O fim da calmaria
—Capitulo seis
O fim da calmaria
Lauren abriu os olhos e viu o dossel verde acima. A luz branca do sol entrava pela janela e escutava o som dos pássaros na janela. Ficou parada, naquela posição, até escutar o
som da porta abrindo.
Sentou-se na cama, deixando o lençol de ceda cair por seu corpo, cobrindo apenas suas pernas. Olhou para a porta e viu a figura de uma adolescente, de quatorze anos, segurando a maçaneta da porta entre aberta.
Cobria-se com o lençol, pelos ombros. Os cabelos caiam-lhe pelo rosto, cobrindo-o por completo.
Lauren sorriu, indicando para que ela entrasse no quarto. A garota abriu mais a porta e entrou, fechando-a logo depois. Correu até a cama de Lauren e abraçou-a.
—Não se preocupe, minha pequena...—Disse Lauren, abraçando-a também, afagando-lhe os cabelos.—eu sempre vou estar aqui, Steph...
E afastou alguns fios de cabelo de frente de seu rosto. Mas, ao invés do rosto de sua irmã, havia o rosto de um crânio, banhado de sangue, com vermes saindo do buraco do globo ocular.
Lauren berrou alto e sentou-se fortemente na cama, agarrando fortemente o lençol. Olhou para os lados e viu-se deitada numa cama de hospital, num quarto pequeno, de azulejos brancos. Do seu lado esquerdo havia uma janela com as cortinas fechadas, deixando apenas uma brecha onde a luz passava.
A porta do quarto abriu-se com violência, assustando Lauren, que encolheu-se meio para o lado, puxando o lençol.
—Lauren, amor...—Disse Seth, esbaforido, com os cabelos grudados na testa, a respiração ofegante.—o que houve? Você está bem?!
Lauren demorou um pouco para entender o que acontecia. Ajeitou-se na cama e ficou olhando os próprios pés na outra extremidade da cama, até falar.
—Tu...tudo bem...foi só um sonho ruim...
—Lauren, meu amor...—Disse Seth, indo até a esposa, segurando seu rosto entre as mãos e beijando-lhe a testa.—eu fiquei com tanto medo. Quando avisaram que você estava aqui...nossa...acho que derrubei umas três pessoas correndo, procurando alguma lareira para vir até aqui!
Lauren apenas sorriu sem graça, remexendo as mãos no lençol.
—Tudo bem querida?—Perguntou Seth, ainda com seu rosto entre as mãos.
—Sim, claro...claro...—Lauren tentou sorrir, mas não conseguiu ser sincera.—E os outros? O que houve?
—Os outros...—Seth soltou um suspiro triste e afastou-se da esposa, largando-se sobre uma cadeira de madeira.—Albert chegou aqui com um pouco de consciência, mas pouco sangue. Os médicos tentaram uma transfusão, mas era tarde. O Charlie teve um golpe fundo no crânio e morreu com um traumatismo. Edgar sofreu um grave ferimento no coração.
Lauren arregalou os olhos e senti-os ficar cada vez mais úmidos. Olhou os pés novamente, antes de esconder o rosto entre as mãos.
—Lah...o que houve?—Perguntou Seth, indo novamente até ela, afagando-lhe os cabelos.
—Nada Seth...nada...—Disse Lauren, a voz abafada, ainda com o rosto escondido entre as mãos.
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Depois de mais uma noite de pesadelos, Pedro acordou cedo naquele dia. Arrumou a cama, sem fazer barulho para não acordar sua filha e saiu do quarto. Havia alojado-se na mansão Parker, junto com seus amigos, a pedido de Luke. Como o próprio Parker disse “Prefiro vocês fazendo bagunça aqui do que gastar com interurbano pra chamar vocês cada vez que a Valdoca decidir dar um piti”.
Andou a silenciosamente pelo corredor dos quartos e foi descendo as escadas. Assim que pôs os pés no patamar principal, alguém bateu a porta, fazendo o Ravenclaw sobressaltar-se. Após algum tempo em que piscou os olhos diversas vezes, Pedro foi até a porta.
Segurou um puxador de metal e abriu a porta, o mais silencioso que pode.
—Posso ajudar?—Perguntou, enfiando a cabeça para fora.
