"Apenas confie em mim"



“Apenas confie em mim”



Hermione olhava para o loiro, seu coração doía de uma forma inigualável, sentia uma vontade de abraçá-lo quase incontrolável.

- Me conte a verdade, Malfoy... - Ela falava séria. - É a última chance que te dou.
- Tá bom... – Ele se limitou a dizer.

Ela assustara-se com a reação do loiro, ficou a fitá-lo com a boca meio aberta, como se esperasse algo mais.
Ele respirou fundo, como se enche-se de coragem para falar.

- Mas...
- Fala... - Ela segurava a mão dele com força. - Se quer que eu confie em você, me conte o que está havendo, Malfoy!
- Não pode falar nada ao Potter... – Ele completou. – Nem nenhum de seus amiguinhos.

Hermione parecia brigar com sua consciência por um instante. Suspirou fundo.

- Dou a minha palavra...
- Por onde começo?
- Pelo começo... - Ela falara seca, ainda o encarando.
- Não é tão fácil assim... Se alguém souber que vou te contar isso... – Ele ficou a pensar... – Vão me matar...
- Não vou permitir que te matem, Malfoy, a única pessoa que tem esse direito sou eu... - Ela falara irônica.

Ele rira forçadamente.

- Voldemort... – Ele começou. – Tem um plano. Um plano onde eu sou responsável por levar o Potter pra ele, do jeito que for. É como uma prova... Uma prova para que eu... Me torne um Comensal.

Hermione tirara a mão sobre a dele. Tremeu por completa.

- E... E eu... E eu era o plano, não é? - Ela empalidecia. - Como a Parkinson disse...
- Não... Você não era. Mas parece que passou a ser. De qualquer forma, o problema ainda não é esse... Tem algo mais. Algo que meu pai ainda não me contou. Algo que tem a ver comigo... E com você.
- Me prometa, Malfoy! - Ela falava num tom desesperado. - Me prometa que não vai fazer nenhum mal a Harry!
- Não se preocupe. Não tenho autorização de fazê-lo mal, só de o entregar.
- Jure, Malfoy! Jure que não vai entregar Harry a ninguém! Jure pela coisa que você mais ama!!! - Ela falava desesperada.
- Não posso, Granger. Você sabe o que vai acontecer se eu não o entregar, não sabe?
- Eu não vou permitir que te machuquem, Malfoy! A Ordem pode te proteger! - Ela falava séria. - Se você levar Harry, terá que me levar junto!
- A Ordem? A Ordem não pode fazer nada contra eles. Não devia ter te contado nada.
- Prometa, Draco! - Ela segurava o braço dele. - Se levar Harry, me levará junto! Prometa!

Ele a encarara nos olhos.

- Não vou te levar, Granger.
- Prometa... - Ela tremia.
- Preciso de um plano... – Ele falava, a ignorando.
- Pare de me ignorar! Estamos nisso juntos! - Ela bradava. - Se você levar Harry sem mim, eu juro, Malfoy, que vou atrás de vocês!
- Não estamos, não! Não quero você envolvida nisso, tá me ouvindo? Não quero!
- Tarde demais, eu já estou envolvida!
- Não deveria ter te contado nada.
- Mas contou! - Ela falara séria. - Se não me levar junto de Harry, irei atrás de vocês, Draco... Não posso perder os dois... - Ela abaixara a cabeça tristemente.

Draco levantou e começou a andar. Seus pensamentos estavam a mil.
Hermione levantara em seguida e andou até ele.

- Draco! - Ela o chamava. - Você não vai se tornar um comensal, vai?
- Se depender de você, não... – Ele riu de lado.

Ela o abraçara por trás e chorara, não sabia se chorava de alívio, de dor, ou de medo, apenas chorava abraçada a ele.
Ele correspondia o abraço.

- Agora, você acredita em mim?

Ela balançava a cabeça afirmativamente.

- Se você levar Harry... Prometa que vai me levar... Prometa! - Ela falava o encarando nos olhos.
- EU NÃO VOU LEVÁ-LO! – Ele gritou. – Satisfeita?

Hermione sorriu. Talvez seu único sorriso sincero daquele dia, então, o beijou, o beijou com todo sentimento que tinha em seu peito, como se quisesse se livrar daquilo.
Draco se sentia aliviado. Aliviado em não guardar aquilo só pra ele. Aliviado em saber que agora ela confiava nele. Intensificou o beijo. Não sabia o que ia acontecer daqui pra frente, mas agora, isso não importava pra ele, nem pra ela.
Ela separou-se dele um pouco ofegante e o encarando nos olhos.

- Boa noite... - Ela dizia como se nada tivesse acontecido. Deu um sorriso maroto para ele e saiu andando em passos rápidos, como um coelho fugindo de um lobo malvado.
- Boa-noite, Granger... – Ele sussurrou a vendo fugir dele, como sempre, com um meio sorriso no rosto.


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Draco acordou com uma dor de cabeça insuportável. Agradeceu a Merlim por não lembrar do sonho que tivera e foi tomar uma ducha de água gelada. Se arrumou.
Apesar de não ter dormido direito, estava de ótimo humor. Com um sorriso irritante no rosto. Estava começando a ficar assustado com isso.


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Hermione acordara naquela manhã ensolarada, espreguiçou-se e se arrumou, estava de ótimo humor e sabia o motivo. Desceu saltitante para o Salão Principal e sentou-se graciosamente na mesa da grifinória.


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Draco estava sem fome, então, resolveu ir para biblioteca, ler alguma coisa.


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Hermione esperara Draco aparecer, mas ele não aparecera. Pegou uma maçã e seguiu em direção a biblioteca, e lá, ela o viu... Sentado em uma mesa, afastado, aproximou-se e colocou a maçã frente a ele.

- Bom dia.
- Bom dia... – Disse ele sem desviar os olhos do livro.

Ela erguera a sobrancelha.

- Ah, claro... Vai ser assim agora! Passe bem! - Ela falara com raiva.
- Hã? – Ele tirou os olhos do livro e a encarou sem entender. Foi quando percebeu o quanto ela estava linda essa manhã. Sorriu abobalhadamente.

Hermione girara os olhos.

- Você não escutou nenhuma palavra que eu disse, não foi? - Ela perguntava revoltada.
- Pra falar a verdade, não. – Ele a olhou com medo da reação da garota. Então, fechou o livro e a encarou. - Sou todo a ouvidos.
- Esquece... - Ela falara, virando de costas para sair da biblioteca. - Insensível... - Murmurou.

Ele a segurou pelo braço.

- Ah, para de fazer drama! Eu só estava prestando atenção no livro. Você quer o quê? Que pare tudo que eu estiver fazendo para lhe dar atenção?
- Não seria má idéia, sabe? - Ela sorria de lado, o encarando.
- Ninguém merece você na minha vida! – Ele riu. – Fale... E que seja algo realmente importante, porque está interrompendo minha leitura. - Ele riu novamente.
- Ah, claro! - Ela girara os olhos. - Não irei atrapalhá-lo mais, não se preocupe! - Ela fazia beicinho.
- Acho realmente difícil, sabe? – Ele falou procurando a página onde havia parado sua leitura.

Hermione o olhou e franziu o cenho.

- Boa leitura, Malfoy! - E começou a andar para fora da biblioteca.

Ele correu até ela e a segurou pelo braço, novamente.

- Ok, Granger! Você venceu. – Ele sussurrou em seu ouvido. - Madame Pince, estou levando esse livro aqui. – Ele gritou o mostrando.
- Não grite, senhor Malfoy, isso aqui é uma biblioteca...
- Vazia! – Ele a interrompeu.
- Oh, esse livro é realmente um bom livro, trata-se de... – Ela ia começar a falar e falar.
- Pois é... Mas estamos atrasados pra aula, não é Hermione? Pois é... Vamos! Tchau, Madame Pince! – Ele gritou...
- Silêncio!
- Até mais! – Gritou de novo.

E saiu com Hermione e o livro.

- Oh, mulher irritante. Toda vez que levo um livro, ela fala e fala do tal livro... – Ele murmurou para Hermione.
- Não seja mal educado, Draco! – Ela girara os olhos. – E pelo que eu sei, você nem ia vir comigo, deveria ter ficado lá, lendo...
- Não IA! Agora, eu já vim... – Ele falou enfatizando a palavra “ia”.
- Sei... - Ela o olhou com o canto dos olhos.

Draco nada falou, ficou apenas a observar. Sim, ela estava linda naquela manhã. Quer dizer, ela era linda. Mas naquela manhã, estava mais linda do que o normal, com toda certeza. Talvez fosse o bom humor ou algo mais.

- O que foi? Tem alguma coisa pendurada no meu cabelo? - Hermione perguntava a ele, erguendo a sobrancelha.
- Não... – Ele a olhou, fixamente. – Mas tem uma abelha.
- ONDE????? - A garota sacudia o cabelo freneticamente com as mãos. – TIRA, DRACO! TIRAAA!
- Calma, Granger! Estou brincando! – Ele dizia gargalhando da ação da garota. – E mesmo se tivesse, você já a teria matado... De susto... – Ele continuava a gargalhar.
- Não achei graça! - Ela fazia bico e tornava a andar. - Você tá muito chato comigo, hoje!
- Oh, tadinha da minha garota! – Ele falava com uma voz como se tratasse de um bebê. Nossa! Quem diria? Draco Malfoy falando daquele jeito, e o pior, com uma sangue-ruim, e não com uma sangue-ruim qualquer, com a Granger!

Hermione dera a língua para ele.

- Quem disse que eu sou sua garota? - Ela ria de lado andando em passos rápidos.
- Você é minha garota, sim! Minha garotinha... – Ele dizia com aquela voz novamente. Queria provocá-la.
- Morra iludido! - Ela girara os olhos. - Eu não sou sua garota! - Ela fingia estar indignada.
- Ah, você é sim! – Seu tom arrastado voltara.
- Não, eu não sou... - Ela fingia não reparar, falava como se explicasse para uma criança de dois anos que sabão não é para comer.

Ele a fitou e continuou a andar.
Ela deu um meio sorriso sem que ele notasse e continuou a andar ao lado dele, esperando que ele falasse alguma coisa.

- Já tomou seu café? – Ele perguntou sem muito o que falar.
- Hã... Não... Bem, estou sem fome... - Ela falava calmamente. Ele sabia mudar de assunto quando se sentia ameaçado.
- É... Eu também...
- Acho que vou indo... - Ela falava calmamente. - Encontrar os meninos...
- Hum... Claro... Seus grandes amigos. – Ele debochara.

Hermione o encara de cenho franzido, não gostava quando ele falava assim de Harry e Rony, soltou um "Humpf!" e saiu andando virando as costas para ele.

- Ah, qual é, Granger? Você só fala desses dois... “Rony isso”... “Harry aquilo” - Ele a imitava. – Isso cansa, sabe?
- Ok, Malfoy! Não está mais aqui quem falou! - Ela não virava para ele e continuava a andar.
- Que saco, Hermione! – Era uma confusão de nomes e sobrenomes.
- Eu não falei nada demais, Draco! - Ela virava para ele. - Você que está muito "esquentadinho" pro meu gosto!
- Não falou nada? – Ele perguntou ironicamente incrédulo. – Ah, sim! Você só parece ter uma incrível atração por fugir de mim.
- Eu realmente não estou te entendo! - Ela fazia cara de confusa.
- Eu também não estou te entendo!
- Ótimo! - A castanha revirou os olhos.
- E agora, Granger? O que vamos fazer? – Ele perguntou do nada.
- Você eu não sei, eu vou ir conversar com Harry... - Ela falava mal humorada.
- Você está de brincadeira, não é, Granger? – Draco perguntou visivelmente nervoso. – Você me prometeu, Granger! Me prometeu que não contaria a ele!
- E quem disse que o assunto da conversa vai ser você! - Ela falava nervosa.

Ele respirara fundo, aliviado.

