Aquele da Vida Real
Capítulo 1 - Aquele da Vida Real
De repente assim...
...Como num piscar de olhos.
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-Consegui – ela achou tê-lo ouvido murmurar antes de aparatar, segurando-o o mais firmemente que conseguia.*
Já haviam passado dois dias desde que chegaram àquele esconderijo e não lhe parecia que em Harry houvesse ocorrido alguma melhora, por menor que fosse...
Ele acordara e desmaiara seguidas vezes naquele dia e isto a deixava ainda mais irrequieta. Ela não conseguia fazê-lo não dormir. Harry estava exausto e, para ele, abrir os olhos era esforço demais. Ela suspeitava que o moreno nem ao menos a reconhecera.
Num suspiro, ela se prestou a novamente lhe passar um pano úmido de álcool. Será que aquela febre nunca passaria?
---Flash-back---
-Não vai lutar, Hermione.
-O que?! – indagou com incredulidade.
-Temos outros planos para você.
-Só pode estar brincando comigo, Minerva. Eu treinei junto ao Harry e me preparei para essa batalha! Você não pode me impedir! – retrucou indignada.
-Criança... – Minerva suspirou cansada. – Você não entende... Você terá outra missão – todos aqueles anos lhe fazendo valer agora. Ela tinha uma aparência mais austera e cansada desde a última vez que Hermione a vira. Ainda assim, seu olhar demonstrava carinho e Hermione achou ter vislumbrado dor quando a senhora tornou a falar. – Você não poderá...
A jovem mulher tinha lágrimas nos olhos. – Por que? – indagou fracamente. – Harry precisa de mim, Minerva. – murmurou suplicante. - Precisa - disse muito baixo, num menear de cabeça.
-E é por isso que terás de ficar.
A morena a encarou confusa. – Não compreendo...
-Quando a batalha acabar – pausou. - E se Harry vencer – disse com dificuldade. – Você deverá retirá-lo de lá, Hermione.
-Mas-
-Você saberá, criança... Você saberá. Na hora certa.
-Na hora certa? – riu sem emoção. – Como pode ter tanta certeza? Como pode saber que eu terei mais serventia esperando algo que nem mesmo Merlim pode o saber? – indagou seu tom de voz crescendo. - Como pode incumbir a mim de o fazer quando sabe que ao longo destes dois anos venho preparando-me para essa maldita hora?! Como pôde, professora Mcgonagall? – indagou a fuzilando com o olhar. – Quer saber de uma coisa? Eu odeio esses enigmas estúpidos! – ela gritou. – Por que e como eu saberei? Por que eu? – perguntou e então, respirou finalmente. Estava ofegante.
Minerva por um instante se surpreendeu com o ar sarcástico que sua aluna utilizava, com a ira contida em cada palavra... Mas não pôde recriminá-la, a dor que aquela jovem deixava transparecer por seus olhos era demasiada para Minerva crer que ela, sua querida aluna, estava em seu juízo perfeito.
-Apenas acalme-se! E confie em mim – falou seriamente. – Acha mesmo que não me preocupo com Harry? Que estou fazendo isso para lhe enfraquecer? – indagou. – Assim como você, Srta. Granger, eu quero o bem dele.
A jovem mulher encarou Minerva como se não a enxergasse.
“Confie em mim” ela lhe pediu. Será que não podia ver que era pedir demais? Era fácil para Minerva lhe pedir... Mas como poderia confiar nela? Com seu melhor amigo correndo todo o risco?
Hermione não queria acreditar. “Não estarei ao seu lado Harry, não quando mais precisa”. Ela não queria esperar que tudo acontecesse – “E se... E se Harry não conseguir?” Pensou desviando o olhar da senhora. “Eu nunca iria lhe perdoar Minerva, nem a mim...”.
–Agora vá e prepare-se – a jovem suspirou engolindo duro e, por fim, assentiu. – Hermione... – a morena voltou-se para a senhora. – Cuide bem dele. Eu confio em você.
