O Ataque



Naquela hora nem lembraram da capa de Harry. Simplesmente correram pelos corredores atrás de McGonagall. No Salão Principal a agitação era grande. Harry viu Hagrid e alguns professores organizando os alunos em fila.

- Monitores! – gritou McGonagall – Conduzam os alunos até os Salões Comunais e dormitórios de suas Casas. Não quero ninguém fora das Casas até minha ordem. Entendido?

Harry viu os monitores assentindo e já saindo. Gina, como uma das monitoras da Grifinória fez menção de ajudar, mas McGonagall a impediu.

- Vamos precisar de sua ajuda lá fora. – ela disse à menina.

Vários alunos voltaram suas cabeças para eles, assim que os viram. Pansy Parkinson já tinha o rosto normal, mas o nariz ainda estava coberto por uma gaze. Ela fuzilava Hermione com o olhar. Afinal, acabara de se dar conta de quem havia lhe lançado a azaração.

- A gente se encontra, Granger. – ela disse quando passou por Hermione.

- Mal posso esperar, Parkinson. – ele ouviu a amiga devolver.

- Não podemos perder mais tempo! Tomem! – disse Lupin entregando algumas vassouras – Na pressa eu só consegui algumas. Vocês vão em duplas.

- Vem, Mione! – disse Rony e puxou a amiga, montando em uma das vassouras com ela.

- Harry, vá com Gina! – disse Lupin – Neville e Luna estão lá fora nos aguardando. Stairovisk, eu e McGonagall vamos na frente e vocês nos seguem.

Dizendo isso ele foram para os Jardins e levantaram vôo. Não demorou muito e eles viram Hogsmeade abaixo deles. Várias lojas estavam com as vitrines quebradas. Harry pôde ver, do alto, flashes de feitiços sendo lançados pelos Comensais e pelos aurores que lá estavam. Vários bruxos tentavam se proteger.

- Vamos pousar atrás da Dedosdemel. – gritou Lupin e eles desceram.

- Harry, Ron, Hermione! – exclamou Neville assim que chegou perto dos garotos – Não esperava ver vocês em Hogwarts! Que máximo!

- Desculpe Neville, mas agora não vai dar para gente conversar. – disse Harry – E então, Professor?

- Vamos nos separar, mas não vamos sozinhos ok? Mantenham-se em duplas. – disse Lupin.

Eles largaram as vassouras atrás da loja de doces e separaram-se. Harry viu McGonagall seguir com a professora nova. Lupin foi sozinho mais a frente.

- Eu e Gina vamos pelo lado direito e vocês pelo esquerdo. – disse Harry a Ron e Hermione – Luna, Neville, vocês vão por dentro da loja.

Os amigos assentiram. Todos puxaram as varinhas e saíram dali. Harry margeava a parede ao lado direito da loja, com Gina logo atrás dele. De repente ele viu McGonagall mais a frente e um Comensal apontar a varinha para ela, por trás.

- Expelliarmus! – gritou Harry, desarmando o Comensal – Estupefaça! – ele acrescentou. O Comensal caiu poucos metros atrás.

McGonagall se virou assustada, mas nem deu tempo de agradecer a Harry. Mais dois Comensais se aproximavam dela de varinhas em punho.

- Estupefaça! – gritou um Comensal, mas McGonagall conseguiu se desviar do feitiço – Estupefaça! – gritou ele novamente.

- Protego! – disse a professora.

Harry viu o Comensal tirar o capuz e revelar-se Greyback, o lobisomem. Neste momento Gina se adiantou, lívida de ódio, apontou a varinha para o lobisomem e gritou:

- Serpensortia!

Uma grande serpente emergiu da ponta da varinha da menina e imediatamente ela acrescentou:

- Oppugno!

A serpente foi para cima do lobisomem, o picando ferozmente. Enquanto ele tentava se defender da fúria da cobra, ele perdeu sua varinha. O outro comensal se aproximou e, quando ía pronunciar algo, Harry ouviu Neville gritar:

- Silencio!

O feitiço atingiu o Comensal pelas costas e ele não conseguiu mais falar. Harry aproveitou o momento de distração e disse:

- Estupefaça! – e o Comensal foi atirado longe – Accio varinhas! – ele completou e as varinhas dos três Comensais voaram para suas mãos.