- Eu estava falando disso, Hermione! Falando do que faríamos agora, depois que lhe contei tudo.
- Você continuara com o plano e quando for levar Harry, me levará também, neste dia deixarei um recado para a Ordem, e eles irão nos seguir, assim capturaram Voldemort, acabarão com ele e fim de papo!
- Nada disso! Está maluca? Os comensais estão mais preparados do que você e a Ordem imaginam... E eu não estou a par dos outros planos. Não acho que a Ordem será capaz com os Comensais. A não ser que, eles estejam a par do que anda acontecendo por lá.
- Então, você se informe! Simples! - Ela girava os olhos. - Apenas sei que quando você for levar Harry, me levará também!
- Ah, eu não vou não!
- Você prometeu! - Ela bradou.
- Não prometi! EU DISSE QUE NÃO VOU LEVAR O POTTER! SÓ PRECISO DE UM NOVO PLANO! Um plano onde você fique bem longe de tudo.
- EU NÃO VOU FICAR LONGE DE TUDO, MALFOY! SEMPRE ENFREITEI OS INIMIGOS AO LADO DE HARRY E DESSA VEZ NÃO VAI SER DIFERENTE!
- EU SÓ NÃO QUERO TE PERDER! – Ele gritou, sem perceber.

Ela se calou, por um instante, o encarando, séria.

- Nada vai acontecer comigo... Não sou uma incapaz... - Falou num tom quase inaudível.
- Não estou dizendo isso... Claro que não. – Ele falou, se aproximando. – Só que agora, as coisas mudaram. Não é apenas um cão de três cabeças ou três comensais despreparados. É algo muito mais forte do que isso.
- Não me importo! Você querendo ou não, Malfoy, eu já estou envolvida demais...
- Sei que está. E a culpa é toda minha.
- Eu já estava muito antes de você "surgir", ok?! - Ela falava virando de costas para ele tornando a andar.
- Mas não tanto quanto está agora.
- Mas estava! - Ela respondeu acelerando os passos.
- Mas agora, se acontecer algo com você, eu vou me sentir culpado, e antes, eu não tinha culpa nenhuma, quem a tinha era o Potter. – Ele gritou.
- HARRY NÃO TINHA CULPA DE NADA!!! - Ela bradou severa.
- TINHA SIM! – Ele gritou e a olhou nos olhos. Se corrigiu. – Ok, ele pode nem ter tido culpa diretamente, MAS ERA POR ELE QUE VOCÊ ESTAVA ENVOLVIDA!
- E ISSO NÃO VAI MUDAR, EU ESTOU ENVOLVIDA POR CAUSA DELE!

Draco a encarou nos olhos. Ele tinha a resposta. Claro que ele tinha. Mas seu cérebro resolveu brincar de pique-esconde com ele. Não conseguiu responder. Simplesmente, não conseguiu.

- Eu estou envolvida, porque duas pessoas que eu gosto estão no meio disso tudo e mesmo que eu não quisesse, eu não ia conseguir não me envolver... - Ela falara tristemente.
- Sei que é pelo Potter...
- E por você! - Ela o encarara nos olhos.
- E PELO QUE EU DISSE! – Ele a corrigiu. – Só porque você ACHA que eu posso conseguir as informações necessárias para proteger o Potter... Só por isso...
- NÃO É POR ISSO!!!! - Lágrimas saltavam dos olhos castanhos.
- É CLARO QUE É!
- NÃO, MALFOY, NÃO É!!! SE FOSSE, EU NÃO FICARIA TÃO TRISTE DE VOCÊ TER ME USADO! EU NÃO... EU NÃO TERIA... QUER SABER? DANE-SE!!! - Ela vira de costas andando em passos rápidos.
- EU TE ODEIO, GRANGER! REALMENTE, TE ODEIO!
- Eu queria sentir o mesmo... - Ela murmurara.
- Como? – Ele escutara, mas queria escutar de novo.
- Não é nada, Malfoy! - Ela o olhava com fúria e mágoa.
- Sei... – Ele falou irônico. – POR QUE A GENTE NÃO PODE PASSAR UMA MANHÃ, QUE SEJA, NORMAL? Tem que dar tudo errado... Sempre. - Ele aumentara a voz. Depois voltou ao estado normal.
- E devo pensar que a culpada disso tudo seja eu, não é? - ela dava um sorriso irônico. - Se enxergue, Malfoy, e veja quem é o causador de toda essa palhaçada!
- Eu? VOCÊ É MALUCA! Tá sempre querendo brigar, arranjando motivos. Sem necessidade nenhuma. Ou é o Potter, ou o Weasley ou sei lá o quê...
- Você não percebeu até agora que o único motivo de estarmos brigando é você mesmo? - Ela o encarara nos olhos.
- E por que seria eu? – Ele continuava a encarar lhe os olhos.
- Porque você é um covarde, sem coração, que acha que ninguém pode ter algum sentimento sincero pela sua pessoa sem ter segundas intenções nisso! - Ela falara finalizando e desviando o olhar.
- Engraçado como todos esses adjetivos combinam com a sua pessoa, não é?

Ela apenas balançou a cabeça negativamente e riu nervosa.

- Não, Malfoy, eles apenas definem você!
- Você também...
- Se eu fosse assim, Malfoy, eu não teria sido idiota de acreditar que você estava apaixonado por mim!

“Começou.” Draco bufou alto... “Você me enganou, você me traiu, você mentiu, eu acreditei em você, confiei em você... e blá blá blá...”, pensou Draco com ironia.

- E a pior coisa, é que eu acabei retribuindo esse sentimento! - Ela completara logo em seguida.

Draco a olhou com um ar de interessado e, ao mesmo tempo, debochado. Achou melhor ficar calado, apenas a observando com a sobrancelha direita erguida.

- Por isso, Malfoy, não me venha falar de sentimentos! Você não sabe nada sobre isso! - Ela finalizara séria desviando o olhar do loiro e seguindo seu caminho.
- Granger, você tem que parar com isso. – Ele dizia indo atrás dela.
- Com o quê, Malfoy? - Ela fingia desinteresse.
- Com isso, de todas as nossas conversas acabarem com você de vítima e eu de vilão.
- Eu não estou lhe fazendo vilão! Estou colocando os fatos, e, diga-se de passagem, você está longe de ser um mocinho! - Ela parara de andar o encarando nos olhos.
- O problema não é nem eu ser o vilão, é só você se fazer de vítima. E eu não quero ser o mocinho, o cargo já está ocupado. – Ele falou irônico, a encarando, ameaçadoramente.
- Então Draco, o que você quer de mim? Que eu bata palmas? Que eu... Hã deixe-me pensar... - Ela fazia cara de pensativa. - Te aclame?
- Você está insuportável, hoje. Alguém já te disse isso?
- Não Malfoy, eu não estou, eu apenas SOU insuportável! - Ela falara severa.
- Ainda bem que reconhece...

Ela bufara de raiva e virara o rosto empinando o nariz e seguindo seu caminho.
Ele segurara seu braço.

- Ah, qual é, Granger? Dá pra parar de brigar comigo durante vinte minutinhos?

Ela olhara para o relógio de pulso e o encarara.

- Tem 10 minutos! - Ela falara severa cruzando os braços e fitando.
- Tudo isso? Ah, não é necessário... – Ele falara com um sorriso maroto. A puxou pela cintura e a beijou apressadamente. Não estava nem aí pra nada.

Hermione assustou-se com o ato do loiro, tentara até o empurrar, mas seu corpo não obedecia. Fechou os olhos e deixou-se levar pelo momento.
Draco acariciava lhe a boca. Mordeu o lábio inferior, quando se sentiu sem ar. Os dois estavam ofegantes. Ele olhava para baixo, tentando recuperar o ar perdido. A encarou nos olhos.
Hermione encarou aqueles orbes azuis, esperava que ele falasse qualquer coisa para explicar aquele beijo, para explicar o que realmente ele queria com ela.
Draco abrira e fechara a boca várias vezes, procurando as palavras certas para aquele momento, mas simplesmente não tinham, não existiam.

- Eu... Olha, Hermione... Você sabe que é arriscado, perigoso... – Ele finalmente falou, a encarando nos olhos. Ele estava vulneravelmente transparente. Até demais.

Hermione ergueu uma das sobrancelhas.

- Eu vivo no perigo desde meu primeiro ano, Draco... - Ela falara sincera. - Mas se você me quer longe de você, eu...

Ela não conseguia falar que entendia, simplesmente não conseguia, abaixou os olhos fitando os próprios pés.

- Claro que não. – Ele disse, levantando seu queixo com a mão. - Mas agora é diferente... Desde o primeiro ano, nunca quiseram você, você não era importante pra eles, eles só queriam o Potter. Agora, não. Agora eles querem VOCÊ! É perigoso demais. Não só pra você, como pra mim e pros seus amigos. E você sabe muito bem disso.
- Mais cedo ou mais tarde, isso aconteceria! - Ela falara se esquivando dele. - Mas faça como achar melhor...

Ela não o encarava mais, não conseguia. Olhava apenas o piso.

- Hermione... Tente entender o meu lado. Logo vão descobrir que não estou fingindo estar te namorando, vão perceber que você também é um ponto fraco pra mim. E o que você acha da melhor amiga do Potter, importante para uma profecia que vai os favorecer e o ponto fraco de um traidor?
- Eu não me importo! - Ela bradava. - Eu só quero ficar ao seu lado e ao lado de Harry nisso tudo! Será que você não entende o meu lado também? Eu nunca iria conseguir ficar quieta sabendo que você e Harry correm perigo!
- Idem! – Ele também bradara.
- Olha, eu não quero mais brigar, ok? - Ela falara séria. - Seus 10 minutos estão acabando... - Ela olhava para o relógio. - Ou ficamos juntos e enfrentamos isso JUNTOS, ou é melhor ficarmos separados e enfrentarmos separados. Eu vou enfrentar isso tudo de qualquer jeito, com ou sem você!
- Eu ainda quero entender porque temos que enfrentar isso... Não escolhemos nada disso... Tá bom, você escolheu... Mesmo assim... Eu e o Potter não escolhemos nada. – Draco engoliu a seco depois que pensou no que havia acabado de falar.

Hermione ergueu a sobrancelha e ficou o fitando séria.

- Dois minutos, Malfoy... - Ela falara seca.
- Você é terrível! O que quer que eu diga: “Oh, Hermione, eu vou amar lhe assistir correndo perigo e sem poder fazer nada. Claramente... Inclusive, faço questão de lhe integrar dentro de um bolo junto com o Potter para o Lorde, de presente.”. – Ele falara ironicamente e depois bufando.
- Um minuto, Malfoy... - Ela ignorava ainda olhando para o relógio.
- Eu quero estar ao seu lado... – Ele falou fitando o chão, como se fosse algo que não deveria dizer, e não era.

Ela apenas deu um meio sorriso e ergueu o queixo dele com a ponta dos dedos, passou a outra mão nas mechas loiras que caiam sobre os olhos azuis acinzentados, e beijou-lhe carinhosamente nos lábios.
Ele parou o beijo.

- Preciso de um tempo pra me acostumar... – Falando isso, começou a seguir para sua primeira aula. Aritmancia, com a Granger.

Hermione o ficou encarando, séria, segurou a mão dele.

- Se quiser... - Ela falara mordendo o lábio inferior. - Podemos tentar do seu jeito, mas não vai conseguir me impedir de estar na guerra...

Ele virou-se pra ela, indignado.

- O que você quer de mim? Já falei que vou ficar ao seu lado. Eu quero ficar ao seu lado. Só preciso de um tempo pra me acostumar com a idéia de ter gente atrás de mim, querendo me matar... Desculpe se você está acostumada com isso, mas eu não estou. Tirando o Potter e o Weasley, claro.
- Acho que não temos mais nada a tratar, você parece que já tem uma escolha exata! - Ela falava no mesmo tom que ele. - Nos esbarramos por aí, Malfoy!

Virara de costas indo à direção contrária a dele. Se ele estava indignado ela também estava.
Ele a puxou pelo braço, a encostou na parede.

- Sempre me disseram que as mulheres são muito complicadas. Mas você, já é demais. – Sussurrara em seu ouvindo e rindo a beijou.

A imprensou na parede mais e mais.

