A Sacerdotisa da Lua



Harry se sentou em frente ao diretor. Este parecia preocupado. Tinha as mãos entrelaçadas, os olhos azuis, sempre tão serenos, demonstravam receio.

- Se lembra de nossa última conversa?

- Claro. Na noite em que Moody...

- Semanas antes de Moody ser assassinado, ele já sabia que corria risco. Então ele veio conversar comigo, e me contou toda a profecia. Fala sobre uma jovem, que nasceria depois de um grande acontecimento, de uma família de sangue-puro, a sétima filha desse casal, que nasceria em uma noite de lua cheia. Ela tem um poder oculto, que só se manifestará em uma determinada situação, quando ela se sentir completa.

- Desculpe, mas como assim se sentir completa?

- Você já ouviu falar que todos nós temos almas gêmeas?

- Já, mas eu pensei que fosse bobagem.

- Quando encontramos nossa alma gêmea, nos completamos no momento em que tivermos certeza de que somos amados pelo outro. Bem, a profecia diz que quando a sacerdotisa se sentir completa, liberará uma energia extremamente poderosa, que pode enfraquecer até o mais poderoso ser existente, tornando-o vulnerável.

- Então é por isso que Voldemort a quer? Por que ela pode deixá-lo fraco?

- Além disso, ele quer, através do ritual da lua, absorver o poder dela por completo, se tornando o ser mais poderoso do mundo.

- Mas, o senhor sabe quem é a sacerdotisa?

- Sei. E você também sabe.

- Eu sei?

- A sacerdotisa é afetada pelos rituais, ficando fraca por um tempo. Mais precisamente desde a hora que o ritual começa até umas 5 horas depois. Não suspeita de ninguém?

- Claro! Eu tinha reparado nisso, mas pensei que fosse só coincidência. Então a sacerdotisa é a Gina.

- Exato. E vocês dois, juntos, serão capazes de destruir Voldemort.

- Mas... ela nem sequer olha mais pra mim... eu não sei como fazer...

- Acredito que você saiba agora o motivo pelo qual criaram essa situação entre vocês dois.

- Sim... faz sentido. Malfoy armou tudo isso por ordem de Voldemort.

- Receio que o jovem Draco já tenha escolhido seu lado na batalha.

- Mas professor, como eu vou fazer para... quer dizer, o poder de Gina só se manifestara quando ela se sentir completa... mas, como vou saber quem é a alma gêmea dela?

- Você já sabe. É o homem que ela amou por todos esses anos, e que a ama.

- Não sei... ela tem ódio de mim agora.

- Ela tem ódio do que pensou que você havia feito. Ódio e amor são sentimentos muito próximos. Quando ela souber a verdade, isso passará.

- Então tenho só que contar a verdade a ela, e dizer que a amo? – perguntou ele incerto.

- Simples assim. Mas isso deve ser feito na hora certa.

- Mas, tem uma coisa que eu não entendi. Antes de nós terminarmos, ela sabia que eu a amava, por que o poder não se manifestou?

- Ela não sabe que você a ama. Ela ouviu você dizer isso, mas não sente isso. Ela tem que acreditar em você. Não que ela nunca tenha acreditado em você, mas ela se sentia insegura. Você precisa dar a ela força, para que ela confie totalmente em você.

- Certo.

Dumbledore se levantou e foi até a janela. Ficou olhando para o horizonte, então se virou e olhou para Harry firme.

- Eu sei que é muita responsabilidade nas mãos de pessoas tão jovens, mas o nosso destino depende de vocês. – e assumindo uma postura triste, até mesmo pesarosa, o velho diretor disse – O fim está próximo. Prepare-se meu jovem, ele está vindo.

- Como assim ele está vindo?

- Você tem que ir atrás da Srta Weasley, o mais rápido possível. A batalha está prestes a começar.

Harry deixou a sala do diretor e foi correndo até o jardim do castelo, na esperança de que Gina lá estivesse. Não a encontrando, voltou para o castelo. Andava apressado por um corredor deserto, quando alguém o chamou.

- Ora ora, Potter. Não acreditaria se eu dissesse que estava mesmo atrás de você.

- O que você quer, seu cretino?

- Ah, mas isso são modos de falar? Garanto que seu velho diretor não gostaria de te ouvir falando assim.

- Não tenho tempo para você. – disse Harry se virando e andando, mas foi acertado por um feitiço lançado pelo sonserino, caindo no chão, imobilizado.

- Eu disse que estava atrás de você. Nunca dê as costas pra mim. – disse Draco, com um sorriso cínico no rosto. Arrastou Harry até uma sala vazia.

- Onde estão seus amiguinhos agora, para te ajudar? Ah, me esqueci. Eles não se importam mais com você. É uma pena. Eu adoraria fazer aquela sangue-ruim de escrava. Não vai defendê-la? Ah, desculpe. Você não pode falar. Vou ter que dar uma saidinha agora, mas já volto, ok? Não saia daí. Tenho que pegar sua namoradinha. Sabe, ela até que é jeitosinha. Não se preocupe se demorarmos um pouco, talvez eu me divirta com ela. – disse ele saindo, dando uma risada sarcástica. Harry o ouviu lacrar a sala.