Gina via a cobra ainda cravando as presas em Greyback, quando Harry a chamou:

- Vamos, Gina! Tem mais desses malditos por perto! – ele virou-se para professora – A senhora está bem? Cadê a professora Stairovisk?

- Estou bem! Obrigado, Potter e Srta. Weasley! A professora Stairovisk foi ajudar Tonks. Vão vocês! Eu vou conjurar algumas cordas anti-aparatação. Diga a Alastor que estou aqui e que é para ele vir buscar esses três.

- Ok, professora! – disse Harry e depois seguiu com Gina pela rua principal.

Quando avistaram Moody, Harry disse:

- Ei Olho-Tonto, McGonagall precisa de você ali perto da Dedosdemel.

- Harry, cuidado, há muitos deles por aqui! – disse o auror e seguiu rua acima.

Harry e Gina continuaram atentos pela rua. Assim que chegaram próximo ao Cabeça de Javali, eles viram Hermione cercada por Bellatrix Lestrange e seu marido, Rodolfo. Os três mantinham as varinhas em riste.

- A maldita sangue-ruim! Vamos nos divertir Rodolfo!

Quando Harry e Gina fizeram menção de se aproximar, eles ouviram um grito:

- Hermione!

Era Rony quem chegava correndo desabalado pelo outro lado. Nessa hora Hermione se distraiu e Bellatrix a desarmou. Rodolfo então virou-se para a garota e disse:

- Crucio!

- NÃO! – gritou Rony e se jogou na frente de Hermione, recebendo o feitiço direto no peito.

Imediatamente ele caiu se contorcendo de dor.

- Ron! Não! – Hermione abaixou-se junto a ele.

- Sectumsempra! – gritou Harry apontando para Rodolfo Lestrange.

A ligação com Rony se desfez de imediato e Rodolfo começou a sangrar em profusão, com vários cortes pelo rosto. Gina virou-se para Bellatrix:

- Expelliarmus!

Mas a Comensal conseguiu desaparatar antes que o feitiço desarmador de Gina a atingisse. Harry conjurou cordas anti-aparatação em um Rodolfo Lestrange desacordado. Em seguida foi até Rony, que se levantava com muita dificuldade.

- Você está bem, Ron? Cara, o que você fez? – Harry exclamou surpreso.

- Estou bem. Quer dizer, vou ficar. Pode deixar, gente! Dá para andar. – ele disse ainda apoiado em Hermione e na irmã.

Hermione olhou-o com muitas lágrimas nos olhos, mas não disse nada, apenas lhe deu um longo abraço. Depois ela apanhou sua varinha no chão, muito vermelha.

- Que droga! Por que vocês não estavam juntos? – perguntou Gina.

- Ron viu Luna em dificuldades e foi ajudá-la. – respondeu Hermione – Aí eu vi Bellatrix e tentei me aproximar por trás. Não vi que o marido dela estava junto. Eles me cercaram e..., bem..., o resto vocês viram. – terminou ela, olhando para Rony.

- Vamos! Deve haver mais alguns por aqui. – disse Rony tentando desfazer o embaraço da amiga.

- Não há mais! – disse Neville, chegando com Luna e Lupin.

- Pegamos alguns poucos. O resto desaparatou. Malditos! – exclamou Lupin.

- Greyback e mais dois estavam com McGonagall. Ela ía amarrá-los. Olho-Tonto foi até lá pegá-los. – disse Gina.

Nesse momento McGonagall apareceu apoiada em Moody e na professora Stairovisk.

- Ela estava caída quando eu cheguei – disse Stairovski.

- E os Comensais? – perguntou Harry.

- Nenhum! – respondeu Moody furioso.

- Potter! – disse McGonagall – Assim que vocês saíram, algum Comensal me estuporou por trás e eu nem pude ver quem era. Ele, ou ela, levou os três Comensais.

- Que pena. Eram menos três no time do miserável. – disse Harry.

- Pelo menos um deles estava bem mal. – disse McGonagall – Graças a Srta. Weasley.

- Se eu pudesse eu teria matado o maldito. Meu irmão ainda está com as marcas que ele deixou e nem sabemos ainda se algo pior vai acontecer. – disse Gina e depois se arrependeu, olhando para Lupin – Desculpe, professor.

