Conversas e Conversas



Simplesmente Esquecido – Capítulo 15 – Conversas e Conversas

- O que está fazendo aqui, Draco? – Gina repetiu a pergunta, confusa.
- Bom, acho melhor eu me retirar. – disse o senhor Weasley, levantando-se de sua cadeira.
Gina o fitou por um instante, incrédula. Não, aquilo não estava acontecendo.
- Papai, não acredito que fez isso... – ela balançava a cabeça, negativamente.
- Fazer o quê? – Arthur permaneceu em silêncio por uns segundos, mas Gina não se conformara – Está bem! Eu precisava arranjar um pretexto para vocês dois conversarem! – ele apanhou o casaco que apoiara no encosto da cadeira de couro e o vestiu.
- Não somos mais crianças, papai! E você me assustou com aquela carta! Pensei que fosse algo sério...Onde o senhor pensa que vai? - a ruiva perguntou, ao ver que ele se aproximava da porta.
- Vocês dois precisam resolver essa situação! – o senhor Weasley exclamou, nervoso.
- Mais uma vez? – sua filha perguntou, ainda mais alterada que ele – Não a nada a ser esclarecido!
- Senhor ministro, creio que sua filha esteja certa. Não há necessidade disso. – disse Draco, que estivera apoiado à mesa do ministro, de braços cruzados, apenas observando a cena.
- Viu? Até ele concorda, então se me der licença... – Gina tocou na porta, na esperança de abri-la. Mas sabia que não era tão fácil assim convencer seu pai.
- Está com pressa do quê? Alguém está esperando você? – o senhor Weasley desafiou, olhando diretamente nos olhos amêndoas da filha. Por um momento, Gina pensou que ele soubesse de alguma coisa. Mas, não...isso era impossível.
- Na realidade, sim. Mas isso não é da sua conta, papai. – ela respondeu, firmemente.
- Ótimo. – ele abriu a porta, já de saída – Até mais ver. – e fechou a porta.
- Papai! – Gina bateu na porta a sua frente – Isso não vai ficar assim, eu...Droga, está trancada! – ela balançava a maçaneta ferozmente, em vão.
A ruiva bufou, enfurecida, passando as mãos pelos cabelos que teimavam em atrapalhar sua visão. Draco apenas a observava, sem nenhuma emoção.
- Até mais ver, Draco. – Gina despediu-se, fechando os olhos. Piscou e nada aconteceu. Tentou novamente e nenhuma resposta.
- A propósito, - o loiro a olhava, divertido – não se pode aparatar nessa sala.
Gina gruniu, tornando-se cada vez mais irritada. Suas faces já estavam mais vermelhas que seus fios de cabelo. O ato infantil de seu pai a estava tirando do sério. Ele era doido ou o quê? E ainda tinha Harry, esperando por ela em sua sala de estar. Aquilo estava ridículo demais para ser uma simples coincidência...
- Tudo bem, tudo bem. Fique calma, Gina. – ela dizia para se mesma, recuperando o fôlego. Draco abafou uma risada, para não deixa-la ainda mais transtornada. Aquilo estava ridículo demais para ele fazer parte...
Ela olhou em volta, a procura de alguma saída, quando avistou a lareira, ao fundo. Grande, rápida e eficiente. Um pouco velha, bastante suja e um meio de transporte desagradável, mas ela não se importava com esses detalhes agora.
- Bom, Draco. – ela sorriu. Seu pai não a enganaria tão facilmente – Eu já vou indo. – ela despediu-se novamente, caminhando até a lareira apagada.
- Não tem pó de flu. – Draco disse, enquanto ela procurava por algum grão que fosse – Só para avisar.
Ele estava segurando-se para não rir de todo o trabalho inútil que ela estava tendo. Mas ele não iria avisá-la. Não, estava divertido demais pra atrapalhar.
- Eu não posso acreditar! Não, isso não pode estar acontecendo comigo! – ela encostou-se à lareira, pensativa. Tinha que haver um jeito de sair dali. Qualquer coisa...
- Então, se esforce mais, porque isso aqui é real. – Draco sorriu irônico para ela.
- Você deve estar se divertindo muito, não é verdade? Aposto que você tem algo haver com isso! – ela cruzou os braços, o fitando severamente.
- Na realidade, não. – Draco se levantou e colocou as mãos nos bolsos do sobretudo – Assim como você, eu também tenho coisas melhores para fazer do que ficar em uma sala trancada, com a minha ex mulher. – ele levantou as sobrancelhas num ar arrogante.
Ela ficou sem reação por uns instantes. Não esperava ouvir aquilo dele. Não num momento como aquele. Ou pensando melhor, em momento nenhum ela gostaria de ser desprezada por Draco.
- Ótimo! Vou dar um jeito nisso.
Gina seguiu até a porta trancada e sacou a varinha.
- Alloromora! – segurou a maçaneta com as duas mãos e a girou firmemente, apenas para concluir que ela continuava tão lacrada quanto antes.
- Você realmente achou que isso fosse funcionar? – Draco perguntou num tom de insulto – Agora sabemos por que você não passou no seu exame de aurores.

