Um Pouco de Si



Só uma coisa: Como irão perceber, Harry sabe distinguir muito bem as coisas.
Ele tem como base o mundo “trouxa”, mesmo não se lembrando das pessoas contidas nele, Ok?
(*******)

Capítulo 3
Um Pouco de Si


-Eu a ouvi antes de abrir os olhos! – disse animadamente, talvez não fosse tão difícil lembrar rápido de seu passado.

-Não entendo...

-Acho que não consegui reconhecê-la porque na minha memória, se eu posso chamá-la de memória, sua voz estava... – ele franziu a testa. -... Tão angustiada, com medo, quase podia transmitir certa dor.

-Você ouviu minha voz?

-Sim. Nós estávamos conversando – disse apontando para si e depois para a morena. – Acho que, acho que nos despedindo.

-Tenho para mim que sei do que está falando.

-O que é? – indagou, seu olhar adquirindo um brilho intenso de curiosidade.

-Para que entenda o que aconteceu com você, tenho que lhe dizer alguns fatos antigos, Ok? – Harry assentiu, bebendo cada palavra que a jovem dizia.

A morena suspirou, ponderando por onde começar. Ela se levantou da cama e foi até o criado mudo, retirando o que pareceu a Harry um pedaço de madeira.

-Isso te lembra alguma coisa? – indagou mostrando o que tinha em mãos. O rapaz negou com a cabeça. – O que é isso para você? O que lhe parece? – perguntou novamente, lhe oferecendo, desta vez, sua varinha.

Franzindo a testa, Harry a pegou. Olhando-a por um instante. – Isso é um... Pedaço de madeira bem trabalhado? – arriscou.

-Não, Harry. É sua varinha, você é um bruxo – disse lentamente.

O moreno pôs-se a rir. – Claro. Bruxo! Como eu não pensei nisso antes?! Era tão óbvio... – motejou.

Hermione balançou a cabeça negativamente. – Deixe-me mostrar-lhe.

Harry a olhou incrédulo. Será que Hermione Granger o acha um idiota?
Então ela saiu da cama, pondo-se de pé e um pouco afastada da cama. Pegou sua própria varinha num de seus bolsos e apontou para Harry. Para seu peito mais precisamente.

-Expeliarmus - mas não fora Hermione quem dissera. A face de Harry ficara pálida e cheia de horror quando a morena apontou a varinha em sua direção. - Impedimenta - e a jovem fora jogada longe e por sorte não batera a cabeça.

Hermione se levantou e o olhou por um minuto, o rapaz estava tremente e arfante.
Com abominação, ele jogara longe sua varinha e agora olhava para a morena sem realmente enxergá-la, o brilho de seu olhar sumira e Harry ainda continuava a tremer. Ela se aproximou dele e o abraçou. – Eu não iria machucá-lo... Não o machucaria. Perdoe-me se o assustei.

Harry se afastou dela, sentindo-se mal. – Você não deveria se desculpar – disse baixando a vista para as mãos. – Eu poderia ter lhe ferido... Eu não confiei em você – ele levantou os olhos rapidamente para encará-la. – Eu não fiz por mau srta. Her... Mione. Me desculpe... – ele suspirou. – Eu juro que isto nunca mais irá acontecer... Eu juro!

-Você não precisa prometer nada, meu bem.

-Mas eu quero. Por favor, me perdoe...

Ela sorriu acariciando a face do rapaz, ele, sem querer, derramara uma lágrima. – Se acalme. Isso não irá lhe fazer bem. E como eu disse... Não precisa se desculpar, eu não o acho culpado. Não há o que perdoar, Harry...

Ele a olhou angustiado. – Você está bem? – indagou segurando o rosto dela entre as mãos. – Eu não lhe machuquei? – seus olhos buscando qualquer ferimento.

-Estou bem – disse suavemente, retirando as mãos dele de si devagar. Ela, então, beijou cada uma delas – Obrigado por se preocupar. Agora, diga-me, como sabia que feitiços usar?

-Eu não sei – respondeu muito confuso. – Eu apenas... sabia - falou olhando-a nos olhos. – Você acredita em mim?

Ela sorriu. – Eu não tenho como duvidar.

-Então eu sou um bruxo...

-Sim. E houve uma guerra; guerra esta onde apenas você poderia findar.

-Não consigo compreender.

-Harry, você foi o escolhido – disse devagar e conjurou um espelho. – Olha, esta cicatriz foi o que lhe tornou, por assim dizer, especial.

