Coincidências?
Era uma noite de quinta-feira e Harry se encaminhava para mais uma aula com Lupin. O professor havia dito que depois do feriado ele começaria a ensinar feitiços diferentes ao garoto.
- Boa noite Harry. Como foi seu feriado? – perguntou Lupin assim que Harry entrou em sua sala.
- Ótimo. Obrigada pela foto, eu adorei.
- Não precisa agradecer. Aquela foto foi tirada no aniversário de seu pai. Acho que aquela é a única foto em que estamos todos reunidos, inclusive você e sua mãe, e Rabicho não está. Soube que está namorando... – disse ele com um sorriso maroto.
- Eu também soube que você está namorando... – disse Harry com o mesmo sorriso do amigo.
- É... Bem, vamos ao que interessa. – falou Lupin tentando mudar de assunto.
- Antes de começarmos eu queria perguntar uma coisa.
- Pode falar.
- A Ordem já sabe qual a ligação entre Fudge e essa vidente...Woodcroft?
- Por que pergunta isso?
- Eu sei sobre o ritual. Quero saber se eu posso ser a próxima vítima. – disse o garoto sério.
- Hermione andou pesquisando pelo visto. Não, nós ainda não sabemos qual é a ligação. Você não deve se meter nesse assunto. Deixe tudo conosco. – respondeu o professor, não convencendo muito a Harry. – Agora, vamos a aula. Hoje vou te ensinar um feitiço muito útil, principalmente quando se duela ao ar livre, de preferência próximo a árvores. Portanto, aqui não é o melhor lugar para treinarmos e com essa neve lá fora também não. Venha comigo. – disse ele se levantando e saindo da sala, com Harry ao seu lado.
Andaram pelos corredores e pararam em frente ao lugar onde ficava a conhecida sala Precisa. Lupin fez um sinal para que Harry se afastasse e o professor pudesse se concentrar no que precisava. Segundos depois uma porta surgiu e eles entraram por ela. Lá dentro, em vez de uma sala, eles se encontravam em um bosque arborizado e bem iluminado. Uma brisa suave passava pelo rosto de Harry, bagunçando seus cabelos ainda mais.
- Vou primeiro te mostrar o feitiço depois explico como se faz, ok?
Harry assentiu. O professor fez alguns movimentos com a varinha e então um tornado foi criado, levantando a terra e as folhas do chão. Harry não conseguia ver onde estava Lupin, e a vento forte o impedia de abrir os olhos direito. Era como se ele estivesse no centro do tornado. Aí o vento foi suavizando e o feitiço perdeu seu efeito.
- Uau! – foi tudo o que Harry conseguiu dizer.
- É realmente incrível. Agora preste atenção. Este feitiço se chama Mobiliventis. Ele move o ar criando um tornado em torno do inimigo, impedindo que qualquer feitiço lançado por ele o atinja e que ele o veja. Você deve mover sua varinha criando uma espiral de fora para dentro e depois a apontando para o inimigo, murmurando o feitiço. Ele não precisa ser não-verbal, mas nós iremos praticá-lo assim, para obter um melhor resultado. Vamos tentar.
Harry tentou inúmeras vezes realizar o feitiço, sem muito resultado. O movimento em espiral tinha que sair perfeito, e a coordenação de Harry não estava muito boa. Ao final da aula ele conseguiu criar um tornado decente, porém não tão forte como o de seu professor.
- Continuamos semana que vem. Por hoje está ótimo. Já é tarde.
Eles saíram da sala e Harry foi para a torre da Grifinória, exausto. Assim que passou pelo buraco do retrato viu Gina sentada diante da lareira, lendo um livro. Com exceção dos dois, o salão já estava vazio.
- O que faz acordada até agora? – perguntou ele beijando a bochecha da ruiva e se sentando ao seu lado.
- Estava esperando você. Não te vi o dia inteiro, aí fiquei com saudade. Por que, fiz mal? – perguntou ela se aconchegando no peito de Harry enquanto este a abraçava.
- Claro que não. Também fiquei com saudade.
- Como foi a aula com Lupin hoje?
- Boa, muito boa. Estou aprendendo um feitiço realmente interessante. Só adoraria nunca ter que usá-lo. Estou tão cansado disso tudo. – desabafou ele.
- Eu também adoraria que você não precisasse de nada disso, mas é melhor prevenir do que remediar. – disse ela acariciando os cabelos negros dele.
Ficaram assim um tempo, sem dizer nada. Só de estarem juntos era o bastante. Sentir o perfume um do outro, o abraço. Nos braços de Harry Gina adormeceu, e ele ficou a admirar o sono dela. Tão tranqüilo, que ele teve dó de acordá-la e dizer para ela ir para cama. Mas a garota acordou sozinha, envergonhada de ter dormido assim. Se levantou e com um beijo carinhoso foi dormir, deixando Harry imerso em seus pensamentos.
Na próxima semana seria o jogo de quadribol contra Sonserina. Como o jogo desta contra Lufa-Lufa foi muito ruim para as duas casas, onde Sonserina perdeu de uma diferença de 10 pontos, se Grifinória ganhasse com uma grande vantagem e Lufa-Lufa perdesse para Corvinal de uma diferença também mínima, Grifinória já seria a campeã do torneio. O jogo entre Lufa-Lufa e Cornival seria no sábado próximo, e Harry estava torcendo para ser um jogo duro. Quanto antes ganhassem melhor, já que ele tinha que estudar para os NIEMS que seriam no próximo mês.