Flashback
Ela estava nervosa. Não apenas nervosa, mas muito nervosa. Quando Gina se alistou para o teste de aurores, ela nunca pensou que fosse passar nas três fases de teste escrito. Ela só se inscrevera por não haver nenhuma outra profissão emocionante para ela ser.
Mas ela havia passado, e em menos de 5 minutos ela ia entrar numa sala escura e duelar com algo que ela não sabia o que era para a realização de seu teste prático. Não, ela precisava sair dali.
Sempre se achara corajosa para encarar as forças das trevas, mas se ela pensasse bem, ela nunca estava sozinha quando duelara com os comensais. Sempre havia Harry ou Draco, ou até mesmo Dumbledore ao seu lado para lhe dar apoio nos momentos mais difíceis. Não, ela não podia fazer isso sozinha.
- Eu posso entrar com o senhor? – ela perguntou para o instrutor que esperava mal-humorado, o final do teste de uma garota loira que entrara antes de Gina.
Ele a olhou de forma ameaçadora, o que a fez prender a respiração.
- Não. Pela décima vez, não, você não pode entrar comigo. Terá que entrar sozinha.
- Está bem. – ela concordou, respirando profundamente.
- E se você pular a sua vez novamente, serei obrigado à expulsa-la do teste.
- Tudo bem. – ela concordou veemente.
Ela checou novamente o relógio, já passara de meia hora, desde que Emilia Garwood entrara por aquela porta branca. A sala em que estava também era branca, igualmente como a roupa do instrutor e todos os seus acessórios, como relógio, pasta e pena. Ela estralava seus dedos, ansiosa.
- Por curiosidade, o que tem dentro dessa sala?
O instrutor lançou-lhe mais um de seus olhares mal-humorados.
- Já lhe disse que não posso responder essa pergunta. E antes que você pergunte, mais uma vez, - ele dizia, ao ver que ela ansiava por falar mais alguma coisa – qual a sua missão, eu lhe responderei. Você terá que atravessar a sala e chegar à porta do outro lado.
- Certo... – ela suspirou novamente – Eu posso fazer isso...sem problemas, eu vou...
- Você pode falar sozinha...em um tom mais baixo? – ele perguntara lentamente.
- Ah, sim...claro. Desculpe-me.
Gina se calou, lamentando ter assinado aqueles papeis de inscrição. Onde estava Draco num momento como esse? Ele não podia ter deixado ela sozinha, justamente hoje. Que maldita missão ele poderia ter que seria mais importante do que segui-la no seu teste prático para aurores? Por que ele...
- É a sua vez. – o instrutor a tirou de seus pensamentos – Prepare-se.
- Ah, ta... – ela estava ofegante e cega de medo.
- Você não vai pegar a sua varinha? – ele levantou uma sobrancelha, num ar sarcástico.
- Ah, sim, claro... – ela tirou a varinha do bolso e segurou firmemente, em sua mão tremula.
- Pode entrar. – ele abriu a porta e tudo o que ela pôde ver foi o escuro.
- A-agora? Quero dizer, não pode ser daqui... – ela dizia, tremendo, enquanto o instrutor a empurrava porta adentro. Gina segurara-se no batente, impedindo com todas as suas forças que entrasse naquela sala amaldiçoada com seja lá o que estivesse lá dentro. Mas por fim, o instrutor a empurrou e fechou a porta, a lacrando em seguida.
A ruiva ainda tentou por alguns instantes, girar a maçaneta, em vão. Era agora, e ela tinha que ser forte.
Ela suspirou profundamente, tomando coragem. Quem sabe se ela corresse ela chegaria mais depressa e tudo isso acabasse de uma vez. Quem sabe também, ela poderia não chegar viva até o outro lado se fizesse tanto barulho.
Meditou por alguns minutos entre invocar ou não uma luz e decidiu que seria melhor ver o que estava prestes a matá-la. Ainda tinha a clausula número 147 do livro que recebera sobre os testes práticos dos aurores em sua cabeça. “O Ministério da Magia não se responsabiliza por nenhum membro perdido, seja ele, pernas, braços, dedos, cabelos. Também não se responsabiliza por qualquer outra perda, seja ela, de natureza substancial ou fatal.”
Fatal. Aquela palavra não saia de sua cabeça.
- Certo, Gina.- ela murmurou para si mesma, com a varinha a sua frente – Você pode fazer isso. Lumos!