Hermione tentou sorrir, mas apenas conseguiu um estranho “mostrar” de seus dentes. E saiu.
Minerva olhou a sua volta desolada, já escurecia; o fim da guerra, se os Deuses quisessem, estaria próximo.
---Fim do Flash-Back---
Os olhos dela decaíram para o torso do rapaz.
As feridas estavam cicatrizando, ao menos. Madame Pomfrey estava certa sobre a eficácia daquelas ervas. A pomada que a enfermeira fizera com elas, as ervas, secava e fechava com maior rapidez os ferimentos que encontrara ao longo do corpo de Harry.
A morena destampou o frasco e despejou uma pequena quantidade – da pomada. - nos dedos médio e indicador da mão esquerda e, com delicadeza, passou na ferida que se encontrava no peito do rapaz.
Ela o ouviu estrangular um gemido de dor. – Logo irá passar, Harry. Por favor, tenha paciência – murmurou próxima ao seu ouvido.
“Como se ele lhe ouvisse, Hermione” Pensou amargamente.
---Flash-Back---
Então, o momento de despedida chegara.
Hermione tinha um nó na garganta e um aperto no peito que não conseguia distinguir. Até falar estava lhe incomodando.
Ela esperou que Gina se despedisse do amigo. Não demorou muito e tão logo Hermione o estava fitando. - Eu... Eu queria poder lhe acompanhar – disse com dificuldade.
-Shii... Mione – ele pediu tocando os lábios dela, impedindo-a de continuar. – Está tudo bem – Harry disse com um sorriso tranqüilo.
-Eu queria ter sua mesma confiança – ela murmurou baixando a vista, envergonhada por não conseguir transmitir palavras de encorajamento para o rapaz.
Ele segurou seu rosto com as duas mãos e o ergueu delicadamente. – Estará tudo bem.
-Eu verdadeiramente rezo para que sim, Harry – falou o abraçando.
-Eu não quero que se preocupe... – falou baixinho em seu ouvido.
Ela se afastou para fitá-lo. - Apenas saiba que eu sempre estarei aqui – ela disse apontando para a cabeça dele. – E aqui – continuou, tocando, desta vez, o lado esquerdo do peito de Harry. – Sempre com você - eles se abraçaram com força. – Har...Harry, por favor – Hermione o fitou. – Tenha cuidado – disse seriamente. O moreno lhe ofereceu outro sorriso consolador. - Por favor, por favor, Harry... Por favor, volte pra mim - sussurrou em seu ouvido, apertando-o mais uma vez contra si. - Estarei a sua espera... Eu sei que irá me encontrar
-Não vou decepcioná-la.
---Fim do Flash-Back---
Uma lágrima verteu por seu rosto enquanto passava, em outro ferimento, a pomada e ouvia Harry gemer de dor.
Ela o amava tanto para vê-lo neste estado... Naquele momento só desejava tê-lo em seu colo, sonolento ao mesmo tempo em que acariciava seu cabelo em pleno salão comunal da grifinória. Sem guerra ou morte alguma...
Ela faria qualquer coisa naquele instante também, para que Harry parasse de sentir dor. Até mesmo abrir mão de estar com ele, ao seu redor...
Hermione acariciou a face febril do amigo. – Queria ter tido coragem para ter dito que te amava... – ela murmurou, acariciando a cabeça do rapaz. – De qualquer modo, Harry, eu estou aqui. Sempre para você. E mesmo que... Que escolha Gina ou qualquer outra garota, ou ainda, que não perceba que eu estou aqui e para você... Porque eu sei, eu sei o quanto algumas vezes pode ser lento... – ela sorriu triste, beijando o topo da cabeça do amigo. - Eu sempre vou amá-lo.
Estranho. Ela nunca achou que, algum dia, pudesse amar incondicionalmente alguém. Mas quando olhava para Harry, a impressão que tinha é que poderia ir além do incondicional... Que, a cada instante que se doava a ele, por inteiro, mais afeto surgia dentro de si e mais podia doar a ele, incessantemente.