Estavam treinando na sexta à noite. Apesar de ainda haver um pouco de neve no campo, era fundamental na opinião do capitão que o time estivesse preparado para qualquer tipo de situação do tempo. A lua, apesar de estar na fase minguante, tinha um brilho incrível. O vento gelado batia violentamente no rosto de Harry, que sobrevoava o campo observando o time.
- Smith, você tem que girar e lançar a goles para Thomas mais rápido! Cooper, mais força nesse braço! Robins, olhe para onde você está arremessando esse balaço! Quase que você me derruba! Rony, o que está acontecendo com você? Atenção! Desse jeito aqueles sonserinos vão fazer gols facilmente! E Gina, você está perfeita. Só precisa ter uma maior visão do que acontece a sua volta.
- Assim não dá! A gente já ta treinando há horas! – reclamou Seline. – já estou cansada demais para prestar atenção em tudo.
- Certo. – disse Harry consultando o relógio. – estão liberados. Segunda tem treino de novo!
Todos foram ao chão. Harry foi guardar as bolas e quando voltou viu Gina conversando com Sofia, e ela não parecia muito amigável.
- Algum problema ruivinha? – perguntou Harry abraçando Gina e olhando para Sofia.
- Eu já vou indo. Até segunda então. – disse a morena, saindo em seguida em direção ao castelo.
- Essa garota... – resmungou Gina nervosa.
- O que ela fez?
- Eu já me acostumei com o olhar invejoso que a maioria das alunas lançam em mim, mas essa menina é terrível!
- O que ela disse?
- Me perguntou que poção do amor eu usei em você. E disse que se arrependia de não ter pensado nisso antes. Só não lancei um feitiço nela porque precisamos dela semana que vem.
- Não se irrite com isso, ruivinha. Agora que estamos namorando vai ser comum as garotas fazerem esse tipo de piadinha com você, já que elas queriam estar em seu lugar. É só ciúmes. – disse ele em tom divertido.
- Ah claro. O galã de Hogwarts!
- É, o que eu posso fazer se elas me adoram? – disse ele convencido, sorrindo.
- Elas te adoram é? Fique com elas então. – disse a ruiva se soltando do abraço e andando apressada para dentro do castelo.
- Volta aqui Gina! Não me faça correr atrás de você! – disse ele andando atrás dela. Ela se virou e sacudiu os ombros, como quem diz “você que sabe”. Ele começou a correr atrás dela, que também corria. Passaram pelos corredores, esbarrando em alguns alunos que ainda estavam por ali. Harry era mais rápido que ela, e a alcançou em um corredor deserto, já perto do salão comunal da Grifinória. Ele a prensou contra a parede. A respiração dos dois estava forte, devido a corrida.
- Tem certeza que não vai me querer mais? – disse ele com a voz rouca, quase num sussurro. Se aproximou dela o suficiente para que a distância que os separasse fosse de um centímetro. Ela sorria. Os corpos suados pelo treino e a corrida proporcionavam um contato quente e sedutor. Ela o puxou e eles se beijaram apaixonadamente. Parecia que a temperatura do ambiente ia subindo à medida que se beijavam. Só se separaram quando o ar faltou aos pulmões.
- Acho melhor a gente ir para o salão comunal antes que Filch nos encontre aqui e nos deixe de detenção. – disse ele a custo, já que seu desejo era de beijá-la novamente.
- É. – foi o que ela conseguiu dizer. Andaram silenciosamente até o retrato da Mulher Gorda, até que Gina parou subitamente segurando a cabeça.
- Ah! – gritou ela de dor. Ela começou a cair no chão e Harry a segurou a tempo, erguendo-a nos braços, entrando no salão e a colocando deitada no sofá.
- O que você está sentindo? – perguntou ele preocupado. Gina estava ficando pálida, e gemia baixinho.
- Minha cabeça! Está doendo muito! Me sinto fraca... – disse ela num esforço.
- Calma, eu vou te levar para a enfermaria.
- Não! Não precisa se preocupar! Eu vou melhorar logo. Já senti isso antes.
- Quando foi que se sentiu assim?
- Na noite anterior ao passeio a Hogsmeade.
Na noite em que Fudge foi assassinado, pensou Harry.
- Eu só preciso ir me deitar. Logo estarei melhor, não se preocupe. – disse ela se levantando a custo. Harry a ajudou a ir até a escada do dormitório feminino e ficou olhando ela subir vagarosamente e acenar lá de cima.
Foram dormir. Harry ficara pensando em Gina, preocupado. Na manhã seguinte a ruiva não desceu para tomar café, pedindo Hermione que levasse algo para ela depois.
- Ela só está indisposta. Acontece. Ela pediu para te dizer que não se preocupasse. – disse Hermione a Harry.
- Olhem só isso! – disse Rony entregando o jornal aos dois. Na capa lia-se em letras grandes “VIDENTE ENCONTRADA MORTA”
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