Provas
Os dias se passaram. As semanas. Quando Harry se deu conta, já havia se passado um mês que Gina tinha terminado tudo com ele. No dia seguinte a conversa deles na ala hospitalar, ela recebeu alta. Desse dia em diante andava sempre com Rony e Hermione, e os três não olhavam para Harry, não passavam nem no mesmo corredor que ele, se sentavam o mais afastados possíveis. Ele também não tentou conversar. Não queria saber. Lupin o disse para que tentasse se lembrar se bebeu algo, ou comeu algo diferente naquela noite, que ajudasse a entender o que aconteceu, mas ele não tentou lembrar. Não importava mais saber o que tinha acontecido. Ele já tinha perdido tudo. Vivia isolado. Não dormia direito, e as olheiras se tornaram profundas. Os cabelos estavam cada vez mais desajeitados, dando a ele uma aparência abandonada. A barba ficava sempre por fazer. Os olhos, que antes tinham um brilho atraente, agora pareciam sem vida. Mal comia. Evitava a companhia dos outros. Estes falaram por um bom tempo sobre ele, mas depois esqueceram.
Era uma sexta-feira. No mural de avisos foi pregada a ordem em que aconteceriam os NIEMs e o horário. Depois que a maioria já tinha visto, Harry se aproximou. Na segunda faria a prova de Transfigurações, na terça Poções, na quarta Feitiços, na quinta Herbologia e na sexta Defesa Contra as Artes das Trevas. Todas teriam prova escrita na parte da manhã e prática à tarde.
Não estava preocupado. Nem com medo. Não se importava com nada. Faria o que soubesse fazer, e pronto. Nada o motivava. O que ele queria era que acabasse tudo logo, ou que Voldemort viesse atrás dele. Aí já não importava se ele morreria ou não. Queria por um fim nisso tudo, inclusive em sua vida. Vida essa cheia de perdas, pensou ele. Foi para sua aula. Era semana de lua cheia, por isso Tonks era quem dava a aula. A professora estava com seu cabelo roxo, comprido. Harry entrou na sala e foi para seu lugar ao fundo.
A aula foi até divertida. Tonks parecia mais nervosa com a proximidade dos NIEMs que Hermione. A professora se atrapalhava freqüentemente.
- Vamos revisar a última matéria. O feitiço da memória é muito útil, principalmente para pessoas como eu, que me esqueço sempre de alguma coisa. Vamos praticar um pouco. Pensem em algo de que tenham se esquecido e gostariam de se lembrar.
Harry procurou algo de que tinha se esquecido. Lembrou-se da noite fatídica, que arruinou sua vida. Não se lembrava do que tinha acontecido nela. Era isso. Concentrou-se e fez o feitiço. Aos poucos foi surgindo em sua memória a conversa que teve com Sofia, o doce que a menina o ofereceu, o sono que sentiu subitamente, e então mais nada. Tinha caído dormindo.
É isso. Eu comi um doce. Devia estar enfeitiçado, ou algo do tipo. Pena que eu tenha me lembrado tão tarde. Isso não me adianta mais. – pensou ele amargurado.
O fim de semana se passou lentamente. Alunos estudavam, desesperados. Harry viu em uma mesa Rony e Hermione revisando a matéria. Rony reclamava de algo, e os dois começaram a discutir. Eles tinham que ter confiado em mim, pensou. Sentou-se no sofá e ficou brincando com o pequeno pomo que tinha ganhado. Naquela noite ele também brincava com o pomo, para se distrair. Sentiu uma mão pousando em seu ombro. Igual à noite. Virou-se e viu a mesma garota, que agora tinha uma expressão triste, e estava chorando.
- O que você quer? Já não basta tudo o que você fez? Não está vendo? Se seu objetivo era acabar comigo, conseguiu. – disse ele, com a voz cheia de amargura.
- É sobre isso mesmo que eu queria falar. Me perdoa. Eu...
- Te perdoar? Então agora você admite que fez algo! Cansou de contar a mesma historinha de como eu a seduzi e praticamente te obriguei a dormir comigo, foi?
- Escute-me. Não era eu...
- Ah, claro que não era. Quem foi que disse que era você? Vai ver era a Murta-que-Geme se passando por você, não é mesmo?
- Eu estava sob a maldição Imperius. Eu tentei... mas não conseguia. Alguma outra força controlava meu corpo. Não queria ter feito nada daquilo, eu fui obrigada...
- Quem lançou a maldição em você? – perguntou ele, segurando o braço da garota. Ela tentava dizer, mas algo a impedia. Ele se concentrou e pôde ver o que se passava na mente dela. Viu quando Draco a chamou para uma sala vazia, viu quando lançou a maldição nela, viu quando a mandou dar o doce a ele, e fingir que tinham dormido juntos.
- E agora? Como foi que você se libertou?
- Ele me libertou. Disse que não precisava mais de mim. – disse ela. A garota estava fraca, e chorava.
- Acho que agora é tarde demais. Não há nada que você possa fazer. – disse Harry se levantando e saindo do salão comunal. Andou pelos corredores a esmo. Então tinha sido Malfoy quem planejou tudo aquilo. Mas por que? Só porque eles se detestavam? Não... Tinha um outro motivo, ele podia sentir. Mas o que era?
