Hogwarts: Uma Nova História
Hogwarts: Uma Nova História
Mal tinha descido do trem, Hermione ouviu uma voz que dizia:
— Alunos do primeiro ano, por aqui! — Ela procurou logo ver de onde vinha, e não demorou a achar: tratava-se de um homem enorme, quase o dobro da altura e o triplo da largura de uma pessoa normal. Tinha cabelos e barbas enormes, volumosos e desgrenhados. Hermione assustou-se um pouco, mas se juntou aos outros meninos e meninas que seguiram o homem.
Na fila encontrou Neville, que para sua surpresa, conversava com aquele menino estúpido dos cabelos vermelhos, Rony Weasley. Quando se viram, Rony e ela trocaram um olhar fuzilante. Ela se afastou um pouco dos dois e acabou trombando com Harry Potter.
— Me desculpe — disse ela, sem jeito.
As crianças começaram a ser divididas em grupos de quatro, para atravessar o lago em pequenos botes. Hermione olhou fascinada a construção atrás da água que brilhava no escuro da noite, que evidentemente constituía a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Ao seu redor ouvia suspiros de admiração dos outros alunos novos. E não eram em vão... A escola era uma propriedade enorme, e no centro havia o maior e mais lindo castelo que Hermione poderia imaginar.
Quando chegou a vez dela de entrar em um bote, acabou indo no mesmo em que iam Neville, Harry Potter e Rony Weasley. Ao final da viagem não muito longa, foram recebidos por uma professora alta, esguia e vestida de preto, à enorme porta do castelo. Ela usava um chapéu grande e óculos de lentes quadradas, e no rosto tinha uma expressão severa.
— Os alunos do primeiro ano, Profa. Minerva McGonagall — disse o homem enorme.
— Obrigada, Hagrid. Eu cuido deles daqui em diante.
McGonagall guiou-os através do enorme saguão, até uma pequena sala vazia, onde informou-lhes o que aconteceria a seguir. Hermione ouvia encantada.
— Bem vindos a Hogwarts. O banquete de abertura do ano letivo vai começar daqui a pouco, mas antes de se sentar às mesas vocês serão selecionados por casas. A Seleção é uma cerimônia muito importante, pois enquanto estiverem aqui, a sua casa será como uma família. Vocês assistirão às aulas junto com os colegas da casa, dormirão no quarto da casa e no tempo livre ficarão na sala comunal.
“As quatro casas chamam-se Grifinória, Lufa-Lufa, Corvinal e Sonserina. Cada uma tem sua história honrosa e formou extraordinários bruxos e bruxas. Durante o ano letivo, seus erros e acertos renderão pontos às respectivas casas, e no encerramento do ano a casa que tiver mais pontos ganhará a Taça da Casa, que é uma grande honra. Espero que todos sejam motivo de orgulho para as casas às quais vierem a pertencer.”
Depois disso a professora se retirou da sala. Depois de um silêncio inicial, começaram a ouvir-se murmúrios vindo dos alunos novos, provavelmente discutindo entre si como seria a cerimônia de seleção. Hermione tinha os olhos à porta, esperando ansiosamente o retorno da professora. Nesse momento, as crianças gritaram, assustadas, e ela virou-se para ver: eram os fantasmas de Hogwarts. Hermione não se assustou tanto, pois já tinha lido sobre eles. Cada casa tinha seu fantasma, e eles sobrevoavam a escola atravessando paredes. Haviam também os quadros, cujas figuras moviam-se e até visitavam quadros vizinhos.
Minerva McGonagall voltou para levá-los ao salão principal. Conduziu-os em fila através da porta dupla e mais uma vez eles soltaram suspiros de admiração ao ver o salão. Ele estava iluminado por centenas de velas flutuantes, e haviam quatro mesas compridas cheias de alunos, exatamente como Hermione lera em Hogwarts: Uma História, uma para cada casa. Havia ainda mais uma mesa comprida, para os professores. Hermione viu Alvo Dumbledore, sobre quem já lera tanto e considerava o maior bruxo que já existira. McGonagall enfileirou-os de frente para as quatro mesas das casas, e depois trouxe um banquinho em uma mão e na outra um chapéu muito velho.
