encarou nos olhos, não entendendo como a reação dela havia sido tão... Bacaca? Egoísta? Idiota? Insensível? Ela não era Hermione. Não podia ser.
- Você não... – Ele balançou a cabeça negativamente. Preferiu não acabar a frase. Virou-se e caminhou em passos vagarosos. Deu um riso debochado.
- VOCÊ ACHA QUE EU NÃO SEI DISSO TUDO? - Ela berrou para ele. - ACHA QUE SOU EGOÍSTA AO PONTO DE NÃO PENSAR EM SUA VIDA? Você não sabe nada sobre mim, Malfoy! - Ela falara tristemente. - Se quero me afastar de você não é apenas para me proteger... É para te proteger também, afinal... - Ela deu um pequeno sorriso. - Estamos nos envolvendo demais...
Draco parou, ainda fitando seu caminho.
- Você não tem nem noção de aonde se meteu, Granger. Você podia ter desistido antes. Agora, só há uma maneira de me proteger e você acaba de negá-la. – Ele riu debochadamente. – Mas... Ainda há tempo de se proteger. Então, boa-sorte... Você vai precisar. – Ele falou e voltou a andar vagarosamente.
- Para de drama, Draco! - Ela fechara os olhos. - Eu não queria gostar de você, eu não queria...
- Nem eu, Granger... – Ele murmurou, achando que ela não o ouvira, balançando a cabeça negativamente, novamente. – Nem eu...
- O que você disse? - ela se aproximara dele.
Ele virou-se e a encarou nos olhos, a principio, não entendo nada. Quando percebeu, levou a mão à boca e riu debochadamente, mais uma vez. Balançou a cabeça negativamente, de novo.
- Hipócrita! - Ela falara, franzindo o cenho.
Ele a encarara. Não tinha o que dizer. Aquilo era um adeus. Riu debochadamente, DE NOVO! E deu as costas pra ela. Voltou a andar seu caminho vagarosamente, DE NOVO!
- Covarde!!! -ela berrara e saíra andando em passos rápidos.
Draco parou, fechou os olhos e sentiu ela se distanciar. Encostou-se de costas na parede gelada, levou as mãos à cabeça. Sim, ele sentia alguma coisa por aquela garota. E agora, tinha certeza disso.
Hermione fizera o mesmo sem perceber que ele estava ainda ali parado, a poucos metros dela, levou a mão à têmpora, o dia já havia começado uma droga e ela não via a hora de terminar.
"Porque eu tenho que gostar de alguém tão complicado! Droga!!!"
Draco olhou de relances para os lados. Viu Hermione ali, parada como ele, longe demais para alcançá-la. Ficou a fitá-la. “Como as coisas foram parar a esse ponto?” Ela era linda... Sorriu para si mesmo. “Como nunca reparei nela?”
Hermione balançava a cabeça negativamente. "Eu só queria que as coisas fossem diferentes." Ela escorregou pela parede sentando-se no chão frio.
Draco riu nervosamente. Não sabia nem mais no que pensar.
"Se ele fosse menos covarde e lutasse pelas coisas que deseja... Droga Mione pare de pensar nele!"
Ela então escutou alguém rindo e o viu ali, a poucos passos dela, levantou-se e saiu andando.
Ele a observou sair de lá, perguntando-se se ela o havia visto. Odiava admitir, mas ela estava certa. Ele estava sendo covarde. “Você também seria, se sua vida dependesse disso...”
Ela queria que ele a seguisse, mas ele parecia não querer isso...
- Hipócrita, covarde, idiota... - Ela murmurava.
Draco desencostou-se da parede e ficou olhando o ponto pelo qual ela havia ido embora. Perguntava-se se deveria segui-la e se seguisse, o que falar.
- Como ele pode ser tão covarde e idiota? Ai que ódio! - Ela continuava o xingar enquanto andava, nem sabia ao certo para onde estava indo.
Draco achou que aquela não era uma boa hora de ir atrás dela. Na verdade, achava melhor nem encontrar com ela por um tempo. O bastante para esquecê-la.
Seguiu para as masmorras. Aulas da manhã, perdidas. Dia perdido. Subiu para seu dormitório e deitou-se na cama de roupa e tudo. Ficou a fitar o teto. Dormiu. Sonhou.
