Duelo



(4 dias para o baile)

Já eram seis da manhã e Draco continuava sentado na sala comunal da Sonserina. Não por falta de sono, pois este já havia chegado à tempos. Não dormira por que não quis. Preferiu ficar pensando no que Pansy havia lhe falado.

De onde ela tirara aquela idéia idiota??? Ele nunca iria chegar ao Potter e perguntar: “Ah, olá Harry! Eu só queria saber como é dar uns ‘amassos’ com a sua namorada... a Ginny, sabe?’ ·”.

Começou a achar que Pansy estava louca. Mas aquela idéia lhe despertou uma imensa curiosidade. Talvez desse uma louca nele e ele realmente fosse até o Potter e perguntasse.

-Pansy, você é louca! – ele murmurou sozinho e se virou no sofá, na intenção de dormir.

(Café da manhã – Entrada do salão principal)

-Hei, Potter!

Draco viu o Potter e o Weasley revirarem os olhos.

-Olha só, Malfoy. Você por acaso se esqueceu de crescer? –Ron perguntou impaciente.

-Não me lembro de ter falado com você, sr. Pobretão Weasley.

-Realmente, Malfoy, você esqueceu de crescer, não está velho demais para ficar com essas implicâncias idiotas? –Harry falou com toda a calma do mundo- Eu te odeio e você me odeia. Já sabemos disso e isso já basta.

Draco encarou Harry por um momento. Odiava admitir para si mesmo, mas ele se sentiu um pouco inferior diante daquele garoto, lhe falando como se fosse o seu pai. Mas não deixou transparecer sua insegurança, continuou com sua postura de sempre.

Um pouco mais distante. Ela vinha correndo. Com as feições preocupadas com, pelo visto, o que ocorria ali. Parou entre o irmão e o Potter e logo se pôs a falar.

-Vamos, Harry. Nós ainda vamos falar com Dumbledore. – ela murmurou.

Ela, timidamente, deu a mão à Harry e se desviou de Draco por um lado, enquanto o Weasley passava pelo outro, indo os três em direção ao salão principal.

Ginny ainda falava algumas coisas com Harry e Ron apenas ouvia e acompanhava os dois.

Draco se sentiu o lixo mais podre da humanidade. Todos o ignoraram. O Potter não ligara para as ofensas de Draco, o Weasley não deu a mínima e Ginny, nem olhou direito na cara dele.

Estava furioso. O rejeitaram como se ele fosse um nada. E Draco Malfoy nunca deixaria que alguém o rejeitasse. E qualquer um em sã consciência sabia disso.

-Sua Weasley idiota! Atrapalhou minha diversão! –ele ralhou.

Ele viu Ginny sacudir a cabeça negativamente, enquanto Harry à abraçava pelo ombro e Ron se aproximava mais dos dois. Ela não reagiu de forma alguma.

-Weasley! Estou falando com você! –ele berrou.

Ginny continuou andando, fingindo que não o ouvia, com certeza não queria arranjar confusão. Eles apenas continuaram indo em direção ao salão principal.

-Ginevra Weasley! – ele voltou a berrar, agora apontando a varinha para as costas da garota.

Ginny parou de caminhar e olhou para trás. Encarou os olhos de Draco por um momento. Virou-se por completa na direção do loiro e pegou sua própria varinha dentro do bolso.

-Não me ignore. –ele caminhou na direção da ruiva, com a varinha ainda apontada para ela.

Harry e Ron se aproximaram da ruiva, tentando impedi-la de continuar com aquilo. Harry à puxou pelo braço e Ron pôs uma mão em seu ombro.

-Vamos embora. –Ron murmurou.

Ginny baixou a varinha e olhou triste para Draco. Como se fosse chorar. Mas engoliu o choro e respirou fundo. Deu as costas ao loiro e começou a caminhar ao lado do namorado e do irmão.

-Everte Statum! –Draco berrou.

Ginny voou no ar e caiu à alguns metros dos outros dois.
Ron e Harry foram ver se Ginny estava bem, e Draco continuava imóvel.

Ginny se levantou do chão, de um jeito que fazia parecer estar atordoada, e devia estar por que caiu muito mal, e avançou para o loiro.

-Expelliarmus!

Agora foi a vez de Draco voar para trás. Caindo sentado e logo depois rolando pelo chão.

Ele se levantou rapidamente e novamente apontou a varinha para Ginny, caminhou um pouco mais a frente, mancando um pouco por ter machucado uma perna na queda. Ginny que observava preocupada a perna do loiro, não reparou quando Draco gritou em alto e bom som.

-Lacarnum Inflammarae!

Draco só pode ver a ruiva gritar assustada e depois cair no chão. O corpo dela estava em chamas, e ele à olhava assombrado. Sem acreditar no que acabara de fazer.

