Mágoa



O ratinho disparou para uma das muitas frestas do salão comunal, escapando das mãos de Fred Weasley. Jorge ainda tentou se jogar no chão para impedir que sua "cobaia" escapasse, mas, enquanto Perebas desaparecia pela parede, ele não tinha tanta sorte.

'- Ai! - Jorge sentou-se no chão, massageando a cabeça, que batera violentamente contra a parede.

'- Perebas, volta aqui! - Fred ajoelhou-se ao lado do irmão, tentando ver alguma coisa dentro do buraco para o qual o rato de Percy escorregara - Ele sumiu...

'- Ele vai voltar. - Jorge levantou-se, levemente tonto - Quando sentir fome, ele volta.

'- Percy vai nos matar se ficar sabendo que estávamos tentando mexer com o Perebas de novo.

Jorge apenas sorriu.

'- E desde quando nos importamos com o que o perfeito Percy pensa?

Fred abriu um sorriso idêntico ao do irmão. Enquanto os gêmeos, que já estavam em seu segundo ano em Hogwarts, conversavam na sala comunal dos leões, Rabicho corria desabalado, derrapando nas curvas da estreita passagem que levava até a entrada da Floresta Proibida, por trás da cabana de Hagrid.

Ele parou à entrada do buraco quase imperceptível, recobrando o fôlego. Ergueu o focinho para o ar, tentando sentir os cheiros que o vento lhe trazia. Deixou seus instintos guiarem-no para fora. Era seguro.

Rabicho observou o céu sobre ele e voltou a caminhar, penetrando na Floresta Proibida.


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27 de dezembro de 1978

Bellatrix empurrou-o diante do Lorde e saiu logo em seguida, para pavor de Pedro. Voldemort observou-o, divertido, com seus olhos vermelho-sangue, enquanto uma enorme cobra dormia, enrolada a seus pés.

'- Ora, ora, ora... Quem apareceu para fazer uma visita! - o bruxo riu sarcasticamente - Estava com saudades, Pettigrew. Você não aparece há um bom tempo...

'- Me-meu Lorde, eu... Eu estive ocupado e...

'- Ocupado fugindo de mim? Achou mesmo que poderia me deixar depois de tudo o que demos a você?

'- Eu nunca...

'- Mas também, quem se importa, não é verdade? - Voldemort disse como para si mesmo - Porque eu deveria me importar com a presença de um inútil como você? Que não é digno de receber nem a minha marca? É realmente melhor para todos que uma vida tão medíocre desapareça da Terra.

'- Não, meu senhor! - Pedro pediu ajoelhado, quase chorando de terror - Eu posso ser útil, mestre. O senhor não encontraria nunca alguém melhor que eu para espionar seus inimigos!

'- E desde quando você tem sutileza suficiente para ser um espião? Ora, Pettigrew, não me faça rir.

'- Dê-me apenas mais um minuto de vida, meu Lorde! - ele pediu aterrorizado quando o bruxo levantou a varinha - Apenas mais um minuto e eu provarei que posso ser útil e contarei ao senhor coisas que nem imagina, coisas que poderão auxiliá-lo. Por favor, milorde!

Voldemort baixou a varinha, divertido.

'- Se isso for um blefe, Pettigrew, eu farei com que você sofra ao invés de lhe dar uma morte rápida e indolor.

Pedro se ergueu, nervoso. Não podia mais fugir, tinha que, finalmente, escolher que lado ficar. E não era apenas uma questão de escolha, mas de sobrevivência. Trair seus amigos era a única maneira de se conservar vivo. Além disso, quando Voldemort soubesse de Lílian e sobre a Antiga Magia, certamente o cumularia de honras. Respirando fundo, ele fechou os olhos, sentindo cada célula de seu corpo mudando, transformando-se em outras, fazendo com que o corpo dele desaparecesse aos poucos para dar lugar a um pequeno rato.

A gargalhada de Voldemort invadiu o salão enquanto Pedro voltava ao normal.

'- Como foi que se transformou num animago? Você não teria capacidade de fazer isso sozinho.

Pedro sentiu uma onda de raiva subindo-lhe pela garganta, mas conteve-se.

