I
Uma das coisas que eu mais gosto de fazer: Trabalhar, sim por que eu trabalho com coisas maravilhosas. Pesquiso, investigo... sou do Centro de Inteligência Bruxa (CIB). Adoro meu trabalho, essa é a verdade. Demorei um tempão para decidir o meu futuro profissional, mas quando optei por esse sabia que era meu destino. Tenho uma sala só minha. Tenho várias pesquisas em curso sob a minha supervisão, estou freqüentemente em contato com a maioria dos aurores. Enfim, esse lugar é o “meu” lugar, minha segunda casa.
Por isso não é surpresa nenhuma que eu relute muito até hoje que um certo indivíduo que começou a trabalhar comigo, que só está interessado em contrabandear informações, continue aqui.
- Hermione...
- Srta. Granger para você. – Interrompi imediatamente.
- “Srta. Granger” poderia me dizer por que está avaliando esse documento pela milésima vez? – Senti ele se aproximar de mim, tentando espiar o documento.
- Não. – Me inclinei ainda mais em cima do pergaminho protegendo-o, como se estivesse protegendo a minha vida.
- Ok. Muito obrigado.
- Afaste-se de mim!
- Tudo bem. – Ele deu um passo para trás. – É um documento muito importante?
- É.
- Talvez eu devesse ajudá-la...
- Não creio.
- De onde surgiu ele?
- Ainda não cheguei nessa parte.
- É de algum Comensal?
- Por que está tão interessado?
- Só quero ajudar.
- Sei o que você quer. Não me engana nem em mil anos.
- Já conversamos sobre isso Hermio...
- Srta. Granger!
- Que seja, já conversamos sobre isso! O que tenho que fazer para provar que mudei?
- Não se dê ao trabalho, eu não irei acreditar.
- Uma hora vai ter que acreditar!
- Improvável.
Draco caminhou até sua mesa e se sentou irritado. Fiquei sentindo o olhar dele em cima de mim enquanto eu analisava o documento. Ele tava doidinho para ver, e tinha até um certo direito, mas eu não queria mostrar. Ele é absolutamente inconfiável.
- Eu posso levar esse assunto para os nossos superiores. – Disse ele com sua voz mais ameaçadora sem parecer ser realmente ameaçador, uma das grandes qualidades dele, se é que se pode chamar de qualidade.
Olhei para ele da minha mesa. Aquele meu olhar “Vai a merda” mas ele continuou sorrindo cinicamente.
- Você não faria isso, faria? – Perguntei meio em tom de desafio. Ia adorar que ele reclamasse de mim e fosse transferido para outro setor.
- É... pensando bem, acho que não faria não. Apesar de tudo eu gosto de trabalhar com você, Hermione.
- Srta. Granger!
- Só não consigo entender muito bem toda essa hostilidade...
- Você é desprezível.
- Você acha?
- Tenho certeza!
- Fico triste que você não consiga perceber quem eu sou de verdade.
- Eu sei muito bem quem você é de verdade.
- Sabe?
- Sei.
Ele ergueu a sobrancelha, meio que esperando que eu dissesse o que eu achava que ele era de verdade. Quase saquei minha varinha e joguei uma maldição nele. Tive que utilizar todo o meu autocontrole, só por que era antiético atacar um “colega”.
- Draco, escuta só uma coisa: Me deixa em paz! Tenho que terminar esse documento aqui.
- Eu quero te ajudar.
- Mas eu não quero!
- Mas se eu te ajudar você termina mais rápido. – Argumentou ele insistentemente.
Isso era verdade. Mas eu preferia demorar um século, que aceitar a ajuda dele.
- Não quero. Muito obrigada. – Disse firme.
- Por quê?
- Por quê o quê?
- Por que não quer que eu te ajude?
- Por que não. Vai fazer os relatórios para os outros setores que dependem das informações que descobrimos.
- Já fiz todos os relatórios.
- Vai entregar, então.
- Já entreguei.
- Vai procurar o que fazer!
- Já achei, mas você não deixa.
Argh. Por que ele não ia ver se eu estava lá na esquina, heim? Só não vou sugerir isso por que não quero alongar essa discursão que só está me atrapalhando. Vou ficar calada para ver se ele também fica.
- Vou te ajudar. – Ouvi-o dizer alegremente depois de alguns segundos. Saiu da cadeira e veio até a minha mesa cheio de pose. Pegou o pergaminho com um breve “com licença” e começou a ler. Imbecil, quem ele pensa que é? Tirei o pergaminho dele com um puxão.
