O Velho Tronco-Homem




Capítulo 9

O Monstro e o Velho Tronco Homem

Robson, Pedro e Susana seguiam um caminho curto até a orla da floresta onde haviam poucos alunos que olhavam para a densa floresta. Cercando algumas partes da floresta haviam bambus como se fosse um aviso ao que se escondia dentro da floresta. Não haviam várias trilhas com excessão de uma que entrava no centro da mata. Os três se olharam demoradamente e como se tivessem capacidade alta de legilimência decidiram sem se falar em entrar. Olharam para os lados, perceberam que não havia muita gente em volta e os que estavam não tinham reparado a presença deles, sendo assim entraram lentamente na floresta.
Enquanto caminhavam perceberam que o tempo estava mudando de novo, um vento vinha do sul e anunciava a chegada de mais chuva para a tarde e a floresta conspirava para isso, as árvores eram cada vez mais altas e juntas. Haviam castanheiras no percurso, era possível ouvir o som da floresta, animais habitavam ao longe, eram som de micos e grandes feras que se escondiam de dia e outros sons mais profundos, eram estrondos vindos do chão, que pareciam estar muito longe, como se fossem trovões na terra. Contudo novamente surgia aquela sensação de estar sendo vigiado, a mesma que havia os persegudo na noite anterior, aquela floresta parecia guardar algum rancor, alguma mágoa profunda, que ninguém podia suportar.
Eles caminharam sem se falar por algum tempo, prestando atenção nos sons e nas imagens da mata, no céu os primeiros trovões e relâmpagos apareciam ao longe, anunciando a chegada de uma forte chuva. O frio que aumentava também formava uma névoa na copa das árvores, não era um cenário muito animador. Robson se entretinha enquanto não encontrava o local que desejava ver, chutando árvores, jogando pedras, capturando galhos e fazendo estrépido com os pés. Pedro e Susana já queriam parar a caminhada e voltar para a escola, não havia nada de interessante e assombroso nessa floresta, além do mais se fossem pegos chegando tarde lá certamente não seriam recebidos com sorrisos, ainda mais Robson que era filho de dois professores, contudo, ouviram um tropel de passos a frente deles, pareciam cascos de cavalo, mas não era um só, eram vários que vinham em bando na tarde que começava a ter os primeiros pingos de garoa.
- Pedro, Robson, vamos embora, já tá ficando tarde e vão perceber que estamos demorando. - disse Susana num susurro.
- Para de ser medrosa Susana e além do mais nem tá tão tarde. - respondeu Robson.
- A Susana tá certa, você não tá ouvindo esses barulhos de cascos, é perigoso. - disse Pedro.
- Só mais um pouco, já, já, nós vamos embora. - disse Robson.
- Não, eu quero ir agora! - disse Susana.
- Espera... - Robson tinha virado para trás para conversar com Susana quando viu atrás dela alguns homens montados em cavalos, eles eram altos, haviam uns dez com arcos e flechas nas mãos preparados para atacar com certeza. Tinham olhos brilhantes como se um fogo queimasse no interior deles, mas eram olhos de diversas cores, terríveis e belos. Os cabelos escoaçavam com o vento e havia tanto os lisos quanto encaracolados que chegavam até a cintura. Cintura. Não havia cintura no corpo desses humens, nem cabeça nos cavalos, os dois pareciam misturados, juntados por magia e eram figuras de reverência e respeito.
- Pedro, Robson, o que é isso? - olhou Susana assustada para os seres que haviam aparecido.
- Isso?! - olhou o aterrorizante ser mostrando nas feições marcas de lutas e guerras imemoráveis. - Eu, que você chama de isso tenho um arco e poderia feri-la sem hesitar. Eu que você chama de isso estou aqui para saber quem são os intrusos que tomam meu lar como diversão. Que fazem barulho e perturbam os animais aqui viventes. Eu, ao qual você chama de isso sou um centauro.
- Uma Besta Fera! É incrível, meu avô falou sobre elas. Demais! - falou Pedro maravilhado.
- Besta Fera? É, sim, também sou conhecido por esse nome. Mas digam e respondam logo, mais depressa do que o meu arco possa lhes responder. – nesse momento o brilho nos olhos do centauro se acentuara como se ardesse em chama e raiva – O que fazem três jovens bruxos na Floresta de Magfia em tempos como esse?
- Estamos apenas caminhando, senhor. - disse Robson respeitosamente.
