Encontro de velhos amigos
—Capitulo cinco
Encontro de velhos amigos.
Lauren subia correndo as escadas do ministério, tentando vestir o sobretudo branco dos aurores. Quim Shacklebolt havia aparecido repentinamente em sua lareira, lhe chamando até o ministério. Pelo tom, parecia ser urgente.
Parou derrapando em frente a porta de reuniões dos aurores e entrou, afobada.
—Sra. Ashford...—Quim levantou-se, indicando uma cadeira na mesa. Haviam outros diversos aurores.—sente-se e vamos começar.
Lauren sentou-se na outra ponta da mesa. Quim fechou os olhos e respirou fundo, juntando as mãos.
—Recebemos uma coruja urgente do diretor de Azkaban...—O chefe dos aurores abriu os olhos e mirou o tampo da mesa.—ele relatou que, ao olhar pela janela de seu escritório, viu diversos guardas mortos em frente a prisão. Segundo ele, alguém invadiu a prisão.
—Ele quer nossa ajuda?—Perguntou um auror muito alto e forte, sentado ao lado de Quim.
—Exatamente...—Quim afastou as mãos e passou-as pela careca brilhante.—chamei-os aqui justamente para isso.
—E sabem quem atacou?—Perguntou Lauren, a sobrancelha levemente arqueada.
Quim apenas balançou a cabeça negativamente. Levantou-se e apoiou-se no parapeito da janela, olhando a paisagem enfeitiçada que mostrava um dia de chuva.
—Vão...rápido...não percam tempo...
Lauren escutou o som de cadeiras arrastando. Ficou sentada, observando Quim, enquanto os outros aurores saiam rapidamente pela sala.
—Por que não foi, Lauren?—Perguntou Quim, ainda olhando para a janela.
—Só queria saber se...
—Não temos noticias de sua irmã ainda...—Cortou o chefe dos aurores, ríspido.—agora, vá.
Lauren soltou um suspiro e levantou-se, saiu da sala, andando rápido, deixando Quim sozinho na sala.
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—Vamos mãe...—Disse Stephanie, baixinho, carregando uma fraca e trôpega Bellatrix.—precisamos sair rápido daqui.
Bellatrix não respondeu. Sua figura estava completamente diferente de antes. Estava extremamente magra. Os cabelos sujos, desgrenhados e parecia mais fraca. Tremia o queixo, como se sentisse muito frio. Stephanie havia tirado sua capa e havia envolvido a mãe, mas não parava de tremer.
—Caramba...—Resmungou, ajeitando a mãe no ombro.—o que estavam fazendo com você, mãe?
Apoiando-a melhor no ombro, apressou o passo. Sua mãe tentava acompanhar o passo, mas sempre tropeçava nos próprios pés e acabava arrastando-os no chão, ralando a ponta dos dedos.
No fim do corredor, pisou em algo molhado. Olhou para o lado e viu o corpo do guarda, jogado, sem vida. Sem dar importância, continuou o caminho, virando o corredor.
—Parada aí!—Uma dúzia de guardas estavam parados em frente a porta, com as varinhas apontadas para elas.—Largue a prisioneira e a varinha!
—Droga...—Rangeu os dentes, estreitando o olhar para os guardas.—vocês parecem ratos...
—Sua...—Um dos guardas rangeu os dentes e saiu da formação.—Vou te mostrar quem é rato!
Empurrou alguns colegas e saiu correndo na direção de Stephanie. A garota deixou a mãe encostada numa parede e puxou a varinha, deixando-a em posição.
—Olha aqui o que o rato faz! Estupefaça!
—Inútil! Protego!—Cortou o ar com a varinha, deixando um rastro azul.
O feitiço bateu numa barreira invisível e ricocheteou, batendo no teto.
—Mas...o que?—O guarda parou, estarrecido.
Stephanie enfiou rapidamente a mão dentro da capa e retirou uma faca. Correu na direção do guarda e cravou a lamina em sua barriga. Puxou-a e girou no próprio eixo, acertando a nuca dele com o cotovelo. O guarda caiu rapidamente de cara no chão, manchando-o de sangue.
Uma exclamação de medo saiu do grupo. Stephanie estava parada, de costas, olhando-os por cima do ombro. Ergueu um pouco a faca, mostrando o sangue que pingava. Os guardas recuaram um pouco.