Gina estava em uma espécie de mini-pântano. Árvores longas se encontravam por todos os lados, enquanto um pequeno riacho verde musgo passava ao lado. O chão estava coberto por raízes e folhas úmidas, e a cada passo uma gosma verde grudava ainda mais no sapato de Gina, algo que ela desejou com todas as suas forças que fosse apenas musgo.
O feitiço de luz não ajudou muita coisa, pois ela só conseguia ver dois passos a sua frente e seu medo tornou-se ainda maior. Ela tinha que sair dali, viva. O mais rápido possível ou teria um enfarte.
Caminhou lentamente, tentando fazer o menor ruído possível, mas no quarto passo quebrou um galho que não vira e o barulho fez algo acordar. Gina podia sentir a respiração daquela coisa, apressada e quente e do jeito como se movia, devia ser enorme.
Agora não tinha mais escapatória, sentia o animal, ou o que quer que fosse, às suas costas, não poderia mais fugir. Não podia voltar e tinha medo de seguir em frente. A única alternativa foi...fechar os olhos e lançar o maior número de feitiços hostis de que se lembrava.
Gina corria, sem saber para qual direção estava seguindo, e lançava feitiços os quais ela nunca usara, mas aquilo também não era importante agora, o essencial era sair dali. Tentara aparatar, mas não conseguiu, já sabia que a sala era protegida, mas mesmo assim, não custava tentar. Podia ver, mesmo com os olhos totalmente fechados, os flashes dos feitiços que invocava.
Podia ouvir seu nome. Cada vez mais forte. Ele estava a chamando. Chamando-a para a morte. A morte estava chamando seu nome, fortemente, muitas vozes agora berravam juntas. A morte tinha tantas faces assim? Ela estava confusa e, de repente, a luz se acendeu. Mãos e mãos a seguravam com força, tentando faze-la parar. Mas ela não podia parar! Não podia!
- Srta. Weasley para agora!
Gina enfim, conseguiu entender o que as vozes diziam. Não eram as faces da morte, mas sim dezenas de aurores ao seu lado, a segurando com força. Tiraram a varinha de sua mão e a arremessaram longe. Ela sabia que deveria estar em sérios problemas, mas o que ela fizera afinal? Só estava tentando se proteger. A ruiva respirou profundamente, criando coragem para abrir os olhos. E o fez, lentamente.
A meu deus o que fizera com aquela sala?
Estava em uma enorme sala branca, com algumas poucas árvores ao redor e uma poça de água verde. Não era um rio ou um riacho, mas um litro de água verde jogada ao chão. Os galhos das três ou quatro árvores que se encontravam ao seu redor estavam quebrados e sala tinha marcas dos feitiços que ela fizera nas paredes. Olhou em toda a sua volta e constatou que não havia um único e sequer monstro assustador prestes a devorá-la. Mas que espécie de teste prático era aquele que não tinha nada?
- O que a srta. estava fazendo? – perguntou um dos homens de branco.
- Ah...bem, - ela gaguejou, sentindo todos os olhares severos sobre ela – eu estava...me defendendo...
- Só pedimos para atravessar a sala e não destruir tudo! – um outro homem berrou, ainda segurando seu braço, ferozmente. Havia uma marca vermelha ao lado de cada dedo que lhe apertava.
- Eu estava com medo! Eu não sabia que não tinha nada aqui dentro! Como eu poderia saber que vocês iam fazer um teste idiota desses?
- Essa sala testa sua coragem. A sua obrigação era atravessá-la o mais depressa possível. Não precisava atacar nada e nem ninguém! Era simplesmente para atravessar e chegar até o outro lado! – o primeiro homem gritou em seu ouvido.
- Tudo bem. Desculpe. – ela abaixou a cabeça, desejando sumir dali o mais rápido possível.
- Tudo bem, nada! Você atacou o seu instrutor e agora ela está sendo encaminhado para o St. Mungus. E se eu fosse você eu sairia da minha frente, antes que eu resolva prende-la em Azkaban por ataque a um auror! – disse um homem grande que exibia no peito uma condecoração, a qual Gina pôde rapidamente ler: Chefe do departamento de aurores. – Agora a levem daqui!