—Ahm...oi!—Disse uma garota de uns 21 anos, cabelos castanhos, meio ondulados, um pouco abaixo dos ombros. Pele branca, olhos castanhos claros. Lábios finos e rosados e nariz proporcional ao rosto.—O Sr Parker me chamou aqui...e bem...vim encontrar-lo...mas...—Reprimiu uma risada, com a mão sobre a boca.—não imaginei que me receberiam assim...
Pedro olhou para as próprias roupas e voltou a olhar a garota, com uma sobrancelha erguida.
—Ta...eu estou de samba-canção e camisa sem manga...algum problema filha?—Perguntou, seco, em seu habitual mau humor.
—Ahm, não! E...eu não estou aqui para falar com você!—Respondeu a garota, irritada. Pegou a alça da mochila ao seu lado e foi entrando, empurrando a porta.—Onde está o Luke?
—Como é que eu vou saber? Não dormi com ele.—Pedro deu de ombros e saiu andando na direção da cozinha.
Marina bufou de raiva e mostrou o dedo médio para ele, antes de seguir-lo. Pedro entrou na cozinha, onde Ashley e Lilá já estavam comendo alguma coisa na mesa.
—Nossa...pensei que tivesse sido o primeiro a acordar...—Disse Pedro, encostando-se no vão da porta.
—E foi...—Riu Lilá, passando manteiga no pão.—nós nem sequer dormimos!
—Pois é...e...—Ashley esticou o pescoço para o lado.—quem é essa?
Lilá esticou o pescoço na mesma direção e sorriu sacana.
—Tsc, tsc...Pedro...que coisa feia...na casa dos outros? E as cinco da manhã? Tsc, tsc...
—O que está insinuando?!—Perguntou a garota, entrando na cozinha, empurrando Pedro contra a geladeira.
—Que você é uma piranha que ele chamou...—Disse Lilá rindo, apontando para Pedro.
—Olha aqui! Piranha é a sua avó, sua...!
—Já chega vocês duas!—Bradou Pedro, se interpondo.—Lilá, eu já disse pra parar de beber a noite inteira...e...você...vai procurar o Luke! Ele deve estar lá em cima.
—Aaaaaah! Então foi o Luke...—Lilá sorriu mais ainda, com o queixo apoiado no dedo indicador.—eu devia desconfiar.
—Eu vou arrancar o pescoço dessa coisa!—Disse a garota, partindo para cima de Lilá.
—Ai, Merlin!—Disse Pedro, desanimado, segurando-a com uma mão pela gola do suéter.—Parem vocês duas! Ajam como gente!
—Ta insinuando que eu não sou gente, Ravenclaw?—Perguntou Lilá, pegando a faquinha.
—Não, eu to afirmando...—Ainda segurando a garota, inclinou a cabeça para o lado, para desviar da faca.—agora, vai tomar um banho gelado, um café e vê se troca de roupa. O mesmo pra você, Ash...
—Eu não bebo, Ravenclaw...—Disse Ashley, cruzando as pernas, mexendo um copo de suco.
—Que seja...agora você, vai procurar o Luke antes que aconteça uma briga...—foi puxando a garota para a sala de entrada, detendo os esforços dela de esganar Lilá.
—Eu juro que vou descabelar aquela...aquela...
—Marina!—Disse Luke, descendo as escadas, interrompendo ela.—Finalmente você chegou. E vejo que já conheceu o resto do grupo.
—Já...—Disse Marina, soltando-se de Pedro e ajeitando o suéter.—e foi uma péssima primeira impressão.
—Sinto muito ter encontrado justo a Lilá bêbada...—Balançou a cabeça negativamente e pegou a mão dela, apertando.—preferia que conversasse com outra pessoa, antes de te apresentar a fera, mas agora já foi...que bom que está aqui.
—Tudo bem...onde deixo minhas coisas?—Perguntou Marina, ainda olhando de soslaio para a cozinha.
—Lá em cima...—Apontou as escadas.—ultimo quarto, a direita.
Marina agradeceu e saiu carregando sua mala, escada acima. Pedro e Luke ficaram observando-a subir, até desaparecer no corredor.
—Quem é ela?—Perguntou Pedro, com uma sobrancelha erguida.
—Marina Athenas...—Disse Luke, passando a mão pelos cabelos.—uma ótima auror...muito bem conceituada e expert em arte das trevas...—Luke balançou a caebça negativamente e olhou para Pedro.—muito gata, não é?
—É...—Pedro inclinou a cabeça para o lado, ainda olhando o corredor onde Marina havia entrado.—eu não chutaria ela da cama.
