O encontro planejado
Harry pensara alto demais, e Snape ouvira.
- Então Potter? O que você estava dizendo? – falou ele com desconfiança
- Eu não lhe devo satisfações, Snape – respondeu Harry convicto.
- Ora, mas... – Snape parou abruptamente de falar quando olhou para trás e viu uma luz vindo em sua direção.
- Algum problema, Harry? – perguntou a Profa. McGonagall.
- Nenhum, professora. Eu apenas procurava um material para complementar a minha aula de terça. – respondeu o “garoto” displicentemente.
- Professora, Potter está mentindo. – protestou Snape. – eu o ouvi dizer algo sobre a Belatrix Lestrange.
- É verdade, Harry? – quis saber a professora.
- Bom...é que...é...
- Esta vendo? Ele esta se atrapalhando todo para responder. Isso quer dizer que ele está mentindo – rugiu Snape em tom de vitória.
- Severos, por favor deixe Potter terminar o que estava dizendo! – censurou a Profa. McGonagall – então Potter?
- Bom, como eu ia dizendo, eu realmente falei algo sobre a Belatrix. Eu apenas estava pensando alto, porque...porque o assunto da aula tem a ver com um feitiço que eu vi a Belatrix fazer.
- E que feitiço é esse? – duvidou Snape
- Bom... – começou Harry já sem saber o que dizer.
- Acho que isso não é da sua conta Severos. O que Potter faz ou deixa de fazer nas aulas dele não cabe a você aprovar. – falou Minerva em tom de quem encerra a conversa.
Harry acordou bem cedo na manhã seguinte. Tomou café no horário normal e foi dar aula
à turma do quinto ano. Mesmo assim não conseguiu deixar de pensar no marjorie encantaten. Ele tinha certeza de que Belatrix Lestrange tinha seqüestrado Natalie na intenção de atraí – lo. Só assim ela conseguiria ressuscitar Voldemort. Era obvio: o inimigo era ele, então ela precisava do sangue e da varinha dele. Já que todas as famílias de sangue puro estavam interligadas, ela era parente distante de Natalie, que era o membro mais fraco da família Weasley. Depois, era só ela doar o sangue dela e a varinha de Voldemort, a qual ela provavelmente guardava com muito zelo.
O que ele faria agora que descobrira tudo isso? Assim que acabou a última aula antes do almoço, Harry escreveu duas cartas iguais: uma ele endereçou a Rony e outra a Dumbledore. As cartas contavam o que ele tinha descoberto:
Vocês não vão acreditar no que eu descobri. Ontem, assim que cheguei da casa do Ron fui
à biblioteca procurar sobre marjorie e priore encantaten, assim como Dumbledore sugeriu. Achei na seção restrita alguns livros que falavam sobre o assunto. Resumindo, o marjorie encantaten é um encantamento que precisa da varinha e sangue do inimigo, mais o sangue de um parente distante de um servo fiel, mais o sangue do mesmo servo fiel e ainda da varinha da pessoa que se quer ressuscitar.
Para mim isso quer dizer que a Belatrix Lestrange seqüestrou a Nati com a intenção de me atrair, para assim arrancar o meu sangue e a minha varinha. A Nati e a Belatrix são parentes, não é? Afinal, mesmo que a Mione seja meio-trouxa, ela não deixa de ser uma Weasley, e é o membro mais fraco da família.
Temos que pensar em alguma coisa. Não podemos deixar que aquela bruxa imunda fique com a Nati.
Saudoso e esperançoso,
Harry Potter.
O “garoto” não precisou esperar nem dois dias para receber as respostas. Primeiro chegou a de Rony. Parecia que ele estava muito ansioso por um sinal que pudesse garantir uma esperança de salvar a bebê, e com toda razão, afinal ele era o pai.
Harry,
Que bom que você acha alguma coisa, pelo menos temos no que apostar. Os dias sem a Nati têm sido simplesmente insuportáveis. É muito doloroso perder um bebê de menos de uma semana de vida, se você pensar que você esperou nove meses pra conhecer-lo. A Mione ta pior do que eu. Ela pediu para agradecer o seu esforço. Há três dias ela não come. Pra ser sincero, a comida não anda das melhores aqui em casa. Com a mamãe triste do jeito que está, a comida nunca sai boa. Mas isso realmente não importa agora.