Hermione ainda andava xingando ele, precisava desabafar com alguém, respirou fundo e fechou fortemente os olhos.
Rony andava apressado. Estava atrasado pra aula de Adivinhação. Isso que dava ficar fazendo o trabalho no intervalo. Estava preocupado com Hermione e se perguntava se Harry a havia achado... Ele disse que ia procurá-la, assim que havia saído da aula. Hermione estava muito estranha...
Ela então avistou o ruivo, seus olhos encheram-se de lágrimas e o abraçou com força, não conseguia falar nada apenas chorar, Rony parecia ser o único naquele momento capaz de confortá-la.
- Mione? O que houve com você? – Ele perguntou, ainda a abraçando. Assustado com a ação repentina da garota.
- Ele... Ele... - Ela não conseguia falar, apenas soluçar.
Ele a distanciou e encarou seus olhos molhados e inchados de tanto chorar.
- Foi o Malfoy, não foi? Ah, esse cara me paga! – Rony falara com raiva.
- Não faça nada! Esquece Rony! Acabou mesmo... - Ela limpava ás lagrimas. - E eu, eu estava gostando dele e ele disse que... - Ela voltava a chorar. - Ele... Não tinha coragem de assumir que gostava de mim... - Ela voltava a debulhar-se em lágrimas.
A ficha na cabeça de Rony caiu.
- A Parkinson estava falando a verdade... – Ele murmurou, ainda sem acreditar.
- Hã? Do que você está falando? - Ela se afastava do ruivo para encará-lo.
- Ontem, a Parkinson me falou que ele estava te usando.
- Co-como? - Ela empalidecera.
- Exatamente o que você ouviu...
- Explique isso melhor! - A tristeza dela parecia ter sumido ocupando o lugar de um profundo ódio.
Rony contou-lhe o que havia acontecido na monitoria no dia anterior, ocultando algumas partes, obviamente.
- Então, ela disse que ele só estava te usando. Um plano de Você-Sabe-Quem para se aproximar de Harry. – Ele finalizou.
Hermione levara a mão a boca.
- Ele... Ele... Como ele pôde? - Ela suspirou fundo. - Não precisa se preocupar, Ronald, eu estou melhor, e pode ter certeza que eu JAMAIS vou perdoar o Malfoy! E se ele tentar algo contra Harry eu mesma acabarei com ele! - Ela falara por fim.
Harry chegou, ofegante, perto dos dois.
- Ah, aqui estão vocês! Hermione, estava te procurando. Onde você se meteu?
Rony a olhou de modo significativo, como se dissesse “Ele já tem problemas demais.”
- Ah... Eu perdi o tempo lendo Hogwarts: Uma História no jardim. Desculpe... - Ela sorria fracamente.
Rony riu.
- Ah, não! De novo, não! Sabe por que ela leu de novo, não é, Harry? Só pra ficar repetindo para gente...
- “Não se pode aparatar nos terrenos de Hogwarts!” – Os dois falaram juntos e riram. – “Será que vocês nunca vão ler Hogwarts: Uma História?” – Harry completou e riu.
Hermione olhara carinhosamente para os dois e suspirou fundo.
- Bem, vamos para as aulas não é? - Ela ria.
E os três seguiram para suas devidas aulas. Rony e Harry, Adivinhação e Hermione, Aritmancia.
Draco acordou de um pesadelo estranho. Sentou-se na cama e tudo girava. Não se recordava muito bem do sonho, mas havia escutado um grito, quando acordara. Um grito familiar.
Tomou uma ducha gelada, para espairecer as idéias. Aquela voz gritava em seu ouvido. Aquela voz... Conhecia aquela voz. Se enxugou e se vestiu. Era a hora do jantar. Desceu para o Salão Principal.
O dia passara obscuro para Hermione, ela pensara o dia inteiro no que Rony lhe falara. Finalmente o jantar havia chegado, arrumou-se e foi para o salão principal.
Draco descia as escadas, ainda tentando lembrar o pesadelo, em vão.
Ela sentou-se de costas para a mesa da Sonserina, ao lado de Rony, deu um beijo estalado no rosto do ruivo e começaram uma conversa animada.
