Implorando de todas as formas
-Weasley... quer dizer, Ginny, querida, por favor!
-Você me chamou de que?! – ela se espantou com o tratamento do loiro, e virou-se para ele.
-Ginny? Ãhn... – ele tentou se lembrar. – Querida! Isso, querida. Meu pedaço de maçã-do-amor, com cobertura de granulado colorido...
Colorido??? Nem um pouco convincente! Fica brega demais! Como se chamar uma garota de maçã-do-amor não fosse brega.
-...granulado azul! – ele arriscou.
-Azul??? – ela se assustou mais ainda.
-É azul, a cor dos seus olhos. Azul, da cor do céu claro de todas as manhãs! Azul do mais límpido mar, do olhar mais lindo olhar, ou seja o seu.
Ginny parecia traumatizada por ter ouvido aquelas palavras vindas de Draco. Caminhou até ele e o abraçou.
-Ah, Malfoy, desculpe! Você está delirando, Draco! É melhor eu te levar até a enfermaria!
Ginny o soltou e segurou o pulso do loiro que olhava abismado para ela. Ela começou a caminhar em direção ao castelo, e ele caminhando atrás dela, enquanto ela murmurava coisas como: “Coitadinho” e “Pobre, Malfoy.” E balançava a cabeça de um lado para o outro, em sinal negativo, algumas vezes, fazendo com que seus cabelos, que estava presos num coque alto, ondulassem sobre suas costas.
Ao ouvir a frase “Pobre, Malfoy.” Ele pensou na ironia daquelas duas palavras. A pobre, pequena e frágil Weasley... o chamando de pobre, enquanto o levava para a enfermaria pela mão. Ele observava os cabelos dela ondularem pelas suas costas, de vez em quando, ela olhava na direção dele para ver se ele estava bem. Ele simplesmente sorria e via que ela apertava o passo em direção à enfermaria. O QUE??? Enfermaria???
-Calma aí, Ginny! Eu estou bem! Não estou delirando!
-Queridinho, não quer que eu acredite que depois de ter dito aquilo tudo você está bem, não é? – ela olhou séria para ele, enquanto soltava o pulso do loiro e cruzava os braços em frente ao peito.
Draco parou de raciocinar. Começou a observar os braços de Ginny, que continuavam cruzados sobre o peito dela. Na verdade, ele não tinha o mínimo interesse nos braços, mas, os estava olhando para que seu olhar não recaísse sobre o colo da ruiva, ou qualquer outra coisa que estivesse perto disso.
-Eu já estou cheia disso!
-Sim... cheios... – Draco murmurou sem dar atenção ao que ela falava.
-O que você está olhando, Malfoy? – ela perguntou abismada. – Eei!
Ela pôs a mão no queixo dele e direcionou o rosto do loiro para o rosto dela.
-Qual é a tua, Malfoy? Tá mesmo se sentindo bem?
-Do que você estava falando?
-Que já estou cheia de tentar te ajudar e você ficar aí, feito idiota.
-Sim, sou.
Os olhos do loiro recaíram sobre o colo dela.
-O que?!
Ginny notou que Draco estava olhando “o que não devia” e lhe deu um empurrão. Draco se assustou com a reação da ruiva e olhou para ela que agora estava de costas indo pelo corredor, em direção às torres. Vista de trás, daquele ângulo, ele quase babou.
‘Volta, Weasley!’ – ele implorou em pensamentos.
Ela olhou para trás, lá estava ele, com cara de idiota, à olhando caminhar. Caminhar? Tá legal! Até parece que Draco era de ficar olhando as pessoas caminharem. Ela girou nos calcanhares e começou a caminhar até ele.
‘Valeu, Weasley!’ – ele agradeceu em pensamentos, afinal, suas preces foram atendidas.
Gina parou de frente para ele e lhe deu um sorriso muito parecido com aqueles que Draco tinha. Algo errado.
-Sim, querida?