Harry voltou a se aproximar dela. E murmurou um feitiço que fez com que a agonia da ruiva se apagasse. Ele se aproximou do corpo da ruiva e à abraçou. Rony avançou para Draco, mas Ginny lhe gritou.

-Esquece ele Ron! Fica aqui comigo!

A voz da ruiva estava tão encharcada quanto seus olhos. Ela continuava abraçada à Harry, enquanto soluçava perdidamente em seu ombro.

-Calma, Ginny.

Harry pegou a ruiva no colo e foi andando em direção ao castelo. Rony foi logo após.

Draco se jogou na grama e ficou encarando as próprias mãos.

O que dera nele para fazer aquilo? Por que não se controlara? Como teve coragem de machucá-la tão friamente.

Começou a se torturar mentalmente. Com raiva de si mesmo.

(40 minutos depois)

Draco ainda estava sentado na grama. Quando viu, ao longe, Ron e Harry se aproximando. Ele se afastou um pouco, não queriam que eles o vissem ali e armassem outra confusão. Aliás, eram dois contra um e ele não queria
apanhar.

Logo pensou que Ginny só poderia estar na ala hospitalar. E ele seria o idiota que iria até lá pedir desculpas? Sim, ele seria.

(Ala Hospitalar – Enfermaria)

Entrou devagar pela porta por onde acabara de ver Madame Pomfrey sair.

Olhou pelo aposento. Três camas ocupadas, sendo, uma delas, por Ginny. Ela estava acordada, olhando o teto e de longe Draco percebera que ela tinha lágrimas no olhar. Ela levou às mãos ao rosto, enxugando as lágrimas que rolavam por este.

-Sabe de uma coisa, seu idiota?

Draco se assustou ao perceber que a ruiva já o notara dentro da enfermaria. Mas, mesmo assim, adentrou pelo local e parou ao lado da cama onde ela estava.

-Isso foi bom. Pelo menos agora eu sei de que tipo de idiota eu gostava.

-Eu...

-Não! Cala a boca, Draco! –ela murmurou.

Tentou se virar na direção dele, mas seu rosto se contorceu numa expressão de dor. Ela se deitou na cama e voltou a olhar para o teto.

-O teto não é tão interessante assim. –ele reclamou.

-Seu babaca! Não deu para ver que eu estou machucada? Que eu não posso
me mover por que dói? Será que você é tão estúpido a ponto de não notar um sentimento?

Ginny o encarou com o canto dos olhos e ele continuava parado, ouvindo tudo o que ela falava.

-Me tratou assim... mesmo sabendo que eu te amo!

-Você me ama???

-É claro seu imbecil, eu já não te falei isso!!! Você é tão... –ela soltou um gritinho meio histérico e nervoso.

-É muito confuso para mim, Ginny. Tudo é tão estranho, tão esquisito, é... diferente de qualquer coisa que eu me lembre de um dia ter sentido. Eu sei que gosto de você, mas não tenho certeza por que isso seria impossível.

-É claro! Você é louco e quem está na enfermaria sou eu!

Draco sorriu de canto. Estava morrendo de vontade de agarrá-la ali mesmo, sem ligar para mais nada que pudesse acontecer se fossem pegos. Mas ao mesmo tempo, tinha a consciência que isso era uma loucura e que ele não poderia fazer isso nem por um decreto.

-A cicatriz ainda está aí? Eu posso ver?

Ginny deu a mão ao loiro e fez um pouco de força para se levantar. Quando conseguiu ficar sentada na cama, ela deu as costas à ele e com uma da mãos, levantou um pouco a blusa que estava usando, fazendo com que ela ficasse na altura dos seios como se fosse um sutiã branco de algodão.

Uma cicatriz horrível e... hmm... nojenta. Draco não pôde deixar de assumir para si mesmo que sentira repugna de observar aquilo. Mas, foi ele que fizera aquilo em Ginny. E seria ela que sentiria a dor maior.

Ele tocou de leve na cicatriz, com um pouco de receio, nojo e a repugna que o acompanhava até agora. Ela se encolheu um pouco ao sentir o toque do garoto.

-Não encosta em mi, Malfoy! –ela berrou, s virando na direção dele- Vá embora!

-Ginny, eu...

Draco se afastou um pouco da cama.

-Vá embora, Malfoy. Eu não quero mais te ver!!!

-Mas...

Draco à encarou, ela não parecia nem um pouco disposta à falar com ele.

Deu às costas à ruiva e começou à caminhar para fora da Ala Hospitalar.

-Nunca mais eu quero ouvir a sua voz, seu ignorante! Imbecil!!! Eu te amo...

Draco ouviu ela falar que o amava, mas não precisava ouvir, ele já sabia. Mas não ligou, estava muito triste para poder responder qualquer coisa à ela.
Passou pela porta da enfermaria e à fechou, deixando para trás muito mais coisas do que uma pequena ruiva chorosa.

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