– Eu não tô acostumado com essas coisas, Granger. E você só sabe cobrar. Cobrar minhas atitudes, cobrar minhas respostas... Já falei pra você... Relaxa. Pare de pensar um pouco e deixe rolar, não é difícil.
- Você fala isso, mas não segue o próprio conselho... - Ela sussurrara sensualmente no ouvido dele.

Draco estremeceu ao ouvir o sussurro da garota.

- Aprendi com você. – E fez o mesmo.
- Deveria apenas a aprender a calar a boca na hora certa... - Ela o puxava para mais um beijo.

Ele sorriu entre o beijo, depois o intensificou.

- Engraçadinha... – Ele ironizou, entre um beijo e outro.

Ela o empurrara de leve e o encarara.

- Bem, eu vou para a aula... - Ela falava como se nada tivesse acontecido, com um ar falsamente pomposo.
- Não vejo que diversão você vê nisso... – Ele debochou rindo. – E só pra constatar, sua aula é a minha também.
- Oh, é mesmo? - Ela ironizava. - Que pena, terei que te agüentar mais um pouco! - Ela ria de lado andando mais rápido.
- Você é insuportável! – Ele gritou e começou a correr atrás dela.

Ela parara bruscamente, o encarando.

- Ok, então a insuportável aqui... - Ela apontava para si mesma. - Vai sentar-se na aula com outra pessoa lá! De preferência alguém que não me ache insuportável! - E voltara a andar, com um pequeno sorriso no rosto.
- Muito engraçadinha! – Ele falara quando a alcançara.
- Ah sim, sou uma comediante! - Ela ainda ria para ele.
- Como é que eu ainda te agüento, hein? – Ele também ria.
- Acho que a questão é... "Como eu te suporto"? - Ela completava irônica.
- Seu humor negro está começando a me irritar.
- Aprendi com você! - Ela sorria ameaçadora.
- Eu sei.

Então, os dois chegaram suados a porta da aula de Aritmancia. A aula já havia começado, como Draco havia constatado, olhando seu relógio, há uns quarenta minutos. Olhou para Hermione com uma cara engraçada de “Estamos ferrados...”.

- Ok, quem explica o atraso? - Ela sussurrara para ele.
- Deixa comigo. – E falando isso, Draco entrou na sala. Todos viraram para o casal.

Hermione apenas suspirou fundo, não acreditava que levaria a maior bronca por causa do loiro. Era seu primeiro atraso em Aritmancia.

- Bom-dia, senhorita Granger e senhor Malfoy, algum de vocês sabe que horas são? – Perguntou o professor Vector, os encarando com uma cara muito irritada.
- Oito e quarenta. – Draco o desfiou.
- Quer dizer que tem um relógio, senhor Malfoy? Isso será muito bom, pois saberá que horas sua detenção com a senhorita Granger começara hoje às sete... Onde também explicaram porque esse atraso. Aproveitem e passem na sala da professora McGonagall, ela quer falar com os senhores.
- Desculpe pelo atraso professor, é que eu não estava passando muito bem e Draco me ajudou... - Hermione se metia vendo que o loiro os mandaria para uma ótima detenção.
- Senhorita Granger, estou um pouco decepcionado com você, admito, mas acho que nada posso fazer, se resolveu aderir as más companhias. Agora, sinto em lhe informar, mas não vou voltar atrás com a minha palavra. – Assim acabou o tempo de aula. – Nos vemos na sala da professora, McGonagall. Aos outros alunos, quero um resumo de dois pergaminhos sobre o assunto visto na aula de hoje. Bom-dia! – E falando isso, saiu, seguido pelos outros alunos.

Hermione olhou indignada para Draco. Se ele tivesse calado a matraca e não respondido daquela forma o professor, talvez nem estivessem em detenção.

- Da próxima vez lembre-me de não "deixar com você" - Ela sussurrou no ouvido dele.
- Como assim? Ele perguntou a hora e eu respondi. Qual foi? Não vem descontar em mim não... E outra, bem que você gostou dessa de ficar em detenção comigo... Passar a noite toda comigo, hein? Conversa com a McGonagall, detenção e monitoria... Que noite, hein? – Ele falava com um sorriso maroto no rosto, enquanto seguia para fora da sala com ela.
- Eu juro que não te mato, porque eu iria para Azkaban! - Ela falara dentre os dentes. - E pare com esse sorriso demente no rosto.
- E então, senhorita Granger, como se sente sabendo que passará a noite com o lindo e gostoso, Draco Malfoy? – Ele perguntava como se fosse um repórter do Profeta Diário. Depois caiu na gargalhada do nada.
- Como você se sentiria sem seus dentes na boca? - Ela perguntava ameaçadora.
- Não sei... Você acha que seria menos incomodo? – Ele continuava rindo.
- Se você continuar com essa palhaçada, eu vou entrar em greve! - Os olhos dela deram um brilho ameaçador.

Draco parou instantaneamente e começou a tentar se controlar pra não rir.

- Se você rir, vai ter greve e eu não estou brincando! - Ela apontava o dedo na cara dele e começava a andar.

Draco se controlava pra não rir. A vontade era muita... Ele respirou fundo e a encarou, sério.
- Humpf... - Ela empinara o nariz e saíra andando calmamente.

Draco se calara. Próxima aula... Tripla de Transfiguração. Só de pensar em agüentar a McGonagall até o almoço... Além da Grifinória.
Hermione parara frente à sala de aula, abriu um enorme sorriso. Uma de suas aulas favoritas, finalmente!

- Fique bem à vontade com a Parkinson! - Hermione ria debochadamente, ao ver a morena se aproximando e adentrara a sala.

Ele segurou o pulso dela.

- Nada disso. Você... Vem se sentar comigo? – Ele falava com uma cara de súplica. Do tipo: “Me salve da Parkinson!”.
- Humm... Deixe-me pensar... - Ela fazia uma cara irônica, ao ver o desespero do loiro. - Eu tenho que analisar a situação, sabe? Quero dizer, tem o Harry e o Rony, e o que a McGonagall vai pensar, a me ver com você? São muitas coisas a se pensar...
- Deixa eu te ajudar. – E falando isso, ele a pegou de surpresa, a beijando com fervor e todos na sala os olhando.

Pansy, que ia na direção dos dois, parara subitamente. Hermione ficara estática não acreditava que ele havia feito aquilo, após ele terminar de beijá-la, o encarou com uma sobrancelha erguida, gesto que havia aprendido com ele.
Draco, assustadoramente, pegou a mão de Hermione e a puxou para se sentar, assustadoramente, no lado da Grifinória. Deu um sorriso irônico para Pansy e disse um: “Oi”. Passando por Harry e Rony, também assustados, e dizendo um: “Oi, Potter! Weasley!”, com um sorriso no rosto.
Hermione olhava para todos, com ambas as sobrancelhas erguidas. Os dois sentaram-se e ela olhou para ele assustada.

- O que foi isso? - Ela dizia prendendo o riso.
- O quê? – Ele perguntou com um falso desentendimento e um sorriso irônico no rosto.
- Isso! - Ela apontava com a cabeça para todos os olhando.
- Isso o quê? – Ele insistiu que não estava entendendo.
- Malfoy, eu já te contei sobre a greve? - Ela rira de lado.
- Já... Mas sério... Isso o quê? – Ele queria irritá-la.
- Ok, estou em greve! - Ela anunciava levantando-se do lado dele prestes a ir sentar-se com Harry e Rony.
- Não foi nada. Eu não posso ser educado agora? É isso? Você acha que sou incapaz de ser educado? – Ele falava irônico.
- Bem... Agora que você tocou no assunto... - Ela o olhava com um sorriso debochado no rosto.
- Tão engraçadinha... Já tentou ser comediante? Se daria muito bem... Sabia? - Ele também a olhava com um sorriso debochado.
- Ando pensando seriamente em virar comediante... - ela fazia cara de pensativa. - Mas acho que se eu começar a promover greves, posso ficar mais famosa!
- Daqui a pouco, quem vai começar a fazer greves sou eu, sua chantagistazinha!!
- Ah é? - Ela erguia ambas sobrancelhas. - Vamos ver quem agüenta mais tempo então, Malfoy!
- Nada disso, Granger! Tá bom, você venceu. Você agüenta mais. Êêêêê! Parabéns pra Granger.

A garota girara os olhos e virara de costas para ele, indo em direção dos amigos, que a olhavam curiosos.

- Você vai se sentar com eles?
- Você anda tão simpático hoje, que acho que vou sentar com outras pessoas, quem sabe você possa mostrar essa simpatia toda para a Parkinson! - Ela falara ainda de costas.
- Nada disso. Estou educado por você, e não pela Pansy. Que droga! Porque você não aceita que eu gosto de você e não dela. O que você espera? Que eu saia correndo atrás dela? Engano seu, Granger. Eu não sou mais assim. – Ele falou só que um pouco alto demais, fazendo todos na sala escutarem.

Hermione se virara para ele com um sorriso vitorioso, não pode conter uma gargalhada gostosa. Sentara-se ao lado dele ainda gargalhando.

- Eu odeio quando você faz isso. Eu realmente odeio. – Ele disse, lançando a todos ao redor um olhar assassino, fazendo-os fingirem estar realmente interessados em alguma coisa bem longe deles.
- Eu também te amo, Malfoy! - Ela ainda ria depositando um beijo estalado na bochecha do loiro.
- Eu sei disso. – Ele dizia exibindo seu sorriso vitorioso a Harry e Rony, enquanto abraçava Hermione pela cintura e aproximava seu rosto do dela, sem intenção de beijá-la, a principio.
- Olha a mão, Malfoy... - Ela falava divertida tirando a mão do loiro da sua cintura.

Foi quando Minerva McGongall adentrara a sala.
Ele a olhou com um sorriso maroto.
A professora não pode deixar de demonstrar seu espanto de ver seus dois monitores-chefes tão próximos, afinal, há uns dias, eles se odiavam!
Draco ao perceber o espanto de sua professora, exibiu seu sorriso maroto para ela também. Estava realmente se divertindo.
McGonagall franziu o cenho ao ver o sorriso do loiro. Não queria fazer algum comentário impertinente, mas aquela cena estava realmente curiosa.

- Senhorita Granger, por acaso está com algum problema? - Perguntara serena.
- Problema? - A castanha piscara os olhos de forma interrogativa.

Draco a olhou com um fingido interesse, já entendendo o que a professora queria dizer com aquela pergunta. Entrou na brincadeira.

- É, Mione, está com algum problema? – Pansy observava aquilo com uma cara de quem comeu e não gostou e Draco se divertia muito com aquilo tudo.

Podia se ouvir um muxoxo indignado da mesa de Rony e Harry, coisas do tipo "Desde quando ele a chama de Mione?".

- Não, não tem problemas, professora! - Ela respondia normalmente.
- Muito bem, vamos seguir com a aula... - Minerva respondia pouco confiante. - Quero falar com a senhorita após a aula, senhorita Granger...
- Sim, professora... - Hermione falava séria.
- Qual foi, hein professora? Tá me achando com cara de imbecil? Hermione não pode sentar-se comigo, que a senhora já acha que ela está com algum problema. Ela pode cuidar da própria vida, sabia? E pelo que eu saiba, você não é a mãe dela!
- Senhor Malfoy, creio que não gostaria de tomar uma detenção em minha aula. E quanto ao que eu e senhorita Granger temos a tratar, creio que não é de interesse seu... - Minerva falava fria.

Draco, com seu ar esnobe, fingiu não ter ouvido o que a professora dissera. Preferiu guardar sua resposta malcriada para si mesmo. E virou-se para Hermione.
Hermione estava rubra, morrendo de vergonha daquilo tudo, simplesmente se afundava na cadeira com o livro frente ao rosto.
Ele começou a rir baixo da reação de Hermione.

- Não achei graça, Draco, você devia ter ficado calado! Ai, que vergonha! - Ela afundava mais ainda na cadeira.

Ele ainda ria.