Quer dizer que o Dumbledore pediu que você pesquisasse sobre esses dois encantamentos aí? Será que ele desconfia de algo que possa nos levar à Natalie? Acho melhor confiarmos nele, não é?
E essa história da Lestrange? Você acha mesmo que ela pode ter seqüestrado a minha filha?O que vamos fazer agora? Como você mesmo já deve ter percebido, você não pode simplesmente ir atrás da Nati, porque é a você que ela quer mais que tudo. Se você for vai estar entrando no jogo dela.
É sério Harry. Não faça nada sem nos comunicar. Somos um grupo, por isso você não pode fazer nada sozinho, afinal, a união faz a força.
Mais esperançoso ainda,
Ron Weasley.
Foi mais do que difícil para Harry ler aquelas palavras que o proibiam de agir. Ele nunca obedecera a regras, mas agora era diferente. Agora não se tratava apenas da vida e da felicidade dele. Natalie estava em perigo, e se acontecesse qualquer coisa com ela, nem os Weasley e nem ele mesmo o perdoariam. Todo cuidado seria pouco dessa vez.
A carta de Dumbledore foi a segunda a chegar. Era mais controlada e cordial do que a de Rony:
Caro Harry,
Que bom que você andou pesquisando sobre o que lhe pedi. Gostaria de pedir, se não se incomodasse, que me passasse a descrição completa do conceito do marjorie encantaten, para eu ter isso mais claro em mente e conseguir pensar em alguma coisa.
Quanto à sua teoria em relação á Sra. Belatrix Lestrange, acredito em você, mas temo que você esteja tirando conclusões precipitadas. É muito cedo para se dizer o que isso tudo quer dizer.
Peço que informe à Profa. McGonagall que eu estarei chegando ai na escola dentro de dois dias.
Grato,
Alvos Dumbledore.
Conclusões precipitadas? Como assim? O que mais poderia ser? É claro que a Lestrange estava envolvida naquilo tudo. Que outra mulher recebia ordens de Voldemort? Que outra mulher lhe era tão fiel?
Naquele momento uma terceira coruja desconhecida entrou na sua sala soltando pena pra tudo quanto foi lado, cortando sua linha de raciocínio. Harry olhou a frente do envelope e não reconheceu nem a letra e nem o endereço. Quando virou – o viu em uma caligrafia muito caprichada o nome Melissa Malfoy. Abriu a carta rapidamente e leu:
Querido Harry,
Me desculpe por não ter ido ao batizado da sua afilhada. Aquele meu conhecido piorou de vez. Os médicos acham que ele não vai suportar. O efeito da planta está sendo forte demais, e eu sou a única pessoa que ele tem para cuidar dele.
Enfim, neste final de semana terei uma pequena folga, porque o Draco vai revezar comigo, então, pensei que talvez agente pudesse se encontrar em algum lugar para eu poder compensar a minha falta ao batizado. O que acha?
Beijos,
Mel Malfoy.
Agora Harry estava realmente confuso. Melissa Malfoy o convidando pra sair? O pior não era isso. Depois de tanta confusão, de tudo que ele passou com Gina, ele esquecera completamente de que havia convidado a Melissa para o batizado. De certa forma ele deu graças a Merlim de ela não ter aparecido. Não queria nem imaginar a reação dela de ver ele com Gina, e desta de ver Melissa, agora que ela havia acabado de vez com Draco.
Mais uma vez os pensamentos de Harry foram invadidos por um pio alto e agudo de uma coruja de igreja que estava pousada ao seu lado com a patinha estendida havia uns cinco minutos e o garoto só fora notar agora. A carta era de Gina. “Que coincidência” – pensou ele. Justo na hora em que ele pensava na “garota” ela lhe manda uma carta.
