prólogo



(...)
Draco Malfoy é tudo isso que você sabe. Nada mais, nada menos. Um garoto que viveu cheio de mimos, sendo encorajado a fazer maldades a todo segundo. Não estou aqui para escrever sobre como ele é incompreendido, por que ele nunca foi. Ele não é nenhum coitadinho e duvido muito que foi forçado a fazer as coisas que fez. Não se enganem caros leitores! Esse espécime covarde não vale nem o seu vômito.

Anos se passaram. As mudanças fisiológicas são visíveis, é claro, nada de mais. O caráter dele é que piorou. Minha vida se tornou um inferno depois disso, simplesmente porque estou sujeita a vê-lo todo santo dia. Não pensem que eu trabalho para ele, porque eu preferia morrer a fazer tal coisa. Ele trabalha comigo. Infelizmente preciso dos conhecimentos dele para concluir meu trabalho, pelo menos é o que me dizem. Anos de trabalho árduo, noites sem dormir, alimentação fora de hora, tudo isso para que quando eu estivesse estabilizada na minha jornada solitária ser obrigada a compartilhar tudo com outra pessoa que nem da minha confiança é. Relutei muito antes de concordar que ele participasse do grupo, infelizmente não tive escolha.

Já faz três meses. Ele tem boas informações, não posso negar. Avancei muito em um dos projetos, tanto que descobri uma falha. É como se eu estivesse na estaca zero, mas é muito melhor ter descoberto isso agora do que depois. Pelo menos para isso ele se mostrou útil. O que eu não entendo é porque ele se apresentou para trabalhar comigo se me odeia e provavelmente não precisa do dinheiro que recebe, já que é herdeiro que uma fortuna. Foi a primeira coisa que perguntei a ele. Não obtive resposta satisfatória. Ele apenas deu aquele sorriso cínico e disse que tenho que acreditar mais nas pessoas. Sim, provavelmente acredito nas pessoas, mas quem está dizendo que ele é uma pessoa? Que espécie que coisa é Draco Malfoy? Não somente da pior com certeza! Estou perdendo tempo pensando nele e talvez seja isso mesmo que ele queira. Tenho coisas importantes para fazer. Coisas que devem ser ruins para ele, senão ele não estaria aqui me importunando.

Sou Auror, pesquisadora, investigadora.... Mil e uma utilidades. Mesmo depois da guerra e do fim de Voldemort, ainda existem idiotas querendo usar as artes das trevas para tentar ressuscitar Voldemort. É ridículo, mas como trabalho para o Ministério sigo ordens, e no momento (nos últimos anos, na verdade), estou na pista de um dos grandes grupos de Comensais da Morte que ainda existem. Eles estão aumentando a cada dia que passa. Talvez corremos o risco de ter outra guerra. É um trabalho feito as escondidas, o meu. Tenho que ter cautela. Por isso não quis aceitar Malfoy trabalhando comigo. Perceberam o que Malfoy está fazendo todo dia no meu escritório? Com certeza está tramando algo para longo prazo. Tentei argumentar, mas ninguém me dá atenção. Acreditam em Malfoy, por algum motivo que não entendo.

Malfoy se sustenta no argumento de que nunca se tornou um Comensal da Morte realmente, mas convenhamos que as condutas anteriores dele não dizem isso exatamente. E por condutas anteriores não estou me referindo somente ao fato de ele ter tentado matar Dumbledore, mas ao fato de que ele nunca foi um bom garoto. Ele não é o tipo de cara que vá mudar da noite para o dia.

Ele está seguindo à risca algum plano mirabolante para ganhar minha confiança. Está usando todo o talento que possui para este fim. Se ele pensa que pode ganhar minha confiança, está muito enganado. Esta jogando charme fora. Poderia fazer isso com qualquer outra pessoa, menos comigo. Eu o conheço. Por um lado é até bom que eu e ele trabalhemos sozinhos, fica mais fácil prestar atenção nos passos dele. Não sei o que ele está tramando realmente ou para quem ele trabalha, mas sei pelo menos que ele não planeja me matar, afinal, se quisesse já teria feito. Sei que em algum momento todos saberão o risco que ele representa, só espero que não seja tarde demais.

Eu sou Hermione Granger, a sangue-ruim que ele sempre odiou, odeia e nunca vai deixar de odiar.
Ele é algo insignificante que pensa que pode me enganar e acredita que está fazendo isso.
Nunca vou acreditar nele não importa o que ele diga e faça. A única coisa que consigo pensar quando o vejo é que o mundo talvez esteja merecendo mesmo uma guerra por acreditar em sujeitos como ele.
Torço para que ele nunca mais apareça na minha frente. Acordo todo dia rezando para que isso aconteça, mas quando chego ao trabalho, ele é a primeira pessoa que vem me dar bom dia.

Estou de mãos atadas. Quero apenas que toda essa história acabe e que no fim, eu esteja errada. Por que se eu estiver certa meu trabalho de anos foi-se. De qualquer maneira tenho a impressão de que não importa o que aconteça, eu sairei derrotada, ele incólume.
(...)

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