Fim do Flashback


Gina afastou a imagem dos seguranças a empurrando para fora do ministério e a ameaça que fizeram para que nunca mais se aproximasse de um auror. Aquele dia fora o pior de toda a sua vida e não queria nunca mais se lembrar dele, novamente.
- Nunca mais...está entendendo... – ela ameaçava, ofegante – nunca mais, fale sobre isso. Ok?
- Eu soube que seu instrutor nunca mais conseguiu sentir cheiro algum. – ele comentou, rindo.
- Cala a boca, Draco!
Draco levantou uma sobrancelha, curioso, mas concordou.
- Está bem...se você quer assim.
Gina bufou, guardando a varinha no bolso do casaco de couro.
- Tudo bem, então, senhor sabichão, o que eu poderia ter feito? Ficar encostada na mesa esperando que um raio caísse na porta e nos libertasse?
- Nada.
- Como assim “nada”? – ela perguntou, confusa. Que raio de ajuda ele estava dando? – O que “nada”?
- Não podemos fazer nada. – ele respondeu, firmemente, desencostando-se da mesa – Essa sala é altamente protegida com inúmeros feitiços, os quais você não deve conhecer nem a metade.
- Ah, claro! Como se você conhecesse todos eles! – ela riu, debochada.
O semblante de Draco se fechou bruscamente.
- Apenas aurores especializados os conhecem e, respondendo ao seu desprezo, sim. Eu conheço quase todos eles.
- Quase. – ela o desafiou com um sorriso marotos nos lábios de batom.
- Tanto faz! – ele deu de ombros – Não conseguiremos sair daqui do mesmo jeito.
Draco permanecia imóvel, de pé ao lado da mesa do ministro, com as mãos nos bolsos da veste negra. Seus cabelos estavam soltos o que lhe dava um ar de extrema sensualidade.
Gina seguiu até a cadeira mais próxima e se sentou. Cruzando as pernas com cuidado, já que seu vestido era muito curto. Se não podia fazer mais nada, então não ficaria de pé com aqueles sapatos horríveis.
- Então, - a ruiva começou a puxar assunto – como vão as coisas?
- Bem. – ele respondeu seco.
- Que bom... – ela comentou, sem saber o que dizer.
- E com você? – Draco perguntou, sendo educado.
- Também. Tudo indo perfeitamente bem. – ela exagerou, sorrindo amplamente, por alguns instantes.
Um silêncio mórbido tomou conta de ambos. Gina olhava para as unhas que precisavam ser feitas, enquanto Draco fitava a porta, perdido em seus pensamentos. Um silêncio que acabou rapidamente, quando os dois disseram em coro.
- Eu estou saindo com alguém. – ambos arregalaram os olhos – Sério? Quem? – continuaram falando juntos.
- Pare! – Gina disse, rindo.
- Foi uma pergunta tola. – Draco sentou-se na cadeira a frente dela – Eu sei com quem você está.
- Exatamente quem você está pensando. – Gina disse depois de um curto suspiro.
- Eu realmente espero que você seja feliz com ele, Gina. – o loiro disse com sinceridade – Ao que tudo indica, Potter gosta muito de você.
Gina o olhou, docemente.
- Acho que ele me ama. – ela comentou, pensativa.
Draco olhou para o relógio a fim de mudar de assunto.
- Bom, mas e você? Está com quem? – Gina perguntou, indecisa entre pura curiosidade ou ciúmes.
O loiro riu e não respondeu.
- Vamos, diga! – ela sorriu também – Você está com quem?
- Não estou saindo com ninguém. Apenas falei por falar.
Gina o fitou com uma sobrancelha levantada.
- Não minta para mim, Draco. – ela o empurrou de leve – Conta logo!
- É sério! Ainda não tive tempo para isso. – ele respondeu, dando um fim ao assunto.
- Está bem, então...
Gina olhou para o teto, enquanto tamborilava os dedos no encosto da cadeira. Já Draco manteve seu olhar fixo no retrato dos Weasleys, encima da mesa.
- A propósito, - Draco a tirou de sua nuvem de pensamentos – você fica muito bem nesse vestido.
Gina se perguntou se aquilo era uma cantada ou um simples comentário inútil.
- Ah, obrigada. – ela sorriu, carinhosamente – Alias, não é a primeira vez que me diz isso.
- Eu sei. Alias, - ele a imitou – fui eu quem o comprei.
Gina sorriu, sem graça. Ela não se lembrava desse detalhe. Mas assim que Draco disse, a imagem do dia em que o loiro chegou em casa, depois de uma longa viagem, com o embrulho do vestido nas mãos, apareceu em sua mente, tão clara, como se tivesse acontecido no dia anterior. Como ela poderia ter se esquecido?
- Não me recordava disso. – ela disse com sinceridade.
- Mas sempre se lembra daquele vestido horrível que eu lhe dei no Natal passado, três números menor.
- Ah, aquilo foi...bem traumatizante. – Gina disse, sorrindo.
- Tudo bem...não se preocupe. Eu também não lembro de tudo. – ele disse com um sorriso fino nos lábios.
- Ah... – ela suspirou – A última vez que nos encontramos foi péssima. Desculpe-me.
- Não. – ele negou, bruscamente – Eu devo lhe pedir desculpas. A culpa foi toda minha.
- Não foi só sua. Foi nossa.
- Está bem. – Draco concordou, dando de ombros – Falando nisso, quem fez aquele contrato de divórcio para você?
- Ah...bem... – ela gaguejou, passando as mãos pelos cabelos ruivos. Draco sabia que ela só fazia isso quando estava nervosa – Apenas um velho amigo.
- Quem? – ele insistiu.
- Você não vai querer saber...