'- Meus amigos. Eles me ajudaram para que pudéssemos burlar as regras da escola, perambular por Hogwarts e Hogsmeade e coisas do tipo.

Por algum motivo que ele não parou para entender, estava tentando proteger pelo menos o segredo de Remo.

'- Black, Potter e Lupin. Se não fossem tão ligados a Dumbledore... Então, meu caro Pettigrew, você é um rato?

'- Os garotos costumavam me chamar de Rabicho. Como eu era o menor deles, sempre me esgueirava pela escola, ouvindo todo tipo de conversa. Foi assim que eu cheguei ao senhor.

'- Muito bem, "Rabicho". Imagino que nessas andanças tenha descoberto coisas mais interessantes que simples namoricos de colegiais. Você disse que sabia de algo que poderia me auxiliar?

'- Sim, milorde. - Pedro respondeu um pouco mais confiante - Há segredos que sei serem de seu interesse. Já ouviu falar na Antiga magia?

'- Não, Rabicho, mas será um prazer ouvi-lo explicar...

O rapaz respirou fundo.

'- O lema de Hogwarts... Draco Dormiens Nunquam Titillandus...

'- Nunca provoque um dragão adormecido. Eu não precisava que você fosse um animago para saber algo tão óbvio. – Voldemort observou, enquanto brincava com a varinha.

Pedro se esforçou para se manter calmo.

'- O castelo foi construído sobre a toca de um dragão adormecido chamado Hades. Esse dragão foi, durante séculos, o guardião de uma magia diferente da nossa... Uma magia que podia ser usada sem varinha e muito mais poderosa do que a Alta Magia.

'- Finalmente alguma coisa de interessante! – os olhos de Voldemort brilharam de expectativa – Esse dragão, ele...

'- Não existe mais. – Pedro respondeu antes mesmo que o outro perguntasse – Ele virou uma chave ou qualquer coisa do tipo... Uma chave para um poderoso exército que vive em algum mundo paralelo ao nosso. “Aquele que possui a chave pode abrir os portões do Inferno, além de ter total controle sobre os exércitos do Ragnarock”.

“- Pela eternidade tu tentarás se retirar do Abismo, mas nós resistiremos. Até o dia do Ragnarock, quando pela loucura de mortais voltaremos a nos unir para, de uma vez por todas, resolver nossa insolúvel questão”.


- Milorde?

Os olhos de Voldemort se estreitaram e Pedro sentiu como se toda sua alma estivesse sendo vasculhada pelo bruxo.

'- Quem possui a chave? – Voldemort perguntou.

'- Lílian... Lílian Evans, a namorada de Tiago Potter.

O bruxo se levantou, as vestes negras enfurnando-se com o vento frio que soprava no salão.

'- Você tem idéia do que descobriu, Pettigrew? Tem idéia do poder que essa mulher tem em mãos?

'- Milorde, eu...

'- Quando comecei a procurar a Câmara de meu antepassado, eu encontrei alguns escritos de Salazar sobre o assunto. Mas nunca imaginei que aquilo poderia ser real. – Voldemort voltou a se sentar – Você vai observar cada passo de seus amigos daqui por diante. Eu quero relatórios semanais.

Pedro assentiu.

'- Milorde deseja mais alguma coisa?

'- Suma da minha frente, “Rabicho”. Eu preciso pensar.

O bruxo assentiu e logo deixou a presença de Voldemort. Estava feito agora. Era um traidor.


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'- Isso não está certo, Magoriano. – uma voz soou irritada.
Rabicho esgueirou-se por trás de uma moita e observou admirado dezenas de centauros em pé ao redor de um lago que refletia a luz crescente em suas águas claras. Imediatamente apurou os ouvidos.

'- Chega, Agouro. – uma voz mais jovem pediu e Rabicho observou um centauro loiro e de feições jovens dar um passo à frente – Você leu o céu. Sabe o que irá acontecer. Porque insiste em...

'- Nada que acontece fora da Floresta nos diz respeito, Firenze. – o centauro escuro, Agouro, respondeu – Não somos necessários e nem bem vindos pelos humanos.

'- Se estivéssemos lá fora quando a guardiã precisou de nós, não estaríamos agora enfrentando tudo de novo.