Querido Harry,
Sei que pode ser muito doloroso pra você ler isso, mas...está tudo acabado entre nós. De novo. Eu sei que talvez você não entenda, mas eu e o Draco voltamos.
As coisas não estavam indo tão bem entre a gente como parecia. Eu e ele brigávamos muito. E eu acabei com ele magoada e frustrada...esperando ouvir algo que ele não me dizia.
Enfim ontem ele veio aqui, se ajoelhou diante dos meus pés e pediu-me em casamento. Você está entendendo? Ele me disse exatamente o que eu queria ouvir, o que eu precisava ouvir.
Eu devo admitir que quando reatei com você ainda estava apaixonada por ele. Eu sinto muito, Harry. Ainda podemos ser amigos se você quiser.
Gina.
Se o “garoto” ficara confuso com a carta de Melissa, agora com a de Gina ele enlouqueceu de vez. Há um minuto atrás ele estava hesitando quanto a se encontrar com Melissa por causa de Gina, e agora esta lhe dizia que estava noiva de Malfoy?! O sentimento que começou a nascer em Harry era uma mistura de raiva e tristeza, o que resultou em outro: sede de vingança. Sim, ele iria sair com Melissa. Se Gina não queria ser feliz com ele, alguém queria ao menos tentar.
Instantaneamente Harry pegou uma pena, o tinteiro e um pedaço de pergaminho e escreveu:
Querida Mel,
Para mim está ótimo. Podemos nos encontrar em Hogsmead, no primeiro sábado do ano, em um lugar bem romântico: no salão de chá da Madame Puddifoot.
Ansioso pra te ver,
Harry Potter.
Depois de responder à carta de Melissa, Harry foi enviar uma carta à McGonagall, a pedido de Dumbledore. E, por fim, respondeu a Rony prometendo que não ia tomar nenhuma atitude precipitada.
Harry Potter mal podia esperar pelo sábado. Teria um encontro com Melissa Malfoy, uma mulher mais do que linda e que estava mais do que disponível. Daria o troco em Gina e ainda se daria super bem.
Dois dias depois, como de esperado, Dumbledore chegou à escola. Harry queria muito conversar com ele para chegar a uma conclusão sobre o seqüestro de Natalie.
- Professor – Harry bateu na porta da sala em que Dumbledore estava recolhido
- Entre, Harry.
- Com licença. Professor, o senhor...o senhor me enviou uma carta e...
- Sim, sim, sim. É verdade. Sabia que você me questionaria a respeito dela. – falou o professor dando um sorrisinho.
- Bom, achei que a conclusão que eu tirei fosse plausível. – falou o “garoto” da forma mais cautelosa que conseguiu.
- E de fato é. Mas antes de tirarmos conclusões é preciso avaliarmos todas as possibilidades. – explicou Dumbledore calmamente.
- Mas eu avaliei – protestou Harry – professor, eu avaliei todas as possibilidades. A única mulher que Voldemort tinha aos pés era Belatrix. Ela com certeza não se conformou quando eu o derrotei. Ela é prima distante de Natalie. Só pode ter sido ela.
- Harry, Voldemort não existe mais para dar ordens. Aquelas pessoas que o seguiam eram fanáticas, cegas. Agora que ele não existe mais, é possível que haja um outro mandante. – falou Dumbledore olhando Harry por cima dos oclinhos de meia lua.
Um outro mandante? Quem? Na cabeça de Harry esse mandante era fiel a Voldemort de qualquer jeito. Mas se era um outro mandante é possível que talvez esse mandante tivesse outras mulheres a seu favor, o que tornava as coisas bem mais complicadas. O “garoto” então escreveu a Rony contando no que estava pensando.
No sábado, depois do almoço, Harry foi até Hogsmead andando. Tinha marcado às 2:00, mas quis chegar mais cedo para dar tempo de comprar flores. Escolheu orquídeas verbíforas, uma flor simples e bonita, assim como Mel.
Chegou mais cedo que ela, então, procurou uma mesa em um cantinho que fosse mais reservado. Haviam vários alunos dele lá, e ele meio que ficou com vergonha de ser visto com uma mulher pelos seus próprios alunos.