Gina lhe acertou uma joelhada no meio das pernas de Draco, que fez que o garoto caísse ajoelhado no chão, enquanto tentava inutilmente fazer com que a dor parasse, pressionando a mão contra o local.
-Primeiro: tira a mão daí seu tarado! Segundo: Vai olhar a sua mãe ‘andar’ e ficar observando se a bunda dela é tão ‘bonita’ quanto você achou a minha! E terceiro, Malfoy: não me chame de querida!
Ela se virou se costas e continuou andando. Draco voltou à olhá-la com raiva, mas aí... PUF! A raiva passou. A visão de baixo tinha até suas vantagens para Draco, com o fato de que ela estava de saia e...
-Pára de olhar!
Ela pôs a mão na barra da saia enquanto precionava o pano contra a perna. Ele virou o rosto por um momento, mas logo em seguida voltou à olhá-la. Não iria perder aquela chance. Se levantou do chão e caminhou, mancando, até ela, a puxou pelo braço fazendo-a parar de andar, ele à virou na direção dele, agora estavam frente à frente.
-O que você quer?
-Quero ir ao baile com você. Você aceita?
-Depois de eu ter feito você ficar de detenção, perder o cargo de monitor-chefe, dar um tapa e um soco em você e ainda por cima um chute no seu filhote? – ela falou séria.
-No meu o que...? Ah esquece! E pra falar a verdade, eu acho que já sofri demais por causa de você.
-Como eu imaginei!
Ela se soltou da mão dele e continuou a andar. Como ela era chata! Ela não podia simplesmente ficar parada deixar ele pedir e simplesmente, ããã deixe-me ver, aceitar?
Draco voltou a segurar o braço dela, ela novamente parou e se virou para ele.
-O que é, Malfoy?
-Ginevra Weasley, eu sei, acho que estou ficando louco! Se é que já não fiquei! Eu estou meio nervoso, tão nervoso que tenho até medo de falar como um desesperado e acabar te irritando, mas isso não vem ao caso, o que quero dizer é que eu queria muito ir à esse baile com você, E se você quiser aceitar, vai me tornar o homem mais feliz deste mundo e...
-Draco... desde quando você é homem?
-Ãhn?!
-Você é um garoto! E olhe lá! Agora me esquece! Eu não vou ao baile com você! Já disse isso, acho que um bilhão de vezes!
-Mas, Ginny, minha maçã-do-amor com granulado azul, minha cabecinha de fósforo preferida, minha cereja do topo do sorvete, minha bonequinha de porcelana...!
-Sai pra lá, Malfoy! Eu hein...! Bonequinha de pano, que apelido horrível!
-Prefere ruiva? Querida? Rosa? Branca? Azul? Amor? Se você quiser pode me chamar de doninha! De branquelo! Defunto! Idiota! Morto! Pálido! Fantasma...
-Weasley!
Draco não entendeu, ela queria chamá-lo de Weasley? O que ela queria dizer com aquilo? Que queriam se tornar irmãos ou que ela queria
simplesmente zoar com a cara dele?
-Você me chama de Weasley e eu te chamo de Malfoy! Tá bom assim, Draco?! Que merda!
-Foi o melhor fora que eu já levei.
-Que ótimo!!!
-Eu estou te implorando Ginny. É difícil amar alguém quando esta pessoa não dá a mínima para você, você não sabe o que é ser rejeitado por quem ama... você está me rejeitando!
-Não fale sobre o que você não sabe, Malfoy! Eu sei muito mais sobre isso do que você! – A voz dela parecia um tanto quanto magoada. - E você nem me ama de verdade. – ela deu de ombros.
-Do que você está falando.
-Me esquece tá, Draco. E para de implorar, é nojento.
Draco pôde notar que uma lágrima alagava o olhar dela.
Ela deu as costas para ele e começou a caminhar em direção à torre da grifinória.
-Os confetes azuis estão derretendo, Ginny.
Ela secou as lágrimas nos olhos e saiu correndo.
-Obrigada. – ela gritou assim que virou o corredor.
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