Amigas
Caminhei a passos largos em direção ao castelo. Nada nunca tinha doido tanto quanto aquilo. Agora eu realmente sabia o quanto doía uma traição. Não que eu achasse justo agora o que o Harry tinha me feito. Ainda era uma traição. Mas eu também já o tinha traído uma vez. Mesmo que eu pensasse nisso, não diminuía minha dor. Ver o Harry me traindo, com a minha melhor amiga, tinha sido a mais forte prova de que ele nunca me amou. Comecei a chorar ao constatar esse fato. Alcancei o castelo e fui para o dormitório da Grifinória sem planos de sair de lá tão cedo. Entrei no quarto e deitei na cama, na mesinha tinha uma foto do Harry e eu abraçados e vê-la doeu, mas eu tentei ser forte e apenas abaixei o porta-retratos para não ver mais sua imagem. Dianna entrou no quarto e olhou para mim.
-Você quer alguma coisa? Existe alguma coisa que eu possa fazer por você, Ginny?
-Não, obrigada. – respondi entre um soluço e outro.
Quando Dianna saiu pensei que todos já deveriam saber do que o Harry tinha feito.Todos já deviam saber da traição. Seria muito difícil encarar as pessoas depois disso. Eu queria sumir.
***
Sai de perto bem rápido para não levantar suspeitas. Fui para o Três Vassouras encontrar o Blaise. Quando cheguei lá não o vi, mas Pansy me disse que ele tinha ido para o Cabeça de Javali. Comecei a pensar que ele devia ta muito mal e fui atrás dele. Encontrei-o sentado numa mesa escondida do bar. Quando cheguei mais perto notei que havia uma garrafa de Wisky de Fogo em cima da mesa. E ela já estava pela metade. Sentei-me com ele e o olhei. Ele parecia deplorável. E bêbado. Pedi um copo pra mim. De qualquer forma, se eu não podia fazer nada, iria beber com ele. E eu também estava comemorando.
-E então? Já podemos conversar?
-Podemos. Sobre o que você quer falar? Sobre como eu sou um fracassado, como eu perdi a mulher mais linda do mundo ou sobre como eu vou encher a cara até não poder mais me levantar daqui?
-Sobre o que você quiser.
-Ta, então vamos falar de como eu sou um idiota – ele subiu o tom de voz evidentemente bêbado – um panaca, um imbecil. Que vai perder a garota mais linda do mundo pra um cara que não sabe nem beijar direito.
-Se é esse o assunto que você quer, tudo bem, vamos falar dele.
-Você não ta nem aí não é, Draco? Naquele lugar ninguém tem amigos mesmo! É cada um por si e Merlin contra todos, não é? Tudo bem se você for embora, então. Eu não preciso de você para beber! Eu posso beber e pensar na Minha Loony sozinho!
-Pode. Mas eu acho que vou ficar por aqui esperando você se tocar das besteiras que ta dizendo. Afinal eu sou seu amigo.
Blaise sentou e começou a chorar. Nem parecia que estivera gritando desesperado, minutos antes.
-É que eu não sei o que fazer, Draco. Ela agora é toda dele e eu não tenho vontade de lutar por ela porque eu sei que não posso fazê-la tão feliz quanto ele e ao mesmo tempo em que eu a quero comigo eu quero que ela seja feliz, mesmo longe de mim. Isso me machuca, sabe? Dilacerar meu próprio coração.
-Não sei. Mas posso imaginar. Só acho que beber não seria a solução. Não que eu tenha alguma coisa contra beber. Se você quiser, eu sento aqui e bebo com você e se você cair eu caio junto com você. Mas não acho que amanha de manhã quando você acordar isso vá melhorar alguma coisa. A Di-lua ainda vai ta noiva. Você bebendo ou não.
-Eu sei. Eu sei disso tudo – ele abriu os braços como se estivesse englobando tudo que eu tinha dito, seus olhos já estavam vermelhos de chorar. – Mas eu não sei o que fazer.
-Me diz, o que você quer fazer? Terminar esse noivado?
-Nããããããão – ele abriu bem a boca para dizer o “não” como se fosse algo muito difícil e negava com a cabeça para enfatizar. – Ela esta feliz com ele, e eu só quero que ela seja feliz.