Não demorou nem meia hora e Melissa apontou na porta do salão. Linda. Os cabelos soltos e as bochechas rosadas devido ao tempo frio que fazia lá fora. Procurou Harry com os olhos e quando o achou abriu um largo sorriso:
- Eu estava me perguntando se teria chegado cedo demais – falou ela sentando-se à frente de Harry.
- Não...você chegou em ótima hora – respondeu ele um pouco nervoso.
- São pra mim? – perguntou ela apontando para as flores.
- Ah, é, são sim. – o “garoto” havia se esquecido completamente das flores. – então..., é...e aquele seu conhecido? Você disse que ele piorou e...
- Ah, por favor não vamos falar disso. – pediu a “garota” parecendo triste. – como foi o batizado?
- Acho que também não quero falar sobre isso – disse Harry sem jeito. – minha afilhada foi seqüestrada.
- O que? Como assim seqüestrada? – perguntou Melissa parecendo abismada.
- É. Ainda não sabemos quem foi exatamente, mas...a pessoa com certeza não é nossa amiga. Ela deixou a Marca Negra no céu.
- Ela? – averiguou Mel
- É. A voz era de uma mulher. – respondeu Harry – mas...vamos falar de uma outra coisa.
- E o que você sugere? – perguntou Melissa bem sensual aproximando-se dele por cima da mesa.
- É...eu..? – Harry estava totalmente concentrado nos lábios dela. Ela era tão linda...
- O que vamos pedir? – perguntou ela recuando.
- Não sei. – respondeu o “garoto” acordando de vez. – que tal um chocolate quente? Ta um dia realmente frio lá fora e...
- Eu acho ótimo. – concordou Mel sorrindo. – é, por favor, dois chocolates quentes. – pediu ela se voltando para o garçom.
Os dois ficaram em silêncio enquanto o pedido não chegava. De vez em quando se olhavam e riam desviando o olhar. Por fim o chocolate chegou para quebrar aquele silêncio insuportável “Até que enfim” – pensou Harry.
- Então você e o Draco estudaram juntos em Hogwarts – perguntou ela pegando a xícara da bandeja que o garçom trazia.
- Bem, é. – respondeu Harry fazendo o mesmo – não se pode dizer que éramos bons amigos, sabe...
- Entendo – disse ela assoprando de leve o chocolate que parecia fervente.
- E você? Aonde estudou? – quis saber Harry.
- Em Beauxbetons, é claro. Papai e eu nos mudamos para a França depois que mamãe foi morta pelo Lorde das Trevas – disse ela provando o chocolate –Ai!
- Que? Que foi?
- Queimei minha língua. – disse ela com uma cara de dor. – você pode pegar um pouco de água gelada pra mim no balcão?
- Claro. Já volto – Harry então se levantou e foi até o balcão, onde pegou uma garrafa de água. – aqui está – disse entregando a garrafa a Melissa.
- Obrigada. – agradeceu ela pegando a garrafa da mão do “garoto”.
- Então...então você também não tem mãe? – disse Harry pegando a xícara e assoprando um pouco mais.
- Isso é algo bom? – perguntou ela sem dar atenção a Harry.
- Bem, não exatamente. É apenas uma coisa em comum. – ele já ia encostando a xícara na boca quando Melissa deu um outro grito:
- Não! Esse...esse chocolate ta muito quente...ainda. – falou ela nervosa.
- Não se preocupe. Eu já deixei ele esfriar um pouquinho – então ele bebeu um gole que desceu aquecendo tudo por dentro.
- Ta bem então – disse ela parecendo preocupada e olhando ele de um jeito estranho, como se esperasse que ele fosse explodir.
Então de repente Harry começou a se sentir estranho, como se estivesse tonto. Ele e Melissa já estavam saindo do Madame Puddifoot.
- É... Melissa...eu estou me sentindo um pouco...estranho.
- Como assim? – perguntou ela desconfiada
- Eu acho que estou ficando tonto. – e dizendo isso desmaiou à porta do salão de chá.
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