Se o rato estivesse em sua forma humana, certamente teria feito uma careta de surpresa. Ele não sabia que os centauros também estavam envolvidos com toda aquela confusão da Antiga Magia. Mas o que o centauro chamado Firenze tinha falado? “Enfrentando tudo de novo”? Será...

'- Se a guardiã tivesse respeitado seu juramento, teria ficado aqui conosco, onde poderíamos protegê-la. E ensiná-la sobre seus poderes. – Agouro continuou – Mas ela nunca mais nos procurou depois de ter recebido a chave da morte.

'- Helena também recusou nossa ajuda. – Magoriano interrompeu a discussão – E isso não significa que ela tenha faltado com seu juramento. Ao contrário. As duas fizeram escolhas, e é graças a essas escolhas que estamos aqui. Protegeram com a própria vida a passagem para o Hades. Se elas tivessem falhado, o mundo teria saído dos eixos há muito, Agouro.

'- Fomos nós quem falhamos. – Firenze suspirou – Falhamos porque não acreditamos em cooperar com eles, por causa de um estúpido orgulho que nos prende à Floresta.

Magoriano suspirou.

'- Não falta muito... Em breve, o herdeiro dos Potter estará aqui. E Ele também está próximo.

Ele? Rabicho decidiu sair dali antes que pudesse se denunciar. Estava ficando muito agitado e seu coração batia rapidamente.

Tudo de novo... As palavras martelaram em sua cabeça. Tudo de novo, tudo de novo...


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13 de janeiro de 1979

'- Eu conheço meu primo, milorde. - Bellatrix disse séria - Eles vão cair como vermes cegos. Ele e o Potter sempre foram metidos a "heróis".

'- Eu assim espero, Bella. - Voldemort respondeu com os olhos faiscando no terceiro conviva daquela reunião - E você, Rabicho, o que acha?

'- Eu concordo com a Black. - Pedro disse quase num sussurro.

'- E você vai participar do ataque, não é? - Bellatrix sorriu maliciosa, voltando-se para Rabicho.

'- Eu não...

'- É claro que não, Bella. Ainda não está na hora de revelarmos nosso agente duplo. Ainda mais agora que ele se infiltrou na organização de Dumbledore.

'- Organização de Dumbledore? - Bellatrix perguntou curiosa.

'- Os amigos do nosso querido Rabicho o indicaram a uma tal de "ordem da Fênix", mais uma tentativa absurda do idiota do Dumbledore de nos deter. Isso não é realmente ótimo?

Os olhos de Bellatrix estreitaram-se perigosamente e ela resmungou algo em resposta. Pedro tentou não se encolher em sua cadeira, enquanto Voldemort levantava-se.

'- Boa sorte, Bellatrix. A essa altura, Dolohov já conseguiu afastar os dois outros aurores novatos. Moody só poderá recorrer a Black e Potter quando receber a denúncia de uma concentração de comensais num vilarejo ao norte de Londres. Realmente, perfeito. E você já sabe o que fazer.

'- Milorde... - Pedro disse num fio de voz - Tiago e Sirius... eles vão ser mortos?

'- Não, Pettigrew. Não dessa vez. - Voldemort sorriu - Eles são apenas um chamariz. Meu alvo é um pouco maior dessa vez...

Pedro assentiu, e a imagem de Lílian veio a sua cabeça. O que aconteceria com ela? O que o lorde planejava para a ruiva?

Ao se ver sozinho, ele suspirou. Precisava ter certeza de que nada aconteceria aos amigos. Precisava confortar um pouco a consciência, dizendo a si mesmo que logo tudo estaria bem. Voldemort seria derrotado e ele poderia voltar para o lado dos amigos e ninguém saberia de nada.

Com um estalo, ele aparatou para o vilarejo onde Bellatrix armara sua armadilha e transformou-se em rato, correndo pelos esgotos, enquanto ouvia gritos soarem sobre ele. Finalmente esgueirou-se por um bueiro, observando sete comensais espalharem-se pela rua principal da pacata cidade. Uma grande cratera no chão escondia o corpo de um casal, as primeiras vítimas daquele fim de tarde. Havia sangue no chão.