Draco sentou-se no mesmo lugar de sempre, em sua mesa. Não falou com ninguém. O tempo passou mais devagar do que o normal.
Hemione estava sentada a mesa com Rony, quando lembrara-se: Monitoria.
- Vamos, temos monitoria... - Ela falava monotamente levantando-se.
- Ah, é mesmo! Já tinha esquecido... - Ele ria de lado.
- Poisé... - Ela dava os ombros.
Depois de muito tempo, viu Hermione e Ronald levantarem da mesa da Grifnória, foi quando lembrou-se... Monitoria.
- E então? Como você está? - Rony perguntava. - Vai sobreviver a monitoria com ele?
- Eu sobrevivo, não se preocupe... - Ela ria de lado.
Caminharam até a sala dos monitores chefes, onde pouco tempo depois Draco chegara.
- Boa-noite! Com que dupla iremos dividir essa noite? – Draco perguntara monotamente.
Hermione fingira não escutar, dera os ombros como se dissesse "Tanto faz pra mim".
- Ok. Eu sei que você não quer falar comigo. Então, pelo menos me entregue o horário das monitorias, por favor. – Ele falava estendendo a mão para ela, a espera do horário.
Ela abrira a mochila e o entregou, sem dizer nada. Rony observava tudo aquilo sem nem piscar.
Draco pegara de sua mão e passara os olhos sobre o papel. Olhara para Rony.
- Hoje não o dia de sua monitoria, Weasley! Então, o que faz aqui? – Perguntou Draco.
Rony fechara a cara.
- Já estou indo, Malfoy! - Ele virara-se para Hermione. - Promete que vai ficar bem?
- Prometo! - Ela sorria e beijava a face dele.
Dizendo isso ele lançara um olhar mortífero a Draco e saíra dali, os deixando a sós.
- Patético! – Draco dissera e voltara ao papel. – COMO ASSIM? MONITORIA DUPLA? – Ele gritara.
- Se já terminou seu show, poderíamos ir monitorar? - Ela falara friamente.
- VOCÊ VIU ISSO, GRANGER? – Ele perguntou, a ignorando. – MONITORIA DUPLA! VAMOS MONITORAR O CASTELO INTEIRO! INTEIRO! E O TEMPO É DOBRADO! NÃO ACREDITO NISSO!
- Vamos logo Malfoy... - Ela dava o ombro e saia pela porta. - Quanto antes começarmos, antes terminamos...
- Eu não acredito nisso... Não acredito... – Ele murmurava, enquanto saía da sala dos monitores chefes atrás dela.
Hermione apenas girava os olhos e continuava a andar.
Draco, depois de um tempo, parou de resmungar e ficou a fitá-la. Aquilo sim, era uma tortura.
Ela andava em passos rápidos sempre o deixando para trás, estava com tanta raiva dele que qualquer coisa que tentasse falar daria em uma bela briga.
Draco parou do nada.
- Granger, você pode parar de correr, por favor? – Segunda vez que ele falara “por favor”.
- Estou andando Malfoy! Se não sabe diferenciar eu sinto muito! - ela continuava a andar.
- Ah, Granger! Que saco, você, hein?
Ela não respondeu, continuou a andar.
Draco ficou ali parado. Não dava para monitorar com ela. Não daquele jeito.
- O que está esperando, Malfoy? - Ela falava severa.
- Que você pare de me tratar assim.
- Ah sim claro! Santo Malfoy! - Ela o imitava.
- Eu espero...
- Espera o que Malfoy? - Ela girava os olhos, o encarando.
- Você parar de me tratar assim, oras!
- Ahh... E você quer que eu te trate como, Malfoy? Você é ridículo!
- Tenho a noite toda, Granger.
- Sabe o que você deveria fazer agora? Ir a seu estimado Lorde das Trevas e falar o horário de Harry! Oh não, não é preciso isso! Pode usar a melhor AMIGA DELE PARA AFETÁ-LO!!! - Ela ironizava.
- Hã? Co-Como? – Draco perguntara com a sobrancelha esquerda erguida.