-Então, o que?
-Eu quero esquecê-la. Mesmo que eu tenha que arrancá-la do meu coração, com coração e tudo. Ela tem que sair!
-Não, ela não tem. – ele me olhou como se tivesse nascido, mas duas cabeças no meu pescoço – Ela não tem, cara. Ela não precisa sair. É só outra entrar. Ou outras.
***
- Aquela, Blaise!
-Uuuuuuh!
Risadas.
-A minha é a loira. Loira como a minha Loony.
-Qual das loiras?
-Todas elas!
-A minha é a ruiva.
-Que ruiva? Não to vendo ruiva.
-A minha ruiva.
***
Acordei e vi que a maioria das meninas no dormitório já tinha saído. Melissa estava sentada na cama calçando os sapatos e o chuveiro havia acabado de ser desligado.
-Quer falar sobre isso? – Melissa tinha cabelos loiros e grandes, mas ela era muito pequena e magrinha. Ela usava óculos e, na maioria das vezes, era muito delicada.
-Não.
Dianna saiu do banheiro e me olhou. Depois olhou para Melissa e eu pude imaginar o que ela disse com os olhos, pois Dianna não disse nada. Dianna tinha cabelos castanhos e com corte em V não muito grandes, mas muito lisos. Ela tinha o rosto redondo e rosado e era muito bonita e simpática, mas uma de suas características mais gritantes era sua “indelicadeza”. Muitas vezes ela dizia coisas inoportunas, mesmo sem perceber.
Entrei no banheiro e me choquei com minha cara. Ela estava completamente inchada e vermelha. Ignorei isso e tomei meu banho bem quente. Eu imaginava que lá embaixo todos já saberiam do fim do namoro e eu não queria descer. Sai do chuveiro e vesti meu uniforme. Quando voltei para o quarto procurando minhas meias Dianna ainda se maquiava e Melissa falava sobre o imperialismo da beleza no nosso mundo fútil. Dianna me viu sair pelo espelho e perguntou com toda a sua delicadeza:
-E então, qual a maquiagem que vamos colocar em você hoje pra fazer o Potter se arrepender de ter nascido, bonitona?
-Nenhuma, Dianna. Na realidade, se eu pudesse ficar aqui no quarto o dia todo hoje eu ficaria.
Ao mencionar faltar às aulas, Melissa começou seu interminável discurso sobre como as pessoas priorizam o coração á razão no nosso mundo fútil e como isso era prejudicial para a “desfutilizaçao” do mundo fútil. Para a Melissa tudo o que não tivesse a ver com estudos e as outras coisas seriíssimas que ela fazia era futilidade. E para a Dianna, a Melissa não falava coisa com coisa.
Melissa ficou bem mais aliviada quando, depois que a veia na testa dela começou a parecer que ia estourar, eu disse que compareceria a todas as aulas, mas Dianna só me deixou em paz quando eu passei rímel e batom, pelo menos.
***
Acordei com enxaqueca. Isso era obvio, visto a quantidade de bebida que eu e Blaise tínhamos consumido no dia anterior. Depois de encher a cara, nós tínhamos saído com algumas garotas e eu podia jurar que Blaise estaria num ponto que dificilmente ele seria acordado por menos de um terremoto. Mas me enganei. Quando me levantei percebi Draco sentado na cama olhando pro teto.
-Não passou. – ele disse assim que me viu de pé.
-E não vai passar tão cedo. Você já tomou a poção?
-Não to falando da enxaqueca. To falando da dor.
-Então, você continua tentando até passar. Nem que você precise dormir com todas as loiras do planeta até isso acontecer.
Entrei no banheiro e procurei por lá uma poção que costumávamos tomar depois de bebedeiras. Ela era verde e viscosa e não era nada gostosa, mas era melhor do que o gosto de guarda-chuva na minha boca. Entrei no chuveiro e enquanto tomava banho vi as marcas de unhas no meu abdômen. Normalmente eu ficaria irritado. Eu gostava muito do meu abdômen. Mas eu não me importei. Eu estava comemorando.
Sai do banho e vesti meu uniforme. Fiz a barba cuidadosamente, eu queria ser visto bem. Já me sentia melhor. Quando sai do banheiro encontrei Blaise na mesma posição de antes, ainda fitando o teto.
