Insônia



-E aí Draco? Conseguiu alguma coisa?

-Ãhn?

Draco despertou. Dormira no meio da aula. Pansy o olhava com uma cara retardada de criança que havia ganho o presente que mais queria.

-O que você disse? – ele perguntou sonolento enquanto seus olhos caíam sobre uma menina da Corvinal que junto com a sua colega de mesa o observavam animadas.

-Perguntei se conseguiu alguma coisa com a Weasley.

-Deixe-me ver... faz quanto tempo desde o dia que eu implorei para que ela fosse ao baile comigo?

-Oito dias.

-Não, eu não consegui nada em oito dias, para falar a verdade eu nem tentei, ainda estou tentando pensar em uma forma de chegar até ela e convencê-la de ir ao baile comigo.

-Mas você nem tentou direito, Draco! Uma vez só não é o bastante.

-Olha aqui, Pansy! – ele se levantou de sua cadeira fazendo com que ela caísse para trás. – Eu estou a uma semana sem dormir!

Neste momento toda a classe se virou para ele, inclusive o professor que tentava, sem sucesso, dar a sua aula em paz. Vários murmúrios correram pela sala, dizendo que ele iria se declarar Pansy.

-Eu não sei de que jeito eu vou convidar a Ginny para ir ao baile. Passo a noite acordado para tentar decifrar aquela, Weasley! Mas é difícil! Ela é um Weasley e me odeia! Não quer nem chegar perto de mim! Principalmente depois do que aconteceu no corredor! E pior! Agora ela acha que eu sou um tarado pervertido!

-Draco! – ela sussurrou.

Draco olhou para o restante da turma. Todos o encaravam assustados. Todos, sem exceção, estavam pensando que ele estava apaixonado pela Weasley. E quanto ao ‘fato do corredor’ achavam que ele havia à agarrado.

-Ótimo, senhor Malfoy. Agora, se o senhor não se importa, queria lhe falar que a sua paixão pela senhorita Weasley, não é de interesse de nenhum de nós!

A sala caiu em gargalhadas, todos riam, inclusive Pansy, que tentou segurar o riso, mas não agüentou.

Draco ficou vermelho. Coisa que não era muito normal. Ele sentiu seu rosto ficar quente de vergonha, aquilo o lembrou de Ginny, a forma como ela ficava vermelha sempre que estava com raiva ou com vergonha, fez ele se esquecer da situação e ficar pensando nela por um bom tempo.

-Draco! – Pansy sussurrou de novo.

Ele despertou de seu mundinho ‘GINNY’ e voltar ao mundinho só dele. Os alunos continuavam a rir de sua cara e ele estava pronto para lhes mandar uma resposta afiada, quando ele sentiu que continuava morrendo de sono e que seria bem melhor se ele voltasse a dormir na sua cadeira. Se sentou. Ou pelo menos tentou.

A cadeira ainda estava caída no chão e ele caiu ao lado dela. A sala novamente explodiu em risadas e ele se levantou bem mais vermelho que antes e pôs sua cadeira no lugar, se sentando logo após e apoiando a testa na mesa. Talvez se ele voltasse a dormir ele poderia pensar um pouco mais sobre...

-Sr. Malfoy. Se você veio à minha aula para dormir, faça-me o favor de se retirar!

-Desculpe, prof° Bins. – ele falou mal-humorado e tentou prestar atenção na aula.

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Ao ouvir o sinal que lhe dava liberdade, pelo menos daquela aula ele pegou sua mochila e a pendurou no ombro direito enquanto caminhava para fora da sala. Por onde ele passava, alguém lhe apontava e sorria. Ótimo, em menos de uma hora os meus pensamentos foram expostos para toda a escola e, agora, como se já não bastasse pensavam que ele estava apaixonado por Ginny.

Apaixonado, os Malfoy não se apaixonam de verdade...

-Oi, Draco!

Draco começou a caminhar mais rápido, ele só queria ir para seu dormitório e cabular as próximas aulas dormindo.

