No Salão Principal




(1 dia para o baile)

-Nossa! Estou tão empolgada! Imaginem que o baile já é amanhã!

-Com quem você vai?

-Promete não contar à ninguém...?

Draco andara pelos corredores ouvindo vários murmúrios sobre o baile. Seria no dia seguinte e ele não conseguira convidar Ginny. Dera tudo errado, e agora, além de odiá-lo, ela o detestava.

Entrou no salão principal e começou a andar na direção da mesa da Sonserina. Ainda pensava em como levar Ginny para o baile.

Estava tão pensativo com isso que até mesmo se esquecera que pediu à ruiva, para que ela esquecesse de sua existência.

Sentou-se à mesa da Sonserina. Olhou em volta para ver se sentara perto de algum amigo. Ninguém. Nem Pansy, nem Crabbe e nem Goyle. Era melhor que comesse algo antes de ir para as suas aulas, aliás ele já tinha matado algumas aulas nos dias anteriores.

Antes que começasse a comer qualquer coisa, o correio chegou. Um bando de corujas voando para todos os lados e fazendo um enorme estardalhaço para entregar as cartas aos seus respectivos remetentes.

Draco olhou para cima, procurando a coruja negra que deveria trazer a carta de sua mãe. Uma mistura de nervosismo e ansiedade começou a lhe perturbar o peito.

Derepente, a tão esperada coruja pousou na frente do loiro. Receoso, ele pegou a carta na pata do animal que lhe olhou de forma engraçada, como se esperasse que Draco lesse a carta para ela. Ele lhe fez uma cara de puro desgosto e direcionou o olhar para o tão temido pedaço de papel. Abriu lentamente a carta negra de escrita prateada e respirou fundo antes de começar a ler.

“Draco,
Diga que está brincando! Vamos, diga! A Parkinson disse que você está apaixonado por uma Weasley?! Se quer saber se eu acho isso possível eu te digo que sim.Aliás, Lúcius se casou comigo, não? Se quer saber se eu apoio, eu digo que não, pois é a mais pura verdade. E se quer saber se eu vou impedi-lo de fazer qualquer coisa, eu também digo que não. Só te peço uma coisa, Draco. Não deixe seu pai ficar sabendo dessa loucura! E, por favor, não faça besteiras impossíveis de serem concertadas! Tomara que você não saiba do que eu estou falando, ou você iria rir da minha cara, pois eu sei que faz isso pelas minhas costas e sozinho!
Adeus,
Assinado: Narcisa Malfoy."

Draco sorriu. Ele sabia do que Narcisa estava falando. Mas... ela estava louca! Até parece que Draco iria engravidar Ginny de uma hora para outra! Além do que, eles nem tiveram nada além de uns amassos por aí!

O loiro dobrou a carta, agora seu peito pulava entre alívio e felicidade. Sua mãe não dava a mínima se ele queria ficar com Ginny ou não! Vendo isso por um certo lado (é só colocar tudo isso de cabeça para baixo e você verá), isso era uma boa coisa!

Draco levantou o olhar e logo o guiou para a mesa da Grifinória. Ela estava lá, fazendo a coisa que Draco já deveria ter acabado de fazer, comendo suas torradas. Parecia a mesma Ginny de sempre, a não ser pela aparência chateada.

De repente ela ergueu a cabeça e também começou a olhar para ele, o encarando indisplicente. O olhar dela era como se fosse uma súplica para que ele fosse até ela e dissesse tudo aquilo que ele queria dizer e ela queria ouvir.

-Se eu te contar você acredita?

Ele ouviu a voz de alguém, parecia estar falando com ele, mas ele não estava dando muita atenção. Continuava observando a ruiva, que também mantinha os olhos nele.

-Não tem importância, eu conto mesmo assim!

Draco desviou o olhar da ruiva e começou a encarar a morena ao seu lado. Pansy estava sentada ali. Com uma cara assustadora de quem sabia das coisas.

-O que foi agora, Pansy? – Draco perguntou irritado.