-Vai tomar um banho e vamos procurar outra loira pra você. Mais gostosa e mais animada que a de ontem.
Ele levantou e foi tomar banho. Ao contrario de mim, Blaise não se importou em fazer a barba, ou pentear o cabelo. Ele saiu do banheiro vestido, mas via-se que ele nem ao menos tinha se importado em se enxugar.
-Você não vai arrumar nem uma menina magricela desse jeito, imagina uma loira gostosa.
Foi quando eu vi raiva nos olhos do Blaise. O que eu via era como se eu pudesse enfiar uma faca no peito dele agora e ele não fosse sentir nada.
-Vamos ver.
E saímos.
***
Quando eu passei pelo salão comunal senti que todos falavam de mim. Era bom ter minhas amigas perto. Não sei o que faria se tivesse que passar por lá sem elas. Dirigi-me direto para o Salão principal. Ainda não tinha encontrado com Harry e não sabia exatamente o que faria quando encontrasse. Eu não queria saber de nada que viesse dele, ou da Hermione. Eu acho que estava em um estado em que eu já não me importava com muita coisa. Não estava enfurecida, de fato, porque o Harry havia me traído. Eu mesma o havia traído. O que me enfurecia era ele não ter tido a decência de esconder, como eu tinha feito. E agora eu ter que viver ouvindo sobre como eram grandes e lustrosos o enorme par de chifres que estavam na minha cabeça. Sem poder dizer o quanto era maior e mais brilhoso os chifres que estavam na cabeça do Harry, já que, se não fosse pelo meu ataque de amor no meio do beijo, Merlim sabe o que teria acontecido numa sala escura à meia noite entre um Malfoy e uma Weasley.
Ao pensar isso meus olhos se dirigiram maldosamente para a mesa da Sonserina, mesmo sem querer eu lembrei do gosto que o beijo do Malfoy tinha.
Nem tiveram tempo de pensar muito e, quando viram, já estavam se beijando no meio do corredor vazio, totalmente sem noção do que faziam. Ele beijava de forma brusca como se precisasse disso para continuar a viver, ela parecia respirar novamente depois de horas embaixo d'água. Não queriam se soltar, não iam se soltar. Ele encostou-a na parede e a levantou um pouco para que ficasse na altura dele, ela passou os braços ao redor do pescoço dele para se assegurar que não ia cair. Ela estava sentindo dor nas costas e na cabeça por estar encostada com tanta forca na parede, mas não se importava. Tudo que importava eram as mãos dele na cintura dela.
Mexeu a cabeça para afastar esses pensamentos. Mesmo que o Harry também o tivesse feito, traição era uma coisa muito feia e ela não devia se orgulhar de fazer algo do gênero com o homem que amava.
Não comeu nada no café. Levantou-se quando as amigas terminaram de comer ainda com a cabeça onde não devia. Melissa começou a falar sobre não comer depois do fim de relacionamentos e como essa atitude era fútil, mas eu não dei atenção. Dianna também parecia pouco interessada no caso e na primeira oportunidade mudou o assunto para um gato do sétimo ano que andava rondando-a, mas ela não sabia se investia ainda. Depois das aulas fomos para a biblioteca onde Melissa começou a estudar Transfigurações avançadas num livro enorme e Dianna começou a dar em cima de um garoto de cabelos castanhos e cara danada na mesa vizinha. Eu encostei minha cabeça no livro de poções avançadas que a Melissa ia ler quando terminasse o de Transfigurações. Eu tinha passado o dia pensando no que tinha acontecido. Alheia a tudo e a todos. Quando Harry, Rony e Hermione entraram na biblioteca, Dianna esqueceu o garoto e virou-se para mim, veja bem, eu não me importava se ela tivesse continuado interessada no lindo moreno da mesa vizinha.
-Ok, não precisa se conter antes de pular no pescoço dele. Eu posso perfeitamente fingir que não vi nada.
-Eu não vou pular no pescoço dele, Dianna.
-Atitude sabia, Ginny, não escute as coisas que a Dianna diz, ela não tem nada alem de excremento de trasgo na cabeça.
-Por que não Ginny? – Dianna disse depois de estirar língua para Melissa.
-Porque eu não posso.