Hermione lera que o processo de seleção era muito simples: cada aluno era chamado pelo nome para sentar-se no banquinho e pôr na cabeça o chapéu, chamado Chapéu Seletor. Este pensava um pouco e depois anunciava a casa para a qual aquele aluno deveria ir. E foi exatamente isso o que aconteceu: a professora McGonagall começou a chamar os alunos novos pelo nome, eles timidamente se dirigiam ao banquinho, sentavam-se e, depois de algum tempo, um rasgo no chapéu que lhe servia de boca anunciava o nome da casa.
Quando chegou a vez de Hermione, ela estremeceu de medo. E se o chapéu a mandasse para Sonserina? Será que isso significaria que no fundo ela era maligna? Que se tornaria uma bruxa das trevas, talvez até uma seguidora de Voldemort? Todas essas idéias passaram por sua cabeça em segundos, o tempo de ela se dirigir ao banquinho, sentar-se e ter posto na cabeça o Chapéu Seletor.
— Nossa, vejo muita esperteza aqui — disse uma voz que ela não reconheceu, mas que falava só com ela. Era o chapéu, refletindo sobre seu destino. — Vejo muita coragem também... e, hum... certamente, certamente, muito instinto de liderança, muito mesmo! — e dessa vez, ele anunciou a todos: — GRIFINÓRIA!
Hermione sorriu, aliviada, e correu para a mesa da Grifinória, onde foi muito bem recebida pelos colegas. Era muito mais confortável assistir ao resto da cerimônia já sentada em uma mesa, já escolhida para uma casa. Ela viu Neville ser escolhido para a Grifinória e que aquele menino pálido, Malfoy, foi para a Sonserina (“eu sabia”, pensou), enquanto Harry Potter também veio para a Grifinória. O último aluno a sentar-se no banquinho foi Rony Weasley, e Hermione teve certeza de que ele seria escolhido para a Sonserina. Afinal, para que outra casa poderia ir um menino tão estúpido como aquele? Ela já podia imaginá-lo andando pela escola com Malfoy, arranjando briga com colegas sem o menor motivo.
— GRIFINÓRIA! — anunciou o chapéu, para surpresa total de Hermione. Ela começou a imaginar se a casa seria assim tão boa como imaginara, após ter escolhido Weasley.
— É nosso irmão! — gritou um garoto ruivo que se sentava perto dela. Hermione assustou-se ao ver que logo ao lado do garoto havia outro idêntico a ele. Mais ao lado, havia ainda um terceiro menino ruivo que também vibrava. Hermione se perguntou se todas as pessoas ruivas do mundo eram estúpidas e parentes dos Weasley.
Depois do final da cerimônia, Alvo Dumbledore anunciou o início do banquete, e os pratos e copos dourados nas mesas encheram-se. Só então Hermione percebeu como estava faminta. A comida, ela constatou, era deliciosa.
Após o banquete, os monitores de cada casa levaram os alunos. A Grifinória ficava em uma das torres, e entrava-se nela através de um retrato de uma mulher gorda, para quem devia-se dizer uma senha.
— Cabeça de dragão — disse o monitor da Grifinória, que por acaso era um dos irmãos de Rony Weasley. “Ele provavelmente só veio para a Grifinória porque todos os seus irmãos estão aqui”, pensou ela. A sala comunal da Grifinória era um espaço grande cheio de cadeiras, poltronas, mesas e sofás. Havia uma lareira e duas escadas circulares, que o monitor mostrou como sendo as escadas dos quartos. — Deste lado os meninos, daquele as meninas. Tenham uma boa noite.
Hermione subiu junto com as outras meninas para o quarto, que tinha cinco camas. Suas malas estavam postas ao lado de uma delas. As meninas disseram “boa noite” umas às outras e, exaustas, deitaram-se logo depois de vestirem suas camisolas. Hermione deitou-se, um tanto excitada demais para dormir. Muitas emoções haviam dominado-a naquele dia, desde a despedida dos pais, os eventos na turbulenta viagem de trem, a seleção. Hogwarts ainda parecia um tanto surreal para ela, mas sentia que pertencia àquele lugar, àquela realidade. Num misto de todas as emoções que sentira, deixou escapar algumas lágrimas silenciosas antes de adormecer.
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