Era a primeira vez que via seu próprio rosto desde que acordara e, por mais frustrante que fosse, não reconhecia nenhum traço. Muito menos aquela peculiar cicatriz, em forma de raio.

-Você, quando bebê, foi atingindo por uma maldição imperdoável...

-Maldição imperdoável? – ele levantou os olhos para ela. - O que isto quer dizer?

-Elas fazem mal, Harry. São proibidas – respondeu. – E você foi atingido pela pior delas. Ninguém, exceto você, sobreviveu a ela.

O rapaz não pareceu se surpreender pelo fato de ter sido o único sobrevivente de uma maldição ou de ter sido o escolhido para acabar com toda uma guerra. – E os meus pais? Quem são eles? Onde estão?

Ela o fitou sem saber bem o que dizer, por um minuto apenas ficou calada. - Não estão aqui – ela murmurou, ainda fitando-o. Não conseguia dizer com todas as letras. Mas não foi preciso, o rapaz pressentira isto quando a morena se fez calar.

-Quem fez isso?

-Voldemort. O bruxo que causou sua cicatriz, essa guerra e que você venceu.

-E por que ele fez isso? – Harry a olhou inconformado. – O que meus pais tinham feito a ele? O que eu poderia ter feito a ele?

-Nada! Seus pais eram boas pessoas... Ao menos, era o que todos diziam – ela suspirou. - Eu não os conheci.

-Quando eles...?

-No mesmo dia em que surgiu esta cicatriz, há muitos anos atrás.

Harry suspirou desviando o olhar. Não sabia quem era, não tinha uma família que pudesse ajudá-lo a se reconhecer. Por que não morrera na guerra? - Então a guerra acabou?

-Graças a você.

-O que mais pode dizer de mim? O que eu sou? Qual sua opinião sobre mim?

-Você? – ela ponderou. – Está preparado para saber, realmente, o que penso sobre você? – indagou erguendo a sobrancelha, ele assentiu. – Então vamos lá. Harry James Potter, você é um jovem muito teimoso e orgulhoso... Definitivamente, orgulhoso – ele sorriu sem jeito. - Um tanto quanto introspectivo. Não se importava em quebrar as regras do colégio. Não me dava ouvidos quando eu lhe mandava estudar, preferia jogar xadrez bruxo com Rony...

-Rony?

-Isso, nosso outro melhor amigo – ela sorriu. – Eu tenho uma foto aqui comigo. Deixe-me lhe mostrar – ela saiu do quarto por um certo tempo. – Aqui. Este aqui – ela apontou. - É o Ronald ou Rony, se preferir.

-Essa, essa foto se move!

Hermione riu. – Sim. Foi tirada por uma máquina bruxa. Há muitas coisas que ainda não sabe sobre o mundo bruxo, Harry.

Ele assentiu e voltou a olhar a foto. - E essa menina?

-Esta é a Gina, irmã de Rony e sua ex-namorada – Hermione retrucou. Harry olhou para aquela foto um minuto. – Mas talvez vocês voltem...

Ele levantou os olhos, franzindo a testa. – Como assim?

-Bom, você terminou com ela por causa da guerra. Então, quando sua memória voltar, talvez vocês queiram reatar.

Harry olhou mais uma vez para a foto, observando-a melhor. Da esquerda para a direita estavam dispostos assim: Gina, ele, Hermione e Rony.
Ele abraçava Gina pela cintura – o que o fez supor que na época das fotos já estavam namorando. – e dizia alguma coisa em seu ouvido, que fazia a menina sorrir e acenar para fora da foto – isto é, para ele e Hermione.
Hermione da foto, a seu lado, olhava desconsertada para Rony e este sorria com ironia. Então, estranhamente, eles parecia começar a discutir - Não pareceram, exatamente, para Harry melhores amigos naquela foto, mas ele preferiu não comentar com a garota a seu lado.

Algo, entretanto, lhe chamou atenção quando a Hermione da foto se voltou para o Rony - uma coisa que ele não reparou quando estavam os quatro lado a lado. Mas agora, com Hermione de costas para o perfil do Harry da foto, era bem nítido.
O dedo indicador de Harry estava “preso” ao de Hermione. E mesmo cada um entretido com seu, por assim dizer, “par”, eles – para o Harry observador. - pareciam ter uma sincronia, uma harmonia e entendimento ímpar apenas com aquele toque.

–Quem sabe – disse incerto. – Ela foi minha única namorada?

-Sim. A não ser que consideremos a Chang.

-Chang?