- Caminhando?! Vocês, mais do que ninguém, não deveriam estar caminhando por aqui em tempos como esses, ainda mais com essa falta de respeito com o lar alheio. - disse um carrancudo centauro se adiantando aos outros e abaixando os olhos ao nível do garoto.
- Desculpe-nos, não queríamos incomodar, mas já íamos embora, está chovendo e está ficando tarde... - disse Susana desviando o olhar de um terceiro centauro que se adiantava.
- E além do mais não podemos vir á floresta. - disse Pedro.
- Porque ela é proibida não? - disse o terceiro centauro, vendo o assentimento das crianças continuou. - E proibida com razão, há feras muito mais medonhas que nós nessa floresta, feras que vocês nem imaginam e que seria apenas uma diversão capturá-los. Agora mesmo estávamos...
- Azura, cale-se. - disse o primeiro centauro. - Nossos assuntos não dizem respeito a três crianças bruxas.
- Sim. - disse Azura.
- Mas e agora, o que faremos com eles Perseu? - disse o centauro carrancudo.
- Vamos deixá-los voltar, com uma condição, que não voltem aqui tão cedo. A floresta não é um lugar de crianças tão novas quanto vocês. Eu sei quando tudo começou, eu os vi ontem e vi quem os perseguiu, eu previ que esses acontecimentos iriam começar antes de um novo milênio. Vocês tem que entender que o mundo em que vocês nasceram já não é mais o mesmo e então não podem agir como antes. - disse Perseu com propriedade.
- Nós aqui vivemos unidos com os bruxos para um fim comum, por mais que ás vezes sejamos discriminados, mas não estamos aqui para protegê-los... - enquanto Azura falava o som do estrondo na terra voltou, só que dessa vez maior e um tremor começou na terra que fez as crianças se agarrarem nas árvores e os centauros olharem para o alto. - Corram! Fujam!
Os três também olharam para o alto e viram o monstro mais estranho e tenebroso que eles poderiam ter imaginado. Era imenso, maior do que as arvores, trazia consigo escuridão e chamas, tinha asas escuras e imensas tão grandes que abertas batiam em várias árvores, seus pés eram a única parte que lembrava um ser humano mas eram nojentos, com mucosas expostas como se tivessem sido queimadas, acima disso vinha as pernas que mais pareciam duas árvores escamosas e de um negror tão profundo quanto a noite, o corpo era largo e levava a um pescoço curto e fino e este a uma cara de dragão que cuspia labaredas de fogo á sua volta. Os centauros lançavam flechas sem parar, porém parecia não surtir efeito na fera que atiçava as flechas com fogo, e ela avançava mais para perto, ameaçadora tentando devorá-los com uma sanha tremenda. Seus sons abafavam o ribombar dos trovões ao longe e os relâmpagos em conjunto com a chuva demonstravam a face do monstro, sem contudo fazê-la desistir ou apagar suas chamas. Alguns centauros estavam caídos ao chão, com o sangue escorrendo pelo solo da mata, e a fera lançava braços antes descobertos para capturar seu alvo como quisesse ainda se divertir com o inimigo morto ou quisesse se alimentar depois de vitorioso. Mas tão logo o bicho apontava os dois longos braços para pegar o que quissesse três outros centauros ainda vivos corriam para proteger o corpo dos amigos mortos e outras Bestas Feras apareciam de outros cantos para ajudar seus amigos centauros, o brilho no olhas deles era ainda pior e mais ameaçador e brilhante do que o relampejar da tempestade, era de uma ira, de uma raiva tão selvagem que o monstro inominável pareceu se assustar e lançou mais fogo derrubando mais algumas árvores sobre dois centauros a sua esquerda, contudo cada vez mais estava cercado o bicho, mesmo sem ser derrotado ele estava se sentindo acuado e desesperado, foi nesse momento que ele percebeu a presença de alguns seres que não eram centauros no local, e sentiu que tinha a chance de se sair bem. Pensando, procurou uma fresta no cerco e a encontrou, caminhando e formando buracos na terra e derrubando mais árvores foi se aproximando das crianças que ainda não tinham saído de lá, estavam paralisadas e chocadas com a cena que viam. Susana não continha o choro pela morte dos centauros, Pedro olhava fascinado para os vivos, como se ouvisse seu avô falando da beleza e do terrível olhar das Bestas Feras e Robson se impressionava com a cena, maravilhado com a coragem de tais criaturas, contudo ele e Perseu foram os primeiros a perceber os planos do monstro e Robson puxou Susana e Pedro para correrem, mesmo os dois estando relutantes. Enquanto isso Perseu, Azura e o terceiro centauro chamavam a atenção do monstro, tentando distrai-lo, mas o bicho insistia nas crianças, foi então que uma flecha acertou incrivelmente o olho da fera, fazendo-o endoidecer e jogar sangue para todos os lados e fogo em árvores e centauros.
