Presentes de Natal



O dia chegou aos jardins da Toca. A neve caia lá fora em pequenos flocos brancos. As pessoas começaram a acordar e a abrir seus recém chegados presentes de Natal. Harry acordou com um sorriso no rosto, lembrança da noite anterior. Da noite em que beijou a garota pela qual estava apaixonado.

- Hei! Por que você ta sorrindo? – perguntou Rony olhando pra cara do moreno com um olhar curioso.

- Ahn, nada não...

- Sei...

Harry pegou um grande embrulho ao pé da cama e começou a abri-lo. Não se surpreendeu ao ver que Hermione havia lhe dado um livro. “Pronto para o Inimigo”.

- Mione que te mandou esse? – perguntou o ruivo.

- É.

- Mandou pra mim também.”Comendo sem gula”. Ela não vai desistir mesmo de controlar a minha fome!

Harry pegou um outro embrulho e ficou surpreso com o que viu. Um porta-retrato. Na foto havia três homens, uma mulher e uma criança, que deveria ter menos de um ano. No cartão dizia “estive arrumando umas coisas aqui em casa e encontrei isso. Espero que goste. Remo Lupin”. O Lupin mais novo da foto sorria e acenava para ele. Ao seu lado Tiago e a esposa, Lílian, com seus cabelos ruivos. Na ponta Sirius, bem diferente do que Harry conheceu. Os cabelos curtos, o sorriso jovial no rosto. Em frente a eles estava Harry, sentado no chão. Seus pais e os amigos deles brincavam com o pequeno, que ria divertido.

A saudade inundou seu coração. Como ele desejava ter todos eles ao seu lado novamente. Se sentir acolhido, seguro.

- Uau! Uma camisa do Chudlley Cannons! Valeu mesmo Harry! – exclamou o ruivo.

- Dinada.

O embrulho seguinte era o da Sra Weasley. Um tradicional agasalho. O desse ano era preto, e nas costas tinha um dragão bordado em verde. Na hora Harry vestiu a blusa. Os gêmeos o deram um kit da loja de logros, com vários artigos da loja. Rony o presenteou com um pequeno pomo de ouro.

- Pra você se distrair quando não tiver nada pra fazer. – disse Rony ao ver Harry com o pomo na mão.

- Obrigada cara, de verdade.

Só restava mais um presente ao pé da cama. Ao pegá-lo Harry sentiu o conhecido perfume de flores que tanto o inebriava. Abriu e viu que era um gorro de lã verde esmeralda, a cor dos olhos do moreno. No cartão dizia “para esquentar suas orelhas. Feliz Natal”. Um sorriso surgiu em seu rosto, ao se lembrar que tinha comentado com a ruiva que andava sentindo frio e iria comprar uns gorros pra si. Colocou-o na cabeça e se olhou no espelho. O cabelo, por estar grande, saia do gorro, deixando umas mechas sobre a testa do rapaz.

- Ela me deu um também.

- O que? – disse Harry, despertando de suas lembranças.

- O gorro! Era isso que Gina estava fazendo todas as noites. O meu é preto. Mas ande, vamos tomar café que eu estou faminto.

Desceram para a cozinha, onde o Sr Weasley, sua mulher, Carlinhos, Gui e Fleur já tomavam café.

- Obrigada Sra Weasley. – agradeceu Harry apontando para o agasalho.

- Ficou lindo em você. Eu adorei seu presente.

Harry havia comprado um avental para ela, pois o que ela usava já estava velho. Se sentou e serviu-se de ovos, torradas e suco de uva. Comia distraído quando viu uma jovem ruiva entrar pela porta. Vestia uma blusa de gola alta rosa e calça jeans clara. Hermione vinha logo em seguida e se sentou ao lado do namorado. Gina deu bom dia a todos enquanto se sentava e, surpreendendo Harry, deu um beijo na bochecha do grifinório, que corou e olhou pra ela confuso, mas sorrindo;

- Obrigada pelo presente. É lindo! – disse ela sorridente. Os outros Weasley olhavam com interesse para os dois. – Mas eu não posso aceitar.

- Por que? Não ficou legal em você? Posso trocar.

- Não é isso. Na verdade ficou lindo! Mas... deve ter sido muito caro. Não posso aceitar.

- Não importa quanto custou. Se você gostou, pronto. Não vou aceitar devolução. – disse ele sorrindo.

- Vocês podem me explicar o que está acontecendo aqui? – perguntou Rony, curioso.

Gina puxou a gola da blusa para baixo e mostrou o colar em seu pescoço. Era de ouro, com pequenas flores em todo ele. No miolo de cada flor um pequenino brilhante. Delicado. Todos olhavam admirados. O Sr Weasley sorriu para a mulher. “Acho que teremos um novo casal nessa casa, querida”.– sussurrou ele para a mulher, que sorriu.

- Também tenho que te agradecer. Tava mesmo precisando de um. – disse Harry a ruiva, que corou.