—Bem, de qualquer forma, vamos tomar café...quero que todos estejam reunidos logo para poder explicar algumas coisas e deixar umas regras para as duas ali...—Apontou com o polegar, por cima do ombro, para a cozinha.—não destruam minha mansão.
Virou-se e caminhou para a cozinha. Pedro ainda olhou mais um tempo para o corredor, com uma sobrancelha erguida e seguiu o Parker, com os braços cruzados.
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Próximo às sete horas, todos já haviam acordado. Luke, vestindo seu terno, pronto para ir trabalhar, chamou a atenção de todos, numa das extremidades da luxuosa mesa de jantar.
—Muito bem...não chamei vocês aqui apenas para encher a pança e destruir minha casa...—Disse Luke, lançando um olhar para Lilá e Ashley.—chamei-os aqui por algo bem mais...produtivo...
Lilá e Ashley soltaram exclamações excitadas e bateram palmas, como crianças. Luke ignorou e continuou.
—Como já devem saber, todos os acontecimentos que tem...
—Acontecido?—Interrompeu Lilá, rindo.
—sido noticiados n...
—Nas noticias?—Interrompeu Ashley dessa vez, também rindo.
—nos jornais, não são o que dizem.—Luke controlava-se para não mandar-las para um lugar desagradável.—O mistério...
—Mistério...
—CALA BOCA PORRA!—Berrou Luke, assustando Ashley e Lilá. Luke ajeitou a gravata e continuou.—O mistério todo é: o que quer de volta ao mundo? Não existem mais seguidores para ele. O ministério todo tem estado alerta e nossos aurores estão cada vez sendo melhores preparados para enfrentar Arte das Trevas. Não é, Marina?
Marina balançou a cabeça de maneira positiva. Luke pigarreou e prosseguiu.
—Então, é por isso que chamei-os aqui...conheço vocês desde a escola e sei das coisas incríveis que podem fazer...
—Então...quer que salvemos o mundo? —Perguntou Pedro, já vestindo uma calça jeans surrada e uma camisa moletom.
—Basicamente...—Disse Luke, sorrindo sem graça.
—Mas...—Pedro cruzou os braços, erguendo uma sobrancelha.—por que nós?
—Sabe, pensei em chamar os power rangers...—Ironizou Luke, fazendo um gesto com a mão.—mas eles já estavam ocupados, salvando a alameda dos anjos.
Todos na mesa riram. Luke sentou-se e começou a tomar café junto aos outros.
—O que quis dizer é...—Disse Pedro, depois de algum tempo.—por que não chamou o Potter? Ou os amigos dele...
—Chamar as estrelas só dá azar...—Disse Luke, dando de ombros, pegando uma torrada.—não viu a seleção do Brasil ano passado? Só se deu mal.
Todos riram de novo. Dessa vez, o café da manhã seguiu sem mais conversas.
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Aline olhava a paisagem que passava do lado de fora do trem. Passavam por uma vasta planície, com largos pastos. Vez ou outra via-se um pastor entre suas ovelhas, parecendo que estavam num lugar fora daquele tempo.
Alana estava na mesma cabine, sentada no banco da frente, encostada na parede, dormindo. Parecia tranqüila, usando uma das mãos como travesseiro e a outra colocada sobre as pernas.
Aline observou a irmã por um tempo, antes de levantar-se e sair da cabine. Todos naquele trem pareciam estar dormindo. A cada cabine que passava, Aline via as pessoas também com a cabeça encostada na parede, dormindo.
Soltou um suspiro e continuou o caminho até o banheiro. No ultimo vagão, segurou na maçaneta da porta de uma das cabines. Sentiu um calafrio imediatamente correr por sua espinha.
—Magia...—Murmurou, fechando a porta do vagão, atenta, olhando de soslaio para a esquerda e para a direita.
Rapidamente puxou a varinha e repeliu três adagas que partiam em sua direção. Saltou para trás, atenta.
—Quem está aí?!—Bradou Aline, a varinha em frente ao corpo, olhando para todos os lados. Não tinha preocupação em acordar as pessoas dali, porque sabia que não acordaria. Havia uma magia do sono ali.
Ninguém lhe respondeu. Sua voz ecoou um tempo pelo vagão. Assim que cessou, Aline escutou um rangido metálico. A força mágica estava cada vez mais forte e cada vez mais reconhecia a fonte de energia.