***

Harry olhou mais uma vez para o relógio e uma ansiedade incontrolável tomava conta de si. Passara mais de uma hora e ele ainda não tinha notícias dela. Estava preocupado, aflito, estranho. Alguma coisa dentro dele dizia que nada de mal acontecera com Gina, que ela estava bem, mas mesmo assim, que a ruiva estava em alguma encrenca.
Depois de uns anos, a intuição é a melhor parceira de um auror e ela lhe dizia agora que algo não estava certo. Não sabia por que, só sabia que aquilo não deveria ser um bom sinal.
Releu a carta que Gina deixara sobre a mesa. Parecia algo urgente. Mas a letra do senhor Weasley estava reta e calma, o que indicava que as palavras foram pensadas e repensadas antes de serem escritas no papel. O problema era: se o ministro estava aflito para vê-la, por que então ele escreveria a carta tão calmamente? O que havia de tão desconexo ali que Harry não podia enxergar? Ele sabia que estava faltando alguma peça do quebra-cabeça a sua frente, mas não conseguia entender o que.
Deveria ir atrás dela?
Gina dissera que estaria de volta em um minuto, apesar desse minuto já ter se passado há tempos. E se ele fosse atrás dela, Gina ficaria zangada? Ou, quem sabe, ela não estava o esperando?
Não, ela não podia estar esperando por ele. Ou podia?
Harry estava confuso. Apanhou a garrafa de vinho encima da mesa, a fim de encher sua taça novamente, mas nem uma única gota caiu em seu cálice. O moreno surpreendeu-se por ter tomado todo o seu conteúdo em tão pouco tempo, mas deu de ombros. Traria uma outra garrafa para Gina amanhã mesmo.
Levantou-se do sofá, mas em seguida tombou. Estava meio tonto pelo excesso de álcool, mas lentamente pode se erguer. Não era assim tão fraco para bebida. Ainda estava consciente e decidido. Iria atrás dela e resolveria esse dilema. Tinha que saber o que estava acontecendo. E tinha que saber agora.
Apartou no meio do Hall de entrada do Ministério da Magia e logo seguiu para o elevador. Apertou o andar do ministro e esperou. Àquela hora o ministério estava quase vazio e pode ter privacidade no elevador. Desceu no andar indicado e logo encontrou a secretária, Meg, andando apressada pelo corredor.
- Olá, senhor Potter. Ainda está por aqui?
- Na realidade estou procurando o senhor ministro, ele está em sua sala? – Harry apoiou-se na parede, tentando não tombar encima da senhorita rechonchuda a sua frente.
- Oh, não, querido. O senhor ministro está numa sala aqui do lado. Na sala dele só se encontra o Sr. Malfoy e a sra...opa...esqueci que eles não estão mais juntos, a srta. Weasley.
Harry arregalou seus olhos surpreso. Essa era a peça que estava faltando. Draco. Então, a ruiva estava com ele até agora? Deveriam estar tendo uma conversa muito divertida para ela largá-lo esperando que nem um idiota na sala de estar dela.
“Bom, se ela quer um pouco de privacidade com o ex-maridinho dela, então, eu não tenho mais nada a fazer aqui.” Pensou Harry, desencostando-se da parede gelada.
- Muito obrigado pela informação, Meg.
- Mas já vai? Não quer que eu chame o senhor ministro? – ela perguntou com sua habitual voz infantil.
- Não. Obrigado, não era nada importante, falarei com ele depois. Até mais, Meg.
- Até mais, senhor Potter.
E antes que perdesse mais uma vez o equilíbrio, ele apartou em casa.