Rabicho observou com crescente terror a chacina que se desenrolava a sua frente, torcendo para que o plano de Bellatrix desse errado. Ela seria castigada, ele não teria nada a ver com o acontecido, ninguém sequer saberia que ele estivera ali, assistindo. Mas quando Tiago e Sirius despontaram no início da rua, ele teve que se resignar.

A idéia de Bellatrix era simples. E, exatamente por isso, brilhante. Através de um comensal infiltrado no quartel general de aurores, ela descobriu que Moody estava fazendo patrulhas diárias pelos pontos de maior possibilidade de ataque, de modo que apenas os aurores novatos permaneciam no ministério: Potter, Black, Longbottom e Bones. Dolohov tirara os dois últimos do caminho e plantara a denúncia sobre a "festinha" de comensais. Olho-Tonto tivera que deslocar Tiago e Sirius para a área, achando que não era nada demais. E, bingo!

A morena contava justamente com o instinto heróico que os dois marotos possuíam. Eles iriam enfrentá-los sem pestanejar. E ela não havia se enganado. Ignorando as recomendações de Moody, lá estavam eles, prontos para o combate.

'- Ora, ora, mas se não são os sete anões? E onde está a Branca de Neve? – ele ouviu Tiago perguntar com um sorriso irônico.

'- Acho que ela está muito ocupada com seu sono de beleza. - Sirius retrucou, no mesmo tom do amigo - Realmente uma pena. Queria tanto conhecê-la...

Rapidamente os comensais se espalharam sob as ordens de Bellatrix. Sirius e Tiago se entreolharam, colando suas costas em seguida, de modo a se protegerem mutuamente.

'- Crucio!

'- Protego!

Rabicho observou Bellatrix falar alguma coisa com um dos comensais antes de se dirigir para um canto mais afastado para conversar com um dos irmãos Lestrange. Em seguida, voltou para a linha de combate, parando diante de Sirius e retirando o capuz que escondia seu rosto.

'- Longo tempo, não priminho? - ela perguntou, observando que havia um comensal caído no chão ali perto e que os outros estavam concentrados em Tiago.

Sirius a olhou com desprezo.

'- E certamente não há prazer nenhum em voltamos a nos ver.

Ela sorriu, apontando a varinha para ele.

'- Imperio!

'- EXPELLIARMUS! - gritaram três vozes em uníssono.

Tiago, que até aquele momento lutava sem dificuldades contra dois comensais, não conseguiu bloquear o feitiço e foi violentamente arremessado para o chão, para longe de Sirius. O outro maroto só percebeu o que acontecera ao sentir a espada de Lestrange perfurando sua carne, enquanto os outros comensais o cercavam. Conseguira resistir ao feitiço de Bellatrix, mas percebeu, tarde demais, que caíra na armadilha dela.

Lestrange desaparatou em seguida. Pedro observou tristemente Sirius fazer uma careta de dor e continuar a lutar, tentando chegar até o corpo desacordado de Tiago. O barulho de passos fez o rato voltar a cabeça para o começo da rua. Um arrepio correu por sua espinha.

Lílian estava lá. Logo Voldemort também chegaria.

Sirius também percebeu a amiga e voltou-se para ela desesperado.

'- Lílian, sai daqui!

Ela não se moveu, observando Bellatrix Black aproximar-se do primo. A morena apontou a varinha para Sirius.

'- Crucio!

Dessa vez, Sirius não suportou a dor e caiu de joelhos no chão onde seu sangue começava a formar uma poça. Ele também desmaiou e Lílian começou a correr na direção dos amigos. Aos pés dela, um círculo de vento apareceu, num tom sinistramente vermelho, espalhando-se à medida que ela andava, como um olho de furacão. Rabicho percebeu a careta de Bellatrix e abaixou-se para dentro do bueiro no mesmo instante em que a comensal gritava.

'- Aparatem, RÁPIDO!

Rabicho viu a névoa vermelha passar por cima de sua cabeça enquanto ouvia os passos apressados de Lílian ecoarem na rua vazia. Quando voltou a colocar a cabeça para fora, Sirius tinha desaparecido e a ruiva estava ajoelhada ao lado de Tiago, com a cabeça dele sobre seu colo.

Novamente o som de passos. Rabicho sentiu o coração pular. Não precisava se virar para saber quem acabara de chegar.

Voldemort.