Mas não teve chance de tentar lembrar. O rangido tornou-se mais forte e logo viu as paredes e o teto do vagão se retorcendo, indo de encontro a ela, como se todo o vagão fosse pressionado por uma mão.
—Droga!—Resmungou, correndo até a porta. Jogou-se contra ela, caindo no outro vagão, no mesmo instante em que o anterior terminava de se destroçar, sendo arrancado e jogado nos trilhos.
Aline ficou olhando, ofegante, jogada no chão. Nenhuma magia no mundo seria forte o suficiente para fazer aquilo. A não ser...
—Exatamente, Black...uma fisiomago...—Soou uma voz feminina, logo atrás dela.
Aline virou o rosto para trás. Uma mulher de uns trinta e um anos, cabelos e olhos cinzentos, frios. Antes que a Black falasse algo, chutou-lhe o rosto, jogando-a contra a parede.
Aline bateu de costas na parede e caiu de cara com o chão. Apoiou as mãos no chão e levantou-se, cuspindo sangue no chão.
—Pensei que tivesse te matado, sua vaca.—Disse Aline, levantando-se, segurando numa das portas.
—Meu nome é Valentine... Valentine Clair D´Ambert…—Disse a mulher, de maneira austera.
—Pra mim não passa de uma vaca...—Aline passou as costas da mão pela boca e limpou o sangue. Sorriu diabolicamente e disse.—vejo que vou ter que te mandar novamente para junto de Lúcifer.
—Dessa vez não vai conseguir nem tocar em mim, querida...—Disse Valentine. Ergueu as mãos e dois pedaços de metal se desprenderam no teto do trem. Tornaram-se uma espécie de massa, antes de moldar-se como duas espadas.—an gard!—Jogou uma das espadas para Aline e ficou em posição.
—An gard!—Aline colocou-se em posição, olhando diretamente nos olhos frios de Valentine. “Droga” pensou, sem desviar o olhar dela. “não posso lutar aqui, com tanta gente”.
Olhou para cima e viu o buraco aberto pelas duas tiras de metal que Valentine retirou do teto. Agachou-se e pulou, caindo como um gato em cima do vagão. Fez força para equilibrar-se, segurando na borda do buraco.
—Acha que pode escapar de mim?—Perguntou Valentine, também pulando para o teto, parando em pé, um pouco a frente de Aline. Não parecia ter dificuldade em ficar ali.—Não, minha querida. Vou levar sua cabeça de presente ao meu chefe.
—Seu chefe?—Perguntou Aline, fazendo força para ficar em pé, lutando contra o vento.—Para quem trabalha agora?
—Sempre fui leal a Lord Voldemort, sabe. Não ousaria trabalhar para mais ninguém.—Riu Valentine, modificando a forma da espada, tornando-a mais longa.
—Seu lordinho está mais morto do que nunca.—Disse Aline, olhando por cima do ombro.—Como pode querer servir ele ainda?
Valentine riu alto, quase gargalhando. Aline franziu a testa, achando estranha a ação da adversária. Aos poucos, Valentine foi parando de rir.
—Tolinha...ninguém pode matar Lord Voldemort. Ele é eterno. Ele sempre retorna.
—Quer dizer...que ele voltou?—Perguntou Aline, temerosa, deixando a espada escapar um pouco da mão.
—Isso não é da sua conta...—Posicionou a espada em frente ao rosto, no meio dos olhos.—vou cortar sua cabeça agora mesmo!
E partiu na direção de Aline, pegando impulso numa saliência do trem. Cortou o ar com a espada, na direção de Aline. A Black saltou para trás, desviando do golpe.
—Não vai ser assim tão fácil!!—Valentine apertou com mais força o cabo da espada e a lamina começou a aumentar, cravando-se no ombro de Aline.
—Droga!—Gemeu Aline, pulando mais para trás, afastando-se da espada, vendo a roupa manchar-se com sangue.—Por isso odeio lutar com fisiomagos.
Olhou para trás e viu na beira do vagão. Olhou para baixo e viu um pedaço pendurado do vagão destruído, sendo arrastado pelo trem. Engoliu seco e voltou a olhar para frente, onde Valentine aproximava-se, a passos lentos.
—Com medo, Black?—Perguntou, brandindo a espada no ar como um chicote, fazendo-a voltar ao estado normal.—Não se preocupe. Esse é um receio que os mortos não tem.