Ela não sabia dizer quando descobriu que estava apaixonada por Harry Potter, mas se pudesse apostar... Hermione diria que fora naquela última festa, no dia dos namorados, que Slughorn dera em seu “clube”, como forma de descontração...
---Flash-Back---
Era quase um coro. Um coro muito malicioso. Não havia um modo de escapar... E olhos e mais olhos vidrados em nossas ações, até mesmo o professor Slughorn estava curioso, o que não ajudava muito na busca por uma opção de fuga.
Eu poderia até adivinhar o que Harry, neste momento, está pensando. Seus olhos me encaravam como se estivesse a tentar decifrar um código complexo... Por fim, ele deu um passo à frente, em minha direção. Eu não posso negar que fiquei assustada, mas não deveria...
Se eu contasse isto para alguém... Este alguém certamente não iria entender.
Até imagino o que diria: “Mas ele nem ao menos te beijou!”
Ninguém conseguiria entender que, por Harry não ter me beijado, eu tenha ficado ainda mais fascinada... Encantada por ele. Pelo simples fato dele, pela primeira vez, ter pensando nas conseqüências de seus atos. Por ele ter pensando em mim – pude ver em seus olhos. – por ter pensando na “ainda-não-relacão” que Ron e eu “mantínhamos” ou iríamos manter...
Então ele se afastou de mim. As pessoas batiam palmas risonhas. Nossos olhos se encontram e eu tive uma estranha vontade - ou até mesmo posso considerá-la necessidade - de abraçá-lo, mas não o fiz. Contive-me a tempo e consegui lhe oferecer um sorriso. Ele passou a mão no cabelo – era claro que estava sem jeito – e retribuiu meu sorriso com um belo e tímido seu.
---Fim do Flash-back---
Em um impulso, Hermione se aproximou do rosto dele outra vez e juntou seus lábios aos de Harry. Sentindo seu calor, acreditou que este quase poderia queimar seus lábios... Sua pele quase feria suas mãos, mas ela não se importava.
Afastou-se alguns segundos depois, machucava senti-lo assim. Ter o gosto dele em sua boca, sentir seu coração acelerar como louco... E não tê-lo de verdade.
-Hermione... – ele suspirou assim que ela se afastou, quase em delírio. E a morena não estava preparada para aquilo...
A jovem mulher mal pôde acreditar em si mesma enquanto aproximava-se novamente de Harry. Beijando-o outra vez.
Era loucura! Decerto seu melhor amigo estava em um de seus inúmeros delírios. “O que você tem na cabeça Hermione Jane Granger?!” Uma voz, talvez a da sensatez, indagava repetidas vezes em algum lugar de sua mente. Voz a qual Hermione preferia ignorar fatalmente enquanto a língua de Harry encontrava a sua.
Maravilhada, é como se sentia enquanto o corpo de Harry voltava inexplicavelmente à vida. “Se eu soubesse que isso poderia lhe fazer bem assim... Ah Harry... Eu o teria feito muito antes”.
**
-Nós já podemos ir? – fora a primeira pergunta que Hermione fizera assim que deixara a diretora de Hogwarts entrar no esconderijo.
Eles estavam naquela casa a quase uma semana, Harry e Hermione; esta cuidando do outro. No esconderijo que Minerva arrumara, protegido com diversos feitiços e com o fidelius, onde a própria Minerva era a fiel do segredo.
-Oh Não querida...
-Mas professora, Harry precisa de um medibruxo.
-Eu sei, criança... Mas ainda não é seguro. E enquanto não sabemos bem em quem confiar, é melhor deixá-lo aqui com você, onde sei que estará a salvo.
Hermione assentiu, levando-a até o quarto. – Ainda está tão perigoso assim?
- Infelizmente sim, querida - a senhora suspirou observando Harry. – Como ele está?