Segunda chegou. Os exames seriam realizados no salão principal, como nos NOMs. Várias carteiras estavam espalhadas pelo salão, afastadas entre si. Harry procurou uma mais ao fundo e se sentou. Em pouco tempo o salão se encheu, e os monitores do Ministério aplicaram a prova. Harry não a achou muito difícil. À tarde, os alunos faziam o teste prático separadamente. Os nomes eram chamados em ordem alfabética. Depois de muita espera Harry entrou na sala. Deveria conjurar três cadeiras iguais a uma que estava na sala. Depois teve que transformar a água do copo em vinho tinto. A lista se seguiu assim, sendo um total de 10 itens. Harry realizou a tudo que o pediam com calma, não se importando muito com o resultado. Mas tudo estava saindo perfeito.
No segundo dia de provas foi a mesma coisa. Poções não era uma matéria muito fácil, mas ele conseguiu se sair bem na prova. Na parte prática ele teve de fazer uma poção do morto-vivo, que era complicada. No fim do tempo sua poção adquiriu um tom acinzentado, quando deveria estar cinza-escuro.
Na quarta teve um pouco de dificuldade em Feitiços, mas ao final do dia acreditava que tiraria um Aceitável.
Quinta-feira era a prova de Herbologia. Neville estava confiante, pois essa era a matéria na qual o garoto se saia melhor. Ele era o único que continuava conversando com o moreno. Os dois discutiam sobre algumas questões da prova, quando o garoto se levantou apressado.
- Nossa, eu aqui conversando e acabei me esquecendo! Marquei de me encontrar com a Luna e já estou atrasado! Sabe, nós estamos namorando...
- Fico feliz por você. – respondeu Harry, sinceramente. Em um sofá próximo, Gina e Dino conversavam animadamente. Harry os fitou por um tempo, depois saiu do salão comunal. Se Gina voltasse a namorar com Dino seria demais para o garoto.
E chegou a sexta-feira. A prova de maior peso para Harry. Além se ser sua matéria favorita, para se tornar um auror era essencial que tivesse uma ótima nota. A prova escrita estava difícil, mas Harry soube fazer todas as questões. Havia chegado a hora da prática. Entrou na sala.
- Harry James Potter? – perguntou um dos jurados.
- Eu mesmo.
- Vamos ver se você é tão bom quanto dizem. – falou o homem gentilmente.
Primeiro um dos jurados ia atacar Harry, que deveria conjurar um escudo. Depois Harry devia atacar um pequeno gnomo com o Circulum Incarcerous, que ele realizou com perfeição. Depois ele tinha que tentar se defender de quatro grandes bonecos que lançavam feitiços e atacá-los simultaneamente. E foi com grande habilidade que ele terminou o teste.
- Você pretende ser auror, garoto? – perguntou uma das juradas.
- Sim senhora.
- Pelo que vi aqui hoje, acredito que nos encontraremos em breve no Ministério.
Ele saiu da sala contente com seu desempenho. Fez o melhor que podia.
- E então, como foi? – perguntou Tonks a ele. A professora estava saindo de sua sala, quando cruzou com ele.
- Acho que fui bem.
- E por que essa cara então? Você está de férias, querido!
- Não tenho por que sorrir. – disse ele, sombriamente.
- Eu soube o que aconteceu. Por que não tenta explicar a ela a verdade?
- Ela não acreditaria em mim. Não depois de tanto tempo.
- E por que você não disse antes?
- Porque só soube da verdade, de tudo mesmo, esse final de semana.
- Ah. Mesmo assim eu acho que você deve falar com ela. Eu vejo como vocês dois estão sofrendo, vejo como seus amigos estão tristes também.
- Eles tinham que ter confiado em mim. Eu nunca faria uma coisa dessas.
- Eu sei. Mas quando se vê o que eles viram, é difícil acreditar nisso. Você que sabe. Mas pense nisso.
- Vou pensar.
- Ah, já ia me esquecendo. Dumbledore quer falar com você, acho que é serio. – disse ela, e o sorriso que havia em seu rosto desapareceu. A senha é caramelos de todos os sabores.
- Vou indo então. Nos vemos depois.
Harry foi até a sala do diretor. Disse a senha a gárgula e subiu as escadas, preocupado. O que será que Dumbledore queria com ele?
Abriu a porta e entrou. Dumbledore estava sentado em sua mesa. Olhava pela janela, de onde podia ver alguns alunos de divertiam depois das provas nos jardins.
- Tonks me disse que você queria falar comigo.
- É. Precisamos conversar, meu jovem. Sente-se. – disse ele indicando a cadeira em frente.
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Entrando na reta final da fic.....
Valeu pelos comentários, pessoal!
Mas NÃO DEIXEM DE CONTINUAR COMENTANDO!!!!!
E aqueles que ainda não comentaram, essa é a hora!!!!
O final já tá escrito, mas só vou postar de acordo com o número de comentários de vocês, OK?
"Autora mercenária"
Bjins
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