- Não se faça de idiota!!! - Ela bradava. - Eu já sei de tudo! DE TODO SEU PLANO IDIOTA!
- O plano que você ouviu da minha tia? Mas eu já disse que não tem nada haver, que você precisa confiar em mim.
- Não foi só isso, Malfoy! - Ela ria nervosamente. - Ou melhor, eu deveria agradecer a Parkinson, graças a ela, eu soube a verdade! Me usar para chegar a Harry!!! Como pôde??
- Pansy? O que ela te disse?
- Não interessa!!! Agora tudo se encaixa perfeitamente... “Não sei o que sinto por você, e você tem que confiar em mim!” - Ela o imitava. - POUPE-ME!!!
Virava de costas e andava em passos rápidos.
- Do que você está falando, Hermione?
- Não me chame de Hermione! - Ela o olhava como se fosse um verme.
- TE CONHEÇO O BASTANTE PARA TE CHAMAR DE HERMIONE!
- NÃO! NÃO CONHECE! E SINCERAMENTE EU NÃO TE CONHEÇO!!!
- SINTO EM LHE INFORMAR, MAS CONHEÇO SIM! – Ele gritou pra ela.
- Eu não tenho mais nada a falar com você! - Ela virara-se e continuara a andar.
- Sinto em lhe informar, de novo, mas tem sim!
Ela o ignorara e continuara andando.
- Não se preocupe... Faço questão de avisar a McGonagall que a senhorita não fez a monitoria.
- Eu estou fazendo a monitoria, Malfoy, apenas não quero conversar com você! - Ela o encarava séria.
- Não está fazendo comigo.
- Estou Malfoy, estou, aqui não estou? Agora vê se me esquece e nós logo acabamos nossa obrigação, quanto menos tempo eu passar com você melhor!
- Esquentadinha! – Murmurou ele, voltando a andar, finalmente.
- Hipócrita! - Ela revidou girando os olhos.
- Ah, Granger! – E falando isso, a puxou pela cintura e a envolveu em um beijo. Estava cansado daquele jogo. A beijou possessivamente. A beijou como se sua vida dependesse disso.
Ela o empurrou com força e limpou os lábios com a mão, o olhou enojada.
- Não me toque! - Ela falava numa voz rouca e ameaçadora.
- Ah, Granger, pára com isso! Você gostou! E não me venha dizer que não, porque eu sei que gostou!
- Não! Não gostei! Como iria gostar de alguém falso, cínico e hipócrita como você?! - Ela brandara.
- Falso? Cínico? Hipócrita? Pelo visto, anda adicionando palavras novas no seu dicionário, Granger! E outra, independente do que sou, você gosta!
- GOSTAVA!!! - Ela berrara para ele.
- GOSTA! Quer dizer, GOSTA NÃO! AMA! – Ele a encarava nos olhos.
- Se iluda sozinho, Malfoy! - Ela virara as costas para ele.
- Tá bom, Granger! – Ele falou irônico.
- Será que podemos monitorar? - Ela falava em deboche. - Ao invés de escutar essa sua voz patética?
Draco bufou alto.
- Alguém já lhe disse que você é terrivelmente irritante? – Ele perguntou debochadamente, enquanto voltava a andar.
Hermione girara os olhos, não queria mais conversar com ele, não queria mais ser iludida por ele, naquele momento ele tinha dela todo desprezo do mundo.
Após um dos minutos mais longos de sua vida, Draco começa a cantarolar, já não agüentando aquele silêncio.
- Depois eu que sou irritante... - Hermione murmurara para si própria, suspirando pesado em seguida.
Draco, ao ouvir o murmúrio e o suspiro, começou a cantarolar mais irritantemente alto ainda, com objetivo de provocá-la cada vez mais. Seu “hobbie” preferido.
- Se continuar com essa cantoria dos infernos, eu juro que te lanço um Silêncio! - Ela falava, lançando um olhar mortífero para o loiro.
Draco continuava como se nem tivesse a ouvido.
- SILÊNCIO!!! - Ela lançara o feitiço nele.
Draco começara a gritar com ela mais sua voz não sai. Ele gritava coisas como: “TIRA ESSE FEITIÇO, SUA IDIOTA! AGORA!”, “VOCÊ TÁ FERRADA COMIGO, GRANGER!” e “EU TE ODEIO!”