-Não vai falar com a gente?

Ele se virou na direção da voz. O que aquelas duas queriam? Quando começavam a perturbá-lo é que nãao vinha boa coisa por aí. Da última vez que elas o perseguiram pela escola, ele acabou tomando ‘sem querer’ uma poção do amor, um pouco esquisita, inventada, por parte, pelas duas mesmo.

-Olá, Samantha. Olá, Cassye. – ele murmurou.

-OI, Draco! Nossa que astral! Nós podemos fazer alguma coisa para animar você?

-Desaparecer.

-Vamos, não seja ignorante!

-Se vocês puderem me dar outra poção do amor daquela eu vou aceitar.

Elas olharam maldosamente para ele e ele se assustou com o olhar ‘louco alucinado’ delas duas.

-Dentro de uma garrafa, escrito bem grande poção do amor. Não é pra mim.

-Devemos imaginar que seja para a Weasley, não, Draquinho? – elas riram.

-Não interessa. E eu só queria deixar claro para vocês todos e para ela que eu à odeio e nunca teria nada com uma pessoa como ela! Ela me dá repugna! Nojo! Eu nunca teria coragem de tocá-la! Nem de beijá-la como todos dizem que eu beijei! Nem que fosse por obrigação!

-É feio falar as coisas pelas costas. – elas sorriram novamente. – Dá uma viradinha!

Lá estava ela, novamente chorando (com os ‘granulados azul’ derretendo), por causa dele. E ele naquele momento se sentia o cara mais cafajeste do mundo. Ela se virou e saiu correndo, logicamente em direção às torres.

-Obrigada, Samantha. Obrigada, Cassye.

Ele se virou em direção à um dos corredores e adentrou por ele batendo o pé no chão enquanto murmurava coisas impossíveis de serem entendidas. Iria para seu dormitório tentar dar um jeito na sua maldita insônia.

Quando chegou às masmorras, se dirigiu rapidamente até a sala comunal da Sonserina. Pelo menos lá ele teria sossego, já que todos estavam assistindo as suas devidas aulas.

Foi aí que ele começou a pensar na ruiva chorando. Por que ela havia chorado? Ela deveria ter ficado irritada e ter saído dali batendo pé, não sem antes devolver à Draco umas frases ‘afiadas’. Mas, por que? Por que ela simplesmente foi embora? Como se fosse algo importante que ele gostasse dela?

Ele caminhou até seu dormitório e se jogou na cama. Fechou os olhos tentando dormir um pouco.

‘Sim, ela chorou, mas e daí? As pessoas choram! Todas choram, até eu... Não! Eu não choro.’

Ele cotinuou deitado em sua cama,

‘Ginny, Ginny, Ginny, Ginny, Samantha. Vamos, ver... o que eu posso pensar sobre a Samantha? Sim, ela foi idiota. Devia ter me falado que a Ginny estava ali. Ginny, não! Potter! Sim, o Potter continua o idiota de sempre. Como sempre só vive grudado com o pobretão Weasley... Gi... Não, nada de Ginny! Com a sangue-ruim da Granger e Ginny que... Weasley, que vive se jogando em cima dele. Idiota, não sabe o que está perdendo. Ou talvez não esteja perdendo nada.’

Draco começou a pensar na possibilidade de Harry estar namorando com Ginny e ele não estar sabendo. Sentiu um nervoso crescendo dentro de seu peito. Ciúmes??? De Ginevra Weasley? Ele estava louco. Louco, Louco, Louco... apaixonado?

Abriu os olhos espantado. Ele nunca esteve apaixonado antes, poderia estar e não saber. Ou achar que estava e simplesmente fosse uma besteira ou uma coisa passageira.

-Apaixonado? Eu? – ele gargalhou. – Nunca!

* * * * * * * * * * * *

N/A: Eu achei que os pensamentos dele ficaram meio confusos. Mas, tudo bem. Tomara que esteja bom.

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