—Qual de vocês quer ser o próximo?—Sua voz soou fria. Os guardas engoliram seco e deram mais um passo, ainda apontando a varinha para ela.
A prisão foi tomada de silencio. Apenas o vento que assobiava ao entrar pelas frestas das grades, quebrava o silencio. Stephanie fechou os olhos e abaixou o rosto, soltando um muxoxo de decepção.
—Ratos...sem duvida...—Virou-se, encarando-os com o olhar mais frio que pode lançar.—merecem morrer...—Atirou a faca para cima e apontou a varinha para ela.—Engorgio!
A faca aumentou até ficar do tamanho de uma mesa. Cravou-se contra o teto, que começou a desabar.
—Corram, corram!—Os guardas corriam, desorganizados.
Logo o teto inteiro desabou. Uma grossa nuvem de poeira ergueu-se.
—Eximmius...—Stephanie apontou a varinha para cima, fazendo a poeira dissipar-se. Tirou a capa de sua mãe e jogou novamente sobre os ombros. Apoiou-a novamente no ombro e começou a escalar os escombros.
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Os aurores não haviam perdido tempo. Assim que Quim dispensou-os, partiram imediatamente até o porto secreto. Lá, o melhor barqueiro estava esperando por eles. Em menos de meia hora, já avistavam a ilha de Azkaban, de longe.
—Daqui não parece nada de errado.—Disse Albert, um auror, alto, forte, de cabelos ruivos e longos, presos num rabo de cavalo. Usava um brinco dourado na orelha direita.
—Estaremos lá em alguns minutos, se o vento continuar a favor...—Grunhiu o barqueiro, sem parar de remar.
—E se o vento mudar?—Perguntou Edgar, um auror de uns vinte anos, meio magro e cabelo moicano, azul.
—Depende...podemos nos atrasar...ou o barco pode virar...—Grunhiu novamente o barqueiro.
—Não assuste o garoto...—Disse Charlie, um negro alto, de cabelo rastafari.—ele ta iniciando agora. Não faça ele se cagar de medo.
—Quem aqui ta se cagando de medo?—Edgar levantou-se subitamente. O barco oscilou, jogando Edgar no chão.
—É melhor ficar quietinho filho...—Disse Charlie, dando uns tapinhas na cabeça do garoto.—ou vai virar comidinha para os tubarões de Azkaban.
—Estamos chegando...—Grunhiu o barqueiro, impedindo que Edgar continuasse a discussão.—preparem-se.
Lauren, que preferiu ficar quieta, levantou-se, olhando a ilha. O porto aproximava-se rapidamente. As ondas ficavam mais violentas perto da ilha, vez ou outra jogando o barco para frente.
—Melhor sentar, Ashford.—Disse Albert, sentando próximo a popa, olhando o porto.—Não é seguro cair aqui.
Lauren confirmou com a cabeça e sentou-se. Havia visto algo estranho nas águas próximas à ilha. Parecia uma mancha. Mas não pode ver direito.
—Chegamos...—A barca deu um novo solavanco, parando. O barqueiro amarrou uma corda em uma das hastes e puxou o barco mais para perto da escada.
Um por um os aurores foram subindo. Assim que subiu, Lauren foi até a beira do ancoradouro.
—Não é possível...—Murmurou Lauren, mordendo o lábio inferior.—Ei, Albert.—Olhou por cima do ombro, chamando o auror.—Veja só isso.
O auror aproximou-se e olhou por cima do ombro dela.
—Isso é...—Afastou-se um pouco, com a testa franzida.—sangue?
—Parece ser...—Lauren virou-se, olhando-o com as sobrancelhas erguidas.—acho que não está tão tranqüilo quanto parece.
—Acho que...tem razão...—Albert engoliu seco e vez o sinal da cruz, beijando um crucifixo de madeira que usava por debaixo da camisa.—É melhor irmos logo...
Todos concordaram e partiram rapidamente para a prisão. Não havia sinal de ataque por todo o caminho. Lauren olhava para os lados, procurando algum vestígio de ataque. Apesar de não ver nada ameaçador, seu coração batia forte e apressado. Parecia ansiosa com algo. Balançou a cabeça negativamente e respirou fundo, tentando acalmar-se.