***

- Vou querer saber sim...não sou mais nada seu. Só fiquei...curioso. – Draco disse, levantando uma sobrancelha.
- Está bem. – Gina disse, estendendo as mãos, como se estivesse se rendendo – Lembre-se de que foi você quem pediu. Eu fui até o escritório de Dino Thomas.
- O quê? – o loiro levantou-se bruscamente – Não acredito que você foi atrás daquele babaca!
- Ele não é um babaca, Draco. E tornou-se um grande advogado.
- Uma grande porcaria, isso sim. Ele sempre deu encima de você ou você também vai negar isso?
- Não. – ela também se levantou – Não vou não. Mas eu precisava de um contrato de divorcio e só lembrei dele. Simples.
- Não, não foi apenas isso. Você tinha que ir atrás da segunda pessoa que eu mais odeio no mundo para contar a novidade de que estava se separando de mim. – ele dizia, apontando-lhe o dedo indicador.
- Na verdade, - Gina cruzou os braços, alterando o tom de voz – eu precisava dele porque sabia que isso o deixaria furioso, como está agora, mas naquela confusão eu me esqueci de lhe contar esse detalhe. - ela sorriu, sarcasticamente.
- Haha, muito engraçado. Como você é sarcástica, não?
- Ah é? Aprendi com você! – ela o fitou, severamente. Quem ele pensava que era para ficar lhe incriminando?
- Eu não sou sarcástico! – ele gritou. Quem ela pensava que era para ficar lhe colocando defeitos e qualidades?
- Ah, não? – ela riu, debochada – Você é o mestre do sarcasmo, Draco Malfoy!
- Sério? Bom, nunca lhe disse, mas você é a rainha do drama! – ele riu baixo, mas ela não gostou.
- Eu não sou dramática!
- Ah, você é sim! Dramática, sensível e ingênua. Tenta sempre ser alguém que não é. Você é uma grande farsa, Gina Weasley!
Gina surpreendeu-se, tornando-se cada vez mais nervosa.
- E VOCÊ? – ela se aproximou dele, gritando, enquanto apontava o dedo indicador em sua face.
- Eu? – ele perguntou, agarrando seus braços, fortemente. Os dois estavam a milímetros de distância agora. Podiam ouvir a respiração um do outro, forte e descompassada. Seus lábios quase se roçavam e pensamentos confusos se formavam nas mentes de ambos – Eu o que? - ele perguntou num murmúrio.
- Você? –ela respondeu no mesmo tom dele – Você é um engomadinho, metido, um boa-vida, mentiroso e insen-cível.
Os olhos dela estavam marejados e ela nem ao menos sabia o porquê. Talvez fosse pelo toque dele em seus braços, ou pela proximidade em que estavam ou ainda por que ela ainda não sabia como seus sentimentos reagiriam perto dele.
Draco também estava confuso, Gina podia notar pelo olhar fixo que ele lançava para ela. Confuso, talvez pela proximidade dos dois depois de tanto tempo ou ainda, porque, talvez, ele ainda a amasse. O loiro não sabia. Simplesmente não podia ficar mais naquela cena absurda.
Ele a soltou levemente, e Gina logo se afastou, ficando atrás da cadeira em que sentara, como se aquilo lhe desse mais confiança. Ele permaneceu parado no mesmo lugar, sem mover-se num único centímetro.
- Eu menti. – ele disse, quase inaudível.
- Quando? – ela perguntou, segurando-se fortemente, no encosto da cadeira.
- Quando eu lhe disse que não havia um jeito de sair dessa sala. – ele disse com mais confiança na voz.
- Por que fez isso? – ela perguntou, sem entender.
- Não sei. Mas venha até aqui. – ele caminhou até a parede atrás da mesa – Aparecium!
Na parede, antes lisa e pintada de branco, apareceu uma porta marrom, um pouco menor que Gina, com uma maçaneta dourada.
- Essa é uma saída de emergência. – ele abriu a porta e um tubo cinza se encontrava do outro lado.
- Vamos ter que sair por esse... – ela procurou algo para descrever aquilo – escorregador?
- Você vai. – Gina olhou bem para aquilo, desconfiada – Não se preocupe é totalmente seguro. E indolor.
Essa última palavra fez Gina se sentir melhor.
- Está bem. Você não vem?
- Não. É melhor eu ficar aqui...e ter uma conversa com o seu pai. – ele fechou o cenho.
- Ok. – Ela abaixou-se para passar pelo buraco do túnel – Espere, como você sabia dessa saída?
Draco sorriu levemente, antes de responder.
- Fui eu quem a criei. – Ele decidiu continuar depois de ver a expressão abismada dela – Eu que dei a idéia ao ministro. Essa sala acabou virando uma armadilha para algo perigoso e seu pai precisava de um jeito de sair daqui ileso.
- Obrigada. – ela respondeu, ainda aturdida. – Até mais, Draco.
- Até mais.
Gina fechou os olhos para não ter seu estomago revirado com as inúmeras voltas que aquele tubo dava. No fim, ela perdeu o equilíbrio e caiu de bruços no chão gelado do primeiro andar. Ela levantou-se rapidamente, se recompondo. Não sabia por que, mas ela não queria ficar sozinha. Estava confusa e sentindo estranha demais para viver tudo isso sem nenhuma ajuda.
