Um final feliz
Dois anos depois da profecia se cumprir.
Harry Potter, o Menino-Que-Sobreviveu, o jovem que derrotou o maior bruxo das Trevas de todos os tempos e que também era conhecido como o Eleito, estava sentado em um banquinho velho de madeira no vestiário do Estádio Nacional de Quadribol da Inglaterra, com a cabeça baixa, concentrado. Trajava vestes azuis, longas botas e luvas marrons e um óculos parecido com um óculos de mergulho, porém, mais largo e que era muito comum entre os jogadores de quadribol para não se incomodarem com o vento nos olhos. Sua vassoura, uma Firebolt, encostada ao lado, imponente. Os outros jogadores do time conversavam a um canto, nervosos, quando um senhor de uns 28 anos entrou no vestiário, lançou um olhar para Olívio Wood, capitão do time e se aproximou do apanhador do Puddlemere United.
- Olá, Harry. - Disse Quim Shacklebolt, o mais jovem chefe dos aurores que o ministério já teve. Ele fora nomeado 2 anos atrás, logo após ter ajudado Harry a derrotar Lord Voldemort.
- Olá, Quim. - disse Harry com um sorriso estampado no rosto, porém, sem levantar a cabeça. - É um prazer revê-lo.
- Pensou na minha proposta? - perguntou o chefe dos Aurores.
- Não há mais proposta, Quim. - disse Harry, agora sim, olhando Quim nos olhos. - Já lhe dei a minha resposta. Não quero me tornar um auror. Acho que já vi bastante de Magia Negra na vida para me tornar um auror. Além disso, eu tenho um ótimo emprego. Eu me divirto bastante e, se me permite dizer, o salário é excelente.
- Sim, Harry. Eu sei que você adora jogar Quadribol, mas eu lhe garanto: a adrenalina não é a mesma. A emoção, nem se compara. Você precisa de aventura Harry! Você nasceu para ser auror, está no seu sangue!
- Não sei do que está falando. - respondeu Harry. – Além disso, eu nem prestei os exames de N.I.E.M.s necessários para se tornar um auror!
- Isso porque você não quis voltar a Hogwarts agora que a escola reabriu, não é? Mas tenho certeza de que teria conseguido excelentes resultados se tivesse terminado o seu sétimo ano. Além disso, há coisas mais importantes e valiosas do que N.I.E.M.s, e derrotar o maior bruxo das Trevas de todos os tempos, é uma dessas coisas.
- Não quero ser rude Quim, mas já lhe dei minha resposta final. Além disso, eu não poderia deixar de jogar Quadribol. Quando eu estou lá em cima, eu quase posso sentir Fawkes voando ao meu lado, carregando todos eles. Dumbledore... Sirius e meus pais. Agora Quim, tenho um jogo pela frente e gostaria que me deixasse a só para me concentrar.
- Como queira Harry. - Disse Quim, encolhendo os ombros, desapontado. - Como queira. Mas lembre-se, o ministério estará sempre de portas abertas para você se um dia mudar de idéia, e eu estarei lá, esperando. Tenha um bom jogo.
E em seguida, quando Quim deixou o vestiário, Harry voltou a abaixar a cabeça pensando em tudo aquilo que havia passado. Pensou em seus amigos, Hermione e Rony. Harry sabia que eles estavam lhe desejando boa sorte naquele exato instante em algum lugar do estádio nacional da Inglaterra, lá fora. Então seus pensamentos começaram a pairar para uma ruivinha, quando esta se aproximou.
- Concentrado! - disse Gina, sentando-se ao lado de Harry e dando um beijo em seu namorado. – O pessoal está entusiasmado para a sua grande estréia como apanhador do União de Puddlemere.
- Espero não decepcioná-los.
- Ah, fala sério. Do jeito que você tem treinado, você vai capturar aquele pomo rapidinho. Aliás, o Olívio está vindo aí pra te encher de conselhos sobre os rebatedores do Magpies, e ele está uma pilha! Nem pense em discutir com ele, ouviu?
- Tá... tá...
Naquele instante os dois puderam ver Olívio que se aproximava com o rosto pálido e suado.