—Mesmo depois de expulsarem os dementadores, essa região continua morta...—Disse Edgar, olhando para as arvores, sentindo um arrepio na espinha.—parece até que estamos num filme de terror.
—Fique frio, garotinho...—Zombou Charlie, olhando o jovem auror por cima do ombro.—o bicho papão não vai aparecer pra te pegar não.
—Oras, seu! Eu vou te pegar!—Disse Edgar, furiosa, apontando o dedo para Charlie.—Seu...
—Silencio!—Cortou Albert, ríspido.—Tem algo ali.
Todos brecaram imediatamente e foram mais para o lado da estrada, escondendo-se por entre as arvores. Mais a frente haviam alguns vultos parados, parecendo flutuar.
—Serão fantasmas?—Perguntou Edgar, sentindo calafrios.
—Não, meu filho...—Disse Charlie, dessa vez sério.—não são fantasmas...mas quase...
—O que quer dizer?—Perguntou Edgar, ainda mais assustado.
—São corpos...—Murmurou Lauren, estreitando o olhar.
—Corpo?!—Exclamou Edgar, levantando-se bruscamente.
—Pssi! Silencio!—Murmurou Albert, puxando o auror pela capa, fazendo ele cair.—Tem alguém vindo.
Apurando os ouvidos, escutaram o som de passos, chutando pedrinhas. Olhando por detrás das arvores, viram um vulto negro andando. Lauren prendeu a respiração e sentiu o coração bater com mais força. Não sabia porque sentia aquilo. Passou a mão pela testa, secando o suor que corria.
—No três...—Murmurou Albert, puxando a varinha.—Um...—Mostrou um dedo.—dois...—mostrou dois dedos.—TRÊS! Agora!
Os quatro aurores saltaram, apontando as varinhas para o vulto. Ele ficou parado. Não podiam ver seu rosto, coberto por um capuz. Carregava alguém de aparência não muito boa, os cabelos cobrindo o rosto.
—Você aí! Fique onde está e não iremos te machucar!—Gritou Albert, brandindo a varinha.
Stephanie ficou parada por alguns segundos, até voltar a andar, como se os aurores não estivesse ali.
—Flipendo!—Bradou Albert, mirando acima do ombro do vulto.—Eu repito! Fique onde está e não te machucaremos!
—Hum...claro que não vão me machucar...—Disse Stephanie, friamente. Deixou Bellatrix encostada numa arvore e voltou-se para os aurores.—porque eu vou machucar vocês.
—Ahm?! O que?! Acha que pode nos derrotar?—Riu Albert, debochado.—Não seja tão pretensiosa.
—Pretensiosa?—Stephanie pegou a varinha e apontou para o auror.—Acho que não. Sectusempra!
No momento em que as feridas abriram no corpo do auror, espirrando sangue para todos os lados, Lauren arregalou os olhos. Não pelo efeito do feitiço que ela tanto conhecia nem pelo ferimento do colega.
“Deveria parar de falar da minha família assim Ashford, pode acabar como seus tios e seus avós.—A voz de Stephanie soava mais rouca, evitando chorar.—Sectusempra!”
—Steph...—Murmurou, ainda com os olhos arregalados.
—Albert!—Bradou Charlie, indo na direção do colega.—Sua vadia! Vou te esmigalhar!
—Apenas experimente...—Murmurou Stephanie, cruzando os braços.
—Sua vaca!!—Partiu para cima dela, com a varinha empunhada.—Impedimenta!
—Protego!—Bradou Stephanie, cortando o ar com a varinha.
O feitiço ricocheteou numa barreira invisível, batendo contra algumas arvores, partindo alguns galhos.—Esses feitiços baratos não me assustam.
Rapidamente puxou duas facas e encaixou-as entre os dedos de cada mão. Partiu para cima do auror e cravou com força na barriga dele. Depois, acertou um soco em seu peito e por ultimo em sua testa, causando um estalo alto. Sem vida, o Charlie caiu, com os olhos vidrados, pupila contraída, com um filete de sangue correndo pelo canto da boca. Ficou de costas, com as facas pingando sangue.
—Mais algum?—Perguntou, no mesmo tom frio, sem olhar para eles.