- Mas eu achei...
- De qualquer forma, eu já sei o que ela vai conversar comigo. Ai, meu Merlim, já vi tudo... - A castanha falava sussurrando, ao ver Pansy a olhando de cara feia.
- Calma, Mione. Você não deve nada a ninguém. – Ele ao perceber a cara de Pansy para Hermione, a mandou um olhar assassino, o qual fez a garota virar para frente.
- Desde quando você me chama de Mione, Draquinho? - Ela ironizava.
- Não posso? – Ele sorria pra ela.
- Fica estranho meu apelido falado por você... - Ela respondia sincera.
- Tá bom. Prefere que eu seja frio com você, é isso?
- Não, não é isso! É que é estranho. É a mesma coisa que eu te chamar de Draquinho... - Ela falara séria.
- Não, não é. Draquinho é um apelido ridículo, que eu odeio e a Pansy cisma em me chamar. Eu odeio o ouvir saindo de sua boca.
- Ok... Drack? - Ela ria de lado.
- Estou falando sério, Hermione. – Nem um dos dois queria prestar atenção na aula.
- Eu também, estou... Draquie... - Ela o encarava, séria.

Ele não se contentou, e riu baixo.

- Pára com isso, Hermione!
- Por que, Draquie? - Ela erguia ambas sobrancelhas e segurava para não rir.
- Porque eu gosto de ouvir meu nome saindo da sua boca... – Ele sussurrava em seu ouvido.
- Mas Draquie é seu nome! - Ela ria de lado.
- Hermione! – Ele a repreendeu.
- Sim, Draquie? - Ela fazia uma cara inocente.
- Tá bom, você venceu novamente. De agora em diante só vou te chamar de Granger. - Ele dissera, virando para frente emburrado.

Ela aproximou a boca do ouvido dele e falou rocamente.

- Prefiro Hermione... Draquinho... - Ela rira de lado e voltara a virar para frente.

Ele fizera o mesmo, aproximou a boca do ouvido dela e falou com a voz mais tentadora que ele era capaz.

- Prefiro Draco... Mione...

Ela apenas riu de lado. Pansy encarara o casal com uma enorme fúria, ficou ali os encarando, principalmente Draco.

- Perdeu alguma coisa por aqui, Pansy? – Draco perguntara com ironia, quando a professora virara de costas.
- Apenas não entendo como você ficou com essa sangue ruim! - Ela falava séria. - Não é mais um sonserino, Draquinho?
- Viu? – Ele sussurrou para Hermione, fazendo Pansy se corroer por dentro. Depois virou-se para outra. – Não, só deixei de ser cego.
- Pode ter certeza, Draquinho, que ficarei muito feliz em mandar uma carta a sua mãe! - Ela falara empinando o nariz.
- Pansy, por que você não vai procurar outro lugar para latir, hein? - Hermione falava monotamente.

Draco riu do ciúme de Hermione.

- É... E quanto a falar com minha mãe, vá em frente, não tenho que dar satisfações a ela e muito menos a você. Então, vá cuidar da sua vida, dos seus casinhos com os alunos do quarto ano.

A morena empinou o nariz soltando um muxoxo indignado.

- Quem ela pensa que é para chamar meu namorado de Draquinho?! - Hermione sussurrava para si mesma.
- Seu namorado? – Ele perguntara, indignado. – Nossa! Fui promovido? Essa é nova!
- Hã? - Hermione o encarara de sobrancelhas erguidas. Como ele podia ter ouvido? O que ele era afinal? Algum tipo de super homem?
- Comece a regular o seu tom de voz, que assim, quem sabe, as pessoas parem de escutar os seus sussurros.
- Humpf... - A castanha virara de costas. - Por mim, você não precisa ser meu namorado, não estou nem aí! Vai lá dar trela pra Buldogue! - Hermione girava os olhos.
- Adorei essa de ser seu namorado. – Ele sussurrou no seu ouvido. – Só não esperava por isso.
- É melhor não... - Ela falava, séria. - Não vai dar certo sermos namorados...
- Por enquanto, não...

O sinal soara demonstrando que a aula havia acabado, Hermione segurara firme a mão de Draco como se o mandasse ficar ali para aquela conversa com McGonagall.

- Calma. Já falei: Você não deve nada a ninguém. Acho que se a professora McGonagall realmente quisesse minha presença nessa conversa, ela me avisaria.
- Fica... - Ela murmurara. - Se você sair da sala alguma coisa vai acontecer... Eu tô sentindo Draco, fica...

Ele apertou a mão dela.

- Eu tô aqui. – Ele sussurrou, sentindo o mesmo que ela...
- Senhor Malfoy, queira se retirar para que eu e a Srta. Granger possamos conversar... - McGonagall falava autoritária.
- Não... - Hermione murmurara. - Ele fica!
- Calma, Hermione. – Ele dava força para ela com a mão.
- Não consigo realmente entender, Srta. Granger...
- Draco e eu, somos... Hã... Err... - Ela buscava uma palavra, ela e ele não eram amigos, e também não eram namorados.
- São? - McGonagall pressionava.
- Estamos namorando, professora. – Draco se adiantou. Segurava a mão de Hermione.
- Namorando? - Ela se surpreendia.

Hermione olhava confusa para Draco, mas confirmava com a cabeça o que ele falava, McGonagall parecia querer que ele prosseguisse, como para ele explicar como ficaram juntos.

- Exatamente. Algum problema?
- Não, Senhor Malfoy, nenhum problema. Só acho um tanto curioso você e a Srta. Granger apresentarem um relacionamento, já que haviam afirmado que não se suportavam... No entanto, isso não é de minha conta. Espero que saiba o que está fazendo, Srta. Granger...

Dizendo isso, a professora saíra de sala, Hermione teve a impressão que McGonagall tentara a avisar para não falar nada sobre a Ordem e sobre Harry.

- Ainda está com o mau pressentimento? – Draco perguntara.

A castanha confirmara com a cabeça, mas logo dera um meio sorriso.

- Desde quando somos namorados?
- Todo mundo acha isso. O que você esperava que eu fizesse? Ficasse olhando pra você, esperando que alguma coisa viesse de sua boca? Acorda, Hermione! Nós precisamos ser alguma coisa. E isso faz parte do plano.
- Ah, claro... O plano... - Ela falara mudando a expressão de alegre para magoada. - Bem, eu não tenho nenhuma aula agora, vou pra biblioteca, nos vemos no almoço...
- Vamos almoçar juntos?
- Não sei, eu... Eu preciso pensar em umas coisas, nos vemos depois, sim? - Ela falara saindo de perto do loiro.

Ele a puxou de volta. Tirou os cabelos da frente de seu rosto e beijou-lhe os lábios carinhosamente.

- Te espero na porta da biblioteca, depois das aulas da manhã.
- Melhor, não... - Ela recuou um pouco sem emoção. - Te procuro depois...
- Pára com isso, Hermione. – Ele a puxou de volta. Fechou os olhos. E a soltou novamente. Balançou a cabeça, como que para afastar os pensamentos. – Tá bom, depois nos vemos. – E saiu para sua sala.

Ela suspirou fundo, e o viu se afastar, virou de costas e tornou a andar em direção ao corujal, queria pensar em muitas coisas. Estava cansada e confusa. Seu relacionamento com Draco parecia mais um jogo.


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Hermione chegara ao jardim, estava vazio, olhou na direção do curujal, balançou a cabeça negativamente, talvez se fosse ver Hagrid as coisas melhorassem. Seguiu rumo à cabana do meio gigante, e quando estava frente a ela viu algo brilhando na Floresta Proibida.
Franziu o cenho demonstrando sua curiosidade, retirou a varinha de dentro da capa e adentrou a floresta, em direção ao brilho.
A floresta parecia mais sombria do que o normal, sentia que estava sendo observada, olhou para os lados... Ninguém...

- APAREÇA QUEM QUER QUE SEJA! - Ela gritava.

Um vulto passara por detrás de si. Ergueu mais ainda a varinha tentando encarar quem quer que fosse.

- Muita ousadia uma pirralha como você aparecer por aqui sozinha... - Uma voz feminina dissera frente a ela.

Hermione logo reconheceu, Bellatriz Lestrange. Franziu o cenho e ficou a encarar a comensal. Estava lá ela, frente a uma das comensais mais perigosas.

- O que quer em Hogwarts, Lestrange? - Hermione perguntava.
- Não acha muito despeito uma pirralha como você me perguntar algo?
- Fale o que quer, Bellatriz!
- Sua morte! - Bella a encarara e apontara para o céu. - MORSMODRE!!!

A marca negra subira ao céu demonstrando que alguém havia morrido, Hermione tentara enfeitiçar a comensal, mas seu corpo parecia estar congelado, sentira cair de joelhos no chão, Bellatriz sorrira de lado.

- Cruccios!!!

A dor era intensa, quase insuportável, Hermione berrava de dor, rezava para que alguém surgisse. Ela sentia que não iria agüentar por muito tempo.


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Draco fora para sua aula. Estava começando a ficar nervoso. Seu mau pressentimento havia ficado mais forte. Sentia que algo de ruim estava acontecendo. Algo de ruim a Hermione...
Pegou sua mochila, tacou tudo dentro.

- O senhor pensa em ir a algum lugar? – Perguntou a professora Sprout.
- Não estou me sentindo muito bem. Posso me retirar?
- Claro.

Pansy se levantara.

- Posso acompanhá-lo?
- Não preciso, Pansy.
- Faço questão.
- Acho que não é necessário, senhorita Parkinson. – Ela se sentou, bufando. Draco saiu da estufa. Foi até a biblioteca. Nada de Hermione. Procurou em todos os lugares imagináveis. Foi quando, fora do castelo, avistou Harry e Rony.
- Potter! Weasley!
- Não temos nada pra falar com você. – Se defendeu Rony, antes mesmo de Draco se pronunciar.
- É sobre Hermione.
- Ah, a sua preciosa Mione... – Falava Rony irônico.
- O que tem a Mione, Malfoy? – Cortara Harry preocupado.
- Ela sumiu.
- Não consegue nem segurar a namoradinha, Malfoy? – Harry e Draco lançaram olhares assassinos a Rony.
- Que foi? – Ele perguntou inocentemente. E olhou assustado para a imagem que via logo à frente, depois de Draco e Harry, que depois de perceberem a cara do outro, se viraram. Todos se entreolharam.
- Mione! – Harry gritou. E os três seguiram para o local onde se localizava a Marca Negra. A floresta proibida.


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- Eu... Não agüento... Mais... - Ela murmurava.
- Quer que eu acabe com seu sofrimento sangue-sujo-amiguinha-do-Potter? Será que o Potter sentiria tanto sua falta? - Bellatriz dizia se abaixando e apontando a varinha para o coração de Hermione.
- Acabe logo com isso... - Hermione fechara os olhos bruscamente.
- Como queira, Granger... Avada...
- Estupefata!! – Gritaram Draco e Harry juntos. Draco lançara para a tia um olhar assassino. Corroia-se de raiva, enquanto Harry ia ao encontro de Hermione, junto de Rony.
- Você está bem?

Hermione abrira os olhos levemente, sua respiração parecia falhar, seu corpo inteiro doía como nunca, não conseguia responder.

- Harry, ela... Ela não tá respirando direito! - Rony falava desesperado.
- Rony, vá chamar ajuda. Leve Hermione pra longe! Faça alguma coisa! – Gritava Harry para Rony, enquanto Draco mantia o contato visual com sua tia, usando suas aulas de Oclumência para alguma coisa.

O ruivo tentara pegar a castanha no colo, no entanto, ela o afastou levemente com uma mão, pegara a própria varinha e tentara se levantar cambaleante.