-Ah! Você não vai me dizer que não consegue dar umas boas bofetadas na cara dele depois que ele fez o que fez porque eu não vou acreditar.
-É, Ginny, que você não quer nem eu acredito, embora eu deva enfatizar que...
Melissa não pode continuar porque foi interrompida por Dianna.
-Vamos, o que aconteceu?
-Nada – respondi alarmada, mas tentando disfarçar ao máximo.
-Aconteceu sim! Se não tivesse acontecido o fogo Weasley já teria atacado e você já teria voado no pescoço da sangue-ruim.
Melissa fez uma careta. Ela também era filha de pai e mãe trouxas e detestava o termo, mas quando ela foi reclamar eu falei primeiro.
-Vocês vão me prometer que isso em hipótese nenhuma sairá daqui.
-Prometido! – disse Dianna ansiosa para saber.
-Eu não acredito que realmente aconteceu alguma coisa, Merlim, Gina, você ficou maluca! Acho que esse problema da Dianna pode ser contagioso e que...
-Promete logo, Melissa! – disse Dianna enfurecida.
-Ta, eu prometo, mas vamos para aquela mesa mais distante, porque aqui fica muito fácil de todo mundo ouvir.
Levantamos e mudamos de mesa.
***
Saímos do salão comunal. Passando pelo corredor nós ouvimos algo como “Que gato!” E Blaise agarrou com brusquidão uma loira que estava num grupo de garotas próximo. Ela deu um gritinho, mas quando viu quem era alargou bem o sorriso. Chegamos à mesa da Sonserina e me sentei de frente para o Blaise. A loira se sentou no colo dele, uma perna de cada lado do corpo do meu amigo e começou a beijá-lo. Algumas garotas na mesa pararam de comer para olhar a cena. Uma morena acabou por derramar distraidamente o suco em suas vestes. Os beijos da loira estavam ficando bem quentes ali na mesa e alguns dos rapazes começaram a olhar também, soltando risinhos maldosos. Três alunas do segundo ano correram chorando e dois menininhos pareciam muito interessados em descobrir como se fazia àquilo com uma loira daquelas.
Soltei um muxoxo e gritei:
-São só uns beijos! Nunca viram não!
Pansy olhou pra mim chocada:
-O que deu nele?
-Coisa de homens, Pansy!
-Oh! Então eu sugiro que você acabe com isso logo, antes que eles se engulam aqui.
Emilia chegou correndo afoita e sentou do lado direito de Pansy.
-Você precisa da uma olhada no Blaise, Pansy. Ele ta totalmente sexy hoje.
Pansy apontou para Blaise e Emilia abriu consideravelmente a boca.
-Nossa!
Comi pouco. Acho que todos na mesa da Sonserina comeram pouco devido às cenas do Blaise, que duraram todo o café. No almoço, a loira tinha voltado a nossa mesa e eu preferi não almoçar. Andei até a biblioteca, pensando em adiantar algumas tarefas, mas Grabbe e Goyle apareceram por lá. Não tinham feito o trabalho de Transfiguração e queriam copiar o meu. Entreguei enquanto buscava o livro de Feitiços. Quando voltei ouvi-os falando da mais nova historia do momento: o fim do casal testa-rachada.
-Parece que ela não comeu nada ainda. E só fica colada com as amiguinhas. Dizem que ela ta querendo virar lésbica.
-Pois uma lufa lufa tava dizendo que ela ia ser freira.
-Então o namoro terminou mesmo? – perguntei satisfeito por ter sido eu a fazer isso acontecer.
-Parece que sim. E parece que ela ta com uma dor de cotovelo daquelas.
-Nunca imaginei que o Santo Potter não fosse tão santo assim.
-Ele é homem.
-Eu não tenho tanta certeza.
No índice daquele livro não tinha o que eu procurava. Levantei e fui de novo à prateleira buscar mais um livro.
Foi quando ouvi meu nome.
***
-Então, o que foi que aconteceu que você não pode contar?
-Eu... Beijei o Malfoy.
-Como??? – perguntou Melissa com os olhos maiores do que normalmente.
-Ele é bem gostoso, na verdade, e com aquele corpo e aquela boca... – Dianna começou a falar e eu e Dianna olhamos pra ela como se tivéssemos visto um basilisco dançando balé para uma platéia de aranhas.