—Sua...sua...—Edgar foi até o corpo morto de Charlie, quase em prantos.—eu vou te matar! Eu vou te matar!—Com a varinha em mãos, partiu para cima dela.—Avada Kedrava!
Friamente, Stephanie lançou as duas facas na direção do auror. A primeira bateu contra o feitiço, estilhaçando-a. A segunda partiu na direção dele, acertando no peito. Correndo na direção dele, bateu contra a faca, cravando-a mais. Soltando uma gofada de sangue, Edgar caiu.
A ilha ficou em silencio. De vez em quando, Albert ainda gemia, cada vez mais fraco. Stephanie ficou parada, olhando para baixo. Lauren ainda parecia em choque. As palavras ainda reboavam seu sua cabeça, deixando-a tonta.
—Também vai tentar me matar?—Perguntou, lentamente levantando a cabeça. Ainda com o capuz jogado sobre a cabeça, o rosto encoberto pelas sombras.
—Ste...—Mumurou Lauren, parecendo não ter saído do choque.
Stephanie ergueu mais o olhar, mirando Lauren. Sentiu os olhos marejarem na mesma hora. Sabia que conhecia um daqueles aurores. Sabia! Balançou a cabeça negativamente e puxou novamente a varinha, apontando para ela.
—Saia da frente ou vai terminar como eles!—Bradou, apontando a varinha para Lauren.
—Ste...eu...—Balbuciou Lauren, estendendo uma mão na direção dela.
—Sai! Estupefaça!—O feitiço acertou em cheio Lauren. Ela flutuou por algum tempo no ar antes de cair no chão, arrastando-se até uma arvore.
Stephanie não mais conteve as lagrimas. Correu até Lauren e segurou-lhe o rosto. Abaixou o capuz e olhou para ela, com a face preocupada.
—Minha irmã...me perdoe...—Disse Stephanie, acariciando o rosto da irmã desacordada.—eu não queria...mas...eu não posso...
Beijou a testa da irmã e voltou até a mãe. Com o rosto molhado de lagrimas, saiu correndo rumo ao ancoradouro, deixando três mortos e uma auror desacordado para trás.
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A noticia do ataque em Azkaban espalhou-se rapidamente. Por esse motivo, Pedro decidiu fazer o que Ashley havia lhe dito.
“Vá até Londres. Nos arredores. Uma grande mansão. Todos estarão esperando lá. Por favor, vá.”.
Era pensando constantemente nisso que Pedro seguia dirigindo pela estrada. Viajava desde a noite do dia anterior. O sol já começava a raiar, com uma luz branca banhando o local.
Emily dormia no banco de trás, usando sua mochila como travesseiro e coberta com seu cobertor de ursinhos. Pedro olhou pelo retrovisor e viu que ela ainda dormia. Deu trabalho convencer-la a ir para Londres. Mesmo estando nos últimos dias da escola, queria aproveitar o Maximo de tempo com as amigas.
Olhou novamente para frente. Havia uma placa verde, indicando que Londres estava próxima. Continuou o caminho, até avistar as primeiras casas. Quanto mais aproximava do centro, mais as casas estavam unidas, ou cedendo espaço aos arranha céus. Quando chegou ao centro, o sol já havia raiado e Londres já estava em movimento.
Assim que passou pelo engarrafamento habitual no inicio da manhã, seguiu com o carro até o outro lado de Londres. Novamente as casas foram ganhando espaço e ficando cada vez mais espaçadas. Quase no final de uma rua, havia um portão de ferro, enorme, com um escudo muito curioso na frente.
—Emily...—Estacionou o carro e virou-se para trás, acordando a filha.—acorde querida. Chegamos.
—Já?—Perguntou Emily, sonolenta, virando-se para o lado.—Só mais cinco minutos, pai.
—Vamos, querida...—Pedro sorriu, sacudindo mais o ombro dela.—não posso te deixar sozinha no carro.
Emily levantou-se, sonolenta, e pegou a mochila. Pedro pegou a mochila no banco do passageiro e desceu do carro. Parou de frente ao portão e ficou olhando o vasto jardim.
—Nossa!—Disse Emily, ao seu lado.—Essa casa é enorme!
—Pois é...—Murmurou Pedro, ainda olhando um tempo o terreno.