Aparatou rapidamente em casa.
- Harry? – ela o chamou, andando pela sala de estar – Harry, você está aí? – chamou novamente na sala de jantar, na cozinha e nos quartos. Mas ele já tinha ido.
“Droga!” pensou ela, sentando-se no sofá laranja. “Se ele ao menos estivesse aqui...Será que ele ficou preocupado? Ou nervoso?” ela mordeu o lábio inferior. “Tenho que ir atrás dele!”
No segundo em que pensou isso, a campainha tocou.
“Será que é ele?”
Correu, depressa e abriu a porta com um grande sorriso, que logo se apagou quando viu quem realmente era.
- Rony? – ela perguntou, desanimada.
- Uma ótima maneira de se recepcionar seu irmão, hein? – ele disse, cruzando os braços, desgostoso.
- Desculpe-me. Estou contente por você vir. – ela sorriu, tristemente – Ah, por curiosidade...o que você está fazendo aqui mesmo?
- Não me convida para entrar?
- Ah, claro, desculpe. – ela abriu a porta, dando espaço para o irmão entrar. Assim que ele se encontrava dentro, ela fechou a porta e a trancou.
- Gina, o que você tem? – seu irmão preocupou-se.
- Nada... – ela disse num murmúrio.
Mas não agüentaria aquilo por mais tempo.
- Rony, eu não sei! – ela o abraçou, com os olhos marejados de água – Eu não sei o que fazer, eu não sei o que dizer...eu não...
- Calma, calma. – ele afagou seus cabelos, a confortando – Fique calma e me conte tudo. Venha, sente-se aqui. – ele a levou até o sofá laranja e ela deitou a cabeça em seu colo – O que houve?
- Promete que não vai brigar com o papai? – ela perguntou com a voz engasgada pelo choro.
- Não. – ele disse decido – Papai está fazendo coisas absurdas ultimamente.
- Está bem... – ela suspirou longamente – Papai me trancou na sala dele agora pouco.
- Não acredito! Por quê? – ele continuava a afagar seus cabelos.
- Porque o Draco estava lá dentro também... – ela mordeu o lábio inferior assim que acabou de dizer.
- O quê? – seu irmão remexeu-se, fazendo a se levantar – Não acredito nisso! Papai está ficando doido?
- Não sei...mas fique calmo...
Eles se encaram, não seria esse o papel de Rony? A acalmá-la? Eles riram, e ela deitou-se em seu colo, novamente.
- Mas e então...o que aconteceu?
- Nada... – ela disse, enxugando uma das lágrimas.
- Gina, não comece a ser mentirosa. Mamãe sempre disse que isso é feio. – ela sorriu.
- É verdade. Poderia ter acontecido, mas não aconteceu nada...
- Que bom. – Rony disse, contente.
- Que bom? – ela perguntou, sem entender – Que bom, por quê?
Ele a fitou por um instante.
- Que bom, porque vocês já estão separados e fim. A história de vocês acabou. Ou não?
Gina pensou bem antes de responder. Na realidade ela não tinha uma resposta para isso. Ela estava confusa, caramba, Rony deveria estar lá para ajudá-la e não para confundi-la mais ainda!
- Acho que sim... – ela respondeu, em um tom baixo.
- Como assim, “acho”? – ele perguntou atônito – Você já deveria saber disso.
- Obrigada pela ajuda, Rony. – ela comentou, mal-humorada – Você está fazendo um ótimo trabalho!
- Também não é assim! Desculpe. Mas...não consigo entender você. – ele disse sinceramente.
- Muito obrigada. Se nem eu me entendo, como você pode fazer isso? – ela o olhou profundamente em seus olhos.
Ficaram em silêncio por uns instantes. As lágrimas dela, ainda rolavam calmamente, uma após a outra, sem pressa de cessar. Rony a olhava com ternura, ele realmente queria ajudá-la, mas parecia que o mundo conspirava contra a felicidade dela.
- Por que você veio aqui? Você sabia de alguma coisa?
- Não disso que você me contou, mas... – as palavras morreram em sua boca, ele não tinha coragem de contar porque fora ali.
- Mas?
- Mas eu sabia que Harry viria aqui, então eu quis...
- Você veio me espionar? – ela perguntou divertida, levantando-se para poder olhar a careta que ele fazia.
- Ah...bem...espionar não seria a palavra certa... – ele riu, sentindo-se encurralado.
- Certo, então você só queria vir e dar uma olhadinha, só para checar se tudo estava bem. É isso? – Gina perguntou, rindo.
- É...mas ou menos isso. – ambos riram e as lágrimas dela, finalmente se secaram.
- Você está melhor? – ele perguntou, depois de uns momentos de silêncio.
- Acho que sim.
Gina suspirou, voltando a normalidade. Bocejou lentamente, sentindo-se cansada. O dia não fora nada bom para ela.
- Bom, eu já vou indo. – ele se levantou – Ainda tenho um outro lugar para ir.
Gina o fitou curiosa, enquanto o levava até a porta.
- Posso saber quem é que você irá visitar ?
- Ah....não. – ele respondeu irônico – Sinto muito, mas pense que...que estou lhe ajudando.
Ela o olhou por um instante, pensativa.
- Que seja. – ela balançou a cabeça, deixando suas idéias de lado – Tenha uma boa noite.
- Boa noite. – Rony deu-lhe um beijo na testa e saiu.