-Cho Chang. Vocês tiveram um... – ela ponderou. – “affair” no quinto ano do colégio. Mas você era apaixonado por ela desde o quarto.

-E o que aconteceu? Digo, para não termos ficado juntos? - Hermione abriu a boca e depois fechou, incerta se deveria dizer a verdade. – Mione?

-Bom, ela era um pouco ciumenta demais e... Er, ficava, bom, ficava nervosa com a nossa amizade.

-Ela tinha ciúmes de você – Harry disse com um sorriso, Hermione parecia muito encabulada para dizer com todas as palavras.

-Não! – ele ergueu a sobrancelha. – Hã. Quero dizer, sim...

-Então nós brigamos e eu decidi por você – perguntou. E estranhamente conseguia entender aquela escolha, ele não tinha idéia de como era Cho Chang, mas pelo que via de Hermione e pressentia (e pelo estranho conforto que sentia ao lado dela), nenhuma paixão era mais poderosa que a amizade que tinham. Ele também conseguia entender os ciúmes de Cho, não poderia negar que Hermione era uma garota bonita, muito bonita, sendo sincero consigo. Era também doce, gentil e determinada.

-Eu não sei dizer, Harry – ela disse desviando o olhar. – Você simplesmente, um dia, disse que não daria certo entre vocês.

Harry olhou mais uma vez para a foto que tinha nas mãos e sem conter a curiosidade, indagou – E você, Hermione, já teve algum namorado? - ela corou furiosamente, negando com a cabeça. - Você está mentindo – ele contrapôs com um sorriso maroto que a fez, se era possível, corar mais.

-Não... Eu realmente não tive nenhum. Apenas...

-Apenas? – incentivou.

Ela suspirou. Não iria contar sobre Victor... – Sabe o Rony?

-O garoto da foto.

-Exatamente. Bom, nós... Nós estivemos a um passo de ter alguma coisa.

-E por que não tiveram?

-Ele não tinha coragem para dizer e eu era teimosa demais para admitir...

Hermione lhe pareceu desanimada, e Harry não gostou muito daquilo. - Rony me parece um rapaz estranho - disse olhando a foto outra vez.

Hermione riu. – É. Ele é sim um pouco estranho.

Harry não queria falar sobre Rony, a morena parecia meio triste enquanto falava dele. Decidiu mudar de assunto. - Mas me fale sobre você.

A morena pareceu surpresa. – Sobre mim?

-É a minha melhor amiga não é? Creio que os melhores amigos sabem tudo ou, ao menos, grande parte de seus amigos.

-Certo. Eu sou uma nascida trouxa – Harry a inquiriu com o olhar. – “trouxa” é uma denominação bruxa para quem não é bruxo. Isto quer dizer que meus pais não são bruxos.

-Entendi.

-Eu gosto muito de ler. Fui monitora da casa da grifinória, em Hogwarts. – antes que Harry indagasse, a morena continuou. – Hogwarts, escola de magia e bruxaria, onde estudamos desde, mais ou menos, os onze anos de idade. Há quatro casas: A Grifinória, a casa da coragem. A Corvinal, a casa da inteligência. Lufa-lufa, a cada da lealdade. E Sonserina, a casa da astúcia, ou quase – ela pausou. - A coragem, a inteligência, a lealdade e a astúcia são as qualidades mais marcantes de cada casa. Mas não significa que, por exemplo, uma pessoa da casa de Corvinal, não seja corajosa... Seus alunos são escolhidos pelas qualidades que têm – disse olhando-o para perceber se o rapaz estava lhe entendendo. - Nós somos da Grifinória.

-Me parece uma boa casa. Mas eu pedi que falasse de você e não das casas de Hogwarts, é esse o nome da escola não é?

-É sim. Mas eu não sei o que falar de mim, Harry.

-Eu posso facilitar as coisas. Por exemplo, vejamos: O que mais gosta de fazer?

-Ler.

-Temos aqui uma moça intelectual? – perguntou em chasco.

A morena virou os olhos, atirando-lhe um travesseiro. – Para você que não sabe, sou uma das melhores alunas da casa.

-Não duvido – contrapôs com um sorriso sincero. – Então... O que gosta de fazer nos tempos vagos? Não me diga que só fica lendo?

-Eu quase não tenho tempo nas horas vagas para ler, já que vocês me obrigavam a perambular pelo castelo ou passear nos jardins ou ainda, ir até a cabana de Hagrid.

-Hagrid?