- Mione! - Rony bradava.
- Me deixe... - Ela falava fracamente. - Eu quero... Eu...
- Tire-a daqui, Weasley. – Gritara Draco, que não quebrava aquele contato visual por nada.
- Vem, Mione! - Rony a puxava.
- NÃO! - Hermione berrara. - Eu, quero... Ficar! - Ela falara segurando-se em pé, e apontando a varinha para o ruivo. - Se tentar me tirar, eu te azaro, Ron...
- Mas... Mione!
- Mione, pára de ser teimosa, outros podem vir. – Exclamava Harry.
- EU já disse que fico, Harry! - Hermione falara seca e autoritária.
- O que pensa que está fazendo, Draco? Está indo contra nós? Os comensais? ESTÁ INDO CONTRA O LORDE? - Bellatriz encarava a castanha com cenho franzido, e falara exaltada com Draco, estava realmente nervosa por não conseguir acabar com Hermione.
- Você sabe muito bem que não. Estou apenas seguindo o maldito plano! Que droga! Já tivemos essa conversa! Já te disse que eu estou seguindo o plano. – A cada palavra, Draco olhava para Hermione, como que para deixar claro que era tudo encenação.
- Como ousa tentar me enganar, Draco? Já esqueceu que sou uma ótima Legilimente? - Bellatriz falava severa. - Enquanto sua namoradinha estava comigo, pude passear na mente dela! Mas se ainda insiste que está falando a verdade, entregue-me a garota!
- NUNCA! – Quem gritara era Harry.
- Deixa que eu cuide disso, Potter! – Ele gritara. Virara-se para Bella.– O que você quer de mim?
- Ora, ora, ora. Quem diria que o Potter iria se arriscar tanto? Tsc, tsc, tsc... - Bella ria debochada. - Me entregue a garota, Draco! Eu a levarei para o Lorde!

Hermione caminhara em passos vacilantes em direção de Bellatriz, Rony tentara a segurar, mas em vão. A garota possuía um olhar mórbido e sombrio.

- Hermione, fique onde está! – Draco gritara para ela. – O que você quer de Hermione? O Potter está bem aí! – Ele apontara para Harry. – Pra quê levá-la?
- Eu já disse, Draco! O Lorde quer a garota! - Bella se exaltava. - Entregue-me a garota!

Hermione parara entre Draco e Harry, não desviava os olhos de Bellatriz.

- Eu não sou mais o menino de antes que fazia tudo o que você e meu pai mandavam. Já chega! Estou cansado de gente me dando ordens. E uma coisa que posso lhe garantir essa noite é que você saíra de mãos abanando!

Hermione dera mais um passo para frente, parecia ir em direção a Bellatriz.

- Não é bem isso que sua namoradinha quer... - Bella ria de lado. - Eu sabia que mais cedo ou mais tarde você se rebelaria como aquele homem! Mas... A garota vai ser de grande utilidade em seu lugar...

Draco foi atrás de Hermione, a segurou pelo braço.

- O que está pensando em fazer?

Hermione simplesmente não respondia, os olhos pareciam ter perdido o brilho costumeiro, a expressão sombria pairava sobre a garota.

- Venha... - Bellatriz fazia um gesto com a mão, apontando para Hermione.

A garota esquivara-se da mão de Draco e começara a andar em passos vacilantes em direção a temida comensal.

- Ela está usando o Imperius, Potter! Faça ela voltar! – Ele gritara.
- Como?
- Não sei. Só faça.
- Eu não sei o que fazer!
- Mas você já evitou a maldição imperius uma vez. Pode fazer de novo.
- Ela precisa resistir.

Draco virara para Hermione com raiva.

- Hermione, está me ouvindo? Relaxa! Resista! Diga não a essa voz! – Ele gritara para ela, enquanto a segurava.

O olhar sombrio ainda pairava sobre ela. Era como se sua alma estivesse perdida em algum lugar obscuro. Rony observava aquilo tudo assustado, sua melhor amiga parecia outra pessoa.

- Vamos! Venha até mim! Mate-o se for preciso! - Bellatriz ordenava.

Hermione erguera a varinha até a altura do pescoço do loiro, parecia tremer a cada movimento.
Draco não saia de sua frente.

- HERMIONE! SOU EU! – Ele gritou e logo a beijou como que para lembrar lhe quem ela era ou quem ele era.

Ela fechara os olhos ficando inconsciente, seu corpo havia ficado mole e sua respiração lenta. Ela se via garotinha correndo em uma mansão, estava tudo escuro, e ela estava sozinha...

- Mione!!! - Rony berrara.
- Draco, entregue-me a garota. É a última vez que mando! - Bellatriz ordenava severa.
- Hermione só sairá daqui por cima do meu cadáver!
- Então, será dito e feito!!!

Bellatriz estava pronta para jogar um feitiço no loiro quando algo lhe acertara. Vários professores estavam lá em pé frente à comensal.
Ela sorrira de lado e pegara um frasco verde guardado em sua roupa, tomando o liquido por completo, ela desaparecera, deixando todos nervosos.
O corpo de Hermione parecia esfriar a cada segundo, era como se ela estivesse perdida em sua própria mente.

- Hermione... – Draco a chamou. Mais de uma vez.
- Deixe que eu levo Hermione... - Hagrid aproximava-se do loiro.
- O que está acontecendo com ela, professora McGonagall? – Perguntou Harry à Minerva.
- Eu... Eu não sei responder, senhor Potter... - McGonagall respondia sinceramente.
- Está perdida na própria mente... - Snape começava a falar com uma voz arrastada. - Se ela não se encontrar, morrerá na certa...
- Como assim, perdida na própria mente, professor Snape? – Perguntara Draco, indignado.
- Creio que Bellatriz além de invadir a mente da Srta. Granger utilizando Legilimência, a controlou com um imperius, e ainda a torturou com um Cruccios. Por mais que a Srta. Granger tenha agüentado fisicamente, sua mente não agüentou...
- E isso quer dizer... – Draco esperava por uma notícia boa.
- Que se a Srta. Granger não despertar em duas horas, seu corpo não irá mais reagir a nenhum tratamento, podendo falecer em seguida.
- Duas horas? – Draco não queria acreditar no que estava ouvindo. – E não tem nenhum jeito de fazê-la reagir?

Snape desviara o olhar como se falasse "Não". McGonagall levara a mão à boca. Rony abaixara a cabeça tristemente.

- Nada? – Insistira Harry.
- Se a Srta. Granger conseguir fazer com que sua mente retorne ao normal, se ela conseguir acordar deste pesadelo, sim, ela conseguiria se salvar... - Snape falava com os lábios crispados.

Draco olhara para o corpo inerte de Hermione.

- Ela é forte, vai conseguir. – Ele dizia como que para se convencer.
- Não se iluda, Draco... - Snape falava cortante.
- E o que nós fazemos até ela voltar ao normal? – Ele perguntara, fingindo ignorar o comentário de Snape.
- Hem hem. - Hagrid pigarreava. - Hã... Eu ouvi dizer que em casos assim pode-se entrar na mente da... Bem... Da pessoa e...
- Hagrid está certo... - A voz rouca de Dumbledore fez com que todos se surpreendessem ao vê-lo ali.
- Professor Dumbledore! Pensei que estivesse viajando...
- Eu estava, Minerva. Acabei de retornar. Creio que o caso da Srta. Granger requer uma atenção detalhada...
- E quem entraria na mente dela? – Perguntava Draco sem paciência.
- Alguém que tenha uma ligação muito forte com a Srta. Granger. Creio que Harry seria bem apropriado, ou até mesmo o Sr. Weasley... - Dumbledore falava encarando Draco.
- Eu? – Ele perguntara encarando Snape, logo depois, Dumbledore e por último, Minerva.
- Sim, se o Senhor. Malfoy tiver, ultimamente, uma relação mais forte com a Srta. Granger do que todos aqui...

Draco ficou encarando Dumbledore, enquanto sentia os olhares dos outros ao seu redor, em sua nuca.

- Fala alguma coisa, Malfoy! - Rony falava em tom desesperado.
- É melhor decidirem quem vai até a mente de Hermione, o tempo está passando... - Hagrid falava tristemente.
- Falar o que, Weasley?
- Você falou que amava a Mione! Faça alguma coisa!!! - Rony ajoelhava ao lado da amiga. - Eu não quero perdê-la...
- Você vai ou não vai, Malfoy? – Perguntara Harry também impaciente.

Draco achara muito estranha a reação dos amigos da garota. Deixarem fazer aquilo.

- Claro que vou, Potter.
- Segure a mão da Srta. Granger, e pense exclusivamente na mente dela, farei o feitiço, você tem apenas uma hora e quarenta minutos, Draco. Um minuto a mais e você se perde junto dela!

Draco respirara fundo, segurara a mão de Hermione e se concentrara. Sentiu-se girar até cair com um baque no chão. Sentiu uma terrível dor de cabeça.
Hermione estava lá sentada em um canto de sala. Estava tudo bem escuro e ela parecia cabisbaixa. Tinha um olhar sereno e perdido.
Draco caminhou até ela. Não fazia idéia do que fazer. Só sabia que tinha que fazê-la se encontrar, se não, estariam os dois perdidos, para sempre, na mente dela.
Hermione ergueu o olhar para ele, tinha um olhar confuso e sério.

- Hermione... – Ele a chamara. “Nossa, eu não faço idéia de por onde começar!”
- Quem é você? - Ela falava rocamente.

Draco respirara fundo. Ela não se lembrava nada. Nada de nada.

- Draco Malfoy.

Ela não respondeu, apenas abaixou a cabeça.

- Me desculpe, não consigo me lembrar de nada...

Ele respirara fundo novamente. Agachara para ficar a altura dela. E segurava seu queixo a fazendo levantar o rosto para encará-lo.

- Eu sei. Mas precisa se lembrar, Hermione. Tem que haver um jeito.
- Se afasta de mim! - Ela saia de perto dele. - Você... Você... Você faz meu coração doer! - Ela falava quase chorando.

Pela primeira vez na vida de Draco, ele não sabia o que fazer. Sentou-se no chão, pôs sua cabeça entre as mãos e começou a falar coisas sem sentindo.

- Eu sei que lhe fiz mal, mas agora não é mais assim. “Você precisa confiar em mim”... Eu te contei a verdade. E agora, querem nos matar. “Você precisa confiar em mim”.

Ela o olhava assustada e se encolhia ainda mais no canto da sala.

- O que você quer de mim? - Ela perguntava chorosa. - Por que você me magoa?
- Você precisa confiar em mim...
- Essa frase... - Ela levara a mão à cabeça. - Eu... Eu... Conheço ela de algum lugar.

Draco levantara a cabeça.

- Tente se lembrar. Se concentre nessa frase. Vamos, Hermione, você vai conseguir lembrar. – Ele dissera, enquanto levantava-se e seguia até sua direção, mantendo, ainda assim, um espaço entre os dois, para não assustá-la.

Ela sentira uma imensa vontade de chorar. O abraçou fortemente e chorou com todas as forças, não sabia o porque de chorar, mas sentia que era algo em relação aquele loiro.
Draco correspondera ao abraço. Sua mão afagava os cabelos da garota.

- Está tudo bem agora, Hermione... Está se lembrando?
- Eu não sei quem é você. Sei que me faz ficar triste, mas ao mesmo tempo quero estar com você!
- Pode parecer estranho, mas é exatamente isso que você deve sentir. Vamos, Granger, tente se lembrar. “Apenas confie em mim.”
- Granger? - Ela erguia a sobrancelha.

Aquele nome... Fechou os olhos com força, uma dor de cabeça a invadira de forma intensa. Imagens e falas, aquele loiro.
“Hey, Granger sangue-ruim!”, “Sai fora, Granger!”, “EU TE ODEIO, GRANGER!!!”, “Granger, confie em mim...”, “Granger!!!”

- Sim, Granger...

“ARGHHHH, NÃO ENCHE, MALFOY!!!”, “MALFOY!!!”, “CALA ESSA BOCA, MALFOY!!!”
Ela ergueu o olhar e o encarou nos olhos de forma séria.

- Malfoy...
- Isso mesmo! Você está lembrando. – Ele olhara para o relógio. – Se encontre, Granger, faltam três minutos.

Ela fechou os olhos e colara os lábios ao dele, não sabia o porquê fazer isso, mas precisava. Imagens pareciam reaparecer na sua mente como flashs. A dor era intensa. Retirou os lábios do dele.