***

- Harry? Harry você está aí? – Rony aparatou no centro da sala do apartamento de seu amigo. Precisava encontrá-lo de qualquer jeito. Tinha que lhe explicar o tinha acontecido – Harry!
O moreno estava deitado, ou melhor, estirado no sofá. Uma garrafa de uísque encontrava-se tombada na mesa à frente de Harry. Os óculos dele estavam mais em sua testa do que em seus olhos e as roupas estavam amassadas e coladas em seu corpo.
- Harry? – o ruivo bateu de leve no rosto dele tentando acorda-lo – Harry, o que aconteceu?
Harry acordou aos poucos, ainda zonzo pelo álcool e pelo sono. Seus sentidos estavam lentos e ele demorou a entender o que estava acontecendo e quem estava ali, o acordando.
- Rony? – ele ajeitou os óculos - O que você está fazendo aqui?
- Preciso lhe explicar uma coisa importante. – ele o ajudou a se sentar.
- Explicar o que? Não tem nada para me explicar... – Harry disse, com a voz engasgada pelo álcool – Eu já sei de tudo...Depois de tanto tempo, eu esperei e esperei e o Malfoy, aquele babaca, bom, ele conseguiu ganhar a Gina mais uma vez.
- Harry, não é isso... – Rony tentou explicar, mas o moreno não queria ouvir.
- É isso sim. Eu fui até a casa da Gina e o Malfoy a tirou de mim de novo. Você não entende? – Harry parecia desesperado – Não importa o que eu faça ele vai tirar ela de mim sempre!
- Harry, pare de dizer bobagens...Vá tomar um banho, vai. Bem frio de preferência.
- Eu não quero tomar um banho. – ele procurou a garrafa encima da mesa, mas Rony arrancou-a de suas mãos – Dê-me isso, Rony!
- Você vai tomar um banho agora e voltar a ser gente de novo.
- Virou a minha mãe de uma hora para outra? – ele resmungou, parecendo uma criança mimada.
- Você nunca teve uma mãe, então não pode saber como é! – Rony sabia que estava sendo grosso, mas Harry não se lembraria de nada mesmo.
- Não fale assim comigo... – Harry disse num tom baixo. O álcool estava o deixando sensível.
- Harry, vai agora!
Harry resmungou sozinho, levantando-se do sofá aos tropeços. Não podia acreditar que Rony estava mandando-o tomar um banho. Aquela cena estava ridícula e estranhamente familiar.
Rony esperou impaciente pela volta do amigo. Já rondara a sala dezenas de vezes e o tempo se arrastava sorrateiramente. Nem tentara encostar nas coisas trouxas que o amigo tinha. Aquela coisa enorme a sua frente chamada tele-alguma-coisa era realmente assustadora.
Harry caminhou lentamente, de pijamas, até a sala, os cabelos pingando na camisa azul e branca de listras, combinando com a calça, igualmente padronizada.
- Esse é seu pijama? – Rony perguntou, segurando o riso.
- Não comente nada. – Harry voltara a ser o Harry de sempre – Ganhei de amigo secreto ano passado.
- Então, tá... – o ruivo virara-se para não enfurecer o amigo com seu sorriso.
- Você queria me dizer alguma coisa? – o moreno apanhou a garrafa vazia e levou-a até o lixo da cozinha. Seu apartamento era pequeno, de modo que mesmo da cozinha ainda podia ver e ouvir Rony perfeitamente.
- Você não vai acreditar no que papai fez com Gina essa noite.
Harry o olhou sarcasticamente.
- E ela gostou, não é? Se não, não teria ficado todo esse tempo com ele lá! – ele voltou à sala, com uma expressão contrariada em seu semblante.
- Gina ficou lá porque ela não podia sair! – o ruivo disse, sentando-se no sofá espaçoso.
- Como assim? Malfoy é tão persuasivo assim? – perguntou Harry irônico, cruzando os braços e encostando-se a estante.
- Não. Mas papai é teimoso. – Rony teve de continuar depois do olhar confuso que o amigo lhe mandara – Papai trancou os dois lá dentro!
- O quê? – Harry surpreendeu-se, desencostando-se repentinamente da estante – Ele está ficando doido?
- Parece que sim... – Rony acomodou-se no sofá – Por isso que ela não pôde falar com você. Não foi culpa dela...
- Preciso falar com ela. – Harry dizia, pensativo.
A culpa não fora de Gina. Afinal, ele ainda tinha chances, nem tudo estava perdido.
- Ela está muito confusa...acho que o Malfoy não faz bem a ela... – Rony dizia mais para se mesmo do que para o amigo.
- Eu tenho que falar com ela! – Harry decidiu-se, procurando por sua varinha – Eu preciso. O mais rápido possível.
Rony levantou-se. Sorriu ao reconhecer o amigo. Torcia para que tudo desse certo. Para ele e para sua irmã.
- Não posso ficar nem mais um minuto...ah, aqui está. – Harry apanhou a varinha, caída próxima ao pé do sofá.
- Vá atrás dela. – Rony o apoiou – Vá antes que seja tarde demais. – Harry o fitou, como se bebesse suas palavras – Antes que você a perca outra vez.

*** Fim do Capítulo ***

Capa do Capítulo: http://img.photobucket.com/albums/v294/desire_14/SE_Cap15_Capa.jpg

N/A: Não falei que esse cap. seria mais rápido?
Prometido...
E mais longo!
Iriam ter muito mais cenas, mas a história começou a se alongar, então eu resolvi parar por aqui. Deixei o resto para o próximo cap. O postarei o mais depressa possível também. Agora só faltam 2! 2 caps. e a fic termina... =´(

Comentem por favor, nem que seja por e-mail, ou uma nota rápida, mas eu preciso saber o que vocês estão achando...antes que eu perca a criatividade de novo! Hehe...
Bom, vou indo... ^^



Beijos...

Mione Malfoy.

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