-Sim. O guarda-caça de Hogwarts, ele toma conta do terreno de Hogwarts; e professor de trato das criaturas mágicas. Ele é nosso amigo.

-Criaturas mágicas?

-Logo você vai lembrar e, se não for o caso, aprender que existem dragões e unicórnios e outras criaturas mais.

Harry preferiu não discutir, se Hermione dizia que existiam dragões e unicórnios. Eles existiam.

-Qual é a sua idade?

-Dezenove. Farei vinte no dia dezenove de setembro*.

E uma enxurrada de perguntas se sucedeu, até finalmente Hermione cansar. - Chega, ao menos por hora – ela disse. – Tenho de ver seus ferimentos.

-Eu estou bem. Sério! – fugindo da hipótese de ter Hermione “cuidando” de si outra vez, Harry retrucou.

-Não quer que eu lhe azare, não é? – indagou e, inexplicavelmente, ao menos para o moreno, ela segurava sua varinha firmemente na mão direita.

-Isso não é justo, Mione... – ele falou tão naturalmente que, por um minuto, a morena achou ter Harry e suas memórias de volta. – Você sabe executar feitiços e eu nem tenho a minha varinha em mãos!

Ela riu. – Quem disse que deveria ser algo justo?
**
(continua)
**
*Nhai, eu esqueci a data de aniversário de Hermione... Está certo? Se não, alguém pode me corrigir?
Valeu!


fafa.lily, Obrigado! Fico muito feliz que tenha gostado! Então: Atualizada viu?!
Beijo.
dudinhaa..., Obrigado! Que bom que a senhorita está gostando!^^ Fico muito feliz!
Então, seu pedido é uma ordem. Atualizada!
Pink_Potter, hehehe! Gostou mesmo? Que bom que ‘cê riu. Já estava na hora do ar do fic mudar de dramático, para mais leve.
A senhorita também deveria postar capítulos, no mínimo, todos os dias!
Beijokssss!
Mione03, Bom com certeza no fim é Harry/Hermione, pelo menos ao parecido com isso^^.
Fico feliz que tenha gostado do fic! Espero q continue gostando.
E essa mentira foi bem básica... Quero dizer, não tão básica assim. Mas tipo, ela já conhecia, e muito bem, o corpo de Harry (como você disse, duas semanas o trocando). E se dissesse que nunca antes desse incidente (isto é, de Harry ficar tipo num coma) o tinha visto, ele nunca a deixaria trocá-lo, mesmo ela já conhecendo seu corpo...
Beijão!
*MaRy*, Que bom que curtiu! E Moxa, seu fic já está nas minhas fic's favoritas!^^ Mas eu só vou lê-la quando acabar tá? Porque senão eu nunca vou deixá-la em paz, pedindo para atualizar direto! Beijão!
Julia_granger_potter, que bom que curtiu! Espero que goste deste capítulo também! XD
Fique com Deus também, moxinha!^^
Beijão XD
Hermione Seixas, huahauhau! Eu quase ia escrevendo besteira! Mas ela tem de ser assim, você não acha? Ainda mais agora que o harry perdeu a memória... Beijoks!
Thaís Potter Malfoy, Ah.Moxa, que bom que deu pra entender^^.
E sobre o Harry achar isso – “estar” com ela -, nesse capítulo você já percebeu que ele acha que são amigos mesmo... Mas antes ele até que tinha a pequena impressão que a Hermione e ele tinham, bem, algo. Hehe.
Sobre estas cenas que a senhorita pediu, eu não sei. Mas tudo pode acontecer. ^^
Beijão!
Mia Rolim, ah! Vai dizer que você não ia aproveitar o momento dona moxa?!
Quando ele lembrar de tudo (se isso acontecer Hehe!), bom, a Hermione vai ter que lhe dar algumas explicações...
Então atualizada, moxa! Espero que goste!
LiLa_GraNgeR, Bom, vovó, isso vai da sua imaginação. Na verdade, a senhorita tem de entrar na vida das pessoas que querem cuidar de Harry Potter. Mas não sei o porquê, acho que a Hermione não quer nenhuma ajudante... Por que será?! A Hermione, também, já até decorou a anatomia desse moreno. Sabe como é, ela é uma aluna muito aplicada! Rsrsrs.
E sobre atualizar todo dia... Eu não consigo não!^^ XD XP
Beijo!
aninha potter, ah moxa, obrigada! Mas, o que você não está entendendo? Pode perguntar que eu tento explicar da maneira mais fácil possível, certo?
Beijo.
Cecília Granger Potter, Obrigado! E: Atualizada!

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