—Medo?—Aline riu, de modo pretensioso, colocando a espada em frente ao corpo.—Estou apenas aquecendo. Alias...nunca esqueça o fundamento de uma luta...
—Qual?—Perguntou Valentine, ainda andando na direção da Black.
—Sempre olhe para trás...—Deixou o corpo pender para trás, caindo.
—Não! Sua mise...!
Antes que completasse, Valentine sentiu bater em algo duro, muito sólido. A força do impacto jogou-a a alguns metros nos trilhos, desacordada.
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Aline conseguiu fincar a espada no teto e equilibrar-se, até entrarem no túnel. Viu o corpo de Valentine cair e, sorrindo vitoriosa, largou-se dentro do vagão, sentindo o ombro doer.
—Maldita fisiomago idiota.—Gemeu, a mancha de sangue aumentando cada vez mais.—Se ela não morreu nessa, juro que arranco a cabeça dela na próxima.
Foi até sua cabine, onde Alana havia acordado, mas parecia sonolenta. Olhou algum tempo para a irmã, antes de notar que estava ferida.
—O que houve?—Perguntou, balançando a cabeça negativamente, para afastar o sono.—Por que esta ferida?
—Longa história...—Disse Aline, séria, com a mão sobre o ferimento.—só sei que foi bom termos voltado para Londres.
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Após o almoço, Lilá, Ashley e os outros decidiram sair um pouco. Andar pela velha cidade. Lilá e Ashley seguiam à frente, brincando, dançando e cumprimentando estranhos na rua.
Os outros seguiam mais atrás, apenas olhando e rindo das garotas, as vezes fingindo que não as conheciam. Emily andava, agarrada à mão do pai para não perder-se dele, olhando os prédios altos. Isabelle andava segurando firmemente a mão da mãe, enquanto Julian ia nas costas do pai, reclamando de fome. Marina andava mais atrás, parecendo sem jeito em meio ao grupo.
—Então, ainda trabalhando na agencia?—Perguntou Amanda, andando ao lado de Pedro.
—Pois é...—Pedro olhou para o alto, olhando as janelas de um alto prédio.—e você? Onde esta trabalhando?
—Ministério...setor de mistérios...
—Oooh...uma inominável?—Sorriu, olhando para a amiga.
—Pois é...—Disse Amanda, sorrindo orgulhosa.—mas..com tudo que tem acontecido...—abaixou o olhar, parecendo triste.
—Não foi culpa sua...—Disse Pedro, olhando para a amiga. Respirou fundo e olhou para frente.—ninguém poderia imaginar...
—Hey vocês aí!—Gritou Lilá, acenando lá na frente, chamando a atenção de muitas pessoas na rua.—Andem mais rápido, lesmas!
O grupo sorriu constrangido e seguiu até elas. Marina murmurou algo e olhou para o lado, parecendo pensativa.
No dia anterior...antes de Luke lhe chamar...
Marina fechou os olhos e deixou um sorriso aparecer no rosto.
**
Em uma bela casa de estilo antigo, no subúrbio de Londres, algo era celebrado. Varias pessoas de terno, gravata ou de elegantes vestidos, bebiam, comiam e conversavam, animadas. Entre essas pessoas, o jovem Andrew Veron andava, procurando algo. O jovem desamarrou o rabo de cavalo de seus cabelo castanhos e abriu um sorriso.
A sua frente, trajando um belo vestido de alças, cinza, com os cabelos longos e ondulados caindo por sobre os ombros, estava Marina Athenas, sua noiva. A jovem parecia encabulada, respondendo de maneira monossílaba as pessoas que falavam com ela.
Deu a volta e aproximou-se dela pelas costas. Pôs a mão sobre seus olhos e perguntou-lhe ao pé do ouvido.
—Advinha quem é.
A jovem sorriu e tocou as mãos de Andrew com a ponta dos dedos.
—Hum..deixa eu ver...—Fingiu pensar e tirou as mãos do jovem de seu rosto, virando-se. Caiu nos braços dele e deu-lhe um suave beijo.—Seria...o homem da minha vida?
O jovem sorriu, logo beijando-a novamente. Soltou-a lentamente e encarou seus olhos, afastando alguns fios de cabelo da frente de seu rosto.
—Você está feliz, meu bem?—Perguntou Andrew, acariciando o rosto da noiva.
—Me sinto a mulher mais feliz do mundo!—Riu Marina, beijando o noivo outra vez.