'- E eu achava que hoje teríamos caça pequena... Mas vejam o tamanho do peixe que caiu em minha rede... ou eu deveria dizer ratoeira? - ele sorriu irônico, virando-se diretamente para ele.

Rabicho rapidamente correu de volta para o bueiro e, na segurança do esgoto, voltou a se transformar em Pedro, encostando-se às paredes sujas, apurando ao máximo os ouvidos.

'- Vejo que está surpresa. Não tanto quanto eu, certamente. Como um ser tão pequeno e frágil como você pode conter tanto poder?

'- Eu não sou uma coisa para "conter tanto poder". – a voz de Lílian respondeu, sem vacilar.

'- Que cena tocante... Está querendo me enfrentar, menina?

'- Eu não sou uma menina. E, se for para morrer, eu prefiro que seja lutando.

Voldemort riu.

'- Você tem idéia do quão ridícula está sendo? Porque eu a mataria?

'- Se não vai me matar, quer o quê então? Me convidar para dançar? - ela perguntou irônica, cheia da coragem sem limites, própria dos grifinórios.

Som de passos. Pedro deixou o corpo escorregar para o chão. O que o Lorde faria com Lílian?

'- Mais ou menos isso. Imperio!

Uma pequena explosão ocorreu. Pedro ouviu o riso cristalino de Lílian. O que ela estava fazendo? Porque não fugia dali?

'- Acha mesmo que pode me controlar usando o Imperio?

'- Não, eu já esperava que isso acontecesse. Na verdade, o que tenho para você é muito mais interessante.

Pedro enterrou o rosto nas mãos, sentindo um frio terrível envolvê-lo. Um sussurro sibilante soou em algum ponto muito distante e ele sentiu uma lágrima escorrer pelo rosto redondo.

'- Thanatus.

Minutos se passaram antes que a voz de Lílian voltasse a soar, carregada de uma tristeza tão grande que era quase palpável.

'- Você não pode...

'- Eu pesquisei muito, minha cara, para criar minhas próprias maldições. Sei que apenas pessoas ligadas por um sentimento muito forte podem lançar essa maldição. Mas acredito que, a essa altura, você já tenha percebido que o maior poder que possuo é o ódio. Se não acredita em mim, porque não tenta se aproximar de seu amado Potter para se certificar? Eu imagino o que vai sentir com ele morrendo em seus braços, apenas porque você o tocou com as pontas dos dedos.

'- Seu...

'- Hoje não, minha cara. Eu não estou preparado para morrer.

Um estalo. Voldemort desaparatara. Pedro enxugou o rosto e se transformou novamente em um rato, deixando o bueiro. Lílian estava ajoelhada, os olhos verdes congestionados de dor.

Repentinamente, ela se levantou, caminhando até Tiago e parando antes de chegar até ele. Por alguns instantes, permaneceu em muda contemplação até levar a mão ao pescoço, onde um cordão repousava. Ela segurou o pingente com força, arrancando o cordão do pescoço, que ficou levemente vermelho. As lágrimas se misturaram ao brilho prateado que emanava da mão dela.

'- Adeus, Tiago. - ela disse num sussurro, abrindo a mão.

O cordão caiu sobre o peito do rapaz e, pouco depois, o moreno desapareceu. Rabicho observou-a permanecer em pé por alguns instantes antes de secar as lágrimas e começar a andar, desaparecendo entre os destroços da cidade.


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Os alunos se acotovelavam, embarcando no trem que os levaria de volta para Hogwarts. No bolso de Percy, Perebas observava a estação com certa preocupação.

Apenas mais um mês... O jovem Harry faria onze anos em um mês. O filho de Tiago e Lílian Potter...

Tudo de novo – as palavras de Firenze soaram mais uma vez em seus ouvidos, como se o centauro estivesse à sua frente.

Em setembro, ele estaria frente a frente com o filho daqueles que ele tinha traído. Harry Potter, o menino que sobreviveu.


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Faltam três capítulos para o fim de Doze Anos e da saga de hades...

Beijos!

Silver.

p.s.: no próximo teremos mais Severo... Depois Remo... E no último capítulo, Sirius. Sobre o epílogo, eu fico em silêncio, não quero morrer tão cedo...

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