Hermione olhou toda aquela cena de cenho erguido, não agüentou caiu na gargalhada, Draco naquele momento parecia uma criança de 2 anos que havia perdido um sapo de chocolate, ela sentara no chão com a mão na barriga, gargalhando alto.
Quando, finalmente, se lembrou de sua varinha, Draco tirou o feitiço. Assim que o fez, olhou para Hermione com um olhar mortífero, a encarou nos olhos e falou com a voz mais ameaçadora possível.
- Nunca mais! Ouviu bem? Nunca mais faça isso de novo! – Se controlou para não a enfeitiçar naquela hora.
- Não me venha me dar ordens Malfoy! - Ela dizia ainda gargalhando.
- Eu dou ordens em quem eu quiser! – Ele disse, começando a aumentar o tom de voz e se aproximando mais ainda dela.
Ela parara de rir no mesmo momento o encarando séria.
- Não em mim, Malfoy! Olhe para você! Riquinho, mimado, idiota! Ridículo!
Draco fez de tudo pra não deixar transparecer, em vão, mas o que Hermione havia lhe falado o havia afetado, realmente. Ele a encarou de uma forma como se concordasse com ela. Logo depois, sua razão o impediu de continuar com aquilo.
- Sou melhor do que você, Granger! – Ele disse, fugindo do olhar dela e voltando a andar.
Draco fez de tudo pra não deixar transparecer, em vão, mas o que Hermione havia lhe falado o havia afetado, realmente. Ele a encarou de uma forma como se concordasse com ela. Logo depois, sua razão o impediu de continuar com aquilo.
- Sou melhor do que você, Granger! – Ele disse, fugindo do olhar dela e voltando a andar.
- Ah sim, claro, você é sangue puro! - Ela girara os olhos.
Draco ignorou a garota, pensando em tudo que ela havia falado.
- Ora, ora, ora... Um Malfoy sem palavras? Não vai jogar na minha cara o fato de eu ser nascida trouxa, Malfoy? Você é ridículo! - Ela girava os olhos, naquelas palavras ela conseguira mostrar toda sua mágoa por ele.
Ele se conteve em apenas a encarar. Não tinha forças, nem o que responder a ela.
- Ridículo... - Ela murmurou mais uma vez, virando as costas para ele e voltando a andar. - Diga a seu amado Voldemort que eu não vou servir mais de isca para atingir Harry, pelo contrário, irei fazer questão de estar ao lado de Harry quando ele for destruí-lo!
- Por que toda fez que você não tem assunto, você começa a falar de Voldemort, – Draco se surpreendeu em tê-lo chamado pelo nome. Se seu pai o ouvisse falando isso... Culpa da Hermione, que sempre o chama assim. -, guerra, comensais da morte e Harry Potter?
- Porque foi esse o motivo que o fez se aproximar de mim! - Ela bradou. - Dói eu jogar isso na sua cara?
- Por que doeria?
- Boa pergunta... - Ela rira nervosa. - Não dói, não é? Porque alguém como você não tem sentimentos e se diverte com a desgraça alheia!
Draco bufou alto novamente.
- É, Granger! Eu sou a pior pessoa do mundo. Pior do que os comensais da morte. E pior até do que o Lorde das Trevas! – Ele falou indiferente.
Hermione o encarara nos olhos.
- Não seja dramático... Pelo menos você não matou ninguém ainda... Ah! Já ia me esquecendo! - Ela fazia cara de pensativa. - Eu seria seu primeiro assassinato, não é? Então, Malfoy! Vamos, me mate!
- Bem, que te matar agora, me parece uma idéia bastante razoável...
- Então, vai! Cumpra sua missão! - Ela falava desafiadora.
Ele a encarou como se fosse um verme. Ela nem imaginava o que ela dizia. Não tinha noção alguma do quanto estava o fazendo mal.
Ela aproximou-se dele e pegou em sua mão colocando a varinha do mesmo em seu pescoço.
- E então Malfoy? Quer que eu grite Avada Kedrava junto de você? Assim você magoa seu inimigo e ainda por cima faz com que o seu lorde te recompense...