- Já sei... Já sei Olívio. – disse Harry. – Ficar atento para quando William, rebatedor de Magpies rebater o balaço na esquerda porque ele tem um excelente corte!
- Sim, e cuidado com os artilheiros deles também! Sei que é estranho, mas eles costumam colidir com os apanhadores do time adversário e fingirem que foi sem querer.
- Eu não sou burro, sabe Olívio.
- Eu sei que não Harry, mas esses caras vão fazer de tudo para derrubá-lo hoje! Você talvez não saiba ainda mas o pomo de ouro não vale só 150 pontos hoje. Se você conseguir capturá-lo, vai adquirir grande confiança com a torcida. Você tem que agradá-los logo de cara.
- Vou fazer o possível.
- O possível não é bastante! E lembre-se que esse apanhador do Magpies tem o costume de blefar bastante para tentar atraí-lo para uma armadilha, ou uma finta maldosa que possa te tirar do jogo. Então seja cuidadoso.
- Deixa comigo.
- Harry, pelo amor de Deus entenda! – Olívio estava quase a ponto de ter um ataque epilético. – Esse cara é o melhor apanhador da liga!
- Dá pra parar de se preocupar e vamos jogar Quadribol?
- Muito bem então... – disse Olívio, parecendo se acalmar. – Vamos. Tá na hora de agente entrar no campo.
Todos então se encaminharam para a saída dos vestiários que levava ao campo. Enquanto montavam lentamente as suas vassouras, Olívio perguntou:
- Nervoso Harry?
Harry sorriu para o capitão e respondeu:
- Nem um pouco. - mas ambos sabiam que aquilo não era inteiramente verdade.
Quando Harry deu impulso no chão, já montado em sua Firebolt, ele sentiu, pela milésima vez na vida, aquele vento frio e cortante, maravilhoso, alvoroçando seus cabelos que normalmente já são despenteados.
O juiz da partida então se encaminhou para o malão localizado no centro do campo. Abriu-o com um chute e liberou o pomo de ouro.
Harry perseguiu o pomo com o seu olhar bem treinado. Ele o viu voar em alta velocidade em direção aos aros do time do Montrose Magpies e se perguntou quanto tempo levaria para que houvesse balaços voando em sua direção. Sabia que os rebatedores do Magpies não dariam mole. Tudo o que eles mais queriam era derrubá-lo aquela noite, e com certeza, todos os balaços que rebatessem seriam lançados em sua direção, do início ao fim da partida.
Quando o pomo terminou de contornar as balizas do Magpies e estava voltando em direção aos jogadores, só que em maior altitude, o juiz pegou a goles nas mãos, liberou os balaços com um aceno da varinha e em seguida, arremessou a goles para o alto.
"E COMEÇA A PARTIDA!!!", irradiava alguém, que Harry realmente não queria saber quem. Ele disparou para o alto, em direção àquele brilho dourado, deu um giro ao redor da própria vassoura para desviar de um balaço arremessado em sua direção, encolheu-se para desviar de outro, esticou o braço direito quando de repente, alguém chocou-se contra ele. Era Pepe, o apanhador do Montrose Magpies. Quando os dois se chocaram, o pomo pareceu ter levado um susto, deu um longo giro no ar e começou a descer em alta velocidade. Harry e Pepe o seguiram, mas já era tarde de mais, o pomo havia desaparecido.
Ou pelo menos era o que Harry achara porque Pepe continuara descendo em alta velocidade. Harry o seguiu, olhou a sua frente e então percebeu que aquilo não passava de uma finta de Wronski de Pepe, mas antes que ele pudesse voltar a voar normalmente e parar de descer em alta velocidade, Pepe jogara-se contra ele e os dois se chocaram mais uma vez. Não fora um choque como o anterior, fora bem menos agressivo, mas quando se está indo em direção ao chão em altíssima velocidade, o menor toque pode ser fatal e quando Harry finalmente conseguiu controlar a firebolt mais uma vez já era tarde e ele não conseguira fazer a curva de volta para ganhar altitude e colidira com o chão.
Fora uma dor terrível e ele se lembra de ter rolado vários metros no chão antes de finalmente ter ficado inconsciente.
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