-Está melhorando – a jovem mulher disse com um sorriso. – Veja, as feridas estão cicatrizando – apontou para o corpo do rapaz. - Madema Pomfrey tinha razão. Elas têm um alto poder regenerativo.
-Ele já acordou?
-Acho que posso dizer que sim – Minerva franziu a testa. - Harry não consegue ficar muito tempo acordado, professora. Ainda está fraco. E mesmo com a rápida recuperação de seu corpo, sua mente não condiz com isso...
Elas falaram um pouco mais sobre o rapaz. – Eu não posso me demorar. Sinto muito... – Minerva falou por fim.
-Eu entendo.
-Está faltando algo para o senhor Potter?
-Não, nada.
-Para você, então?
-Não professora, está tudo bem.
-Fique com Deus minha querida – a senhora falou afagando o ombro da moça. – Eu confie em você, senhorita Granger.
-Acredite professora, não há ninguém mais neste mundo que queira ver o Harry bem como eu.
Minerva a fitou por um instante. – Eu sei criança. Boa Noite.
-Boa Sorte.
Assim que a mulher saiu, Hermione trancou a porta e então se encostado a ela.
“Quando isso irá acabar?” Pensou ao abrir os olhos. Olhou a volta por um instante “Ao menos, aqui, Harry estará seguro” pensou enquanto subia as escadas correndo, em direção ao quarto do rapaz.
“Egoísmo de minha parte, eu sei... Mas este” ela acariciou a cabeça do rapaz. “É meu melhor amigo, Harry Potter. E se ele estiver bem, para mim, até mesmo o mundo pode explodir”.
**
(continua)
**
*Obs.: É, também, uma lembrança da Hermione. Ok? Mas achei tão pequeno que não achei necessário por “Flash-back”.
Tipo, aquela parte em que a Hermione beija o “belo-adormecido” Harry Potter... Hmm, como posso explicar... Vai da imaginação de cada um, sobre o que aconteceu depois, certo (*Yasmin pensando muitas coisas... XD* Rsrsrs!)?!
É, meio que avançou um pouquinho no tempo né?
Amy Marrie Paerom, eu também acho! Rsrsrs! Mas sabe como é né? São amigos... E amigos não têm uma relação assim, o que não deixa de ser um absurdo não acha? XP
Mas não faltarão oportunidades para que um beijo aconteça!^^ Obrigado viu?! Beijão.
Titia Pink, quando escolhi o titulo da fic não tinha nem pensado que lembrava o nome do filme (que por sinal é maravilhoso. Eu amo aquele filme!). Mas não ele não tem nada a ver com o filme não... Bom, eu acho que não... ^^!
Beijão!
Kamila Hélcias Pacheco, Atualizado! Que bom que gostou do prólogo, espero que curta todo o fic agora^^!
.:Joana:., Ah *Yasmin corando* obrigado moxa! Você não sabe o quanto fico feliz por estar gostando! Beijão viu?
Kaka_Harry e Mione, oie! E sobre avançar no tempo, vai sim. Como você pôde ver nesse capítulo, para depois da guerra. Mas o fic não é pós-hogwarts não viu? Ainda assim, espero que curta! XD
dudinhaaa...., pronto! Capítulo novo On^^ Espero não ter demorado muito. Beijo e muito obrigada.
Sissi Granger Potter, então moxa, atualiazada!^^ Espero que goste. Beijo!
deven, Atualizado! Espero que curta.
Mia Rolim, Valeu! Então o capítulo um aí. Beijo!
thamila moliterno, Obrigado! Até que não demorei tanto para atualizar né? Capítulo meio fraquinho, mas ainda assim espero que tenha gostado.
LiLa_GraNgeR, Fico feliz que tenha gostado da minha divagação! ^^ XP Beijo Moça e: Atualizada XD
Viiiiick!, não se preocupe moxa! Esse fic é totalmente HH. Muito obrigado viu? Beijo!
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