Ele fechou o punho, com raiva. Abaixou a varinha.
- Cala essa boca, Granger! – Ele falou passando por ela com um nojo enorme.
- Você fala com nojo de mim não é Malfoy? Mas o único digno deste nojo aqui é você!!! - Ela falava seca, sentindo uma lágrima escorrer. - A Parkinson realmente tinha razão...
- Pare de falar besteira, Granger! E pare para pensar em tudo o que você falou agora! Deixe de ser idiota!
- Deixe você de ser idiota Malfoy! - Ela falava se aproximando dele como uma leoa. - Você nunca me deu motivos para confiar em você, nunca tentou me fazer confiar em você! Armou contra mim, me fez... Me fez acreditar... Me fez... - A voz dela falhava, não queria dizer que ele a fez se apaixonar por ele, não podia falar aquelas palavras.
- Se apaixonar por mim... – Ele completou sua frase, sem, nem ao menos, perceber.
Hermione dera um passo para trás, os olhos ainda estavam cheios de lágrimas prontas para escorrerem a qualquer momento.
- Isso foi passado, Malfoy! - Ela o cortara, seca. - Apenas reze para não nos encontrarmos na guerra, pois se nos encontramos, um de nós sairá morto e não serei eu... - Ela falara seca tentando passar por ele.
- É... Talvez eu vá merecer isso.
Ela fingira não escutar e continuara a andar, sentia um aperto no coração fora do comum e uma leve tonteira, cambaleou um pouco com a mão na testa, mas logo voltando ao normal, não iria mostrar para ele o quanto estava fraca.
- Eu deveria ter me alimentado direito... - Murmurou para si própria.
- Depois, se acontecer algo com você a culpa toda vai ser minha. – Ele murmurou.
Ela respirou fundo e sentou-se no chão.
- Como eu deixei as coisas chegarem a esse ponto? Era bem mais fácil quando você ainda era Draco Malfoy, o idiota da sonserina! - Ela falava mais para si do que para ele.
Ele sentou-se a seu lado.
- Também era bem mais fácil quando você ainda era “Granger, a sangue-ruim amiga do Potter”...
- Não fale comigo dessa forma, como se nutrisse algum sentimento por mim Malfoy! - Ela falava severa.
- Não fale comigo dessa forma, como se não nutrisse nenhum sentimento por mim, Granger! – Ele falou da mesma maneira.
Hermione suspirara cansada.
- Sinto algo por você, Malfoy, mas no momento esse sentimento se resume em raiva, mágoa, ódio, tristeza e decepção... - Ela falara o encarando nos olhos.
Ele a encarava nos olhos com uma cara de “consciência pesada” e não respondeu nada. Seus olhos já diziam tudo. Se controlou para não beijá-la. A vontade era grande.
Ela pensara em recuar por um instante, mas os olhos dele haviam a prendido ali, aqueles olhos...
Aqueles olhos pareciam ter tanta dor neles e era como se ele visse tudo o que ela estava sentindo ou pensado....Fechara os olhos bruscamente.
- Não me olhe assim, Malfoy!
Ele virou-se pra frente e levou a cabeça aos braços, apoiados nos joelhos.
N/Kitai: mais um cappppppp... \o/ gostei desse... xD ain iain.. amo escrever com a Bia apesar dela enrolar ahuahau.. te adoro Biaaa... beijao povo e comenteeemmm \o;
N/~Bia^^: Pois é... Mais um cap, que eu particulamente, gostei muito! E vou ser bem sincera com vocês em duas coisas: Se esse cap demorou, a culpa foi minha, eu enrolei a Kitai, até não poder mais, falando nisso: Te amo, Kitai! Mil desculpas, pessoa! E a outra coisa é que eu duvido muito que o próximo cap saia logo... Estou de regime militar, como diz minha mãe, sem net, saídas e blá blá blá ATÉ DEZEMBRO! Claramente, que fugirei desse regime muitas vezes, mas vamos demorar a posta! Beijão, pessoas! Amo todos vocês! Beijo especial para minha mana linda e ciumenta: ***Sara***, para também Mari F. Black, Carol Lestrange, Kitai Black! Pessoas especiais! Comentem!
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