- Eu me lembro, mas eu... Eu não agüento mais. A dor é muita... - Ela falara tristemente, fechando os olhos.
- Calma, Hermione. – Ele segurou a mão dela, fechou os olhos e a beijou fervorosamente, como impulso. Quando se distanciou de Hermione e abriu os olhos, viu que estava de volta e todos os professores, além de Harry e Rony, os encaravam. Sentiu um alivio correr por suas veias.

Hermione abriu lentamente os olhos cor de avelã, não conseguia falar nada, seu corpo doía, se sentia cansada, fechou os olhos novamente suspirando fundo.

- Hermione, você está bem? – Perguntara Harry preocupado, fingindo não se sentir afetado pelo que acabara de ver, mas sentira.

Ela limitara-se a fazer sim com a cabeça. Era como se tivessem comprimido todos seus ossos. Abriu os olhos e olhou para aquele loiro ali, deu um pequeno sorriso e segurou sua mão.
Ele retribuiu o sorriso e respirou fundo aliviado. “Por um momento, achei que tinha te perdido pra sempre...”

- Muito bem, creio que o Senhor Malfoy e a Srta. Granger precisam descansar... - McGonagall falava severa.
- E as aulas, professora McGonagall? – Draco indagou.
- Pense mais tarde nas aulas, Senhor Malfoy. Vocês devem descansar!
- Eu acompanho a Hermione até o Salão Comunal. – Harry falou a McGonagall e Rony disse que ia também.
- Creio que seria melhor ambos passarem a noite em observação... - McGonagall falara séria.
- Observação? Isso é necessário? – Draco indagou.

Hermione segurou firme a mão de Draco, como se falasse “O QUE VOCÊ ACHA???”
Draco olhou para o rosto de Hermione com um leve interesse e fez uma cara de “Calma, eu só estava perguntando...”
Ela suspirou fundo e fechou os olhos novamente soltando a mão do loiro, uma lágrima escorreu de seus olhos.
Draco pegou a mão de Hermione novamente. E só aí que Harry percebeu o que ocorria. Sentiu uma raiva lhe corroer por dentro, quando os viu de mãos dadas.

- Deixe que eu levo Hermione para a Ala Hospitalar... - Se oferecia Hagrid.
- Não é necessário. Eu a levo. Afinal, também terei de ficar lá. – Se metia Draco.

Hagrid o fitou sério, Hermione apenas murmurou um "Está tudo bem..." e olhara nos olhos azuis acinzentados.
Nesse momento, Draco fechara os olhos. Sua cabeça começara a doer. Uma dor forte e aguda. Levou a mão à cabeça, automaticamente.
Hermione ergueu a mão e tocou o rosto do garoto.

- Eu não quero te machucar... - Falou com dificuldade. - É arriscado ficar perto de mim...
- Pare de pensar assim. É mais arriscado você ficar perto de mim... Estamos nisso juntos. Até o fim... – Draco falou decidido e baixo. Segurando o pescoço de Hermione com as duas mãos.

Harry observava aquela cena com uma raiva descomunal. Rony também, mas pensando no que Pansy dissera para ele. Já o resto do grupo, observava tentando, em vão, compreender o que se passava pela cabeça daquele casal tão incomum.

- Eu... Sinto muito... - Ela murmurara o abraçando fortemente.
- Calma, Hermione... – Ele dissera, afagando seus cabelos. – Vai dar tudo certo. – Ele afirmara não muito seguro do que dizia.
- É melhor vocês descansarem. Tiveram um dia cheio... - McGonagall falara calma.
- Com certeza que sim... – Draco afirmara em deboche. Ainda com Hermione em seus braços.

Hermione fechara os olhos como se tivesse adormecido no colo do loiro. Quando os abriu novamente se vira deitada em um dos leitos da Ala Hospitalar. Draco estava no leito ao lado, virou-se para ele, séria.

- Boa-noite! – Ele disse ao se virar, logo após tê-la ouvido se virar.

Ela abaixou a cabeça tristemente, como se tivesse medo de feri-lo de alguma forma.

- Estou bem... Não se preocupe. – Mas logo depois de falar, sentiu a dor estranha na cabeça novamente e involuntariamente levou a mão à cabeça.

Ela levantou-se com dificuldade da cama e caminhara lentamente até a janela, agora entendia o porquê de ele querer se separar dela no começo. Sentia-se imatura e egoísta. Graças a ela tudo aquilo acontecera.
Draco virara de bruços, apoiou a mão na cabeça e fechou os olhos. Agora, era a hora de ficar ao lado dela. Agora, ela precisava dele... Mais do que nunca. Abriu os olhos lentamente e a viu na janela. Levantou-se e foi até ela, a abraçou por trás.
Ela esquivara-se dos braços dele balançando a cabeça negativamente.

- Está tudo errado...

Ele também balançou a cabeça negativamente.

- Não. Agora que está certo... – A corrigiu.
- Você não entende? Você poderia ter morrido! - Ela bradou.
- Você também... – Ele continuara com o mesmo tom de voz, não queria brigar, nem gritar mais.
- Não... - Ela sacudiu a cabeça. - Você estava certo, Malfoy. É melhor... É melhor se afastar de mim. Eu... Bellatriz me mostrou você morrendo. Eu...
- Então, foi isso que a deixou assim? Minha tia não perde por esperar... – Ele bradou. – Não acredito que você se deixou enganar deste jeito, Hermione... É isso que ela quer, que você se afaste de mim, e resolveu fazer isso a fazendo achar que estou correndo perigo por sua causa... Sem mim, você ficará mais vulnerável, e sem você, eu também... Muito esperta minha tia...
- VOCÊ NÃO ENTENDE? - Ela berrara. - Eu não posso perder nem você e nem Harry, muito menos Rony! É melhor nos afastarmos um pouco. A guerra é inevitável! E... Pessoas morrem na guerra...
- Você que não entende, Granger... Estou correndo perigo de qualquer forma... Mas estarei correndo perigo muito melhor ao seu lado, do que longe de você. E com você, é o mesmo, e sabe disso.
- Eu não quero te ver de novo, eu... Eu não agüentaria, eu... - Ela debulhava-se em lágrimas. - Eu não posso...
- Prefere sofrer longe de mim do que sofrer ao meu lado? É isso mesmo que estou ouvindo?
- Eu não quero te perder... - Ela murmurara.
- Nem eu... E é, exatamente, por isso, que devemos ficar juntos.
- Eu queria poder voltar no tempo e... E me afastar de você na hora certa, eu... Eu fui uma egoísta, Draco! Eu entendo agora que você estava certo e... - Ela derramava várias lágrimas grossas.

Ele a abraçou.

- Não... Eu estava errado. Quem estava certa era você, o tempo todo e só agora percebo isso. – Draco Malfoy admitindo estar errado. Não, isso com certeza não era nada comum.
- O que você vai fazer agora? - Ela o olhara tristemente se afastando. - Você não gosta de Harry, o mataria, se pudesse, você não tem mais sua família lhe dando apoio... O que você vai fazer, Draco?
- E daí que não gosto do Potter? Isso não é novidade a ninguém. E quanto a minha família, pode ter certeza que não tem diferença nenhuma. Eles nunca me apoiaram. – Ele falava sinceramente.
- O que você vai fazer? - Ela tornou a perguntar. - Eu destruí sua vida, Bellatriz está certa...
- Pare de pensar no que minha tia lhe disse, Hermione! Você não destruiu minha vida, de jeito algum!
- O que você vai fazer?
- EU NÃO SEI! – Ele bradou.
- É melhor... Darmos um tempo... - Ela falara tristemente. - Você não pode ficar ao lado de Harry, não pode ficar ao lado das trevas. Eu estou do lado de Harry e... Estarei nessa guerra, preciso me fortalecer, e você precisa decidir o que fazer de sua vida...
- Eu quero ficar ao seu lado, independente do lado que você estiver. Tente entender isso!
- Não, não dá, Draco! Você apenas seria um ponto fraco! - Ela falara magoada. - E eu... Eu não posso colocar tudo a perder por causa de um amor... Eu preciso ficar ao lado da Ordem! Eu vi claramente isso quando estava duelando contra Bellatriz!
- Você é incrivelmente teimosa... Não adianta. – E falando isso voltou a sua cama.
- Você não percebe que eu estou sofrendo?! - Ela quase berrara.
- Tanto faz. – Ele tentara se mostrar o mais indiferente possível.

Hermione enxugara com força as grossas lágrimas, dirigira-se a sua cama calçando os sapatos, respirara fundo e fora em direção à porta da Ala Hospitalar.

- Adeus, Draco... Seja feliz. Espero que um dia saiba o que fazer de sua vida... - Ela falara seca, saindo em seguida.
- Essa não é a primeira vez que te escuto falar isso. – Draco sussurra ao vê-la sair pela porta da Ala Hospitalar.

Hermione dera dois passos para fora da Ala e parara subitamente, as lágrimas ainda caiam. Ela se odiava por ser tão fraca e tão vulnerável. Cerrou os olhos como se pudesse se impedir de chorar ainda mais.
Draco olhara para a porta novamente e não resistiu em ir atrás dela.

- Eu sei o que fazer da minha vida. E lutarei por isso. – Ele falara, quando chegara perto dela e logo depois, a beijara, sentiu as lágrimas salgadas da garota em sua boca.

Ela o afastou gentilmente.

- Você tem que escolher um lado... E eu tenho que parar de querer você a meu lado...
- Olha, eu quero ficar ao seu lado e não quero ficar ao lado de meus pais. Isso me leva ao lado que você chama de “lado do Potter”.

Ela o encarara, séria.

- É isso o que você quer? - Perguntara.
- Por mais estranho que isso possa parecer, - E era realmente estranho. – é exatamente isso que quero.

Ela ficou ali o encarando nos olhos.

- E o que nós somos? - Ela perguntara séria.
- Não tenho essa resposta.
- Entendo... - Ela falara seca voltando a adentrar a ala hospitalar e tirando os sapatos, sentando-se na cama.

Ele deu um pequeno sorriso e fez o mesmo, sentando-se ao lado dela em sua cama.

- Olha, eu sei que não é hora apropriada para discutir nossa relação, que não é das boas, mas realmente todo esse papo de lado ruim, bom e sabe Merlim lá o quê, anda me deixando pirada, sabe? Eu quase morri, te vi morrer e pensei que o mundo estava acabando, então você aparece dentro da minha cabeça como um tipo de super homem e me salva e... - ela falava sem parar. - Eu acho que vou te beijar! - Falava por fim o encarando.

Draco dava gargalhada, então parara, quando ouvira a última frase.

- Não vou cair de novo, Granger.
- Você não pode me beijar a hora que quiser, Malfoy, e eu nunca te beijei a hora que eu quero, está na hora de mudar isso! - Ela o enlaçara pelo pescoço e o beijara ternamente, logo soltando-se. - Boa noite...
- Você é estranha... – E falando isso, voltou para seu leito e deitou. – Boa-noite...

Ela fechou os olhos, dormindo em seguida, fora quando sonhara... Um maldito sonho em que havia mortes e guerras, morte de 3 pessoas que amava. Acordou assustada e suando frio, levara a mão à têmpora e chorara compulsivamente.
Draco não conseguira dormir graças a insuportável dor de cabeça, que aumentava a cada minuto. Ficara virando de um lado pro outro a madrugada toda, até amanhecer. Ele levantou-se com a mão na cabeça. A dor era intensa, aguda e cortante. Algo que ele nunca havia sentindo. Era algo profundo. Viu Hermione dormindo e se levantou para lavar o rosto no banheiro. Quando escutara de lá, Hermione chorando. Foi até ela...

- Hermione? O que houve?

Ela o encarou apreensiva e assustada, seus olhos demonstravam o medo que sentia. O medo e a dor. Sua respiração era pesada e os lábios, avermelhados. As imagens do sonho passavam por sua mente como um filme. Fechou os olhos com força, sacudindo a cabeça freneticamente e murmurando coisas inaudiveis.

- Hermione? – Draco a chamou mais uma vez. Já estava pensando em chamar a Madame Promfey.
- Estou bem. Volte para seu leito... - Ela falava, evitando o encarar.
- Nada disso. – Ele falava, tentando a encarar nos olhos. – Não antes de me dizer o que você viu...
- Me deixe!!! - Ela berrara virando-se de costas.
- Hermione! O que houve? – Ele insistiu, preocupado.
- Me deixe em paz, Draco... - Ela falara fungando. - É melhor nos afastarmos por um tempo...

