Na Sala de Dumbledore
Harry despertou no dia seguinte com Rony o cutucando.
- Acorda aí, cara! Depois sou eu o preguiçoso. – falou Rony.
- Que horas são? – disse ele sentando-se e colocando os óculos.
- Sete.
- Mas está tão cedo?
- Você não conhece a Hermione? Ela quer chegar logo! Vai ter saudades de Escola assim lá na...
- Ronald! – exclamou ela chegando.
Harry riu e os amigos acabaram rindo junto.
- Para seu governo Ronald Weasley, eu estou com saudades sim. Eu adoro Hogwarts! Estive pensando até em ser professora depois de nos formarmos.
- Coitados dos alunos! Vão ter que sempre que fazer uns 5 rolos de pergaminho de dever de casa, fora os pontos que você vai tirar de quem não responder prontamente as perguntas, conforme você faz. – disse o ruivo rindo.
- Nossa Ron, você me acha tão carrasca assim?
- “Carrasca” é muito forte. “Exigente” se encaixa mais no seu perfil. Pelo menos eu e Harry sempre sofremos na sua mão.
- Se vocês não deixassem sempre os deveres para a última hora, eu não ficaria pegando no pé de vocês. Depois querem copiar dos meus. Não é nem um pouco justo. – ela reclamou se fingindo de zangada.
- Concordo com você: realmente não é justo! Justo seria se não existissem deveres de casa. – ele riu, acompanhado de Harry.
- Francamente vocês dois hein! – mas acabou rindo com eles. – Vamos lá Harry! Toma um banho e vamos descer para tomar o café. Ah, e coloque uma roupa bem legal, afinal você vai ver sua namorada. – ela piscou para ele.
Harry rapidamente se dirigiu para o banheiro, já pensando em rever Gina.
Assim que acabaram o café, Harry se comunicou com a garota, para que esta deixasse McGonagall de sobreaviso. Logo depois ele buscou sua capa de invisibilidade e o medalhão, e desaparatarm, aparatando em frente a Zonko’s. Hermione teve que puxar Rony pelas vestes porque o garoto queria ficar olhando as coisas na vitrine. Devido ao horário, as lojas ainda estavam fechadas. Eles seguiram para a Casa dos Gritos. O local permanecia como sempre, uma sujeira, tudo espalhado e quebrado. Realmente parecia mal-assombrado. Eles seguiram pela mesma passagem que usaram no 3º ano, quando Sirius encurralou Rabicho por lá. Chegaram até a saída no Salgueiro Lutador. Assim que a árvore percebeu-os, começou a balançar os galhos ameaçadoramente. Harry puxou a varinha:
- Immobilus!
Imediatamente a árvore ficou quieta.
- Agora colocamos a capa. Ron dê um jeito para que seus pés não apareçam. – disse Harry.
- Pode deixar!
Harry cobriu os três com a capa. Na verdade, não só Rony teve que se abaixar, mas Harry e Hermione também. Ela já não eram mais crianças. Foram caminhando devagar pelos jardins, em direção ao Castelo.
- Foi ótimo termos chegado agora aqui. – disse Hermione – A essa hora os alunos estão começando a primeira aula. Não vamos ter problemas.
Assim que entraram, avistaram o Salão Principal. Estava vazio. Na verdade só havia alguns elfos arrumando as mesas. Eles se dirigiram à sala de McGonagall. Ao chegarem lá, eles certificaram-se que o corredor estava deserto. Tiraram a capa e bateram na porta.
- Entre. – disse a Diretora.
Eles entraram.
- Sr. Potter, Sr. Weasley, Srta. Granger! Como vocês chegaram até aqui? Quer dizer, a Srta. Weasley me avisou que viriam, mas como?
- Usamos o mesmo caminho que Sirius Black usou no 3º ano. – disse Harry.
- Pelo Salgueiro? – ela quis confirmar.
- Sim, senhora.
- E como vocês estão? – ela perguntou.
- Na medida do possível professora, estamos bem. – respondeu Hermione pelos três.
- Bem, a srta. Weasley disse que vocês querem ir à sala de Alvo.
- A senhora permite não é? – questionou Harry.
- Claro Sr. Potter! Alvo foi bem preciso nas suas instruções. Tomara que vocês encontrem o que procuram. Ah, a senha é “goma de mascar”. Boa sorte meninos!