****

Gina estava sentada em uma cadeira, olhando pela janela. Vários alunos comemoravam o fim das aulas, o inicio do verão, o fim das provas. Mas ela não queria brincar. Não tinha ânimo pra isso. Perdera a vontade de viver, desde quando perdeu a confiança em Harry. Não conseguia entender. Por que ele fez isso comigo? O que eu fiz de errado? Estávamos tão bem, ele parecia feliz comigo. O que aconteceu?

- Posso falar com você? – perguntou Sofia. A garota não era mais a mesma do inicio do ano. Parecia perturbada.

- Se você veio me falar do Harry...

- Ele não fez nada.

- O que é? Ele te pediu pra vir aqui me dizer isso? – disse ela irritada.

- Não! Na verdade, só vim aqui porque isso está me corroendo por dentro. Preciso de contar a verdade.

- Que verdade? Eu já sei o que precisava saber sobre vocês dois.

- Não, você não sabe. – começou ela, e contou a história para a ruiva, sem dizer quem era que tinha feito isso, pois não podia. Esta, ao fim do relato, chorava indignada.

- Então ele disse a verdade... e eu o tratei tão mal... duvidei dele. E ele mesmo assim, disse que me amava... Tenho que encontrá-lo. Assim que Hermione e o Rony aparecerem aqui, conte isso a eles e peçam para que procurem por mim e pelo Harry. – falou Gina, já saindo correndo pelo retrato da Mulher Gorda.

Andou a esmo pelos corredores, em busca de seu amor. Procurou nos jardins, e nada. Já cansada, parou um pouco.

- Mas vejam só! Hoje é meu dia de sorte mesmo! – falou o sonserino de cabelos platinados.

- Não enche Malfoy. Não tenho paciência pra você agora.

- Ah, mas vai ter que arrumar. Petrificus Totalus!

Ele rapidamente puxou a varinha e a acertou. A ruiva tombou, sem conseguir se mexer.

- Sabe, odeio admitir, mas o Potter tem bom gosto. – disse ele se abaixando próximo a ela. Ele passou a mão por todo o corpo de Gina. – eu sei que você está sentindo, querida. É uma pena que eu não tenha mais tempo. Seu namoradinho me fez desperdiçar muito com ele.

Ele se levantou e com um aceno de varinha fez o corpo de Gina se mover, seguindo-o. Não precisaram andar muito. Draco desfez o feitiço que lacrava a porta e entrou, jogando Gina na parede em frente.

- Pronto! O reencontro do casal. Que momento lindo!

Gina olhou para o lado e viu Harry, também imóvel. Ele parecia fraco, e percebeu que o garoto não se alimentava direito há tempos.

- Acredito que vocês queiram se desculpar, e fazer uma cena melosa como sempre. Mas estamos atrasados, então Estuperfaça! – gritou ele primeiro apontando para Gina, depois para Harry. Lançou neles um feitiço de invisibilidade e outro de locomoção, e saiu da sala, com os dois logo atrás.

Andou até os jardins, e sem que alguém o visse, seguiu em direção da Floresta Proibida. Andou por uma trilha mais ou menos vinte minutos, quando chegou. O sol já havia se posto, e no céu as primeiras estrelas começavam a brilhar.

- Está atrasado. – disse uma voz viperina.

- Me desculpe, Milorde. É que demorei um pouco até encontrar o Potter. – falou ele, com medo. Desfez o feitiço que deixavam os prisioneiros invisíveis.

- Pelo menos vejo que conseguiu trazê-los até aqui. Agora saia da minha frente. Temos um ritual para preparar. – falou o outro, ainda envolto nas sombras.

***

Rony e Hermione ouviam a tudo incrédulos.

- Mas quem foi que tramou tudo isso? – disse Rony, nervoso. A garota até tentou, mas nada saia de sua boca.

- Não vê? Ela está impedida de dizer. Temos que achá-los então. Oh, Merlin! Tomara que Harry nos desculpe. – disse Hermione.

- Vamos pegar o mapa dele, assim fica mais rápido. Já está anoitecendo. – falou o ruivo.

- Certo.

Subiram ao quarto dos garotos. Rony pegou o mapa do maroto de dentro do malão de Harry.

- Juro solenemente não fazer nada de bom. – disse ele batendo a varinha no mapa. Linhas começaram a surgir, e pontinhos a brilhar.

- Hei! Mas o que é isso? – disse Hermione, apontando para um trio, que seguia para a Floresta Proibida.

- Tem algo errado! Temos que ajudá-los! Vamos falar com Dumbledore. – disse o ruivo, e junto à namorada, correram até a sala do diretor.

*****

Harry conseguiu abrir os olhos, com muito custo. Onde ele estava? A sua volta ele ouvia vozes. Quando as imagens ficaram mais nítidas, ele viu várias velas negras acesas, e várias pessoas encapuzadas. Mais a sua frente, viu uma mandala desenhada no chão, e uma jovem deitada ao centro.