Draco pôs as mãos sobre a cabeça impaciente.

- Hermione Jane Granger, nós já conversamos sobre isso!!!!!! Pare de ser teimosa! Pelo amor de Merlim!
- EU NÃO QUERO TE VER MORTO!!! - Ela berrara enfim pondo-se de pé.
- EU TAMBÉM NÃO QUERO TE VER MORTA! E É EXATAMENTE POR ISSO QUE DEVEMOS FICAR JUNTOS! QUE DROGA!

Hermione ofegava e o encarava.

- Como ficaremos juntos e separados, ao mesmo tempo, Malfoy? - Ela ria nervosa. - Eu não posso, sinto muito...
- Não precisamos ficar juntos e separados, ao mesmo tempo.
- Precisamos nos afastar, Dumbledore cuidará de você, eu... Eu tenho a impressão de que Harry irá querer ir atrás de Voldemort, e Rony e eu iremos com ele...
- Olha, Granger... – Draco falara já irritado... – Faça o que você quiser dá sua vida, ok? Se quiser fugir, o problema é inteiramente seu. EU DESISTO! DESISTO DE VOCÊ! Não dá mais! Você é problemática demais. Se é o que você quer, beleza, eu me afasto também. Só não venha me pedir pra ficar fora dessa guerra. Porque, sinto muito em avisar, mas, faço mais parte dela do que você e o seu amiguinho Weasley! – E falando isso, ele foi deitar sobre o leito. Virou-se e fechou os olhos. A dor ficara mais forte ainda.

Ela aproximou-se do leito dele calmamente e beijara-lhe a testa.

- Tome cuidado... - Ela falara tristemente.

Saíra da Ala Hospitalar, não iria voltar atrás, subira as escadas em direção a sua casa, parou na metade do caminho e olhou para trás.

- Dessa vez, acho que você não virá atrás de mim... - Sorriu tristemente.

Draco, na Ala Hospitalar, começara a espancar o travesseiro.

- Idiota! Idiota! – Foi quando sentiu mais uma agulhada na cabeça. Levou a mão até ela. Levantou-se da cama e foi procurar um medicamento para aquela dor descomunal. Achou um e tomou três doses. A sala começou a girar e ele caiu no chão. Inerte.



__________________________________



Hermione acordara com as batidas na janela de seu quarto, espreguiçou-se e vira uma pequena coruja batendo desesperadamente. Levantou-se e caminhou até lá, abrindo a janela, deixando-a entrar.
O dia estava frio e nublado, acariciou a pena da coruja e deu-lhe um pequeno biscoito pegando a carta em seguida.

"Hermione,
Querida, aqui é a mamãe! O papai está mandando lembranças.
Como você pode ver, agora nos acostumamos com esse novo modo de comunicação de vocês, bruxos. No começo, ainda tinha medo dessa ave, mas digamos que após muitos biscoitos caseiros, nos tornamos amigas.
Enfim, como você sabe, o aniversário de seu pai está chegando e bem, acho que ele gostaria muito de te ter aqui conosco, afinal não é todo dia que se faz 42 anos!
Mande uma resposta para a mamãe quando puder, querida! Espero que esteja tudo bem por aí e que esteja aprendendo muitas coisas!
Beijos,
Mamãe"

Hermione leu e releu a carta. Riu ao imaginar a cena em que sua mãe alimentava a pobre coruja. Respirou fundo e desabou na cama.
Até que não era má idéia passar alguns dias com sua família, talvez até conseguisse relaxar, coisa que ela não fazia há muito tempo. Tratou de pegar a carta e se dirigir à sala do Professor Dumbledore.
Após conseguir a autorização de ir visitar a família, retornou ao quarto, o que mais a surpreendia era não ter visto nenhum de seus amigos durante toda a manhã. Respondera a carta de sua mãe, e começara a arrumar a mala, quando bateram na porta.

- PODE ENTRAR! - Berrou e a porta abriu-se revelando uma ruiva.
- Mione?
- Ah! Oi, Gi...
- Por que está arrumando as malas?
- Irei passar uns dias com meus pais e...
- Ficou louca? Hermione! O Malfoy quase morto na Ala Hospitalar e você vai simplesmente tirar férias?
- Morto? - Hermione ergueu ambas sobrancelhas. - COMO ASSIM, MORTO?
- Não se sabe. O que Harry, Rony e eu ficamos sabendo é que ele foi encontrado desmaiado no chão da Ala Hospitalar e... Não parecia muito bem...

Hermione não esperara a ruiva terminar de falar, saíra do quarto feito um tufão, batera em várias pessoas no corredor. A porta da Ala Hospitalar estava fechada, abriu, vendo Madame Pomfrey arrumando as coisas.

- Madame Pomfrey! - Bradara.
- Sim, querida?
- O Draco, quero dizer... O que aconteceu com o Malfoy?
- Bem... Parece que o Draco estava querendo se matar...
- Como? - A garota arregalava os olhos. - Não! Ele nunca faria isso! Quero dizer... Ele... Como ele fez isso? - Ela sentia uma vontade de que Draco acordasse para que ela própria o espancasse.
- Parece que ele tomou três doses de um medicamento perigoso. E nenhum professor encontrou saída, a não ser a de que ele tenha tentado se matar... – Ela falara mostrando que não acreditava nem um pouco nessa hipótese.

Hermione o encarara, ainda deitado ali. Não podia acreditar que ele havia tentado se matar por causa dela.

- Idiota... - murmurou sentindo uma imensa culpa.
- Como disse?
- Hã, nada não! - Ela falara voltando sua atenção ao loiro.
- Ok. Então, vou deixá-los a sós. – Ela falara como se Draco não estivesse inconsciente, e falando isso, ela seguiu para sua sala.
- Draco? - Aproximo-se.

Ele estava sereno, parecia apenas estar sonhando com algo, a boca entreaberta e os cabelos caindo sobre os olhos fechados. Segurou a mão do loiro e chorou.

- Eu sabia que isso iria acontecer! Por isso queria me afastar! - A castanha chorava compulsivamente.
- Mione? - Alguém lhe tocava o ombro.
- Harry...
- Eu não gosto do Malfoy, mas ele te salvou... - Ele falara olhando o nada. - Por isso... Eu... Eu não consigo falar que me tornarei amigo dele, mas ele te faz...
- Me faz feliz e triste, ao mesmo tempo... - Hermione falava sincera, sentando-se na beirada da cama.
- E ele vale a pena?
- Sim... Só espero que ele fique bem...
- Vazo ruim, não quebra. Logo ele vai estar por aí me xingando e me enchendo, pra variar! - O moreno ria de lado.
- Obrigada... - Ela murmurara, ainda o encarando.

Não partira para sua casa naquele final de semana, ela apenas dormira, acordara, comera, tomara banho... Praticamente morara naquela Ala durante dois dias, e por mais que Pomfrey tentasse a expulsar, não conseguia.
A noite de domingo caíra, ela apoiara a cabeça no criado mudo ao lado da cama de Draco, ficara o olhando e logo adormecera.
Draco começara a sentir todos os seus membros novamente. Principalmente a cabeça, que ainda doía de maneira descomunal. Acabara de acordar de um pesadelo que parecia ter durado uma hora. Tentou abrir os olhos, em vão. A luz era forte. Respirava pausadamente. Começou a mexer a mão.
Hermione abriu um olho, assustada e viu a mão do loiro se mexendo, a agarrou na mesma hora.

- Não morre... - Ela murmurara.

Draco riu de lado, com dificuldade.

- Achei que tinha virado as costas pra mim... – Ele disse sorrindo, ainda com os olhos fechados.

Ela o encarou, séria.

- SEU IDIOTA!!! AONDE VOCÊ TAVA COM A CABEÇA DE TENTAR SE MATAR? FICOU LOUCO? EU QUASE MORRI! - Ela berrava e o abraçava.
- Eu sei que você me ama... – Nesse momento, ele deu um outro sorriso de lado. – Mas mesmo assim, ainda não estou inteiro, Granger, então, poderia fazer o favor de me soltar? – Tentando abrir os olhos novamente.

Ela o soltou e o encarou com raiva.

- Idiota, imbecil, fuinha, seu filho da mãe! Como pôde fazer uma coisa dessas? - Ela falava severa.
- Pára de gritar, maluca, e me explica, fazer o quê?
- Tentar se matar! - Ela falara se afastando dele bruscamente. - E se me chamar de maluca mais uma vez, vai querer não ter acordado, Malfoy!
- Tentar me matar? – Ele a olhou sem entender nada. - Como assim, maluca?
- Argh! Você é ridículo, Malfoy! - Ela o olhava com profundas olheiras mostrando que passara duas noites em claro. - Pomfrey disse que você tomou muito de um medicamento perigoso, quase morreu! E então, deduziram que tentou se matar!
- Claro que eu não tentei me matar. – Draco abrira os olhos rapidamente, sentindo a iluminação da Ala Hospitalar em seus olhos. – Eu tenho uma missão... – Ele falou com a voz arrastada. – A missão de infernizar a sua vida... – Ele riu da própria bobeira. - Não poderia me matar assim, do nada! Eu só estava com dor e tomei um pouco de medicamento pra aliviar, então, eu desmaiei por causa da dor - Nem pense em contar isso ao Potter! - e fiquei inconsciente durante umas horas. E daí? Esse pessoal é meio esclerosado. Querer me matar? Fala sério!
- Você quase me matou do coração! - Ela falara seca, bocejando, logo em seguida. Corou um pouco ao ver a bagunça que estava na mesinha ao lado da cama dele. Copos com café forte, livros amontoados e chocolates, dentre várias coisas. - Além disso, ficou desacordado durante dois dias! DOIS DIAS!!! Tem idéia disso?
- COMO ASSIM? DOIS DIAS? – Ele gritou, tentando, mais uma vez em vão, se levantar.
- Sente-se aí! Você não tem condições de se levantar ainda! - Ela o deitava. - Vou buscar algo para você comer...

Draco sorria ao ver que a menina realmente se preocupava com ele. Olhou para a mesinha ao seu lado. Ela havia passado o final de semana todo trancafiada naquele lugar, sem sair com os amigos por ele. Não havia dormido, esperando ele acordar. E agora, mesmo ele acordado, ela estava lá, cuidando dele. Sorriu novamente.

- Relaxa, Granger... Eu estou bem, vá descansar um pouco... Você tá precisando.
- Cala a boca! - Ela virou-se para ele de cenho franzido, conjurando comida em uma bandeja. - Come!

Ele sorriu novamente e começou a comer. Estava realmente com fome. Afinal, não havia comido há dois dias. Acabou em dois tempos.
Ela murmurara um feitiço fazendo com que a bandeja sumisse, começou a arrumar suas coisas na mesinha ao lado, colocara tudo dentro de uma mochila e a jogara nas costas.

