capitulo 2



Enfim… é hoje o grande dia. Passo o dia num estado de inconsciência. Cada hora se arrasta lamentavelmente acentua este peso que sinto no baixo-ventre e os arrepiozinhos de antecipação que me titilam sempre que penso no Ron. O dia parece-me interminável e eu vejo os ponteiros do relógio a avançarem penosamente perguntando a mim própria o que vou vestir esta noite. Esta manha, quando o Ron marcou o nosso encontro, só disse para eu vestir a minha roupa interior mais sugestiva, a que me fizer sentir mais atraente, desejável. As roupas que vestir por cima não tem muita importância, porque não vou conserva-las durante muito tempo. Assim espero!
Ao entrar em casa, decido vestir o meu body de renda que esmaga e ergue os meus seios de forma quase exagerada. Não estou nada mal… umas meias finas pretas completam o conjunto com as minhas botas altas de cabedal cujos saltos, se serem demasiados altos, favorecem consideravelmente a minha silhueta, acrescentando-lhe uns centímetros. O efeito é satisfatório.
O Ron marcou encontro num barzinho da moda em pleno centro da cidade. Esperava algo mais íntimo, mas deixo-lhe a tarefa de me surpreender.
Ele é pontual e está muito chique, comum magnífico fato escuro. O seu rosto acaba de ser barbeado e emana odor da minha água-de-colónia preferida, que eu sinto quando ele se senta e me beija apaixonadamente.
- Estás deslumbrante!
- Espera até veres o que trago por baixo…
- Queres mais um copo?
- Vou precisar dele?
- Dependo do estado em que estiveres…
- Eu ou o meu corpo?
- Ambos…
Não perdemos tempo e entramos logo num táxi. O Ron tem os olhos a brilhar. Dá o endereço ao motorista e começa logo a beijar-me com uma paixão insuspeita. Ao ver as minhas botas e as minhas meias, respira fundo:
- Levaste-me a sério… Meu Deus, desejo-te tanto!
Sinto a mão dele deslizar por baixo do meu vestido e a fina renda sob a qual o meu sexo húmido palpita parece-me de repente bastante incómoda…Sob os meus dedos hábeis o sexo dele incha e fico satisfeita por vê-lo (ou melhor senti-lo) a atingir proporções apetecíveis.
O dedo que desliza entre as minhas coxas faz-me gemer.
- Ficamos por aqui ou vamos a algum lado?
- Já não falta muito – diz ele
Assim o espero… Se ele não para em breve, vou certamente deixar vestígios no banco do táxi. Não conheço esta zona: é o «Red Light» da cidade. Prostitutas palmilham os passeios enquanto os bares e os cinemas pornos se sucedem numa nuvem de néons berrantes. Uma ponta de medo forma-se no meu espírito enevoado de desejo, mas o Ron tranquiliza-me.
- Não te preocupes… Não te vou levar para nenhum destes buracos e também não contratei os serviços de uma «profissional» para esta noite…
- Obrigada…
O motorista vira para uma ruela mal iluminada. Onde raio nos conduz ele? Estamos agora a algumas ruas da artéria principal e não se vê uma única loja ou bar. O motorista pára finalmente em frente a uma porta sobre a qual uma placa discreta indica: «Só com marcação».
O Ron paga o táxi e ajuda-me a sair do táxi. Abre-se à nossa frente um grande vestíbulo, todo revestido de espelhos. Ninguém…
Um sortido de máscaras de Carnaval encontra-se suspenso de uma parede, mesmo à nossa frente, ao lado de uma porta fechada. São de todas as cores, de todas as formas, mas todas elas foram concebidas para tapar quase todo o rosto, deixando apenas a boca e o queixo descobertos.
Ron pede-me com ternura para escolher duas. Põe-me uma, delicadamente, antes de se cobrir com outra. Abre a segunda porta e faz-me avançar até a um balcão que poderia ser a recepção d um hotel chique. Um maître d’hôtel de smoking acolhe-nos amavelmente com uma leve inclinação e um sorriso discreto.
- Os vossos nomes, por favor?
- John e Hannah.
- Se fixerem o favor de me seguir…
John e Hannah? Que história é esta? A minha curiosidade está no auge e os meus nervos aumentam. Estas máscaras? Mmm. Sinto água na boca, apesar da incerteza que me invade. O homem conduz-nos ao longo de um corredor sobriamente decorado com telas em cor pastel. Um hotel? Um restaurante? Não faço a mínima ideia… Depois faz-nos entrar num grande quarto circular cujo tecto é muito alto e a iluminação judiciosamente filtrada.
As paredes são cobertas de vidro (ou de espelhos?). Parecem-me demasiados escuros para serem espelhos, mas como não vejo as luzes do exterior através delas, deduzo que não se tratam de simples janelas. O vidro reflecte o suficiente para eu nos ver entrar e olhar à nossa volta com um ar assombrado, enquanto o homem desaparece sem mais uma palavra. Como mobiliário, uma cama enorme. Uma grande cama circular que domina o centro da divisão. E à sua volta, algumas poltronas baixas e largas, apoiadas nos espelhos.
O Ron parece tão surpreendido como eu, mas diz-me:
- É exactamente como me descreveram. Melhor, até.
- Mas é tão estranho… é um hotel?
- Se tu quiseres, com algumas diferenças…
- Anda.
Lanço-me finalmente nos braços dele e beijamo-nos tão avidamente como no táxi, ou mais. Quando ele começa a atacar o meu vestido eu adivinho, mais do que vejo, a iluminação a alterar-se subtilmente. Apercebo-me finalmente de que os espelhos, ou pelo menos o que eu pensava serem espelhos, são na realidade janelas. Só que estas janelas não dão para o exterior…Não! O quarto é como uma arena à volta da qual, em dois andares, pessoas mascaradas assistem ao espectáculo. Vejo apenas as suas silhuetas, mas são numerosas. O espaço por detrás das janelas parece dividido em cinquenta pequenos compartimentos de onde as pessoas assistem aos nossos folguedos, sozinhas ou aos pares. A intensidade da iluminação aumenta um pouco, impedindo-me de discernir as suas fisionomias. Distingo apenas as suas formas, a maioria masculinas, mas também alguns casais abraçados que esperem pacientemente…

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Eu sou má!!!

Decidi aumentar o historia mais um capitulo !!

Se querem o próximo têm que comentar!!!!

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