-Você ouviu direito o que eu disse Dianna? – perguntei ainda assustada.
-Que você beijou o Malfoy. E daí?
-Enfermaria! – Melissa disse de repente – Ela tomou alguma coisa ruim. É melhor irmos logo antes que ela comesse a achar os cabelos do professor Snape um charme.
-Eca! – dissemos eu e Dianna juntas.
-Eu só to dizendo, Gina, que, bem, não é nenhum pecado dar uns amassos no Malfoy, eu mesmo já dei alguns, claro, tem a agravante de que você é uma Weasley, uma Weasley comprometida, mas, fora isso, ele é perfeitamente pegavel.
Nós ouvimos um barulho, mas ignoramos.
-Pegavel!!! Eu não acredito que eu acabei de ouvir alguém dizer que o loiro albino era pegavel. – disse Melissa indignada
-Fala, Ginny, você gostou?
-Dos beijos?
-DoS beijoS? Como assim DoS beijoS? Não foi só um? – Dianna perguntou enfatizando o “S”
-Na verdade teria sido até mais se eu não tivesse parado.
Dianna soltou um gritinho animado e disse:
-Conta tudo, amiga! Me diz como “o menino que sobreviveu” ganhou aquele lindo par de chifres que ta na cabeça dele.
***
-Como???
Cheguei mais perto da estante de livros para ouvir melhor.
-Ele é bem gostoso, na verdade, e com aquele corpo e aquela boca...
-Você ouviu direito o que eu disse Dianna?
Era a voz da Weasley. Aparentemente ela estava falando de mim para as amigas. Isso seria, no mínimo, interessante.
-Que você beijou o Malfoy. E daí?
-Enfermaria! Ela tomou alguma coisa ruim. É melhor irmos logo antes que ela comesse a achar os cabelos do professor Snape um charme.
“Eca!” Pensei.
-Eca! – Virginia e a amiga verbalizaram meu pensamento.
Olhei por entre os livros e vi que uma das meninas era uma morena com a qual eu tinha me agarrado há um tempo e uma loira metida à sabida com a qual eu gostava de esbarrar.
-Eu só to dizendo, Gina, que, bem, não é nenhum pecado dar uns amassos no Malfoy, eu mesmo já dei alguns, claro, tem a agravante de que você é uma Weasley, uma Weasley comprometida, mas, fora isso, ele é perfeitamente pegavel.
Deixei cair o livro. Pegavel!!! Ela tinha ido as alturas com cada beijo meu! Eu não era pegavel. Eu era perfeito!
-Pegavel!!! Eu não acredito que eu acabei de ouvir alguém dizer que o loiro albino era pegavel.
“Eu também não” pensei insurgente
-Fala, Ginny, você gostou?
Parei serio. Eu queria ouvir mesmo a ruiva dizendo que gostou de me beijar. Eu queria ouvi-la dizer que queria mais. Eu queria dar mais.
-Dos beijos?
-DoS beijoS? Como assim DoS beijoS? Não foi só um?
Ponderei se seria mesmo possível que aquela morena achasse que tinha sido mesmo só um. É claro que não. Se ela não tivesse parado pra pensar, eu garanto que teria passado de beijos.
-Na verdade teria sido até mais se eu não tivesse parado.
A garota soltou um gritinho animado, próprio de garotas quando fofocam e disse:
-Conta tudo, amiga! Me diz como “o menino que sobreviveu” ganhou aquele lindo par de chifres que ta na cabeça dele.
Essa eu não perderia.
***
- O que você quer de mim?
- Você.
-Ainda não ta na hora.
-De quê?
-De parar.
Ele abriu uma porta que estava ao lado dela, entrou, trancou e voltou pra boca dela, com tanta ou mais intensidade que antes.
-Isso'tá errado.
-Muito.
Voltou a beijá-la.
-Aqui. Meia noite em ponto. Não é uma pergunta.
-Eu não vou, está decidido, eu não vou.
-Eu não vou, não tem motivo, eu não vou.
Ele queria deixar marcas e ele sabia deixar marcas.
-Calma, ruiva!
-Você me chamou aqui pra ter calma?
-O que há com você, Ginny?