- Corram! Eu já não disse, agora também não há mais tempol, sigam a trilha amarela, vocês saberão qual é. Vão! Logo! - gritou Perseu se aproximando um pouco das crianças que começaram a correr desabaladas enquanto o centauro carrancudo era estraçalhado pelos pés gigantes e mucosos da besta.
Corriam, corriam e corriam o que pareciam horas, e o estrondo dos pés da fera batendo e os urros de dor ainda eram audíveis. Não havia caminho amarelo nenhum e além disso parecia que a volta seria mais difícil do que a ida, porque o caminho não parecia o mesmo, mesmo assim continuaram correndo sem parar, com o medo ainda na mente. A chuva caía inclemente sobre a roupa das crianças, Susana escorregou umas duas ou três vezes, mesmo assim não pararam até que chegaram a uma encruzilhada que não existia antes, haviam dois caminhos a frente deles.
- E agora, que fazemos? - perguntou Pedro arfando.
- Vamos parar um pouco e descansar. Tá tudo bem com você Susana? - perguntou Robson.
- Agora eu estou melhor, o barulho está diminuindo. O que será que aconteceu com eles? - perguntou Susana.
- Tomara que esteja tudo bem. Eles são incríveis, não? - disse Pedro, mas Robson já não estava perto deles, ele tinha seguido em frente olhando os dois caminhos, tentando descobrir qual seguir. - O que você acha Robson?
- Eu acho que temos que ir pelo caminho da esquerda, mas não tenho certeza. - disse Robson.
- Deixa eu ver. - olhou bem e ouviu nos dois caminhos, por fim se decidiu pelo da direita. - É esse.
- Esse? Porque? - perguntou Robson.
- Você tá ouvindo esse som que parece risada vindo desse lado? - Robson assentiu. - Então, e tá vendo aquelas bolinhas amarelas bem pequenas pulando lá? - Robson assentiu novamente. E você Susana? - ela também tinha visto. - Então, esse é o nosso caminho amarelo.
- Ãh? - fez Susana.
- Sao micos Susana. - disse
- Mas micos não são dourados? Eles não são amarelos. - disse Robson.
- Não, não são micos-leões-dourados, eles não micos-leões-amarelos. É uma espécie mágica, são micos muito alegres e espertos, eles geralmente indicam bons lugares, eu aprendi isso na tribo do meu avô, tem vários lá.
Eles seguiram pela trilha amarela em que os micos pulavam de árvore em árvore, seguindo em frente e indicando o caminho ás crianças, um deles pulou no ombro de Susana, ele tinha manchas avermelhadas no corpo, era diferente dos outros e começou a coçar a cabeça dela ao invés da sua e ainda a fazer cócegas nela. Eles foram seguindo pelo caminho que cada vez mais se alargava e abria uma clareira para uma larga arvore que era cheia de dobras no tronco e não era tão alta quanto as outras, além disso ela não possuía uma copa, nem folhas como se fosse nua. Eles continuaram seguindo o caminho até a clareira onde estava a estranha árvore, da clareira circular surgiam mais cinco caminhos além do qual eles vieram e parecia que o centauro havia os enganado.
- E agora? Piorou, pra onde vamos? - perguntou Robson.
- Os micos sumiram, foram cara um pra um lado, que será que isso quer dizer? - perguntou Pedro.
- Susana! Espera. - disse Robson á Susana que estava chegando muito perto da árvore no centro da clareira.
- Robson, Pedro, essa árvore é tão estranha, vem um som estranho de perto dela, que será?
- URHHHMMMM!!! ARRRRGHHHH!!! - Saiu um som da árvore, as crianças se olharam. - QUEM PERTURBA O MEU SONO!!! - do tronco dois olhos verde musgo se abriram naquelas que pareciam dobras, além de narinas e uma boca enorme.
- Somos bruxos. - respondeu Robson.
- BRUXOS! Ãhn, BRUXOS... FAZ TEMPO QUE BRUXOS NÃO APARECEM AQUI NA MINHA CLAREIRA, E NUNCA VI BRUXOS TÃO PEQUENOS QUANTO VOCÊS QUE SERÁ QUE ACONTECEU? TOMARAM POÇÃO DO ENCOLHIMENTO SEM QUERER?