- Não tem porquê se desculpar. Se você machucou “aquilo”, já me deixa feliz. Não se preocupe, ainda vamos dar um fim nele. – ele deu um sorriso à garota.

- Qual terá sido o propósito desse ataque? Eles nunca fazem nada sem um motivo aparente.

- Eu sei! – disse Tonks chegando.

- O que foi? – perguntou Olho-Tonto.

- Shacklebolt aparatou aqui agora e me disse que houve vários ataques em diversos pontos do país. Aparentemente eles queriam criar distrações para acobertar o real motivo.

- E o que era então?

- Bem, um homem com uma face viperina foi visto em Spinner’s End, juntamente com outro de cabelos compridos loiros, quase brancos.

- Voldemort e Lucius Malfoy! – exclamou Harry.

- Isso! Só não sabemos o que eles foram fazer lá.

- Spinner’s End? Severo tem residência nesse lugar. – comentou McGonagall.

- Então o maldito resolveu botar as asinhas de fora para encontrar o amiguinho. – ironizou Harry.

- Só não dá para saber o que vão fazer. – disse Tonks.

- Pensemos nisso longe daqui. Vamos voltar a Hogwarts! – disse a professora.

- Harry, Ron, Hermione vocês devem voltar conosco. Pelo menos esta noite vocês vão ficar em Hogwarts. Não podemos arriscar. – disse Lupin.

Eles se entreolharam e Harry respondeu pelos três:

- Ok, a gente passa essa noite lá, mas amanhã a gente segue o que estávamos fazendo.

No fundo, Harry queria ficar um pouco mais com Gina, mas ele não revelou isso a ninguém. Ao chegarem à Escola, Harry voltou ao banheiro do 2º andar para pegar sua capa que havia deixado lá, na pressa de seguir a Diretora. Na volta, se deparou com Pansy Parkinson conversando com a professora Stairovisk. Elas não o viram. Imediatamente se cobriu com a capa e se aproximou das duas.

- As coisas não foram bem em Hogsmeade. – era a voz da professora.

- Eles pegaram alguém? – Pansy perguntou.

- Não conseguiram, ainda bem.

Quando Pansy iria falar algo, Pirraça chegou fazendo um escarcéu pelo corredor, o que acabou atraindo alguns alunos. Elas então falaram mais alguma coisa que Harry não entendeu. Depois Pansy seguiu pelo corredor em frente e Stairovisk voltou pelo lado contrário. Assim que cruzou com Harry, ainda escondido pela capa, ele pôde avaliar melhor a sua fisionomia. “Ela é parecida com..., não... não... eu devo estar imaginando...” Ele pensou e depois voltou à sala de McGonagall, onde estavam Gina e os amigos.

- Harry – disse Lupin quando ele chegou – você sabe que poderá sempre contar conosco, não é? Seja para pedir conselhos ou qualquer outra coisa.

- Claro, professor!

- Ok, então, estamos indo. – disse ele.

- Se cuidem! – aconselhou Tonks.

- E não se metam em encrenca, porque eu não estou a fim de ter que salvar a pele de vocês por aí! – disse Moody e piscou para ele.

Os três então partiram. Harry queria logo contar sobre o que ouvira.

- Gente, acabei de cruzar com Pansy Pakinson e a nova professora no corredor. Elas não me viram, porque eu coloquei a capa, mas o papo foi esquisito. – Ele então contou o que elas falaram.

- Harry, elas poderiam estar falando exatamente o contrário do que você está pensando. – disse a professora.

- Concordo com a prof. McGonagall, Harry. – era Hermione – Vai ver, Pansy estava perguntando se eles conseguiram nos pegar e Stairovisk respondeu que não.

- Mas também poderia estar perguntando se nós conseguimos pegá-los, não poderia? – ele disse.

- Potter, preste atenção. A professora Stairovisk foi muito bem recomendada pelo Ministro da Magia da República Tcheca. Ministro esse, que foi muito amigo de Dumbledore.

- De qualquer forma, eu não confio na Parkinson. Ela sempre esteve metida com o Malfoy, o que nunca foi boa coisa. – Harry argumentou.

- Se isso deixa você mais tranqüilo, eu ficarei de olho, ok? – disse ela.

Harry pareceu aceitar e desistiu de retrucar. Rony então mudou de assunto.

- Bem, o que fazemos agora? Eu não almocei ainda e já passou da hora do jantar. Meu estômago nunca agüentou tanto, mas agora ele está urrando por comida!