Viu, ao lado do portão, um interfone. Apertou o grande botão vermelho e logo uma voz masculina, com um forte sotaque francês, falou.
—Bonjour. Quem desejá?
—Pedro Ravenclaw...seu chefe está...me esperando...
—Oui, oui...—Disse o homem, afastando-se do interfone. Alguns segundos depois, o portão estalou e começou a abrir sozinho.— Monsieur Parker estarra esperrando-o na porrta.
—Ahm...certo...obrigado...—Assim que a porta terminou de abrir, Pedro entrou com Emily.
Havia um extenso caminho de tijolos cinzas, cortando um vasto e bonito jardim. Haviam diversos tipos de arvores plantadas ali, dando uma boa sombra. E, como não poderia faltar, uma fonte de absinto.
—Poxa pai...a gente bem que podia morar numa casa assim...—Disse Emily, olhando maravilhada para tudo.
—Com o salário que eu ganhou, dê graças por ainda morarmos numa casa...—Riu Pedro, avistando já a ostentosa mansão Parker.
Emily resmungou algo e ficou em silencio. Logo estavam em frente a brilhante e imponente porta de carvalho, com puxadores de latão, pintados de ouro. Pedro fechou o nó dos dedos e bateu na porta.
Ninguém respondeu. Pedro bateu novamente, com mais força.
—Ow! Tem alguém em casa?—Gritou, batendo novamente na porta.
Novamente ninguém respondeu. Já irritado, Pedro preparava-se para dar um chute na porta, quando ela abriu. Do lado de dentro não havia ninguém.
—Ahm?—Perguntou Pedro, ajeitando-se.—Aqui também é automático?
Olharam toda a sala de entrada. Era ampla, com piso brilhante, parecendo um tabuleiro de xadrez. Haviam varias poltronas, quadros e até um piano, que parecia não ser usado a tempo. As altas janelas estavam fechadas, assim como as cortinas, deixando a sala numa meia luz.
—Olá!—Gritou Pedro, assim que entrou.—Tem alguém em casa?!
Sua voz ecoou por toda a sala, mas ninguém respondeu. Deu mais dois passos e escutou um rangido atrás de si. Virou-se de um pulo e viu a porta fechando.
—Ahn?—Ergueu uma sobrancelha, olhando a porta que fechava-se.
—Essa casa é mal assombrada!—Gritou Emily, sobressaltando-se.
—Não, não...—Disse Pedro, passando a mão pela porta.—Isso é mágica. Tem alguém querendo brincar com a gen...!
Antes de concluir, alguém saltou em seu pescoço. Pedro desequilibrou-se e caiu. A mochila escapou de seus ombros, caindo no chão e ele saiu rolando até uma janela.
—Papai!—Berrou Emily, correndo até o pai.
—Ah! Seu imbecil! Idiota!—Disse quem estava em cima dele, apertando-lhe o pescoço, balançando para frente e para trás.—Como ousa partir e não dar uma noticia! Nem uma carta, um presentinho, um telefonema, ou um e-mail! Nós quase morremos de preocupação!
—Ta...arg...Lilá! Você ta...gasp...me matando!—Disse Pedro, perdendo o ar, já meio tonto.
—Ah! Desculpa...—Disse Lilá, largando Pedro, que caiu, batendo a cabeça no chão.
—Você não mudou nada, Lilá.—Sorriu Pedro, massageando a nuca, sorrindo.
—Ah! Então dela você lembra?—Disse Ashley, descendo as escadas, indo até elas.
—Oras Ash...loira a gente encontra em qualquer lugar...—Brincou Pedro.—mas não é em todo canto que a gente encontra isso.—Riu e apontou para as pontas vermelhas no cabelo de Lilá.
Ashley fechou a cara e ergueu um punho, que tremia muito.
—Ow! Ow! Brincadeira!—Disse rapidamente.
Lilá saiu de cima de Pedro e ajudou-o a levantar. Emily olhava tudo, sem entender nada do que acontecia.
—E então...—Pedro bateu o pó das vestes e olhou para elas.—já estão aqui a muito tempo?
—Ah! A mais tempo do que precisava!—Disse uma voz cansada, vinda da escada, interrompendo Lilá que já abria a boca para falar.—Essas duas vão me enlouquecer.