- Vejo que despertou. Há quanto tempo não nos vemos? Dois anos? – disse o homem próximo da jovem. Seu capuz caiu e deixou a mostra o rosto, mais semelhante ao de uma cobra. Os olhos vermelhos fitavam Harry.

- O que você quer? – perguntou ele com esforço. Sentiu as mãos atadas ás costas.

- Você sabe o que eu quero. Quero sua namoradinha. Pelo visto a pequena Weasley conseguiu realizar seu sonho de namorar o herói Harry Potter. Ela mudou muito desde a última vez que estive com ela. Não cheguei a pensar que ficaria bonita um dia, mas ela está até jeitosinha. – disse o Lord das Trevas, se abaixando segurando Gina, que se encontrava desacordada.

- Solte-a seu imundo! – gritou Harry. A raiva o consumia. Tinha que pensar rápido, antes que Voldemort iniciasse seu ritual. Precisava tirar Gina dali.

- Ora, ora. Chega de bancar o herói, Potter. Já se tornou cansativo.

- Não vou deixar você fazer nada a ela.

- E quem foi que disse que eu preciso de sua permissão? Deixe de ser insolente, garoto.

Os outros comensais riram. Enquanto isso Harry se desamarrava. Agora só precisava que algo distraísse a todos para poder pegar a ruiva.

- Você se acha o tal, todo poderoso, mas na verdade você é um inseguro. Um covarde. Só consegue se dar bem em cima de pessoas bem mais novas que você. E mesmo assim, você precisa da ajuda de outros. Tenho pena de você. – disse Harry, depois sorrindo, sarcasticamente.

Voldemort o lançou um olhar revoltado.

- Pena? Você tem pena de mim? Devia ter pena de si mesmo. Uma vida desgraçada como a sua. Mas pode ficar tranqüilo. Isso acaba hoje.

- É, você está certo. Isso acaba hoje. Mas quem é você pra falar de vida desgraçada? Passou quatorze anos vivendo como um parasita, e seu maior inimigo sou eu. Um garoto de dezessete anos!

- Você já passou dos limites Potter! É melhor se calar agora.

- Me calar por que? Você não gosta de ouvir a verdade, não é?

- Crucio! – gritou Voldemort, apontando a varinha para Harry. Uma dor intensa, como se mil agulhas estivessem perfurando o seu corpo, tomou conta de Harry. Mas ele não fraquejou.

- Sabe Tom, esse é seu nome, certo? Isso não me afeta da forma que você gostaria, sinto muito.

- Não ouse me chamar por esse nome trouxa! Eu sou Lord Voldemort! O Lord das Trevas!

- Engraçado. Quando foi que você se tornou Lord? Quero dizer, para ser Lord tem que pertencer à realeza, mas você é um mestiço. E que eu saiba, não é casado com nenhum membro real. Então você se denominou Lord, assim, do nada. Se é assim eu quero ser um Conde. Conde não, um príncipe. É, príncipe Potter. As mulheres vão gostar, não acha? – zombou ele.

- Pelo visto aqueles trouxas com quem você vive e Dumbledore não foram capazes de lhe dar educação alguma.

- Pelo contrário. Na verdade eu sou muito educado. Acho que estou sendo educado até demais com você, sabe.

- Tolo. Enquanto você fica aí falando asneiras, sua querida escola está sendo atacada. Meus servos estão nesse momento matando seus amiguinhos.

Harry sentiu medo. E se há essa hora, seus amigos estivessem mortos? Foi aí que ouviu passos ao longe. E em sua mente ouviu a voz calma de Dumbledore. “Prepare-se. Estamos chegando”. Sentiu uma força incrível tomar conta de si. Era o momento que estava esperando. Só precisava distrair Voldemort por pouco tempo. Olhou em volta e viu sua varinha no bolso de um comensal ao seu lado. Seria fácil recuperá-la. Sorriu.

- Por que está sorrindo? Sempre soube que você era meio maluco, mas não pensei que fosse assim.

- Ora Tom. Que eu saiba, maluco aqui é você.

- Agora chega! Você conseguiu me irritar. Um idiota, é isso que você é. E ainda o intitularam de “O Escolhido”!

Voldemort estava mesmo irritado. Seu olhar doentio estava fixo em Harry. Ele ergueu a varinha.

- Eu ia deixá-lo viver para ver mais uma pessoa que você ama morrer, mas você me provocou. Avada...

- Expeliarmus!

De trás das árvores, Dumbledore surgiu. Junto dele estavam Tonks, professora McGonagall, Hagrid e Snape.


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Momentos de tensão....

Emoções finais....

respondendo à alguns d vcs:

Rafael Abrahão: Concordo que fazer chantagem é chato, e por isso msm tô atualizando a fic agora.

Marcia M: Eu vou pensar no seu caso... acho meio difícil esticar a fic, mas quem sabe uma continuação... Andei pensando e escrever outra, só que com eles mais velhos, não sei ... vamos ver

Não vou exigir os comentários dessa vez, só que é inevitável pedir... hihi
COMENTEM AÌ PESSOAS!!!!
Boa semana pra todos
Bjins


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