Novamente ele se cobriram com a capa. Ao chegarem a entrada da gárgula, Harry disse:
- Goma de mascar.
Então a escada em caracol se abriu para eles. Assim que chegaram a sala do ex-diretor, Harry sentiu-se estranho. Diversas lembranças voltaram à sua mente como um turbilhão. Tentou disfarçar uma lágrima que começava a brotar no seu olho, acarciando a cabeça de Fawkes, que estava no poleiro.
- Bem, é melhor começarmos logo! Mas por onde? – disse Hermione.
- Fala aí, Fawkes? Cadê a poção para destruir o medalhão? – perguntou Rony para o pássaro, brincando.
Fawkes virou a cabeça, mirando Rony. Ela piscou firme. Se havia ali um significado, nenhum dos três conseguiu captar.
- Ron, você acha que Fawkes vai ter todas as respostas? Vamos botar o cérebro para funcionar! – disse Hermione.
Em um canto da sala havia uma pequena estante com livros e foi para lá que a menina foi. Harry viu a penseira do antigo mestre. Mas será que Dumbledore havia guardado alguma lembrança dos tempos de alquimia? Decidiu deixar a penseira de lado e vasculhar a mesa dele. Enquanto Rony olhava os quadros nas paredes. Seus ocupantes encaravam o trio com certa desconfiança.
- Engraçado, Harry. – disse ele.
- O quê?
- Os quadros dos ex-diretores. Olha o de Dumbledore! – ele apontou para o quadro atrás da mesa. – Todos estão nos olhando, menos Dumbledore. Ele parece que está dormindo.
Harry virou-se para contemplar o quadro. Realmente Dumbledore permanecia do mesmo jeito que ele vira no ano anterior, antes do funeral. Pareceria até um quadro trouxa, exceto que havia uma fênix na pintura, ao lado de Dumbledore, e esta mexia a cabeça.
- Bem, eu não sei explicar. Talvez ele não queira falar conosco, mas a Fawkes da pintura parece bem ativa.
- Meninos, vejam! Está faltando um livro nesta prateleira! – disse Hermione apontando para um espaço vazio na estante.
- Tem um livro aqui. – disse Harry pegando um livro embaixo do pote de doces, na mesa do ex-diretor – Mas acho que não tem muito a ver com o que procuramos. – completou, mostrando o grosso e pesado livro para sua amiga.
- “Enxofre, Mercúrio e Sal, Os Princípios Fundamentais”. - ela disse o nome do livro em voz alta e completou pensativa – Tem a ver sim, Harry! Esses são os princípios fundamentais da matéria, segundo os alquimistas. Este livro está fora da estante com algum propósito.
Ela começou a folheá-lo, mas ele era tão pesado que, de repente, caiu de suas mãos. Quando os três olharam o livro pousado no chão, ele estava aberto em uma página específica. O capítulo era: Ingredientes de Transmutação.
- Acho que forças ocultas estão nos ajudando. – comentou Harry, olhando em volta.
Hermione pegou novamente o livro e colocou-o na mesa de Dumbledore. Harry viu que ela começou a ler o capítulo e a expressão dela ía de concentrada a espantada, resignada a contente.
- E então? – perguntou o ruivo.
- Se Dumbledore não deixou pronta a poção, nós teremos que fazê-la.
- Tem os ingredientes aí no livro? – questionou Harry.
- Aqui fala do processo de purificação dos metais e também do processo inverso. Neste último caso, diz que com apenas um errinho de ingrediente ou quantidade de algum deles, o metal puro será permanentemente danificado ou destruído.
- Pelo que eu entendi, então a gente deve, propositadamente, errar a fórmula, para que o efeito seja o que pretendemos. É isso mesmo, Hermione? – perguntou Rony.
- Exatamente o que eu entendi também. – disse a menina – Harry, o que você acha? – ela pediu a confirmação dele.
- Acho que é isso mesmo. Mas está muito fácil, não acham? Será que Voldemort não pensou nisso?
- Se pensou, nós não sabemos, mas temos que tentar. A alquimia é uma ciência poderosa, Harry. Vem de muito antes de Voldemort nascer. É uma oportunidade que não devemos desperdiçar.
- Só tem uma coisa. – interrompeu o ruivo – Hermione não poderá se meter a fazer a poção.
- E por quê? – perguntou ela surpresa.