O resto do café passou alegre. Fred e Jorge chegaram e começaram a fazer piadinhas de Rony, que se irritava e xingava os irmãos. Harry, Rony e Hermione terminaram o café e subiram para o quarto do ruivo, Gina ficou com a mãe arrumando a cozinha, o Sr Weasley foi para o Ministério junto com Carlinhos, os gêmeos saíram dizendo que tinham de tratar de negócios e Gui e Fleur foram visitar uns parentes da garota.

- Você não acha Harry? Harry! Estou falando com você! – disse Hermione.

- Esse daí ta no mundo da lua hoje. – zombou Rony.

- Desculpe. Tava pensando numas coisas.

- Percebe-se! Tem algo te incomodando? – perguntou a amiga preocupada.

- Não Mione! Pode ficar tranqüila.

- Como eu dizia, vocês precisam se dedicar mais nas aulas de transfiguração se quiserem obter bons NIEMS.

- ainda tem muito tempo para as provas, relaxa Mione.

- Vocês são dois inconseqüentes! – esbravejou a morena.

- Ah não. Não vou ficar aqui assistindo vocês brigando de novo. – disse Harry se levantando e saindo do quarto.

Enquanto isso Gina subia as escadas distraída. Harry a viu se aproximar e entrou no quarto ao lado. Assim que Gina passou em frente a porta, Harry a puxou para dentro do quarto tampando a boca dela para que não gritasse e fechou a porta em seguida.

- Ai! Isso são modos, Sr Potter? – disse ela se soltando dele.

- Mil perdões ruivinha.

- Posso saber por que estamos aqui? – disse ela tentando parecer séria, mas deixando escapar um sorriso.

- Eu queria agradecer pelo presente. – disse ele se aproximando da ruiva.

- Mas você já agradeceu.

- Não como eu queria. – disse ele a abraçando e beijando os lábios dela suavemente. Assim ficaram por alguns instantes, até que ela o afastou.

- Alguém pode entrar aqui e nos ver. – sussurrou ela.

- Eu já te disse. Se você quiser eu falo com seus pais.

- Não precisa pedir permissão ao meu pai para me namorar. Isso seria ridículo!

- Não é pedir. É comunicar.

- Não Harry, é melhor não. Aí meus irmãos vão começar com piadinhas, nos deixando envergonhados todo o tempo. Não vê Rony e a Mione?

- Você que manda. – disse ele se aproximando dela novamente e a beijando, dessa vez mais intensamente que a anterior.

- Temos que ir, antes que comecem a nos procurar. Do que você está rindo? – perguntou ela vendo Harry a olhar e rir.

- Namorar escondido! Como é que eu vou fazer quando quiser te abraçar, sentir seu cheiro?

- Vai ficar querendo! Sinto muito. – disse ela com uma expressão do tipo “não posso fazer nada” e saindo do quarto.

“Essa ruivinha!” – pensou ele, com um sorriso maroto no rosto.

E foi assim que se passaram as férias de Natal. Sempre que podiam Harry e Gina inventavam uma desculpa para deixarem a companhia dos outros e se encontrarem escondido em um cômodo vazio, no sótão, na dispensa, qualquer lugar servia. Não tinham muito tempo, é verdade, mas aproveitavam os segundos que podiam. E era isso que estava acontecendo na sala da Toca, na noite anterior à volta deles a Hogwarts. Todos já tinham ido dormir e o casal aproveitou esse momento para namorar um pouco.

- Quando você pretende contar aos seus pais sobre nós? – perguntou Harry no ouvido da namorada, abraçado a ela.

- Amanhã. De noite.

- Por carta?

- Uhum.

- E seu irmão?

- Nós contamos a ele amanhã também.

- Não prefere contar a todos de uma vez? Amanhã de manhã seria bom.

- Nem pensar. Aí minha mãe vai ficar falando o quanto ela queria que isso acontecesse, que nós formamos um lindo casal e blá blá blá. Sem contar os gêmeos, que no mínimo vão tentar te pregar uma peça.

- Não me importo com nada disso.

- Eu sei. Só que...acho isso estranho.

- Por que?

- Nunca apresentei nenhum namorado meu a meus pais. Não sei como reagirão.

- Mas você não vai estar apresentando seu namorado a seus pais porque nós já fomos apresentados.

- Você foi apresentado como amigo do Rony. Como meu namorado eles não te conhecem.

- Ai, ai. Vocês mulheres gostam de complicar as coisas, não? Não vou discutir mais. Você quem sabe. – disse ele e em seguida a beijou, não dando tempo dela responder nada.

Nessa hora o Sr Weasley descia as escadas em direção a cozinha para tomar um copo d’água quando viu o casal na sala. Sorriu. Se fosse qualquer outro garoto que estivesse beijando sua filha caçula ele não hesitaria em interromper e xingá-lo. Mas Harry era diferente. Ele o considerava como um filho, um ótimo rapaz. Ver que ele e sua filha estavam juntos era uma felicidade para ele. Desistiu de ir a cozinha e voltou para o quarto sem chamar a atenção dos dois.

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