Pansy sorriu largamente e logo depois deu um sorrisinho, acompanhado de uma risada muito histérica.

-Sabe a Weasley? ela acabou o namoro com o Potter! De novo! E eu fiquei
sabendo que o culpado disso tudo é você! Ela ficou com raiva dele por um motivo que tem tudo a ver com você, e infelizmente eu não sei qual é, e acabou o namoro! Não é demais?

-Ela acabou com...

-Deixa de ser idiota, Draco! É por isso que ela está te secando. Ta maluquinha para que você vá lá e dê um beijo nela!

Draco parou de viver por um momento. Era agora... ou nunca. Se levantou de sua cadeira na mesa da Sonserina e começou a caminhar. Pansy podia jurar que ele estava enlouquecendo, mas ao invés disso, apenas sorriu e cruzou os braços.

Enquanto ele atravessava o salão principal, podia sentir o peso de milhares de olhares curiosos sobre ele. Tudo naquele momento pareceu girar em torno dele e aquela cena começou a passar em câmera lenta. As pessoas se viravam e ficavam sussurrando coisas umas com as outras. Ele não podia desistir, não agora que ele já estava to perto. Já podia ver ela o encarando. Já podia sentir a pele dela sob suas mãos. Já queria sentir o beijo.
Restavam apenas alguns passos. Ela o observava atenta. Já estava perto o bastante. E ela já estava da cor de um pimentão. Vermelha feito uma ‘maçã-do-amor’.

Estendeu-lhe a mão e ficou com ela erguida, esperando o toque da mão da ruiva. Ela encarou Draco por alguns segundos, não só ela, mas o resto do salão inteiro o encarava. De repente ela se virou para uma garota que estava sentada ao seu lado e fez uma cara esquisita. ‘Finalmente’, ele pensou ao ver a mão dela levantar até a altura da sua e lhe tocar de leve.

O loiro segurou a mão de Ginny e à ajudou a levantar de sua cadeira, podendo, assim, ver todo o corpo da ruiva, que não adiantou de muito, pois as pesadas roupas de Hogwarts escondia tudo o que ele queria ver.

Ela lhe olhou confusa e depois abriu a boca como se fosse falar qualquer coisa. Draco, simplesmente, não queria ouvir. Soltou a mão dela e tocou levemente o queixo dela. Aproximando o rosto dela do seu.

Novamente, todos os alunos começaram a murmurar coisas uns com os outros. Mas também tinham aqueles alunos que estavam tão ocupados em observar a cena que nem ao menos piscavam o olho ou se moviam.
Porém, ao invés de guiar os lábios da ruiva até os seus, ele desviou o rosto e aproximou a boca do ouvido dela. Ouvindo logo a seguir um suspiro aliviado.

-Aceita ir ao baile comigo? – ele murmurou.

-Por que eu aceitaria? Para você ganhar sua maldita aposta? – ela lhe
respondeu, também murmurando.

Então era isso. Ela sabia sobre a aposta, alguém contou à ela. Era por isso que Ginny estava o tratando tão mal. Aliás, que coisinha mais clichê! Ele desiste da aposta por que se apaixona por ela! Nossa, que romântico!

-Eu desisti da aposta... à tempos. Você sabe por que, não sabe?

Ela se calou junto com todo o resto do salão. Pareceu pensar por um momento, e de repente, pareceu como se fosse desabar em prantos.

-Eu aceito.

Draco se assustou com o que acabara de ouvir. Ela... ela aceitou! Ele nunca imaginou que ela realmente aceitaria. Nunca imaginou que depois de descobrir sobre a aposta, ela iria concordar em o acompanhar ao baile.

-Mesmo?!

Ele afastou o rosto do ouvido dela e perguntou em alto e bom som, fazendo com que metade do salão principal ouvisse.