- Não, ainda somos jovens e estamos perdidos nessa floresta. Um centauro falou pra seguirmos a trilha amarela.
- AH, SIM, O PERSEU, ELE SEMPRE VEM ME VISITAR, VOCÊS DEVEM SER DE BEM, POSSO GUIÁ-LOS ENTÃO.
- Brigado. - disse Pedro.
- MAS ANTES, DEIXE-ME APRESENTAR.

“SOU O MEIO TRONCO HOMEM
PEÇO, POR ISSO NÃO ME TOMEM
POR SER VELHO TRONCO ENORME
NÃO ESTOU MORRENDO DE FOME

DA CLAREIRA VELHA EU SOU
PRA GUIAR E PROTEGER
PRA NENHUM LADO EU VOU
MAS OS CAMINHOS EU SABER

ANTES NÃO ERA ASSIM
EU ERA LINDO DE MARFIM
PORÉM ANTES DO FIM
PREDISTINO-ME CARMIM.

SOU O VELHO TRONCO HOMEM!”
SÃO ALGUNS VERSOS DE UMA MUSIQUINHA MUITO ANTIGA, GOSTARAM?
Os três se olharam rapidamente com um sorriso no rosto e responderam juntos: - Gostamos.- Se bem que não era totalmente verdade, mas eles gostaram do Velho Tronco Homem. O Velho Tronco Homem tinha uma voz potente e alta naturalmente, era muito alegre apesar de geralmente estar sozinho naquela floresta, também era muito respeitado, ninguém sabia ao certo a idade dele e ele sabia muita coisa de diversos assuntos. As crianças em meio aquela chuva e depois de tudo o que aconteceu estavam mais calmas e felizes, tinham realmente se divertido com a música do Velho Tronco Homem.
- Velho Tronco, você existe desde quando? - perguntou Susana.
- HÁ MUITO TEMPO, TANTO TEMPO QUE ATÉ O TEMPO SE ESQUECEU. E VOCÊS, TÃO NOVOS, COMO PODEM SE CONSIDERAR BRUXOS? - Inquiriu o Velho Tronco.
- Ah, nós somos, não é? - respondeu Pedro.
- EU NÃO TERIA TANTA CERTEZA, TODOS OS BRUXOS COM OS QUAIS EU CONVERSEI, E NÃO FORAM POUCOS, TINHAM QUASE O DOBRO DO TAMANHO DE VOCÊS E O TRIPLO DE SABEDORIA DE VOCÊS, POIS TODOS OS OUTROS ESTAVAM CONSCIÊNTES DE ONDE ESTAVAM E DOS PERIGOS QUE PODERIAM SOFRER. VOCÊS AINDA NÃO SÃO BRUXOS! NÃO TÊM TAMANHO, IDADE, SABEDORIA E PODER O SUFICIENTE PARA SEREM BRUXOS. VOCÊS AINDA SÃO PROJETOS DE BRUXOS.
- Está escurecendo, Velho Tronco nos diga o caminho. - disse Robson.
- SEMPRE É ASSIM, MAL CHEGAM JÁ VÃO. ISSO ACONTECE COM TODOS QUE POR AQUI APARECEM. MAS SE QUEREM SABER O CAMINHO PARA A ESCOLA DE VOCÊS, FIQUEM SABENDO QUE É POR ALI! - e indicou com um de seus galhos um caminho á esquerda.
- Obrigado. Vamos. - disse Robson.
- Espera Robson, agora que você já fez nós ficarmos aqui até agora, não custa nada eu falar só mais uma coisa com o Velho Tronco. - foi até a velha árvore e falou bem baixinho durante algum tempo com ele, passou a mão na cara dele e disse: Tchau! Fique bem.
Pedro se despediu como se fizesse uma pequena reverência para o tronco e foram correndo pelo caminho enlameado da esquerda. Estavam exaustos mas corriam o máximo que podiam para poderem descansar novamente. O caminho era aberto, sem obstáculos e a noite chuvosa já despontava com uma lua cheia no céu. A luz do colégio já se mostrava na linha do horizonte e uma sombra também, contudo depois do que já havia acontecido durante esse dia as crianças não pararam e se aproximaram bastante da silhueta feminina que parecia de uma bruxa. Era Gadelha. Ela olhava com um olhar mais abrasador do que o dos centauros á luz da lua, não só seus olhos mais seu rosto todo queimavam em chamas, seu cabelo que costumeiramente tinha uma mexa branca como o leite estava vermelho fogo, de tanta raiva e preocupação que ela estava. As crianças pararam próximas á professora de Encantamentos.