- Porque não podemos arriscar. Suas poções sempre estão certíssimas. Vai que você esqueça de errar. É melhor eu fazê-la. Dará mais certo! – e eles não conseguiram segurar o riso com ele.
- Os ingredientes não são difíceis de conseguirmos, mas vamos precisar de enxofre também. – disse Hermione.
- Isso deve ter na sala de Slughorn. – comentou Rony.
- Eu sei, mas é que eu não gosto muito dessa substância.
- Por que não, Hermione? – perguntou Harry.
- É que ela é sempre relacionada ao mal. Digo, para os trouxas, enxofre é ligado ao demônio. Com certeza para os bruxos isto também não é boa coisa.
- Você está com medo? – perguntou Rony.
- Não é bem medo, mas precaução, digamos.
- Eu já disse que eu vou fazer a poção. Não se preocupe. – disse ele – O Harry ajuda, você só precisa supervisionar. Que tal? – ele riu para ela.
- Você tem certeza que quer fazer a poção, Ron? – ela perguntou.
- Já falei: Quem é melhor para “errar” a fórmula do que eu?
- Você é bobo mesmo. – ela riu – É melhor irmos logo! – completou ela, pegando um pergaminho com anotações da fórmula.
Os três voltaram à sala de McGonagall, embaixo da capa.
- Professora – começou Harry – nós vamos precisar destes ingredientes para uma poção. – Harry entregou-lhe o pergaminho.
McGonagall deu uma olhada e arregalou os olhos.
- Não sei que incumbência foi essa que Alvo deu a você Sr. Potter, mas vocês podem estar se metendo em encrenca. Há coisas poderosas aqui. Você tem certeza?
- Hermione tem, Professora. Acho que isso é um bom sinal não é? – ele deu um sorriso à amiga.
McGonagall não pôde deixar de sorrir também.
- Bem Srta. Granger, eu sempre depositei confiança na minha melhor aluna, então não vai ser agora que vou mudar meu conceito. Cuidado, ok? – ela disse a Hermione.
- Obrigada Professora. – ela respondeu com um sorriso tímido.
- Fiquem me esperando aqui. Eu voltarei com os ingredientes. – e ela saiu.
Os meninos ficaram aguardando até que a porta da sala se abriu, mas não era McGonagall quem estava voltando. Harry abriu um enorme sorriso quando ele viu Gina parada lá. Ela só fechou a porta e correu para abraçá-lo.
- Ei! – exclamou Rony vendo que os dois começavam um longo beijo.
- Deixa eles, Ron! – disse Hermione.
- Mas na minha frente?
- E daí? Fica de costas então. – ela disse.
- Não precisa, maninho! – Gina disse quando pararam o beijo – Já acabamos. Por enquanto. – completou rindo para Harry.
- Estava com saudades. – ele disse abraçado a ela.
- Eu também! McGonagall disse que vocês estavam aqui e eu larguei o meu almoço para vir.
Neste momento McGonagall entrou na sala com um caldeirão e todos os ingredientes.
- O que vocês estão aprontando? Vão fazer alguma poção? – Gina perguntou.
- Não! – disse Rony – Precisaremos do caldeirão para bater na cabeça de algum Comensal! Não faz pergunta idiota, Gina! Claro que é para uma poção!
- Ronald! – ralhou Hermione, apontando a professora com os olhos.
- Desculpe Professora. – ele disse super vermelho, sem encará-la.
- Maninho, em respeito à Professora, eu não responderei nada agora, mas depois a gente vai conversar. – disse Gina entredentes.
Harry viu McGonagall segurando um riso.
- Aqui está tudo o que precisam. Onde vocês vão fazer a poção? – perguntou ela.
Eles se entreolharam e exclamaram juntos:
- Murta que Geme!
- O banheiro feminino do 2º andar? Aquele da entrada para a câmara secreta? – ela os viu assentir – Vocês são realmente espertos! – ela deu um sorriso – Tomem cuidado! Se precisarem, me chamem.
- Pode deixar Professora! – disse Hermione.
- Srta. Weasley, ajude-os a carregar os ingredientes. Acho que não vai dar tudo isso e mais os três debaixo da capa do Harry.
- Ok, Professora! – ela disse e se dirigiu para a porta junto com os garotos.
- Daqui a pouco o maldito ficará um pouquinho mais vulnerável! E eu estou adorando isso! – murmurou Harry, contente.
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