Ginny apenas balançou a cabeça positivamente e lhe sorriu torto. Aquele sorriso torto, fez Draco se segurar para não dar pulos de alegria. Ele começou a abrir e fechar a boca várias vezes, como se tentasse falar algo mas não conseguisse. Começou a fazer gestos com a mão. Gestos que não significavam nada.

Ela agora lhe sorriu abertamente. E Draco, que já havia se controlado demais, não conseguiu mais controlar nada, nem mesmo a sua vontade de agarrar Ginny. Até porque, ele lhe envolveu pela cintura e puxou-lhe para perto e antes de ter tempo de olhar os olhos espantados dela, à segurou pela nuca, começando assim, o primeiro beijo em público (e que público!) dos dois.

Naquele momento, o salão explodiu em gritos de susto e espanto. Alguns assovios agudos e alunos ficando de pé para ver melhor. Algumas pessoas de olhos arregalados e outras sorriam de nervoso por tal loucura. Milhares de vaias e milhares de palmas. Aliás, à tempos nada de interessante ou polêmico acontecia em Hogwarts. Até mesmo os professores observavam espantados a cena. Todos, menos Dumbledore. Que observava animado a cena em que os protagonistas estavam no maior amasso.

O beijo era tão avassalador que Draco sentiu seu corpo esquentar e quase perdeu a consciência do que estava fazendo. Mas que se ferra-se tudo ali! O que ele queria era matar a saudade da sua Weasley.

Parecia mesmo era que eles estavam tentando engolir um ao outro.

Hermione, que estava sentada ao lado de Ginny, antes do ‘show’ começar. Os encarava espantada e virava a cara quando a língua de um dos dois fugia da boca do outro.

Então, Draco sentiu uma mão repousar em seu ombro, e não era a de Ginny, pois a mão da ruiva estava apertando a sua nuca enquanto a outra à arranhava. Ele se afastou dela rapidamente e se virou para ver quem era. Foi quando deu de cara com Dumbledore, o encarando não tão sério assim. Mas antes que o diretor começasse a falar qualquer coisa, Malfoy virou na direção de Ginny para ver como ela estava. Ela estava respirando como se tivesse corrido de um lobisomem por toda a escola. Os lábios que já eram vermelhos, como ele se lembrava, agora estavam mais vermelhos ainda.

Ela sorriu.

Draco voltou a olhar para Dumbledore. O salão principal, agora fazia um silêncio irritante.

-Senhor Malfoy. Senhorita Weasley. Podem me acompanhar?

Ambos balançaram a cabeça em sinal positivo e começaram a seguir o diretor para fora do salão principal. Os alunos ainda olhavam e riam. Todos, sem exceção.

Quando já estavam no corredor,Dumbledore começou a caminhar à frente, em direção à sua sala. Draco e Ginny, estavam logo atrás, caminhando rápido para poder acompanhar o passo.

-O que você pensou que estava fazendo? – ela perguntou murmurando.

-Nunca mais me sorria daquela forma! A culpa foi única e exclusivamente sua!

-Cala a boca! – ela falou risonha.

Pararam diante de uma gárgula. Dumbledore falou a senha, qual não foi ouvida por Draco e Ginny pois os dois ainda conversavam animadamente.

A gárgula pulou para o lado, fazendo que aparecesse uma escada em espiral.

Os três subiram a escada e continuaram seu destino até a escrivaninha do diretor. Pararam em frente à esta e ficaram encarando a madeira da mesa.

Duas cadeiras vieram voando na direção deles, parando logo atrás de cada um. Draco se sentou em uma delas e ficou observando Ginny sentar-se também.

-Esperem aqui um minuto. Eu preciso falar com uma pessoa, é importante.

O diretor saiu pela porta da sala, deixando os dois sozinhos.

Gina se levantou de repente e tirou o casaco, sentando-se novamente logo em seguida. Draco observava a garota que agora brincava com a barra da própria saia. Ambos pareciam sem assunto algum. Draco viu algo s movimentar rapidamente ao seu lado e quando olhou melhor, era Gina. Ela acabara de tirar a gravata.

-Acho melhor você parar de tirar a roupa. Por que está tão nervosa?