-Nada.
Ele se aproximou e falou em seu ouvido:
- Gemer? Sussurrar loucuras? Querer mais?
***
-Uau! Isso sim que é amasso! Com direito a sala vazia e tudo mais. Amei!
-Você ta louca, Dianna? Gina, você tem pelo menos uma noção mínima de quantas regras vocês quebraram?
-Eu não queria, Melissa! – resmunguei triste.
-Bom, então imagina se você quisesse!
-Ow! Melissa, Eu vou pro inferno trouxa não vou? Depois dessa eu vou não vou?
-Certeza que vai, minha linda!
-Ow! Que péssimo! Lá é quente né?
-É sim, muito quente.
-Ow, Ginny, pense pelo lado bom. O Malfoy também é quente e você gostou.
***
Conversa de mulher! Você quer arrancar um segredo de alguém, pergunte à mulher mais próxima desse alguém. Elas falam demais. Foi ouvindo a ruiva contar tudo àquilo às amigas que eu tive uma idéia. Minha segunda idéia. Um modo de saber tudo sobre a ruiva. Saí da biblioteca depois que a morena amiga da Weasley disse “-Ow, Ginny, pense pelo lado bom. O Malfoy também é quente e você gostou”, eu senti uma vontade crescente de rir e tive de me afastar para que elas não ouvissem. A Weasley deve ter ficado toda vermelha depois dessa.
***
Estava sem fôlego. Mas não importava. Nada importava. Beijei a loira encostada na parede com mais força. Vi o anel na mão da minha Loony por dentro dos meus olhos. Coloquei meu corpo com mais força contra o dela. Nada podia me machucar, nada podia me ferir mais do que aquela dor já estava fazendo. Ouvi “-Você acha que ela vai aceitar?” Nítido dentro de meus ouvidos e uma voz de dentro da minha cabeça gritou “Ela não é sua”.Levantei a saia da loira irado. “Ela não é sua... E nunca será”.
Ela gritou. Qual era mesmo o nome dela? Não me importei em descobrir. Calei a boca dela com um beijo e não a soltei. Eu estava sendo perseguido pela minha própria mente. Eu não podia fugir e eu terminaria louco. Mas eu enlouqueceria tantas mulheres quanto possível até que minha sanidade se esgotasse de vez.
***
-Pansy!
***
N/A: Gente, esse capitulo foi uma coisa. Eu tinha escrito duas paginas e ia botar a segunda mentira aqui. Mas hoje bateu uma onda de inspiração e as outras oito paginas saíram fáceis. Num dia só. Eu ia escrever mais, mas eu preferi manter o mistério e deixar minha (ou do Draco) maldade para o próximo capitulo.
Agora, por partes. Olha esse método do Draco de esquecer o amor! Indignante! Eu odeio bebida alcoólica por isso acho que essa é a pior saída. O fim do poço. E Blaise ta por lá né. Adoraria atender os pedidos de vocês. Fazer ele parar de sofrer, mas ainda não vai ser agora (nem nessa fic, eu acho). Agora coloquemos uma coisa, Blaise TOTALMENTE sexy e TOTALMENTE insano daquele jeito não é todo dia. To quase mudando a cor do meu adorável cabelinho pra loiro agora. Hummm... Dianna e Melissa! O que vocês acharam delas? Elas vão dar uma força pra Ginny (enquanto o Draco não destruir isso também). As frases em negrito e itálico são de outros capítulos né, só lembrando. Ah! Amores da minha vida me digam nas reviews o que vocês acharam dessa ultima parte do Blaise. Se vocês tiverem achado muito pesado é só dizer que eu tiro.
PERGUNTA: Vocês já sabem, essa já é de praxe. Pior mentira? Qual é? Acreditem! Eu preciso dessas mentiras. Sou obcecada pelas mentiras (e por voar também, se vocês souberem voar mandem uma review ensinando), sou louca por descobrir porque as pessoas mentem. Coisa de doido, eu sei!
Musica do capitulo: Wanna play do RBD(inicio), Meus telefonemas de Negra Li e TODO o CD Collision Course de Linkin Park e Jay-Z.
NÃO, não é impressão! A autora pirou mesmo, mas é porque é férias, então, não me mandem pro St. Mungus (ainda).
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