- Sigam-me! - foram as únicas palavras que ela disse. No alto da torre da Mansão-Castelo de Magfia brilhava uma intensa luz e um telescópio apontava para o céu. Eles desceram lentamente pelas escadas para o subterrâneo e acompanharam Gadelha até uma sala que ficava perto da sala dos corredores das casas, abaixo da diretoria. - Entrem! - disse ela com uma cara de poucos amigos. - Sentem-se! - disse ela por fim. - Vocês não terão uma boa noite, tenham certeza disso. - Gadelha disse isso num tom quase agradável e maternal, e Robson se assustou porque ele sabia que isso era pior do que se a mãe gritasse ou brigasse de imediato. - Cláudia, venha aqui. - da escuridão da sala saiu uma garota magrinha de cabelos vermelhos com os olhos também vermelhos, mas de alguma coisa que parecia choro. - Primeiro, onde estavam?
- Na floresta, senhora. - disse Robson á professora, mas olhando Cláudia com um olhar de acusação.
- O que faziam na floresta? - perguntou Gadelha num tom mais sério e decepcionado.
- Estávamos caminhando lá, professora. - dessa vez quem respondeu foi Pedro.
- Mesmo sabendo que é terminantemente proibida a entrada de alunos na Floresta de Magfia? Mesmo sabendo que vocês corriam extremo perigo? - disse Gadelha com uma voz mais alta e brava.
- Sim. - disse Susana.
- Mas a culpa foi minha. - disse Robson.
- Agora me ouçam, não digam nada! As regras existem para manter um determinado limite, e esse limite é a segurança, sendo assim vocês infringiram uma regra, colocaram em risco a segurança de vocês e de toda a escola. Quando se ultrapassa o limite há uma conseqüência. O que vocês fizeram foi totalmente errado e se não fosse o aviso da amiga de vocês agora poderiam estar mortos ou perdidos. Se o diretor estivesse no colégio isso caberia a ele, e certamente Zacarias estaria muito decepcionado com vocês. Já é o segundo dia em que vocês correm riscos aqui em Magfia e ele não daria certamente nada menos que a expulsão. Contudo sendo vice-diretora esse poder não cabe a mim, mesmo assim quando se descumpre uma regra há uma conseqüência e aqui em Magfia existem as detenções. Estou enviando por coruja uma carta aos coordenadores das casas de vocês e eles irão aplicar as devidas detenções, elas durarão tempo indeterminado até segunda ordem, vocês estão impedidos de irem nos jardins e de se aproximarem dos terrenos externos. Contudo, não estão em uma prisão, sendo assim poderão sair somente com um monitor acompanhando vocês. Se dirijam aos dormitórios de vocês e amanhã meia hora antes das aulas estejam na sala dos Diretores das suas casas para receberem a dentenção. Podem sair, todos. Menos você, Robson. - todos saíram, menos Robson que ficou sentado olhando sem piscar para a mãe que gritava agora com o filho.- EU ESTOU TOTALMENTE DECEPCIONADA COM VOCÊ. PRIMEIRO DIA DE AULA E VOCÊ APRONTA TUDO ISSO! SEM A MÍNIMA RAZÃO! SEU PAI ESTAVA LOUCO ATRÁS DE VOCÊ NESSA FLORESTA, E EU PREOCUPADA. NUNCA, NUNCA MAIS ME DE ESSA PREOCUPAÇÃO OU EU MESMO VOU TE EXPULSAR DAQUI E DEIXAR VOCÊ NOS PRÓXIMOS 9 ANOS TRANCADO DENTRO DE CASA COM SUA TIA. E ELA SERÁ AVISADA DE NÃO TE DAR NENHUMA REGALIA! AGORA VÁ DORMIR.
Pedro e os outros dois já estavam totalmente arrependidos do que fizeram, perceberam o erro e o perigo que passaram os quais não compensam por uma pequena aventura. Foi dormir pensando em tudo que fez, mas não deu tempo, estava tão cansado que o galo já estava cantando quando ele pode finalmente pensar. Nesse momento ele tinha que ir para a sala do Diretor da Gainea, o sombrio Heródoto Wenceslau.

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