-O que você acha? Minha mãe vai adorar saber que eu beijei você!

-Sua mãe vai ter que aceitar que você é apaixonada por mim! –Draco falou cheio de si.

-Você vai convencê-la? Pois se for, quero ver convencer meus seis irmãos também! E o meu pai, e o Harry,e o Simas, que é como se fosse um irmão para mim e...

-Tudo bem! Cala a boca, ta? Assim você vai me fazer desistir.

-Seria capaz de desistir de mim?

-Não! Eu nunca desistiria de você! Depois de tudo o que eu passei para me tocar de que sou louco por uma Weasley? Nunca desistiria...

Ginny encaminhou o olhar até um quadro na parede e o ficou observando. Draco estranhou a reação da ruiva, ma mesmo assim deixou ela ficar quieta naquele momento de reflexão.

Ele sorriu e pegou a mão dela. Ela se virou na direção dele e lhe sorriu, fazendo Draco notar que esta estava com lágrimas nos olhos.

-O que houve? Ginny, por que você...? Ei, o que...?

Parecia que a cada vez que Draco falava algo, os olhos dela se enchiam mais ainda de lágrimas.

A cada minuto que se passava, Draco ficava mais confuso. Ela continuava a chorar. Ele simplesmente não ligava muito para ela estar chorando, mas ficara muito curioso. Ele puxou levemente o braço da ruiva e esta se levantou de sua cadeira, indo na direção da cadeira dele e se sentando sobre as pernas do loiro logo à seguir. Ele à abraçou pela cintura, enquanto ela o envolvia pela nuca.

-Eu preciso e falar uma coisa.

-Falar uma coisa? Então fala. –ele sorriu perto do ouvido dela.

-Eu...

Draco esperou. Ela continuava quieta, e tudo aquilo estava fazendo o seu nível de curiosidade aumentar em uma velocidade incrível. Começou a desejar que ela lhe contasse logo, seja lá o que fosse. Começou a apertá-la contra o seu corpo. Então ele a afastou um pouco de sua nuca, de modo que pudesse encará-la nos olhos.

Os olhos dela eram a perdição de Draco. Azuis, como os dele, mas não tão intensos e quentes. Todos diziam à ele que seus olhos eram lindos, e para ele, realmente eram. Mas, outras coisas que também diziam, era que seus olhos eram frios, gelados. Já os dela, não. Eram tão vivos, que Draco acreditava que sua vida inteira estava neles, também acreditava que sem aquele azul berrante, ele morreria.

Agora, mais do que nunca, aqueles olhos lembravam a água, talvez por que estivessem encharcados desta, mas ele não se importava com o porque. Eles estavam ali, o encarando.

Seu estômago gelou e seu rosto corou. Era isso mesmo que ele estava pensando? A garota por quem ele era apaixonado estava ali, sentado no seu colo e abraçada à ele. Como antigos namorados. Coisa que eles não eram, e Draco começou a sentir um vazio por se lembrar daquilo.

-É que...

-Fala, amor.

Ela sorriu e desviou o olhar do dele. Depois voltou a olhar o loiro, que também sorria desajeitadamente. Draco secou o caminho que uma lágrima fizera ao cair pelo rosto da ruiva e depois deixou seu dedo escorregar até o queixo dela.

-Draco, eu te amo, sabia?

-Não é por isso que você está chorando.

-Como você sabe?

-Eu posso ver, nos seus olhos.

-Não poderia ver nada em meus olhos! Isso é impossível!

-É possível sim! Seus olhos, o azul deles, estão tentando dizer alguma coisa.
Mas você não quer me contar o que é. Está me escondendo por que tem receio de algo.

Nossa! Ele havia falado tanta coisa que há meses atrás ele nunca imaginaria estar falando. Mas, ele tinha certeza absoluta que aquilo ali realmente era certo. Que ela realmente estava receosa em contar algo para ele.

-Mas eu te amo. Tem coisa mais impossível?

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