- Chamarei a Pomfrey para cuidar de você. Passe bem...
- Realmente eu não te entendo, Granger. – Ele murmurara para ele mesmo.
- O que disse? - Ela se virara para ele com uma expressão cansada.
- Que realmente não te entendo. – Ele dissera simplesmente.
- E por que não me entende? - Ela franzia o cenho.
- Porque primeiro você sai daqui dizendo que nunca mais quer me ver, depois fica preocupada comigo e volta. Até aí, nada demais. Mas quando vê que estou bem, foge como se eu fosse uma ameaça. – Ele falara simplesmente.
- É talvez você realmente seja uma ameaça! Talvez você não tenha percebido que desde o começo temos sido ameaças um ao outro! Você no começo com seu modo estúpido de querer se afastar de mim, e eu querendo estar a seu lado! Lágrimas, brigas. Já perdi a conta do quanto eu sofri por gostar de alguém como você em tão pouco tempo! Aí eu acabo duelando com sua amada titia, e você acha que devemos agora ficar juntos, mas não sabe que isso pode te machucar e me machucar também! Só que também me machuca te amar e não estar com você! Mas eu prefiro isso do que te ver morto! - Ela falara tudo o que sentia e respirara bem fundo.
- É claro que eu sei que podemos nos machucar. Sabia disso desde o início. Mas agora chegamos longe demais para nos afastarmos e simplesmente fingirmos esquecer um do outro. É impossível! E eu sei, que agora não podemos nos afastar. É mais perigoso, para nós dois.
- E o que você vai dizer aos outros, Malfoy? “Ah, essa aqui é a minha namorada, ela é de pais trouxas, mas tudo bem!!!” - Ela falava enquanto seus olhos enchiam-se de lágrimas. - Enquanto nós dois não somos NADA na verdade! Eu... Eu estou cansada... Estou cansada de sofrer por você, de me preocupar com você, de amar você! Porque desde o começo que eu estou me machucando! E eu... Eu não sei se agüento...
- Você ainda acha que não somos nada? – Ele falara ironicamente.
- E o que somos, Malfoy? Me fala, porque eu não sei mais quem somos e o que somos! Até ano passado, éramos inimigos e eu te odiava! - Ela o encarava, limpando fortemente as lágrimas grossas.
- Estamos na mesma, Hermione. Mas temos que parar de fingir que não somos nada, porque nós somos... Alguma coisa. Não é a situação que nos define, nós definimos a situação. – E ao falar isso, Draco sentiu mais uma vez a insistente dor de cabeça incomum. Levou as mãos à cabeça e fechou os olhos. Nunca sentiu algo assim.
- Não Draco, nós não somos nada... Olha, não somos namorados, não somos amigos e pode-se dizer que nem inimigos mais e... - Ela o olhou com a mão na cabeça e ficara séria. - Está tudo bem? - Aproximara-se tocando a mão dele.
- PARE DE GRITAR! NÃO AGUENTO MAIS! PAREM DE GRITAR! PARE! – Draco começara a gritar ainda com as mãos na cabeça.

Madame Pomfrey, ao ouvir a gritaria, foi até o leito de Draco.

- Senhor Malfoy? O que está havendo?

Draco continuava gritando. Sempre algo como “Parem de gritar no meu ouvido.”
Hermione o encarara, assustada, segurara a mão dele com força.

- Draco, está tudo bem, não tem ninguém gritando... – Ela murmurava.

Mesmo assim, Draco não parava. Gritava mais ainda. Madame Pomfrey ficou assustada. Pegou um liquido azul, enfiou na boca do garoto e com o tempo ele começou a parar de gritar. Seus olhos foram se fechando e ele caiu no sono.
Hermione o encarara, assustada, passou a mão na testa do garoto que estava coberta de suor, encarou M. Pomfrey com os olhos lacrimejando.

- O que há com ele? Não me esconda nada, por favor...
- Sinceramente, senhorita Granger, eu ainda não sei. Há quanto tempo ele acordou?
- Alguns minutos e... Eu, eu não vou abandoná-lo... - Ela falava olhando para ele tristemente. - Olha Draco, eu sei que eu sou cabeça dura, mas eu juro que se você ficar bem eu não vou sair do seu lado... Por favor, Draco...
- Senhorita, ele tem se queixado de alguma dor recentemente?
- Sim, na cabeça... - Ela respondera séria.
- Certo. Olhe, não sei quando ele acordara. Farei alguns exames. Mas sei que a senhorita vai querer estar ao seu lado, então, converse com ele, é sempre bom em horas como essas. – Sorriu sinceramente e seguiu para sua sala.

Hermione ficou ali o fitando, deitou-se ao lado dele na cama descansando a cabeça no tórax do rapaz. - Me desculpe... - Fechou os olhos sentindo algumas lágrimas escorrerem e adormeceu.
Draco só acordara de manhã. E se espantara ao ver Hermione dormindo em seu tórax. Sorriu. Afagou os cabelos da garota. A dor parecia ter se esvaído.
Hermione abriu os olhos ao sentir aquele toque em seus cabelos, sorriu e ergueu a cabeça o encarando nos olhos.

- Me desculpe... Não devia ter brigado com você. Quero dizer, você havia acabado de sair de um coma e eu te enchendo a cabeça com besteiras, devo só ter piorado... Desculpe... - Abaixou os olhos.
- Não foi você...
- Fui eu desde o começo, Draco. Se eu não tivesse entrado naquela floresta. Se eu não tivesse duelado com Bellatriz. Se eu não tivesse gritado e brigado com você! Se tivesse te dito naquela hora que nos afastamos no corredor que eu não queria ser sua namorada de mentira, mas de verdade. Se eu parasse para pensar mais nos outros, além de mim, isso tudo não haveria acontecido.
- Não é verdade... – Ele se limitou a dizer.
- É verdade... - Ela o encarara nos olhos.
- Claro que não...
- Eu não quero brigar com você! - Ela falara o abraçando mais forte. - Eu sei o que fiz e me responsabilizo pelos meus atos.
- Você é muito teimosa...
- E você é... - Ela o encara nos olhos. - Um grande idiota...

Ele riu de lado. Ainda não se sentia muito inteiro. Lembrou-se subitamente de algo.

- Acho que tínhamos uma detenção a cumprir, uma conversa com a professora McGonagall e uma monitoria para fazer na sexta, não?

Ela o olhou nos olhos.

- Você! - Ela apontava para o nariz dele. - Vai ficar aqui! - Apontava para a cama. - E eu! - Apontava para si mesma. - Me viro com isso! Converso com McGonagall, você precisa descansar...
- Fica comigo... Já descansei demais...
- Acho que não! - Ela ria de lado. - Você tem que descansar, Draco! É sério... - Ela levantava-se e arrumava o cabelo, o prendendo em um coque.
- Qual é, Granger? Afinal, temos que fazer isso juntos. Eles já devem saber sobre minha... “Situação”. Então, depois, nós falamos com a McGonagall. Agora, me faça companhia. – Ele pedira, segurando o pulso de Hermione.

Ela o encarara com um sorriso irônico no rosto.

- Por acaso isso é um pretexto para ficar perto de mim? - Ela erguia uma sobrancelha ficando exatamente como ele.
- Talvez. – Ele sorrira marotamente.
- Bem, sabe como é que é, não é? Uma pessoa como eu, não fica muito como pessoas como você, a não ser que peçam como se deve, sabe? - Ela retribuía o sorriso maroto.
- Você adora isso, não é, Granger? Tudo bem, estou de muito bom humor hoje. – Ele sorriu marotamente novamente. – Pode, por favor, ficar comigo?
- Hum... Tudo bem eu faço esse sacrifício! - Ela ria de lado, sentando-se na beirada da cama. - Está de bom humor por quê? Quero dizer, você está em uma Ala Hospitalar. Não vejo nada de bom nisso...
- O lugar não importa... – Ele dizia ainda com o sorriso maroto, enquanto se sentava na cama, com dificuldade.
- Êpa! Vai com calma, Doninha Saltitante! - Ela o deitava novamente. - Ainda não está em condições de sair por aí pulando!
- Eu não estou pulando, estou tentando me sentar. – E falando isso, voltou a tentar.
- Fica deitado, Draco! Você ainda não está bem! - Ela o deitava novamente, ficando praticamente em cima dele.

Ele olhou de cima para baixo e a fitou com um sorriso. Não um sorriso maroto, nem debochado, muito menos irônico... Apenas, um sorriso...

- Hã... Desculpa... - Ela falara o olhando nos olhos.
- Sem problemas... – Ele continuava sorrindo.
- Humm... - Ela saia de cima dele, se endireitando, tornando-se a sentar. - Err... Bem... Eu... Hã...

Ela tentava não olhar aquele sorriso no rosto dele, tentava achar algum assunto em vão.
Ele deu uma gargalhada gostosa ao ver a confusão da menina.

- Não tô vendo graça nenhuma! - Ela fazia bico.

Ele apenas sorriu pra ela.

- Sabe...? - Ela o encarou, séria. - Você deveria sorrir assim mais vezes...

Ele sorriu de novo, sem resposta.
Ela virou o rosto encarando os próprios pés.

- Quando vou poder me sentar na cama, enfermeira Granger? – Ele perguntara, irônico.
- Quando ficar melhor... - Ela levantava-se da cama ficando de pé.
- Já estou melhor, Granger!
- É... E eu sou a McGonagall! - Ela girava os olhos. - Deixa de ser chato, Malfoy!
- Olá, professora! – Ele sorria ironicamente.

Hermione girou os olhos e sentou-se na cadeira ao lado da cama de Draco, ficou olhando para fora por um tempo, pensativa.
Draco respirou fundo.

- Alguém apareceu por aqui nesses dias?
- Bem... A Parkinson apareceu, mas acabou por ser expulsa...
- Expulsa? Quem a expulsou?
- Oh! Desculpe por expulsar sua querida Parkinson! Se quiser eu vou agora chamá-la avisando que você se recuperou! - Ela ironizava.
- Não! Não é necessário! Bom saber que seu ciúme continua firme e forte, Hermione! – Ele ironizava. – Ela falou algo importante?

Hermione lançou um olhar de desgosto.

- Não Draquinho, mas pode deixar que da próxima vez que quase morrer, vai ter a companhia dela!
- Calma, eu só fiz uma pergunta, Mione...

Hermione soltou um muxoxo indignado e continuou olhar pela janela.

- Estava pensando no que ela me dissera, sabe, Hermione? – Ele falara, sério.
- E o que ela te falou? - Ela perguntara, o olhando de lado.
- Sobre contar pra minha mãe sobre a gente. – Ele falara, a encarando.
- Nós não somos namorados, Draco, não precisa se preocupar com isso, qualquer coisa você falava que é invenção dela e para sua mãe usar um feitiço de verdade!
- Claro que somos. Mas mesmo assim, o problema não é minha mãe saber. Fico pensando na reação dela. Ela não fala comigo desde que saiu de casa...
- Hum... - Hermione falava calma. – Não, não somos namorados e... Eu realmente acho que você deveria mandar uma coruja a ela.
- Não estou com cabeça pra mandar corujas pra ela. Ela que venha falar comigo. – Ele falou com desgosto. – E sim, somos namorados sim!
- Não, não somos! - Ela girava os olhos. - Posso mandar uma para ela se quiser...
- Tá, podemos não ser de verdade. Mas pros outros somos, e é melhor assim... Se for pra mandar uma carta pra ela, mande como minha namorada.
- Não, e não! Mandarei como Hermione Granger sua amiga, nosso falso relacionamento chegou ao fim e... Bem esqueci de te contar, mas já espalhei que nós hum... Terminamos... - Ela falava séria.
- Eu sei... E esqueci de te contar... Espalhei que reatamos.
- Não, não espalhou! - Ela falava girando os olhos.
- É... Você me pegou... Eu não espalhei. Como você também não espalhou. Então, melhor continuarmos “namorando”, Hermione! Você sabe que não basta a gente querer. Você sabe que eu tenho que fingir namorar você.
- Eu só estou cansada, Draco! Cansei disso tudo, ando pensando seriamente em... Em passar um tempo afastada, eu ia fazer isso até que aconteceu aquilo com você...
- Aquilo é só pra mostrar que não adianta nos afastarmos. Aquilo é só mais um motivo para continuarmos juntos. E você sabe muito bem disso, Hermione.
- Eu fiz uma promessa que não iria sair de seu lado caso você não morresse... - Ela falava sem encará-lo. - Não se preocupe, cumprirei com ela.
- Não quero que fique ao meu lado por uma simples promessa. Quero que fique por querer.


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N/Kitai: é mais um cap se acabando ehehe, esse demoro mesmo hein? mas eu gostei dele!!! Espero que tbm tenham gostado! Beijão, e continuem comentando!

N/~ Biaa^^: Pois é... Um novo cáp!!!!! Esse foi só 2 ou 3 páginas maior que o outro. Demorou mesmo, mas eu disse que ia demorar... Beijão especial a Kitai... Que, putz, tem uma paciência incrível comigo... Não sei como consegue, sinceramente. Gostei desse cáp! Beijão e continuem comentando!!!

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