- Não preciso da sua ajuda. Pode ir para sua casa, vá descansar. – mandei rispidamente.
- Deixa de ser orgulhosa.
Orgulhosa, eu? Como ele ousa? Estreitei os olhos.
- Vá para sua casa. – Sibilei.
- Não posso até você terminar esse pergaminho.
Ahá! Ele está tramando alguma coisa. Vou dar uma cordinha para ele se enforcar.
- Tudo bem. – Me ouvi dizer. – Você pode dar uma olhada nele. Mas muito cuidado, se você danificar de alguma forma esse pergaminho eu mato você.
- Tá certo. – Respondeu ele sem mostrar muita preocupação diante dessa hipótese. Ele pegou o pergaminho e reiniciou a leitura. Interrompeu um pouco quando conjurou uma cadeira e se sentou. Franziu a testa por várias vezes até o fim.
- E então? – perguntei ansiosa quando ele levantou o olhar para mim anunciando o término da leitura.
- Não me parece ser muito importante.
- Como?! Claro que é importante!!!
- Não é.
- Pode ser um código! – Enfatizei.
- Já analisei essa possibilidade, as palavras não significam nada, mesmo tentando uni-las em outra seqüência. Elas não são nada mesmo. Apenas uma lista de supermercado. Onde você encontrou?
Fiquei vermelha de raiva. Como ele podia em poucos segundos fazer isso? Ele só podia estar brincando. Arranquei o pergaminho das mãos dele. Isso era o ruim de trabalhar com ele. Por incrível que pareça ele tinha uma certa inteligência superior quando se tratava de códigos.
- Na casa de um suspeito a Comensal. A equipe de aurores encontrou e o trouxe para mim.
- Hmmm. Não há nada aqui. Que pena. Então temos que ir. Você gostaria de jantar comigo?
- Quê? – Me assustei. – Não, obrigada. – Tentei ser educada enquanto sentia minha voz sair cheia de rancor.
- Você não vai jantar?
- Vou. Mas não com você.
- Por quê?
- Por que eu não quero! Não quero jantar com você! Me deixa em paz!
- O que há de errado em aceitar um convite meu? Você não vai jantar de qualquer forma? Por que não janta comigo?
- Qual a parte do “eu não quero jantar com você” você não entendeu?
- Está sendo rude. Só te fiz um convite.
- Eu já respondi.
- Tá certo, mas não precisa se estressar.
- Não estou estressada.
- Imagine se estivesse.
- Como é que é?
- hmmm?
- O que você disse antes?
- “Imagine se estivesse”?
Cara de pau.
- Depois eu sou a rude.
- Só fiz um comentário. Você é que fica me atacando por nada. Eu estou te convidando para um jantar e você nem agradece.
- Agradecer? Agradecer por você enganar todo mundo?
- Eu não estou enganado todo mundo! Não estou enganando ninguém. Você está criando coisas e espalhando para todos. E não estou falando de enganar, e sim do jantar que você não aceitou e ainda me tratou mal.
- Isso não vai durar muito tempo Draco Malfoy, pode ter certeza que eu não vou desistir até ver você bem longe daqui!
- Vai ser algo bem difícil de você conseguir.
- Veremos!
- Não sabia que você tinha esse lado maligno.
- Eu não tenho lado maligno. Apenas estou alerta ao que você estiver tramando.
- Não estou tramando nada.
- Está sim. Quer parar de fingir? Não vai conseguir me enganar de jeito nenhum então é melhor desistir.
- É engraçado ver como você cria coisas. Estou curioso para ouvir mais. Que tal conversarmos melhor durante o jantar?
- Boa noite. – Disse e sai rapidamente da sala pisando firme. Estava muito irritada. Aparatei em seguida.
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Oi gente. Pelo prólogo e esse primeiro capítulo acho que já deu para perceber que a dinâmica dessa fiction será em capítulos pequenos. Optei por isso já que eu mesmo tenho dificuldade de ler um capítulo muito grande por causa da minha visão que começa a doer toda vez que faço isso no computador. Além do mais o tamanho da fic inteira continua o mesmo, não encurtei a história. Só que será repartida em vários capítulos pequenos. Se, no entanto vocês acharem que está muito pequeno, avisem. Nesse caso eu aumentarei de acordo com os pedidos. Faço isso de forma a facilitar e deixar mais leve a leitura. Pretendo postar o próximo capítulo lá pelo dia 17/03/07, talvez antes.
Obrigado.
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