Harry, Hermione e Gina não conseguiram se segurar e riram.

- O quê? Aposto que vocês estão com fome também! – ele disse emburrado.

- Meninos, vou pedir a Dobby que arrume comida para vocês. Ele trará aqui, ok? – disse McGonagall.

Eles assentiram e a professora saiu. Gina se aproximou de Harry e sentou ao seu lado. Automaticamente ele acariciou-lhe os cabelos e deu-lhe um beijo na testa.

- Hoje foi brabo não é? – comentou ela.

- Acho que estou me acostumando com esta droga toda. Isso é um péssimo sinal. – Harry disse.

- O que vocês farão a partir de agora? – ela perguntou.

- Bem, estamos descobrindo alguns segredos dentro da sede da Ordem. Vamos sugar o máximo dali. Com certeza vamos descobrir algo a mais para nos ajudar.

- Harry – começou Hermione – Precisamos sempre lembrar o que Dumbledore citou na carta: a sala dele tem muita coisa ainda para nos ajudar.

- Eu sei, Mione. Não esqueci. Mas não podemos ficar aqui. Há muitas distrações na Escola que podem nos desviar das nossas intenções. Olha, eu tenho uma aqui mesmo ao meu lado. – e deu um sorriso à Gina.

- Quer dizer que agora eu sou só uma distração, não é Potter? – Gina disse se fingindo de zangada.

- Você sabe o que eu quero dizer. – e a puxou para junto de si, dando-lhe um beijo.

Quando se soltaram, ele olhou para os amigos.

- Até que enfim hein? – disse Rony.

- Você não mudará nunca, não é Ron? – disse Hermione rindo.

- Ah, pára! – ele retrucou emburrado.

Neste momento Gina sussurrou no ouvido de Harry:

- Eu queria passar essa noite com você.

Harry deu um sorriso para ela, mas logo a razão veio e ele disse a ela, numa voz bem baixa:

- Eu também! É a coisa que eu mais quero! Mas seu irmão não sabe ainda e não sei como faríamos.

- É, eu entendo. – ela disse triste.

- Olha, eu vou contar a ele. Ainda não sei quando meu sangue grifinório vai aflorar com força total para me dar essa coragem, mas prometo que vai ser o quanto antes. Aí você não vai me escapar, ruiva! – e deu outro beijo nela.

- O que vocês tanto cochicham aí? – perguntou Rony.

- Coisas de namorados, irmãozinho. – respondeu a irmã.

- Ron, dá um tempo para eles! Que coisa! Francamente! – suspirou Hermione.

Logo depois Dobby chegou com a comida e os quatro devoraram com vontade.

- Harry Potter vai voltar para Escola? – perguntou Dobby.

- Por enquanto não, Dobby. Mas eu voltarei para completar o curso. Com certeza!

- Dobby sente falta de Harry Potter e dos amigos de Harry Potter! Dobby sente falta dos gorros do Salão Comunal da Grifinória.

- Sente mesmo, Dobby? – perguntou Hermione sorrindo para o elfo.

- Ai Dobby, agora ela vai começar a falar do Fale. Você não deveria ter dito isso! – disse Rony revirando os olhos.

Dobby achou realmente que tinha falado besteira e começou a bater com a cabeça na quina da mesa de McGonagall.

- Dobby mal, Dobby mal. Não deveria falar dos gorros!

- Não Dobby, pare com isso! – Hermione levantou e puxou o elfo – Olha eu não vou falar do F.A.L.E. – ela frisou a sigla para Rony, olhando-o com reprovação – Não se preocupe.

O elfo parou, se despediu e se foi.

- Bem – começou Gina – tenho que ir dormir. Mas amanhã vocês não se atrevam a ir embora sem falar comigo!

- Nunca! – disse Harry.

Eles então deram um longo beijo e Harry ouviu o muxoxo do amigo.

- E nós? – perguntou Hermione – Eu não gostaria de ir para o dormitório feminino. Não estou a fim de encontrar com a Li... – ela parou e se corrigiu – de encontrar com certas pessoas.

Harry viu que Rony não percebeu que Hermione ía dizer Lilá Brown.

- Só se formos para a Sala Precisa! – disse o ruivo.

- Óima idéia! – disseram os amigos.

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