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Marina sorriu mais e olhou o dedo da mão direita, onde um anel de prata brilhava. Apertou-o contra o peito. Olhou para frente e viu que começava a ficar para trás. Apressou o passo para não se perder deles.
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Tom entrou rapidamente pela “sala do trono”. Parou de frente a Voldemort, que estava sentado em seu trono, bebendo um liquido vermelho e grosso. Ajoelhou-se em sua frente e disse.
—Milord...Tiamat já chegou...
—Bom, bom...—Disse Voldemort, balançando o liquido.—mande-o entrar.
—Claro...—Levantou-se e saiu andando rapidamente.
Minutos depois, as botas de couro, com detalhes de metal, pisaram no chão de pedra. A longa capa negra arrastava-se no chão, solenemente. Sua túnica negra, amarrada na cintura por uma corda da mesma cor, parecia a de um monge. Usava um capuz jogado sobre a cabeça. Seu rosto era oculto por uma mascara de ferro.
—Milord...—Disse, ajoelhando-se em frente à Voldemort.
—Meu caro Tiamat...levante-se...—Disse Voldemort, deixando o cálice com o liquido vermelho de lado e inclinou-se mais para frente.—creio que tenha recebido minha coruja e meu pequeno presente.
—Sim, milord...—Tiamat levantou-se e ficou reto em frente a Voldemort.—recebi sua dádiva...no que lhe posso ser útil...
—Tenho outro pequeno presente para você...—Sorriu o Lord.
Tiamat olhou para cima e viu dois olhos vermelhos, brilhando na sombra.
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No meio da tarde, começou a chover. De inicio, uma chuva fraca que foi ganhando força rapidamente. Logo, uma multidão de guarda-chuvas estava aberto, protegendo os cidadãos da chuva.
—Ah! Chuva!—Dizia Lilá, correndo na chuva.—eu A-D-O-R-O chuva.
—Luke vai adorar se você pegar uma gripe.—Disse Ashley, embaixo de um guarda-chuva, sorrindo.
—Ele que S-E F-O-D-A!.—Disse Lilá, alto, chamando a atenção de muita gente.
—Se a policia aparecer, eu não conheço elas...—Murmurou Pedro, olhando Lilá que dançava no meio da calçada.
—Elas quem?—Disse Amanda, sorrindo torto, olhando a garota que já estava encharcada.
—Vocês viram aquilo?—Perguntou Chapolim, olhando para o céu cinzento.
—O que?—Perguntou Pedro, diminuindo o passo para emparelhar com o amigo.
—Vi uma coisa voando...—Disse com o cenho franzido, ainda olhando o céu.
—Pode ser um pássaro...—Sugeriu Amanda, olhando para cima também.
—Não sei.—Disse Chap, ainda olhando para o céu.—Acho que nã...
Um rugido alto e estridente interrompeu Chap. Todo o movimento na rua parou. Motoristas paravam os carros e olhavam para o céu, procurando o autor do rugido.
Depois de um tempo de silencio, um burburinho correu pela rua. Ainda olhavam para cima perguntando uns para os outros sobre o que teria acontecido.
—Acho que o passarinho piou...—Disse Chapolim, sério, olhando para o alto, como todos os outros ali.
Um novo urro silenciou a rua novamente. Uma forte ventania soprou pelo local, jogando muitos guarda-chuvas para cima. Sem aviso, um jorro de fogo engoliu um prédio. Gritos de pânico encheram a rua. As pessoas começaram a correr em desespero, iniciando o maior pandemônio.
—Porcaria!—Disse Lilá, fazendo bico, esforçando-se para não ser levada pela multidão.—Logo quando a gente ta fazendo um passeio!
O prédio em chamas rangeu fortemente e logo caiu. Destroços começaram a cair sobre as pessoas na rua.
—Fiquem juntos!—Disse Amanda, soltando a filha e erguendo as mãos. O ar ao redor deles começou a congelar e uma redoma de gelo, muito espesso, formou-se sobre eles.
Os destroços caiam sobre a redoma, como golpes. Por trás do gelo, viam as imagens distorcidas das pessoas correndo em pânico, feridas ou sujas da poeira da queda do prédio.
—Pai...—Emily puxava a mão do pai, amedrontada com tudo aquilo.—o que está acontecendo?
—Eu não sei, filha...eu não sei...—Disse Pedro, com a mão sobre seu ombro, olhando para tudo aquilo, preocupado.
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