Um homem de trinta anos, cabelos na altura dos ombros, desgrenhados e barba por fazer, descia as escadas. Vestia um roupão de ceda, vinho com detalhes dourados e o mesmo escudo excêntrico do portão.
—Ah, Luke...—Disse Lilá, soltando um beijinho pra ele.—eu sei que você nos ama.
—Amo um cacete!—Disse Luke, juntando-se aos outros no patamar.—Essas duas só fazem aprontar! Me deixam com uma dor de cabeça dos diabos!—Massageou a testa, de olhos fechados.—Preciso de uma neovalgina.
—Não, não.—Lilá fechou os olhos e balançou o dedo de forma negativa.—Você só precisa da parte da va...
—Lilá, por Merlin...—Disse Pedro, tapando os ouvidos de Emily.—tem crianças na sala.
—Ah! Opa...—Lilá sorriu sem graça e mostrou a língua.—foi mal.
—Eu não sei onde eu estava com a cabeça quando deixei elas ficarem aqui.—Disse Luke, indo até Pedro.—Prazer, sou Luke Parker.—Estendeu uma mão a ele.
—Ah! Claro...—Sorriu Pedro, apertando a mão e Luke.—já ouvi falar de você. Pedro Ravenclaw.
—E quem é sua amiguinha?—Ashley abaixou-se em frente a Emily, sorrindo.
—Ah! Essa é minha filha.
—Sua o que?!?!—Gritaram Ashley e Lilá, em uníssono, arregalando os olhos.
—Minha filha ué...—Disse Pedro, dando de ombros.—qual o problema? Que eu saiba eu não sou estéril. Pra que a surpresa?
—Não...nenhum...é que...—Disse Lilá, dando de ombros.—sei lá.
—Quem são elas, pai?—Perguntou Emily, puxando a manga do pai.
—Algumas doidas que conheci no tempo da escola.—Sorriu Pedro, afagando a cabeça da filha.
—Doida é a pu...
—Crianças, Lilá, criança...—Disse Pedro, balançando a cabeça negativamente, interrompendo Lilá.
Lilá fez cara feia, balançou os braços freneticamente, bufou, soltou uns pulinhos até finalmente parar, soltar um suspiro e mostrar o dedo médio para Pedro.
—Vai te fuder, vai.
Todos riram, inclusive Lilá, minutos depois.
—Só vocês chegaram?—Perguntou Pedro, pegando a mochila no chão.
—Não, não...hoje pela manhã chegaram mais dois. Antes de você.—Disse Ashley, indicando a cozinha.
—Só pra me dar mais prejuízo...—Disse Luke, apoiando a testa na mão e balançando a cabeça negativamente.—aquele ruivo vai acabar com tudo que tem dentro e fora da minha geladeira!
—Chap? E a Mandy?—Perguntou Pedro, olhando Lilá e Ashley. Elas balançaram a cabeça de maneira positiva.
Ashley saiu na frente, guiando-os até a cozinha. Ficava à esquerda da sala. Um aposento largo, todo branco, com janelas grandes, todas abertas, iluminando tudo. Haviam geladeiras, um fogão e diversos outros utensílios. Numa pequena mesa com tampo de granito, sentados em cadeiras de madeira, de acolchoado marrom, estavam Chapolim e Amanda. Amanda brincava com um pedaço de pão, enquanto Chapolim devorava um balde de frango.
—Ora, ora!—Disse Pedro, dando um tapa nas costas do amigo, fazendo ele cuspir uma das pernas de frango.—Você não muda mesmo.
—E quem é vivo sempre aparece!—Disse Chap, sorrindo, limpando a boca com um guardanapo.—Por onde andou? Treinando com o mestre ancião nos sete picos de Rosan?
—Deixo essa pra você...—Sorriu, Pedro, bagunçando o já bagunçado cabelo do amigo indo até Amanda.
—Veja só...parece que perdi a aposta...você não foi devorado pelo Godzila.—Ela levantou-se e ficou de frente para o amigo.—É bom te ver de novo.—E Abraçou ele.
—Também é bom te ver...é bom ver todo mundo...—Disse Pedro, retribuindo o abraço.
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N/A: POis eh o_o...mais um capitulo postado...quem gosta de sangue, vai gostar desse cap xD
N/A2: Please, comentem \i_i
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